Dia do Jornalista – Mensagem do Sindicato dos Jornalistas de SC

O Blog Palavra Livre parabeniza a todos os colegas e futuros profissionais, a mais apaixonante de todas as profissões, como disse Gabriel Garcia Márquez

O SJSC saúda os jornalistas catarinenses – profissionais e professores – e os estudantes de jornalismo pela passagem do “Dia do Jornalista”, em 7 de abril. Uma data para comemorar, mas principalmente para reafirmarmos o compromisso com a defesa do Jornalismo como um bem público essencial à democracia; do Jornalismo exercido com ética, responsabilidade, qualidade, para que a sociedade efetivamente seja atendida no seu direito à informação e à liberdade de expressão. Uma data para relembrarmos que não há Jornalismo sem jornalista.

O Dia do Jornalista foi instituído em homenagem à data da fundação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em 1908, e ao médico e jornalista João Batista Líbero Badaró, assassinado no dia 7 de abril de 1830, em São Paulo, durante uma passeata de estudantes em comemoração aos ideais libertários da Revolução Francesa.

Consciente do relevante papel social desempenhado pelo jornalista, ao mesmo tempo em que celebra o 7 de abril, o SJSC conclama a categoria para participar cada vez mais das lutas nacionais, regionais e estaduais para a valorização do Jornalismo e da nossa profissão, destacando-se as por melhores condições de trabalho e salariais, por verdadeira liberdade de imprensa, por respeito aos direitos humanos e combate a todo tipo de preconceito, exploração e opressão. Vamos juntos fortalecer todas as batalhas e ações que compõem nossa luta maior pela democracia na comunicação do país.

Em Santa Catarina, chamamos a todos a fortalecer a campanha salarial dos jornalistas, trabalhadores atualmente submetidos a vulnerabilidades. No que se refere à remuneração, estes profissionais não obtêm o merecido retorno, a contrapartida por prestarem um trabalho imprescindível ao País em diversos campos. Apesar de todas as dificuldades impostas pelos donos da mídia, no entanto, os jornalistas têm cumprido o papel de investigar, de buscar a pluralidade de opiniões, a fim de garantir com o resultado do seu trabalho a expressão dos indivíduos e dos grupos sociais.

Nacionalmente, precisamos intensificar nossa participação nas campanhas pela reconquista da plena regulamentação profissional com a aprovação das PECs que restituem a necessidade da formação superior específica para o exercício do Jornalismo, do PL que estabelece um piso nacional para os jornalistas, de combate à precarização das relações trabalhistas, do projeto de federalização da apuração de crimes cometidos contra jornalistas e de denúncia à crescente onda de agressões aos profissionais de comunicação e cobrança de ações dos governos e das empresas para proteção aos jornalistas, por uma nova e democrática Lei de Imprensa, que regule não só o direito de resposta, mas também as relações entre sociedade, veículos e profissionais de imprensa e, mais fundamentalmente, por um novo marco regulatório das comunicações no Brasil, orientado nas resoluções da I Confecom.

Neste 7 de abril, reafirmamos nossa pauta: celebrar as conquistas e continuar firmes na luta pelo Jornalismo e pelos jornalistas!

Diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina

TV Cultura: entidades tentam impedir o fim da emissora

Em ato de protesto na semana passada, jornalistas, sociólogos, coletivos em prol da liberdade de expressão e ex-funcionários se reuniram para debater as causas do sucateamento da TV Cultura. O encontro decidiu pela ampliação do movimento em prol da TV pública do estado de São Paulo. O objetivo principal, segundo os participantes, tem de ser a reversão do quadro de sucateamento técnico e de conteúdo, agravado na atual gestão de João Sayad, para uma programação plural e diversificada, mantendo a essência de uma televisão sem fins comerciais.

Mais de mil demissões em um curto período de tempo, extinção de programas, empobrecimento de material próprio e entrega da programação a meios de comunicação privados, como o jornal Folha de S. Paulo e a revistaVeja, são alguns dos vários efeitos do processo de desmonte da TV Cultura e das emissoras públicas de rádio, num processo iniciado há alguns anos.

Apesar de a atual crise ameaçar o patrimônio paulista, não é a primeira vez que a Cultura esteve prestes a ruir, como lembrou o sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Laurindo Lalo Leal Filho. Um destes momentos aconteceu ao final do mandato do então governador Paulo Maluf, quando quase toda a diretoria foi destituída, fazendo com que sobressaísse a tendência privatizante e os interesses do governo vigente na programação da emissora.

“As crises são continuadas”, observou Lalo. No entanto, ele destacou o poder da produção própria da programação infantil que já levaram a Cultura a registrar inéditos dois dígitos de audiência ante os “enlatados” vindos do exterior, trazidas pelas emissoras comerciais. “Até o Silvio Santos começou a ficar preocupado por perder uns pontinhos para a Cultura”, disse.

Entretanto, Lalo – que é, em suas próprias palavras, “antigo ex-funcionário” da Fundação Padre Anchieta – alertou sobre a iminência de um cenário pior à vista. “Costumávamos dizer antes que a Cultura era a televisão mais lida, porque ainda que não desse muita audiência era muito retratada na mídia impressa. Hoje, se a coisa continuar neste pé, nem lida será, porque a mídia toda está sendo cooptada”, lamentou. A formação de jovens para o trabalho no serviço público de radiodifusão é, segundo ele, uma das questão que precisam ser debatidas para o fortalecimento da TV pública, o que ainda não acontecea com a intensidade que deveria.

Na opinião do jornalista Luis Nassif, a Fundação padre Anchieta, controladora da Cultura, passa por longos períodos sem processos de crítica interna, o que também, avalia, contribui para o desmonte da emissora. “A cada gestão é nítido o desmando, ocasionado ou por briga política ou por pessoas incapacitadas em postos-chave”, disse.

O jornalista, que apoia a organização de um movimento suprapartidário para barrar o desmonte da Cultura, enfatizou a “submissão” do ex-presidente da Padre Anchieta, Paulo Markun, ao governo do ex-governador José Serra (PSDB). Postura que teria, segundo ele, se repetido na relação entre o atual gestor, Sayad, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

“O negócio com a Folha e a Abril é de uma total falta de cultura”, ironizou Nassif. O editor da revista Fórum e presidente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), Renato Rovai, reforçou: “Não é à toa que Folha e Veja têm milhares de assinaturas feitas pelo governo.”

Coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e secretária de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti se disse “perplexa” em razão do estado de São Paulo estar na contramão de discussões de grande importância, como o marco regulatório das comunicações. “No momento em que é preciso ter um instrumento público que garanta liberdade de expressão para a população, o espaço se fecha. Precisamos debater neste momento o que queremos da comunicação pública deste país”, disse.

Líderes da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo presentes no ato confirmaram a realização de uma audiência pública para levar a discussão ao espaço parlamentar. Houve tentativa de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em 2003 para discutir os recorrentes problemas da emissora, mas foi barrada e engavetada pela liderança do partido de situação.

O deputado Simão Pedro (PT), presidente da comissão e também membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, lembrou que a política de desmonte da Cultura se assenta no orçamento concedido pelo governo. “Enquanto o governo direciona cada vez menos recursos, o orçamento vindo do setor privado cresce, o que cria o déficit que se tem hoje”, disse. Resultado disso, segundo o deputado, é que a “corda arrebenta para o lado mais fraco”, ou seja, os trabalhadores, que estão sendo demitidos.

Uma das que perderam seu emprego é Maria Amélia Rocha Lopes, ex-diretora do programa “Manos e Minas”, voltado ao público jovem das periferias. Enquanto ela estava à frente da atração, a presidência da emissora decidiu que o programa seria “descontinuado” por não mais corresponder ao “perfil desejado”. Após campanhas com forte adesão nas redes sociais pelo retorno do programa, Sayad voltou atrás na decisão.

“Eles não contavam que a população de São Paulo tinha interesse em ver este tipo de programa, que mostrava o caldeirão cultural da periferia. Nós tínhamos convicção de que fazíamos algo de relevância”, disse Maria Amélia. Embora o “Manos e Minas” continue na grade da programação, os funcionários que se posicionaram pela volta do programa foram demitidos. “Meu testemunho é para estimular que as pessoas se disponham a fazer acontecer. Todo mundo reclama de o governo ser assim ou ser assado, mas depois que mostramos o que queríamos, tiveram que engolir a gente.”

Fonte: Rede Brasil Atual

Jornalismo investigativo, lançamento de livro, revistas e debate no Ielusc

Lançamento de duas revistas e um livro, seguido de debate sobre os rumos do jornalismo investigativo. Esta é a programação para a próxima terça-feira, dia 10 de abril, a partir das 19h. O evento está sendo organizado pela Revi, pelo Necom e pela coordenação do curso.

No primeiro momento, a professora Maria Elisa Máximo fará o lançamento da 15ª edição da revista Rastros e da primeira edição da revista online Apriori, voltada para a publicação de artigos dos estudantes (a Rastros, por ser qualificada como Qualis/Capes B4, só aceita trabalhos de mestres e doutores). Em seguida, o professor Rogério Christofoletti, coordenador do mestrado em Jornalismo da UFSC, lançará o livro “Jornalismo investigativo e pesquisa científica”, que reúne as palestras realizadas durante o1º Bapijor. Por fim, haverá um debate sobre o tema entre professores convidados e “da casa”.

Do Ielusc – Site

Marco Aurélio Braga vira assessor de Udo Döhler

O PMDB de Joinville está realmente buscando o máximo para fazer do empresário Udo Döhler um candidato mais “popular”. Entre as atividades, reuniões nos bairros para, dizem, planejar a cidade, ajudar no plano de governo. De todas as decisões que vi até agora, a melhor delas sem dúvida é a escolha da assessoria de imprensa, com o competente jornalista e amigo, Marco Aurélio Braga, o Marcão.

Com excelente trânsito na imprensa em todos os setores, trabalhador, talentoso e competente, Marcão deve ajudar e muito na tentativa de fazer a pesada candidatura alçar voo rumo a índices melhores em futuras pesquisas. Se a cúpula deixar, outros mais puxa-sacos também não colocarem pedras em seu caminho, Marco Aurélio Braga vai dar a Udo bons espaços na imprensa em geral, e também em outros meios de comunicação fundamentais para o embate eleitoral.

Parabéns Marcão, você é um grande amigo, excelente profissional, e vai agora conhecer o lado de dentro de uma grande campanha a Prefeito. Sucesso nessa nova empreitada em sua vida profissional.

Saneamento: matéria em A Notícia ficou muito bacana

Matéria publicada hoje, segunda-feira, 26 de março pelo jornal A Notícia falando do andamento das obras de saneamento em Joinville (SC), maior cidade catarinense, ficou muito bacana. A ilustração então é mais que didática, e além de tudo presta um grande serviço à população que ainda não sabe como funciona, onde está acontecendo, o que ela tem de fazer para se adequar, enfim, detalhes fundamentais do tema, que ainda é tão distante do cotidiano do povão.

Parabéns aos colegas envolvidos com a matéria, vocês mostram que há qualidade superior sim em jornalismo na cidade. Quem quiser curtir, e ter acesso ao mapa e textos é só acessar o www.an.com.br.

“A FIFA não era esta coisa vergonhosa”, diz Mino Carta

Em entrevista à Pública, o jornalista e diretor de redação da Carta Capital lembra a cobertura que fez aos 15 anos para veículos italianos sobre a primeira Copa depois da Segunda Guerra: “O Brasil era o país ideal”. Ali começaria sua longa carreira como jornalista.

Mino fala das muitas mudanças que ocorreram nesses 62 anos no mundo do futebol. A Fifa, por exemplo, não tinha nada a ver com esta de hoje, “que se tornou o que é graças a João Havelange, que, digamos, na Sicília estaria perfeito, dirigindo a máfia”.

E explica que apesar do “Maracanaço”, como ficou conhecida a dolorosa vitória do Uruguai sobre o Brasil no estádio com quase 200 mil pessoas, aqueles eram tempos tranquilos e felizes para o país.

Sobre a Copa de 2014, o jornalista não se mostra otimista. E dispara: “Mazelas mil. Porcarias variadas e mentiras… É uma floresta de enganos”. Senhoras e senhores, com a palavra, Mino Carta:

Você cobriu a Copa de 50 aos 16 anos. Foi seu primeiro trabalho? Como foi parar lá?

Na verdade, foi assim: meu pai detestava futebol e recebeu um pedido de jornais italianos para escrever uma série de artigos sobre a preparação para o Campeonato Mundial de 1950. Eu ainda tinha 15 anos, meu pai detestava o balípodo [futebol]. Me convocou e disse: “Olha, você que gosta dessa porcaria, você gostaria de escrever algo a respeito?”. Eu disse: “Quanto vale?”. Ele disse x e como esse x daria para encomendar um terno azul marinho num alfaiate de muita boa qualidade, eu disse “perfeito!”. Nesse tempo íamos aos bailes de sábado de terno e gravata.

O terno azul era o objeto de desejo?

No meu caso, era o terno azul marinho. Então eu escrevi seis artigos sobre a preparação da Copa. Fui pago, fiz o terno azul marinho e depois quando vieram as equipes dos jornais para os quais eu tinha escrito– que, na verdade, eram dois jornais irmãos, um de Roma e outro de Gênova – o pessoal me usou como intérprete, como ajudante, como contínuo, mil coisas.

A Fifa era menos exigente?

A Fifa não era essa Fifa, que se tornou o que é graças a um brasileiro ilustre que se chama João Havelange, que, digamos, é um concorrente do Totò Riina, do Provenzano. Ele na Sicília estaria perfeito, dirigindo a Máfia. A diferença é que ele está solto e Totò Riina e Bernardo Provenzano estão na cadeia. Esse Blatter é outro. Esse Ricardo Teixeira é outro. Aliás, aprenderam tudo com o João Havelange, que foi o autor desta Fifa vergonhosa. Agora, o campeonato de 1950 funcionou muito bem. Não houve problema algum.

Foram construídos estádios na época?

O Maracanã. Basicamente, o Maracanã, que eu saiba. Eu me lembro porque São Paulo tinha o Pacaembu, que havia sido construído em 1942 e que era um estádio novo e bonito. O Pacaembu aguenta 50 mil espectadores com tranquilidade. São Paulo, nesse momento, beirava os 2 milhões de habitantes. Era um outro mundo. São Paulo tinha 50 mil carros. A gente se locomovia pela cidade com perfeição. Ainda funcionavam os bondes.

O Brasil não parou por causa da Copa, então?

De jeito nenhum. E veio muita gente de fora. O jogo da final, no Maracanã, que foi uma tristeza, um momento de enorme tristeza… Mas também, sabe?, o jogo começou com a distribuição de postais que mostravam o time brasileiro como se já fosse campeão.

Foi mais vergonhoso…

Não, não foi vergonhoso, porque o Uruguai, além de tudo, tinha um time excelente. O Uruguai tinha um time melhor que o do Brasil. Você não perde por acaso. Você perde porque tem pela frente um time que pelo menos, naquele jogo, jogou melhor. Tinha craques incríveis o time do Uruguai, jogadores excelentes. E o Brasil, como frequentemente acontece, era um time desequilibrado. Na defesa, havia muitas falhas. Tinha atacantes excepcionais e uma defesa… Um meio campo muito bom e uma defesa que deixava a desejar. Bom, não foi culpa do goleiro. O marcador do ponta direita do Uruguai não segurava o homem, chamava-se Bigode, o nosso. O outro chamava Ghiggia e corria bem mais. Então, é por aí. Mas enfim, foi um campeonato tranquilo, sem desordem.

O senhor estava lá?

Estava. Triste, foi muito triste. O que tinha de gente chorando na rua era impressionante…

Como foi o clima do estádio nessa hora?

Silêncio. Silêncio aterrador. A alegria de uma pequena torcida uruguaia e silêncio. Porque também os estrangeiros torciam pelo Brasil, os que tinham vindo e tinham ficado muito impressionados. Sobretudo com as duas vitórias por goleada e a exibição de gala, então imagine… Foi triste.

Os torcedores eram pessoas comuns? Os ingressos eram baratos?

Totalmente. Mas olha, o que é impressionante é que (risos) Eu lembro quando eu ia ao Pacaembu, antes quando eu era menino, tinha uns 13, 14 anos, uma ofensa dirigida ao árbitro que eventualmente, na opinião do torcedor, roubava contra o time dele era “tuberculoso!”. Era muito raro ouvir um palavrão no estádio. As pessoas portavam-se de outra maneira. O Brasil virou um país muito vulgar.

E como foi sua cobertura? Como foi essa experiência?

Foi ótima. O que eu realmente escrevi foram os artigos de preparação. Depois, quando o campeonato se deu eu estava ali como ajudante dessa equipe de jornalistas italianos e fiquei como tal. Quer dizer, era sobretudo, um ajudante, um menino. Ali eu já tinha 16 anos e era um menino esforçado, ajudava no que podia.

Os artigos ainda estão por aí?

Eu não guardo nada. Não tenho uma única coleção de alguma coisa que eu tenha feito. Do mundo nada se leva, é minha convicção granítica.

O senhor torcia para o Brasil?

Nesse tempo, sim. Hoje eu mudei muito minha postura. Me irrita pensar que em 70 os presos da ditadura gritavam gol juntamente com os carcereiros. Essa debilidade moral me irrita sobremaneira, hoje em dia. Naquele tempo, não. Ao contrário: eu torcia, sim, pelo Brasil. É claro, lógico. Mas eu tentava ser frio na análise. Porque, realmente, por exemplo, o Uruguai tinha um grande time. Tinha alguns jogadores ali soberbos. No fundo, melhores que os nossos. Schiaffino era um jogador excepcional, por exemplo. Muita cabeça, muita inteligência, via o jogo. Não era só habilidade individual, era capacidade de mentalizar, de no campo mudar a estratégia. Então tinha alguns jogadores excepcionais.

O que o senhor espera pra essa Copa de 2014?

Parece-me que as coisas não estão bem postas. Primeiro, o roubo é absolutamente inegável. Um roubo deslavado, escancarado, transparente. Está ali, para todo mundo ver, mas ninguém dá a mínima. Também é difícil imaginar que em menos de dois anos e meio as cidades brasileiras, sobretudo São Paulo, Rio, Belo Horizonte, consigam montar um esquema que facilite o deslocamento das pessoas para jogos. Não vejo como… As cidades são completamente desequipadas, são miseráveis em certos pontos. Temo um desastre, do ponto de vista da organização. E como teremos eleições em 2014 me parece que esse desastre não vai facilitar em nada para quem do governo quiser continuar aí. Isso vai acabar repercutindo no resultado eleitoral. Acho que, do ponto de vista técnico, o Brasil não tem time para jogar esse mundial, em relação a alguns times europeus que praticam um futebol, hoje, muito mais eficaz para que os bolsos daquele ou desse se encham. Eu não tenho boas perspectivas. Eu acho que foi uma decisão populista do Lula. Uma decisão errada. E nem se fale das Olimpíadas. Tivemos um exemplo que devia ter sido aproveitado, que devia influenciar nas decisões de hoje, que foi o Panamericano do Rio, que foi um roubo, uma coisa monstruosa.

E aquelas obras nem vão servir para as Olimpíadas…

Claro. E veja: estava prevista uma despesa de 400 milhões e a despesa chegou a 4 bilhões. É uma coisa…Dolorosa. Se a Copa for um desastre, o mundo vai ser perguntar “por que as Olimpíadas?”. “Temos de repetir aquela tragédia?”. É isso. O de 50 foi apenas triste porque o Brasil esperava a vitória, mas era um Brasil ingênuo e simples. De uma forma, tenro e um pouco patético, né? Mas nada a ver com o Brasil de hoje.

Então a gente pode dizer que a Copa de 50 foi benéfica pro Brasil?

Foi ótima. Pena que muita gente chorou. Isso que foi pena.

E a segurança? Como era feita?

O Brasil era um país ideal. As pessoas viviam numa boa. Não existiam os medos e receios de hoje.

Então não foi feita uma segurança de guerra como eles estão querendo fazer agora?

Eu tive a sorte e o prazer de assistir a parte final do campeonato europeu realizado em Portugal em julho de 2004. À parte o fato que gosto de Portugal, gosto da comida portuguesa e gosto dos vinhos portugueses, à parte esse detalhe, que não deixa de ter sua importância – foi uma coisa impecável. Uma polícia fantástica, portando-se com fidalguia, com cortesia. Olha, uma coisa impecável! E tinha ali torcidas além de eventualmente muito ruidosas e muito fortes, como a torcida holandesa, por exemplo, que é um pessoal imponente, mas de comportamento impecável. Fiquei muito bem impressionado. Uma organização perfeita. Realmente, parece que para essa ocasião construíram alguns estádios, sobretudo em Lisboa e no Porto, dois estádios muito bonitos e muito modernos. Mas vejam, um detalhe: esse estádio que a Fiat construiu para o time dela, o Juventus de Turin. Eles construíram um estádio moderníssimo, foi inaugurado há menos de um ano. Esse estádio, moderníssimo, a última palavra em termos de estádio, custou um quinto do que vai custar esse estádio de São Paulo (Itaquerão). Um quinto. Imagina? Imagina o que que ali tem de superfaturamento. Mazelas mil. Porcarias variadas e mentiras… É uma floresta de enganos. É isso.

Colaborou: Jéssica Mota. Da Agência Pública

 

Nova programação da Band é anunciada

Divulgada na noite da última terça-feira, 6, em evento que reuniu publicitários e profissionais da imprensa, a programação da TV Bandeirantes que entrará no ar a partir deste mês vai unir humor, entretenimento e jornalismo em algumas de suas atrações. Essa estratégia foi confirmada por alguns apresentadores e pelo diretor-geral de conteúdo da emissora, Diego Guebel.

O executivo do canal, que está no cargo desde outubro do ano passado, afirmou à reportagem do Comunique-se que a mescla informação-entretenimento tem tudo para ser sucesso e ser o diferencial da Band. Argentino, Guebel é o criador da produtora Eyework-Cuatro Cabezas, responsável pelos formatos ‘CQC’, ‘A Liga’ (que na nova temporada terá o cantor Lobão e Cazé “Peçanha” Pecini, da MTV, nas reportagens) e ’Polícia 24 horas’, todos exibidos pelo canal do Morumbi.

Nesta nova fase da Band, a primeira atração a estrear tendo como base notícia e diversão será ‘Os Donos da Bola’, que irá ao ar a partir da tarde desta quarta-feira, 7. Com o comando de Neto e as participações de Denílson e Edmundo, o programa, que entrará no lugar ‘SP Acontece’, vai “ir fundo na notícia, mas também terá espaço para brincadeiras e diversão”, conforme disse o apresentador Neto.

“Não será um programa para as crianças. Será para toda a família”, avalia Marcelo Tas, que, em 2012, estará à frente do ‘Conversa de Gente Grande’, com a participação de crianças para comentar, de modo bem peculiar, os últimos acontecimentos. Além da nova atração, Tas continua na equipe do ‘CQC’, que volta na próxima segunda-feira, 12. Informação “leve” para o público infantil, o apresentador já fazia – e continuará fazendo – com o ‘Plantão do Tas’, no Cartoon Network.

Outro programa apresentado por Tas na Band também traz novidades para a sua quinta temporada. O ‘Custe o Que Custar’ terá a estreia do quadro ‘Nem Fu’, com Felipe Andreoli, no qual convidados terão que acertar uma bola no balde – que estará a 25 metros de distância. ‘Sem Saída’ é mais um novo atrativo do ‘CQC’; nele, celebridades passaram pelo detector de mentiras. A saída de Danilo Gentili, a ida de Oscar Filho para a bancada e a entrada de mais um repórter, que ainda não foi revelado, encerram as novidades do humorístico.

Sem ter espaço para o jornalismo, mas com a presença do jornalista responsável por apresentar de segunda a sexta-feira o policial ‘Brasil Urgente’, essa será a marca do ‘Quem Fica em Pé’, game show que, ainda sem confirmação da data de estreia, será produzido três vezes por semana com José Luiz Datena na apresentação. “Eu tenho um clone, inclusive foi o meu clone que foi para a Record”, brincou o comunicador, ao ser questionado de como seria a rotina para comandar os dois programas da TV e o ‘Manhã Bandeirantes’, na Rádio Bandeirantes.

Eleições
Apesar de destacar a mescla do humor com informação, o noticiário sem brincadeiras também tem espaço na nova programação da Band. A emissora divulgou que dará amplo destaque à cobertura das eleições municipais que ocorrerão em todo o País em outubro. Nos grandes municípios, o veículo pretende manter a tradição de ser o primeiro a realizar debates entre candidatos.

‘Pânico na Band’
Por outro lado, também terá espaço para atrações que tem foco no humor sem a necessidade de se preocupar com a prática jornalística. Com novo nome, ‘na Band’ no lugar de ‘na TV’, conforme foi durante os nove anos na Rede TV, o ‘Pânico’ vai estrear na emissora no dia 1° de abril, mantendo a exibição durante as noites de domingo. Apresentador da atração, Emílio Surita disse que na nova casa até ele poderá fazer reportagens.

Do Comunique-se

Lupa na toga – O Judiciário é notícia

O Poder Judiciário continua presente nas páginas das edições de sexta-feira (17/2) dos jornais. Não apenas por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa. Ou pela condenação do jovem Lindemberg Alves, assassino da adolescente Eloá Pimentel, tema obrigatório em toda a imprensa nacional.

Também é notícia a nomeação, para o cargo de corregedor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, do juiz maranhense que em julho de 2009 proibiu o jornal O Estado de S.Paulo de publicar reportagens sobre investigações envolvendo o empresário Fernando Sarney.

Da mesma forma, também é assunto jornalístico a constatação de que o Conselho Nacional de Justiça, recentemente reabilitado em seu papel de órgão de controle externo do Judiciário, investiga a baixíssima produtividade de algumas corregedorias regionais. O Globo informa, por exemplo, que no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro quase não há registros de punições por atos contra o patrimônio público. Dos cerca de 4.200 acusados em processos por improbidade administrativa, apenas onze foram condenados com sentença definitiva. Também chama a atenção da corregedoria nacional o fato de que praticamente não há processos disciplinares contra juízes na corte fluminense.

“Ofensa moral”

Nos últimos dias, os jornais noticiaram que a primeira ação do CNJ neste ano foi aplicar a pena de aposentadoria compulsória ao desembargador Roberto Wider, que foi corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por favorecer o escritório de um advogado amigo em sentenças judiciais.

Também foi registrada a tentativa frustrada do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo de suspender o favorecimento de pelo menos 29 desembargadores no pagamento de supostos créditos trabalhistas.

Chama atenção, da mesma forma, a denúncia contra um desembargador de Minas Gerais acusado de chefiar uma organização criminosa que concedia decisões judiciais favoráveis a traficantes em troca de propina.

Ainda em relação ao Judiciário, publica-se na sexta-feira a sentença contra o jornalista Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoal, de Belém do Pará, condenado por haver publicado em 1999 denúncia contra empreiteiro Cecílio do Rego Almeida, falecido em 2008, apontado por ele como o maior grileiro da Amazônia. Detalhe: a Justiça já havia anulado os registros imobiliários de quase 5 milhões de hectares no vale do Rio Xingu que C.R. Almeida dizia serem de sua propriedade.

O jornalista foi condenado a pagar multa por “ofensa moral”, mesmo depois de comprovado que sua denúncia tinha fundamento.

A mulher de César

Parece perseguição da imprensa ao Judiciário? Essa é a percepção de muitos juízes. Mas observe-se a reportagem publicada na sexta-feira (17) pelo Estadão: o Tribunal de Justiça de Minas Gerais acaba de concluir uma licitação para gastar mais de R$ 600 mil na compra de lanches. Entre os itens a serem adquiridos, a lista inclui “cem quilos de filé de bacalhau tipo Porto, quatro toneladas de peito de frango sem osso, dezenas de toneladas de frutas, 3,5 toneladas de queijos variados, 108 quilos de azeitona sem caroço” e outras guloseimas. Ah, também estão encomendadas cinco toneladas de pão de queijo, uai.

O documento especifica as marcas e destaca, em vários trechos, que os produtos devem ser de “primeira qualidade”, pois são destinados ao lanche dos desembargadores.

O jornal lembra que o menor salário da magistratura em Minas Gerais é de R$ 20.677,83, para um juiz substituto. Um desembargador como os que vão receber o modesto lanchinho ganha cerca de R$ 24 mil por mês. Além disso, eles têm direito ao auxílio-alimentação que é pago aos demais servidores do Judiciário.

Detalhe adicional: boa parte dos magistrados tem agenda oficial apenas na parte da tarde, período em que ocorrem quase todas as sessões das câmaras do Tribunal de Justiça, conforme lembra o Estadão.

Uma mesma empresa, que já fornece alimentos para o Tribunal de Minas Gerais desde 2010, ganhou a concessão de todos os seis lotes da licitação.

Alguns integrantes do Judiciário se queixam de má vontade e despreparo de jornalistas ao tratar de assuntos ligados à Justiça. Mas, como se dizia da mulher do imperador romano, não basta que seja honesta. Também tem que parecer honesta.

Na escalada de denúncias de corrupção que inunda o noticiário, o pano de fundo é a impunidade. E o Judiciário tem tudo a ver com isso. Se os juízes honestos não se distinguem na massa de notícias negativas, vão todos para o mesmo balaio da imprensa.

* por Luciano Martins Costa do Observatório da Imprensa

Jornalista é condenado por denunciar grileiro de terras públicas – Uma vergonha

Começou essa semana na internet um movimento em solidariedade ao jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, condenado por “ofender moralmente” o falecido empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da Construtora C. R. Almeida e responsável por grave tentativa de apropriação ilegal de terras públicas na Amazônia.

O jornalista, que é editor do jornal independente Pessoal, teria ofendido o empresário por “pirata fundiário” ao denunciar a tentativa de posse de quase cinco milhões de hectares na região paraense do vale do rio Xingu a partir de registros imobiliários falsos, posteriormente anulados pela justiça federal por se tratar de patrimônio público. Outras duas pessoas também foram denunciadas por Cecílio do Rego Almeida, mas absolvidas pela justiça paulistana que reconheceu a ilegitimidade da acusação, considerando a importância da denúncia para a revelação desse esquema de “grilagem de terras”.

Expedida em 2006 pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará, a sentença que condena Lúcio Flávio Pinto a pagar indenização à família do grileiro poderia ter sido reavaliada caso o recurso especial submetido junto ao Supremo Tribunal de Justiça não tivesse sido negado pela ausência de documentos exigidos pela burocracia do órgão – “cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, do inteiro teor do acórdão proferido nos embargos de declaração e do comprovante de pagamento das custas do recurso especial e do porte de remessa e retorno dos autos”.

O valor a ser pago pelo jornalista à família do grileiro será bastante superior aos R$ 8 mil estipulados pela justiça paraense à época da condenação, em virtude da correção monetária necessário para os últimos seis anos. Além da indenização, Lúcio Flávio Pinto também perde a condição de réu primário, o que o expõe à execução de outras ações, entre as 33 que lhe foram impostas nos últimos 20 anos por grupos políticos e econômicos locais, incomodados com as informações e denúncias veiculadas em seu Jornal Pessoal.

“Não pretendo o papel de herói (pobre do país que precisa dele, disse Bertolt Brecht pela boca de Galileu Galilei). Sou apenas um jornalista. Por isso, preciso, mais do que nunca, do apoio das pessoas de bem. Primeiro para divulgar essas iniqüidades, que cerceiam o livre direito de informar e ser informado, facilitando o trabalho dos que manipulam a opinião pública conforme seus interesses escusos. Em segundo lugar, para arcar com o custo da indenização. Infelizmente, no Pará, chamar o grileiro de grileiro é crime, passível de punição”, afirmou o jornalista em nota divulgada em busca de apoio dos leitores.

Cliqueaqui e leia a nota pública escrita pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto.

Da CUT Nacional

Violência contra jornalistas – Sindicato faz levantamento em Santa Catarina

Para contribuir na elaboração do Relatório Anual da Violência contra os Jornalistas de 2011, organizado pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina está fazendo o levantamento dos casos registrados no estado durante do ano passado.

De acordo com o presidente da Fenaj, Celso Schröder, além dos casos de violência explícita e de cerceamento à liberdade de expressão por meio da Justiça ou de ação governamental, é importantíssimo registrar os casos de violência simbólica (ameaças veladas etc.) e também os casos de censura interna dos veículos de comunicação, que vão da orientação editorial ao impedimento de realização do trabalho independente do jornalista.

“Os meios de comunicação tradicionais tentam apropriar-se dos conceitos de liberdade de expressão e de imprensa e colocarem-se como seus guardiães”, observa Schröder. “Nossa tarefa, portanto, mostra-se cada dia mais grandiosa e mais difícil: temos de esclarecer à sociedade que somos os verdadeiros defensores da liberdade de expressão, como direito individual de cada cidadão, e da liberdade de imprensa, como direito coletivo que tem por finalidade garantir o direito dos cidadãos de se expressarem livremente”.

No entendimento da entidade, um dos instrumentos de que os jornalistas dispõem nessa disputa é o Relatório da Violência, elaborado com a colaboração de todos os sindicatos de jornalistas do país. Para tanto, o SJSC solicita aos jornalistas de todo o estado que enviem, até o dia 29 de fevereiro, informações sobre os casos de violência e de desrespeito aos princípios da liberdade de expressão, que tenham ocorrido na jurisdição do sindicato. Os relatos podem ser enviados por email diretoria@sjsc.org.br ou por telefone (48 – 3228-2500).

“Precisamos contar com o empenho de todos para que tenhamos um relatório expressivo e elucidador da situação da liberdade de expressão e de imprensa no Brasil”, conclui a diretora da Fenaj, Sheila Cristina Faro Reis, coordenadora do Relatório.

Do Sindicato dos Jornalistas de SC