Dustin Hoffman e Leo Woodall vão ser os protagonistas do thriller policial “Tuner”

Aos 87 anos, o veterano ator Dustin Hoffman e a estrela em ascensão Leo Woodall, de séries como “The White Lotus” e “Citadel”, foram anunciados como protagonistas do thriller policial “Tuner“, um filme que vai ser dirigido por Daniel Roher, vencedor do Óscar de Melhor Documentário por “Navalny”.

Escrito por Roher e Robert Ramsey, o filme conta a história de um talentoso afinador de pianos cuja vida vira de cabeça para baixo quando descobre que as suas meticulosas habilidades para afinar os pianos podem ser igualmente aplicadas para arrombar cofres.

A Black Bear, que detém os direitos internacionais do filme, vai apresentar o projeto a potenciais compradores na 49ª edição do Festival de Cinema de Toronto, no Canadá, que vai decorrer entre os dias 5 e 15 de setembro.

Ainda sem uma data definida para o lançamento nos cinemas ou em streaming, “Tuner” vai começar a ser rodado no próximo mês de outubro, em Toronto.

* com informações de Cinevisão

Doença Ocular da Tireoide – Florianópolis recebe a pré-estreia do filme “Atrás dos meus olhos”

Com enredo sobre a Doença Ocular da Tireoide (DOT), o filme “Atrás dos meus olhos”, terá sua pré-estreia na cidade de Florianópolis, dia 17 de agosto (sábado), na sala de cinema Gilberto Gerlach do Centro Integrado de Cultura – CIC, às 10h. Este é o primeiro filme no Brasil a abordar o assunto.

A iniciativa do Instituto Renascimento, conta com o apoio da Fundação Caescaes, da Cinemateca Catarinense, do Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina – MIS SC e da Fundação Catarinense de Cultura, que convidam os funcionários, servidores e familiares para assistirem à exibição gratuita de estreia na Ilha da Magia. 

A Associação Catarinense de Doenças Raras (ACDR ACAMU), fundada e presidida por Margareth Carrerão, também apoia a exibição do filme facilitando o contato com os pacientes e familiares para que estejam na sessão. 

Após a exibição da obra, acontecerá uma roda de conversa entre a plateia, elenco, instituições e profissionais da saúde para abordar a importância da arte como instrumento facilitador de temas relevantes na saúde pública, como a DOT, e para esclarecer dúvidas sobre a doença.

A obra cinematográfica conta a história de Celina, uma fotógrafa conceituada que viaja pelo mundo registrando com um olhar poético, a realidade da vida periférica. Sua última viagem, antes de descobrir a DOT, foi ao tradicional bairro do Candeal, em Salvador.

“Tivemos parte das filmagens em Salvador o que foi uma linda maneira de contar a trajetória da personagem e também uma forma de agradecer ao Carlinhos Brown e à Fernanda Takai por cederem os direitos autorais da música ‘Amor Raro’, que faz parte do filme. Nossa vontade é que essa história alcance o coração das pessoas e que possa ajudar quem busca por essas informações.”, explica a idealizadora do projeto, Kely Nascimento.

Ela destaca, ainda, que o elenco tem a participação de duas pacientes com Doença Ocular da Tireoide, expondo a realidade de quem vive com a doença para encorajar outras pessoas a buscarem ajuda. Já a figuração foi composta por refugiados, pacientes com doença rara e transplantados. “Proporcionando assim a inclusão verdadeira, que não se limita a frases bonitas em redes sociais.” declara Kely, que é também diretora executiva do filme.

Além disso, o filme tem os recursos de legendagem, Libras e a disponibilização de audiodescrição, possibilitando acesso também de pessoas total ou parcialmente cegas e, assim, deixar registrado a importância de usar todos os recursos possíveis para que informações tão vitais sejam compartilhadas. 

Os ingressos para assistir ao filme são gratuitos. Porém, por ser em um espaço fechado, é necessário fazer a reserva dos lugares pelo link:  https://bit.ly/AtrasdosMeusOlhosFLORIPA.  

Sinopse

Em seu dia a dia, Celina começa a ter dificuldades para enxergar. Vai a vários médicos, mas sem conseguir um diagnóstico conclusivo e fica difícil seguir com seu trabalho. Após muitas tentativas, o diagnóstico finalmente é concluído. Celina tem uma doença rara chamada Doença Ocular da Tireoide. Pouco conhecida mesmo por profissionais da saúde. 

Após iniciar o tratamento, ela retoma seu trabalho, seus sonhos e decide começar um projeto para ajudar outras pessoas que nem imaginam a existência dessa doença, mas precisam da mesma ajuda que ela precisou.

SERVIÇO:

O quê: pré-estreia do filme “Atrás dos meus olhos”, média-metragem de 45 minutos

Data: 17 de agosto de 2024 – sábado

Local: Sala de Cinema – Centro Integrado de Cultura (CIC)

Horário: 10h

Classificação: Acima de 12 anos

Direção: Pedro Henrique Moutinho

Elenco principal: Kely Nascimento, José Netho, Cafi Otta, Bruno Kottÿ, Diego Machado e Lilian Burban Vogel

Na figuração: participação de refugiados, transplantados e pacientes de doenças raras.

Aldeias de Angola: A longa caminhada da aprendizagem

Doroteia e Isabel seguem lado a lado pela estrada poeirenta e esburacada. Vão demorar mais de duas horas para chegar até à escola mais próxima da sua aldeia, Kawewe, no Bié, no coração de Angola.

Como elas, milhares de alunos angolanos de zonas rurais andam dezenas de quilómetros para ter acesso ao ensino devido à falta de transportes.Muitos cedem ao cansaço e à dureza das caminhadas e abandonam a escola logo nos primeiros anos. Outros prosseguem, mas com baixos níveis de aprendizagem e aproveitamento.

“O setor da educação aqui tem desafios significativos”, desabafa José Edgar, administrador comunal da Chicala, uma das comunas desta província angolana que ocupa uma área equivalente a 80% da superfície de Portugal Continental.

Estamos a 52 quilómetros do Cuíto, capital do Bié, uma vasta extensão de planalto onde a população se dedica sobretudo à agricultura familiar e onde o mau estado da estrada implica perder quase duas horas de carro para chegar.

Nesta comuna, os 18 mil habitantes estão distribuídos por 57 aldeias, todas distantes entre si, sem transportes públicos, sem água, sem eletricidade, sem rede de telemóvel nem Internet, e com um número elevado de jovens em idade escolar.

Com o processo de aglutinação das escolas, por falta de salas de aula, e insuficiência de professores, muitas crianças das aldeias circundantes passaram a ter de se deslocar à Chicala para ir às aulas, para descontentamento dos pais, que, muitas vezes, acabam por preferir manter os filhos consigo nas lavras.

“Os pais veem os filhos a sacrificarem-se, têm baixo aproveitamento, apresentaram-nos essa preocupação”, diz o responsável da comuna que conta com dois centros escolares — um secundário e um primário — para atender uma população estudantil de 350 alunos.

Os quatro professores chegam a ter 80 alunos por turma no início do ano letivo, mas muitos vão ficando pelo caminho. Dos mais de 1.800 alunos matriculados no ano letivo de 2023/2024, cerca de 30% deixaram de ir às aulas. É meio da manhã e ouve-se a partir da janela a toada infantil do bê-a-bá recitado pelos alunos da 2.ª classe.

Os materiais pedagógicos são escassos ou inexistentes e os estudantes, mal alimentados, revelam pouca capacidade de concentração. Quem está a dar a aula de português é Frederico Chipessola, que, pacientemente, vai ensinado o alfabeto.

Pede a uma das crianças para ir fazer a leitura no quadro, mas o rapazinho recusa. “Tenho fome”, justifica, tristonho. As crianças acordam cedo e muitos fazem a longa caminhada de barriga vazia.

Um sacrifício que se estende também aos professores, como Alberto Tiago, de 30 anos, que leciona a 3.ª classe e vai e vem de mota, diariamente, do Cuíto para dar aulas na Chicala.

“Saio às 04:30”, diz, acrescentando que por vezes pernoita na casa dos professores disponível na comuna. O seu aluno Manuel Gueve, de 12 anos, acorda quase à mesma hora para chegar à escola, a pé, a partir da aldeia de Candondo.

Os pais e os irmãos trabalham na lavra e, apesar dos cerca de 20 quilómetros que percorre, Manuel diz que quer continuar a vir às aulas “para aprender”, apesar do cansaço.

Prosseguimos pela tormentosa estrada cavada de sulcos abertos pelas chuvas, cruzando-nos com alguns — poucos — “kaleluias”, as motas de três rodas que servem como principal meio de transportes desta população rural e pobre.

 Por aqui anda-se sobretudo a pé, homens, crianças e mulheres que carregam os filhos nas costas e as bacias à cabeça, postais africanos onde as privações se escondem atrás de sorrisos.

A paisagem, ora descampada, ora povoada por pequenos núcleos de casas de adobe com telhados de colmo ou de chapa presa com pedras, sucede-se por mais uma hora.

Fizemos cerca de 15 quilómetros para chegar à escola n.º 122 de Chilema, que serve sete aldeias, a mais longínqua das quais — Dumba Kalunjololo – a 26 quilómetros.

Dos 68 alunos da Dumba inscritos inicialmente, restam 18, diz Leonardo Chicomo, o diretor desta escola, que gasta também seis horas por dia no percurso escola-casa, no Cuíto, na sua motorizada.

A sala de aulas está instalada num barracão e transforma-se em local de culto aos domingos. Uma solução que as autoridades locais encontraram para colmatar a insuficiência de salas de aula.

Pouco mais de uma dezena de meninos e meninas aconchegam-se em banquinhos nesta igreja que faz de escola, ouvindo distraídos a aula de matemática dada por Miguel da Costa, 26 anos.

Chegou à aldeia há menos de um ano, depois de quatro anos passados na Chicala e ganha cerca de 150 mil kwanzas mensais (162 euros). “O maior problema é a locomoção”, o que o leva a ficar durante a semana na aldeia onde os professores podem pernoitar, lamenta.

Com uma pontinha de orgulho, diz que foi aprendendo a lidar com as outras dificuldades, o isolamento, a vida sem Internet e sem telemóvel: “eu sou escuteiro, a gente acostuma-se”.

Avançamos para a aldeia de Kawewe, onde muitos dos jovens deixaram de ir à escola. Jacinto Bunga, por exemplo. Tem 16 anos e parou na 5.ª classe. Porquê? “As condições”, responde.

Demorava três horas para ir à escola e mais três para voltar e acabou por se dedicar “ao cultivo”, juntando-se à família. Em época de chuvas, a estrada transforma-se num lamaçal e torna-se intransitável, levando ao abandono escolar.

Ernesto Jamba tem dez filhos e diz que os mais novos não têm como ir até à escola. “É uma hora de marcha”, diz. Verónica Capolo tem nove filhos e também ela critica as distâncias que tornam ainda mais difícil a vida destes estudantes.

“Se fosse mais próximo podiam estudar de manhã e de tarde ir à lavra”, ajudar a mãe no cultivo do milho e feijão que servem de sustento à família. Verónica fala e, aos poucos, crianças e adultos vão vencendo a timidez e começam a apontar a lista de necessidades. “Queremos escola, queremos rede, queremos manivela (água), queremos luz, queremos saúde”, pedem.

Voltamos a encontrar Doroteia e Isabel, já de tarde, na escola da Chicala. As duas jovens de Cawewe têm 16 anos e frequentam a 6.ª e a 7.ª classe. Saíram de casa por volta das 10:00 e vão regressar de noite.

No dia seguinte, tudo se repete, serão mais 50 quilómetros para ter acesso à educação, um direito que é garantido, mas que nem todos conseguem exercer quando têm de escolher entre comer ou aprender.

O cenário poderá mudar em breve com a implementação de um projeto-piloto no âmbito da iniciativa “Unidos pela Educação” – que integra o Centro Ufolo, a Fundação Ulwazi e o Ministério da Educação – para formar professores ambulantes e levar uma “escola móvel” até às aldeias.  

O projeto está a ser gizado com as autoridades locais e pretende encontrar soluções logísticas para transportar os professores, estabelecendo parcerias com os mototaxistas locais, e garantir kits pedagóicos e meios audiovisuais, através, por exemplo, de painéis solares portáteis, explica Rafael Marques, do Centro Ufolo.

“A educação tem de ir ao encontro dos alunos”, diz o ativista e jornalista, diretor do site Maka Angola, que espera ter o projeto no terreno já no início do próximo ano letivo.

Fonte: História de Lusa

Prêmios Europa Nostra distinguem 26 projetos no Patrimônio Cultural

Os Prémios Europa Nostra, na área do Património Cultural, distinguiram este ano 26 projetos em cinco categorias, de 18 países, entre eles, uma investigação domínio da Inteligência Artificial, para melhorar o acesso ao património jornalístico europeu.

Os vencedores deste ano exemplificam o dinamismo, a diversidade e a inovação demonstrados em toda a Europa nos esforços para salvaguardar e promover o nosso património”, afirma a organização em comunicado divulgado pelo Centro Nacional de Cultura, representante português no organismo Europa Nostra.

A cerimónia de entrega dos prémios, e onde serão anunciados os vencedores do Grande Prémio e do Prémio “Escolha do Público”, realiza-se no dia 07 de outubro, no Ateneu Romeno, em Bucareste, durante a Cimeira Europeia do Património Cultural, que terá lugar de 06 a 08 de outubro na capital romena.

O Prémio “Escolha do Público” resulta de uma votação “online” – www.europanostra.org – a decorrer até 22 de setembro. Os Prémios Europa Nostra foram criados pela Comissão Europeia em 2002 e têm sido geridos pela organização Europa Nostra, atualmente presidida pela cantora lírica italiana Cecilia Bartoli.

Na categoria “Pesquisa” foi premiado o projeto de investigação “NewsEye: Um Investigador Digital para Jornais Históricos” que “melhora o acesso à imprensa europeia antiga (1850 a 1950), utilizando 15 milhões de páginas digitalizadas pelas bibliotecas nacionais da Áustria, Finlândia e França, desenvolveu ferramentas automáticas de reconhecimento de carateres, análise da estrutura dos jornais e processamento de conteúdos multilingues, com base na inteligência artificial”. Este projeto junta estes três países e ainda a Alemanha.

Na categoria “Conservação e adaptação a novos usos”, foram distinguidos seis projetos, dois deles romenos, o restauro da Igreja Saxónica em Alma Vii, considerada “um marco cultural que simboliza séculos de história e artesanato na aldeia de Alma Vii, na Transilvânia”, e o de outra igreja, a de São Miguel, em Cluj-Napoca, “uma joia da arquitetura gótica europeia”.

Nesta mesma categoria foram também distinguidos os Poços de Neve, na Serra Espuña, em Espanha, datados do século XVI, que “serviam como fábricas de gelo, armazenando a neve do inverno para a produção de gelo no verão”.

Também o edifício Royale Belge, em Bruxelas, um edifício modernista, concluído em 1970 como sede da companhia de seguros Royale Belge, e que “integra atualmente uma mistura de utilizações, incluindo instalações para conferências, escritórios, espaços de ‘co-working’, um ‘health club’ e um hotel”.

Outro projeto premiado é alemão, a Casa Schulenburg, em Gera, construída em 1914 por Henry van de Velde. “O seu projeto de restauro é um exemplo brilhante de conservação da arquitetura do século XX”, refere a organização.

Também premiado o projeto de renovação da mina histórica de Ignacy, em Rybnik, uma mina de carvão, que é “uma das mais antigas da Polónia”, fundada em 1792. O complexo mineiro foi adaptado a novas funções como centro cultural e recreativo e é um “exemplo inspirador para outras minas de carvão na Europa que estão a ser encerradas”.

Na categoria “Educação, formação e competências” foram galardoados cinco projetos entre eles o Centro Cultural Teryan, em Erevan, que desde 2002, “tem-se empenhado no estudo e na preservação da cultura arménia e de Artsakh”.

Também premiado, o coletivo grego Boulouki, pelo seu “Workshop” Itinerante sobre construção tradicional. Boulouki é um coletivo de arquitetos, engenheiros e profissionais do património dedicados à revitalização do artesanato tradicional para as necessidades da construção contemporânea. “A sua abordagem é itinerante, viajando por toda a Grécia, para realizar ‘workshops’ de formação que se inspiram e respondem às características de cada local”.

O Esquema de edifícios agrícolas tradicionais, da República da Irlanda, foi outro premiado, “o principal objetivo deste regime nacional é ajudar os agricultores a reconhecer o valor cultural dos edifícios agrícolas tradicionais”. Os participantes são apoiados na aquisição de competências que lhes permitam realizar reparações para devolver os edifícios ao uso funcional da quinta. Mais de 1.000 edifícios foram reparados desde a criação do esquema em 2008.

Premiado também o Modelo de Revitalização da Associação de Artesãos Serfenta Crafts, em Cieszyn, na Polónia, que foi criado ao longo de 15 anos, tendo como atividade principal a arte da cestaria.

A Escola de Carpintaria Branca, em Narros del Castillo, em Espanha, foi tamb+em distinguida, este “é o único centro de formação no mundo dedicado exclusivamente ao ensino da carpintaria branca”, tendo sido fundado em 2014.

A carpintaria branca é uma técnica que, desde o século XIII até ao século XVIII, que permitiu a construção das asnas de telhado e dos tetos em caixotões de madeira que estão presentes em milhares de edifícios espanhóis.

Na categoria “Envolvimento e sensibilização dos cidadãos” foram distinguidos sete projetos. O “Quilómetro Quadrado”, em Gante, na Bélgica, que premeia o trabalho de uma “historiadora residente” que nos últimos cinco anos, tem percorrido as mais diversas zonas da cidade. “Por ‘quilómetro quadrado’, convidou os habitantes locais a revelar ‘histórias escondidas'”, culminando numa exposição no Museu da Cidade e em guias do património, onde a narração é moldada pelos habitantes locais.

Outro premiado foi da Croácia, “O Silêncio que Derrubou o Monumento”, em Kamenska, onde o monumento anti-fascista, “Monumento à Vitória do Povo da Eslavónia”, criado pelo artista Vojin Bakic, entre 1958 e 1968, foi destruído em 1992, durante as guerras da década de 1990 na ex-Jugoslávia. “Este projeto ressuscitou o monumento através da tecnologia de Realidade Aumentada, uma abordagem pioneira no domínio da conservação do património”.

Distinguida também a preservação dos Salões Comunitários para Atividades da Sociedade Civil Local, na Finlândia que “é um modelo em que os subsídios estatais para reparações e renovações sustentáveis de pavilhões comunitários são atribuídos a associações locais através de uma organização não-governamental.

A Associação dos Castelos Fortificados da Alsácia foi igualmente premiada. Na região francesa da Alsácia há mais de uma centena de ruínas de castelos na vertente alsaciana da cadeia montanhosa de Vosgos. “O objetivo da associação, criada em 2013, é sublinhar a importância deste património notável através de uma série de iniciativas diferentes, como o Percurso dos Castelos Fortificados da Alsácia”.

A reabilitação da Torre Tsiskarauli pelos cidadãos, em Akhieli, na Geórgia, também foi distinguida. Ao longo de três anos, 46 cidadãos georgianos e internacionais trabalharam com peritos técnicos e artesãos tradicionais para restaurar a Torre.

Também premiado foi o Festival Internacional de Teatro Clássico para Jovens, em Siracusa, na Itália. Desde 1991, mais de 50.000 jovens estudantes de todo o mundo reuniram-se no Teatro Grego de Akrai para reinterpretar textos clássicos gregos e romanos, refere a organização, destacando que “este festival anual celebra a rica herança clássica da Europa”.

Outro premiado foi a Fundação para a Conservação do Património Histórico de Ockenburgh, dos Países Baixos. Esta fundação representa mais de 150 voluntários locais que durante dez anos trabalharam para renovar a propriedade de Ockenburgh, em Haia, fundada em 1654.

Outra categoria, que surge pela primeira vez no elenco de galardões, é “Campeões do Património”. Nesta categoria foi premiada a Sociedade dos Amigos das Antiguidades de Dubrovnik, na Croácia, uma associação da sociedade civil fundada em 1952, que “tem financiado e concluído projetos de investigação e conservação dos monumentos de Dubrovnik, incluindo as muralhas da cidade”.

“A Sociedade esteve intimamente envolvida na inclusão da Cidade Velha de Dubrovnik na Lista do Património Mundial da UNESCO em 1979”.

Outra distinção foi para a norueguesa Else “Sprossa” Rønnevig, da cidade de Lillesand. “Ao longo de cinco décadas, Else ‘Sprossa’ Rønnevig liderou o salvamento de janelas antigas, impediu a substituição de janelas históricas valiosas e estabeleceu regulamentos mais claros para a sua proteção, transformando a abordagem da Noruega à preservação cultural”.

Premiado também o arqueólogo polaco Piotr Gerber, que “dedicou a sua vida à proteção do património pós-industrial. Tanto na Polónia como no estrangeiro, e tem desempenhado um papel influente na sensibilização e compreensão do público para a importância do desenvolvimento técnico e tecnológico.

O Reino Unido não é signatário do programa Europa Criativa da União Europeia, mas “quatro dos vencedores deste ano” são britânicos. O Reino Unido é “o país com o maior número de prémios” este ano. Estes vencedores receberão os Prémios Europa Nostra e, são, as Tapeçarias Gideon, em Hardwick Hall, na categoria “Conservação e adaptação a novos usos”, estas tapeçarias “são um documento único da produção de tapeçaria flamenga e do gosto inglês no século XVI, e o maior conjunto de tapeçarias que ainda existe na Grã-Bretanha”.

Outro projeto britânico distinguido, na categoria “Conservação e adaptação a novos usos”, o edifício Shrewsbury Flaxmill Maltings, em Shrewsbury, construído em 1797 e “referido como o ‘avô dos arranha-céus'”. Foi o primeiro edifício do mundo com estrutura de ferro. “O edifício icónico foi trazido de volta à vida como um espaço de trabalho adaptável, um destino de lazer e um centro de empresas sociais”.

Também nesta categoria foi premiado o Westminster Hall, em Londres, classificado como “Grau I” dentro de um Património Mundial, este “é um dos maiores salões medievais da Europa”. Este projeto que durou 10 anos, “conservou o telhado e a alvenaria medievais, melhorou o Hall como local de eventos futuros e criou uma entrada principal para os visitantes do Palácio de Westminster”.

Na categoria “Campeões do Património”, foi distinguido o historiador de arquitetura britânico Marcus Binney, de 79 anos, que “há mais de 50 anos tem sido uma força orientadora na sensibilização do público para o património cultural da Europa”.

A organização realça “a sua influência de grande alcance e a sua liderança inspiradora que revolucionaram a proteção e a conservação do património no Reino Unido e noutros países da Europa e não só”.

Para a organização, “este facto reflete a extraordinária e vasta gama de excelência no domínio do património no Reino Unido, bem como o compromisso da Europa Nostra de reconhecer a excelência em todos os países do Conselho da Europa”.

Os vencedores foram selecionados pelo júri dos prémios, composto por 12 peritos em património de toda a Europa, após a avaliação das candidaturas pelos Comités de Seleção.

Foram apresentadas 206 candidaturas, “tanto por organizações como por pessoas a título individual”, de 38 países europeus.

Fonte: Lusa

Antes da música, o cinema é que encantou Caetano Veloso

Antes de se tornar o ídolo dos palcos, Caetano Veloso sonhava com filmes. Sua apaixonada relação com a sétima arte o levou a tentar uma carreira como crítico antes mesmo de seguir a atividade musical. Em outubro de 1960, aos dezoito anos, estreou a coluna Cinema e Público no jornal O Archote, fundado por seu ex-colega Genebaldo Correia. O título foi escolhido porque o jovem não queria apenas falar sobre as obras em si, mas também sobre a reação das plateias. A vontade de expressar suas opiniões em palavras e o gosto pela polêmica, muito provavelmente, têm origem aí.

Nascido em 1942 em Santo Amaro da Purificação, no interior da Bahia, Caetano passou a adolescência imerso nas sessões do Cine Subaé, a pequena sala da cidade. O apreço do então programador local por produções italianas, francesas e mexicanas, com menos ênfase nos clássicos de Hollywood, teve influência direta sobre o gosto do aspirante a cinéfilo. Apesar de se deixar seduzir por atrizes como Ava Gardner, Bette Davis e Elizabeth Taylor, Caetano era apaixonado pela mexicana Maria Felix, a francesa Brigitte Bardot e as italianas Sophia Loren, Gina Lollobrigida e Claudia Cardinale. Admirava Gene Kely e Fred Astaire, mas queria ser Alain Delon ou Jean-Paul Belmondo.

Cinema novo

Aquela pequena sala foi tão importante para a formação cultural de Caetano que agora batiza a obra que reúne toda a sua produção sobre o assunto: Cine Subaé – Escritos Sobre Cinema (1960-2023), organizado por Claudio Leal e Rodrigo Sombra, traz críticas e colunas de jornais, entrevistas e depoimentos sobre a produção cinematográfica mundial.

Caetano começou a levar o tema mais a sério quando se mudou para Salvador. Ali virou frequentador assíduo dos debates no Clube de Cinema da Bahia, fundado em 1950 pelo crítico Walter da Silveira. Caetano decidiu então que também escreveria profissionalmente.

Sua primeira experiência na grande imprensa veio pouco depois, quando assinou um artigo sobre Fellini no jornal Afirmação, de Salvador, a convite do crítico Orlando Senna. A recepção positiva levou Senna a indicar o pupilo como colaborador no prestigioso Diário de Notícias, editado por um jornalista que entraria para a história do cinema brasileiro: Glauber Rocha, que logo estrearia como diretor em Barravento, marco zero do Cinema Novo.

Em 1962, o diretor de teatro Álvaro Guimarães convidou Caetano para criar a trilha sonora da peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. Foi nos encontros boêmios na casa da atriz Maria Moniz, onde ele convivia com Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Maria Bethânia, que o Caetano dos filmes se tornou o Caetano das canções.

A antologia se aprofunda também em sua produção para o cinema. Traz detalhes de trilhas sonoras, como São Bernardo, de Leon Hirszman, Tieta do Agreste Orfeu, de Cacá Diegues.

O compositor criou ainda canções originais para A Dama do Lotação, de Neville D’Almeida, Índia, a filha do Sol, de Fábio Barreto, e O Bem-Amado, de Guel Arraes, entre outros. Como ator, participou de longas de Julio Bressane e interpretou a si próprio em obras dos espanhóis Carlos Saura e Pedro Almodóvar. O livro aborda ainda a única experiência de Caetano atrás das câmeras, quando dirigiu o filme-ensaio O Cinema Falado, de 1986.

Embora as citações cinematográficas estejam presentes em letras ao longo de toda a sua carreira, no álbum Tropicália 2, gravado em parceria com Gilberto Gil, Caetano confessa que o passado de cinéfilo influenciou na criação de sua persona artística: “A voz do morro rasgou a tela do cinema / E começaram a se configurar / Visões das coisas grandes e pequenas / Que nos formaram e estão a nos formar”.

O Caetano Veloso que o cinema perdeu para a música
“A preguiça mental impede um aprofundamento da cultura cinematográfica no Brasil. Cito como exemplo o fracasso popular de La Dolce Vita, de Fellini, em Salvador. O filme, como se sabe, é o máximo. Entretanto o povo se retirava da sala. E isso é fracasso!” (Crédito:Divulgação )
O Caetano Veloso que o cinema perdeu para a música
Dor e Glória, novo longa de Pedro Almodóvar, me fez chorar muitas vezes. Antonio Banderas está divino. Tudo é de grande beleza. Um filme denso e ao mesmo tempo livre da moda chiaroscuro das séries ditas excelentes, dos filmes novos e até das telenovelas” (Crédito:Divulgação )
O Caetano Veloso que o cinema perdeu para a música
“O que veio a dar no movimento tropicalista nasceu em mim quando vi Terra em Transe, de Glauber Rocha. A audácia dele era propor um cinema inventivo, relevante – e mesmo revolucionário em âmbito mundial – produzido no Brasil. O cinema é a arte da era industrial” (Crédito:Divulgação)

94ª Feira do Livro de Lisboa inicia hoje com destaque para programação e acessibilidade

A 94.ª edição da Feira do Livro de Lisboa começa hoje, no Parque Eduardo VII, naquela que será, segundo a organização, a maior de sempre, com um horário alargado e melhorias ao nível da acessibilidade.

Até 16 de junho, 350 pavilhões, com 960 marcas editoriais, representadas por 140 participantes, vão ter disponíveis para venda ao público 85 mil títulos, a que juntarão diversas iniciativas, entre sessões de autógrafos, conversas com escritores, espetáculos de música ou cinema ao ar livre.

Entre os destaques para hoje, conta-se o encontro de autores “Poesia africana”, com Conceição Lima, Ana Paula Tavares, João Melo e Ondjaki, e uma conversa em torno do livro “Oriente Próximo”, com Alexandra Lucas Coelho, Shadd Wadi e a participação especial de Dima Akram.

Fernando Aramburu, Jean-Baptiste Andrea, Jeferson Tenório, Joël Dicker, Leila Slimani e Michael Cunningham são alguns dos autores internacionais que vão passar pela feira, juntando-se a nomes da literatura nacional como Afonso Cruz, António Jorge Gonçalves, Hugo Gonçalves, Joana Bértholo, João Tordo e Lídia Jorge, entre muitos outros.

A edição da Feira do Livro de Lisboa deste ano chegou ao limite máximo da capacidade, com mais 10 pavilhões e duas novas praças, não sendo possível estendê-la mais nos próximos anos, disse à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), responsável pela organização do evento.

Uma das novidades deste ano é a forte aposta na acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada, graças a um protocolo assinado com a Access Lab (empresa que trabalha a questão da acessibilidade em Portugal, pelo direito à cultura das pessoas com deficiência) para os próximos três anos.

Já nesta edição, haverá mais casas de banho com acesso para pessoas de mobilidade condicionada e haverá também fraldários, em resposta aos pedidos das famílias.

Adicionalmente, as rampas vão estar mais bem sinalizadas e vai haver “uma formação bastante intensa por parte da Access Lab quer ao ‘staff’ da APEL, quer aos participantes, para poderem dar informação adequada às pessoas de mobilidade condicionada”, especificou o presidente da APEL, Pedro Sobral.

A parte da programação também será mais acessível, com uma agenda específica de eventos com língua gestual portuguesa, e a existência de um alfabeto de cores para daltónicos, que, entre outras coisas, ajuda as pessoas a orientarem-se nas praças, que são definidas por cores.

Outra novidade é a antecipação do horário de abertura da feira, que passa a abrir às 12:00 durante a semana, e às 10:00 ao fim de semana e feriados.

O horário de encerramento mantém-se às 22:00, com exceção dos sábados, sextas-feiras e vésperas de feriado, em que fecha às 23:00.

  • Fontes: Sapo24H e ECO

Fora nazifascismo, fora racismo!

“L’amour toujours”: como uma canção de amor se tornou numa canção de ódio da direita na Alemanha.

Uma canção sobre o amor está a tornar-se cada vez mais um modelo para slogans da extrema-direita na Alemanha. Indignação, proibições, consequências legais – o que é que está a correr mal?

O amor é uma dessas coisas, e o amor quotidiano e eterno é ainda mais. O DJ italiano Gigi d’Agostino canta lindamente sobre “l’amour toujours”. E agora a canção está na lista vermelha – ou melhor, no índice castanho.

A medida musical está a ser cumprida na Oktoberfest de Munique – os organizadores querem proibir a canção para evitar os gritos racistas dos visitantes que bebem cerveja. A canção adquiriu uma “conotação de extrema-direita”. O chefe da Oktoberfest, Clemens Baumgärtner (CSU), não mede as palavras: “Não há lugar para todo esse lixo de direita na ‘Wiesn'”.

A Oktoberfest é um evento “leve e bonito” com muitos convidados estrangeiros. De acordo com Baumgärtner, os slogans de direita já foram evitados no passado e também não devem ocorrer no futuro. “O Wiesn é apolítico”.

Slogans nazis ao som de música disco

Todo este escândalo foi desencadeado por um escândalo ocorrido na semana passada na ilha de Sylt, no Mar do Norte. Os clientes do “Pony Bar”, em Kampen, cantaram “Foreigners out” e “Germany to the Germans” ao som de um êxito de discoteca aparentemente inofensivo. Um jovem parece ter imitado a saudação hitleriana. Alguém filmou a cena, que se tornou imediatamente viral na Internet. Agora, a polícia está a investigar.

E porque, como todos sabemos, uma vez nunca é suficiente, os convidados da festa com afinidade para o álcool em Sylt seguiram o exemplo duas vezes. As mesmas vaias, e uma jovem negra foi primeiro insultada racialmente e depois esmurrada na cara.

Tristes atuações de “l’amour toujours” são também relatadas noutros eventos por toda a República Federal da Alemanha, que celebra precisamente nestes dias os 75 anos da Lei Fundamental. A polícia estatal não tem mãos a medir. 

Despedimentos e consequências jurídicas

Do Deutsche Bank à Vodafone, as empresas estão a tomar uma posição contra o racismo. Estão a anunciar consequências para os seus empregados alegadamente envolvidos. Dois empregadores já declararam ter despedido os seus empregados.

O poder judicial também anunciou consequências: Thorkild Petersen-Thrö, do Ministério Público de Flensburg, explicou: “Do nosso ponto de vista, os slogans ‘Alemanha para os alemães’ e ‘Estrangeiros fora’ são puníveis, quanto mais não seja tendo em conta a recente sentença contra Björn Höcke.” Em caso de incitamento ao ódio, é possível uma pena de prisão de pelo menos três meses e de um máximo de cinco anos.

“É tudo sobre o amor”

“A minha canção é sobre um sentimento maravilhoso, grande e intenso que liga as pessoas. É o amor”. É assim que D’Agostino descreve a intenção do seu êxito de festa de 2001, que para ele é sobre o amor pela sua mulher, pela sua família, pela música e pela dança. D’Agostino não aborda os incidentes racistas específicos na sua declaração, escreve a revista “Der Spiegel”. O artista evita assim uma condenação clara da alienação da sua canção. Afirma não ter tido conhecimento dos incidentes.

Ministro do Interior: slogans “profundamente desumanos”

No talk show da ARD “Caren Miosga”, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, também tomou posição: os slogans gritados eram “profundamente desumanos e racistas”. Temos de ter cuidado para que os valores da nossa democracia não se alterem. No entanto, não ficou verdadeiramente surpreendida com as explosões. Há anos que estudos demonstram que as “ideias de direita” estão profundamente enraizadas no centro da sociedade.

Quando as palavras se tornam atos

“O ventre ainda é fértil”, avisou Bertolt Brecht. Sobretudo quando as palavras se transformam em atos. Gritar slogans nazis pode parecer quase “inofensivo” – mas não é. Em 2019, um extremista de direita assassinou o presidente do distrito de Kassel, Walter Lübcke.

Assista a música clicando neste link.

94ª Feira do Livro de Lisboa começa dia 29 de maio

A próxima Feira do Livro de Lisboa, a 94ª, acontecerá entre 29 de maio e 16 de junho de 2024 no Parque Eduardo VII. Este evento congrega editores, livreiros e leitores, representando uma oportunidade singular para descobrir novas narrativas, conhecer autores inspiradores e festejar a diversidade da cultura literária. Restam somente 14 dias para o começo desta edição, que promete proporcionar mais jornadas de descoberta literária e encontros culturais inesquecíveis.

Os destaques da Feira do Livro de Lisboa deste ano são variados e prometem agradar a todos os amantes da literatura. Aqui estão alguns dos pontos altos:

  1. Autores em Destaque: A feira contará com a presença de autores nacionais e internacionais, oferecendo sessões de autógrafos, palestras e debates. Fique atento à programação para saber quais autores estarão presentes.
  2. Lançamentos Literários: Editoras e escritores aproveitam a feira para lançar novos livros. Você terá a oportunidade de descobrir as últimas obras e adquirir exemplares autografados.
  3. Espaços Temáticos: A feira terá áreas dedicadas a diferentes gêneros literários, como ficção, poesia, não ficção e infantojuvenil. Explore esses espaços para encontrar livros que correspondam aos seus interesses.
  4. Atividades Culturais: Além da venda de livros, haverá apresentações musicais, exposições de arte e performances culturais. Aproveite para mergulhar na atmosfera criativa.
  5. Gastronomia: A feira também oferece opções gastronômicas, como cafés e food trucks. Desfrute de uma pausa entre as compras de livros.

Lembre-se de verificar a programação completa para não perder nenhum evento especial durante a Feira do Livro. Os horários de funcionamento da Feira do Livro de Lisboa variam ao longo dos dias. Geralmente, a feira abre às 10h00 e fecha às 22h00.

No entanto, é sempre bom verificar o site oficial ou a programação específica para confirmar os horários exatos em cada dia. Aproveite a feira e mergulhe na magia dos livros! Para maiores informações acesse: https://feiradolivrodelisboa.pt/.

Coluna Palavra Livre – Folha Metropolitana Junho/2

Obras do Rio Mathias – Agora é com o Ministério Público

Sem pizza e com mais de 300 páginas chegou ao fim a CPI do Rio Mathias, a obra que afundou o centro de Joinville. Encabeça a lista de responsáveis o ex-prefeito Udo Döhler (MDB), e depois seus ex-secretários do seu governo como Miguel Bortolini e Romualdo França e Jalmei Duarte. Relatório é robusto, com documentação que deve embasar o trabalho dos Ministérios Público Estadual e Federal. Será que alguém vai devolver o prejuízo à sociedade joinvilense?

Parabéns à CPI

Meritório o trabalho desenvolvido pelos vereadores integrantes da CPI, Willian Tonezi (Patriota), Neto Petters (Novo), e os membros Claudio Aragão (MDB) e Luiz Carlos Sales (PTB), e o relator Diego Machado (PSDB), que produziu o relatório final com equilíbrio e seriedade. Afinal, é para isso que o povo elege seus representantes, para fiscalizar o Executivo.

Previdência

Bancada pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej), uma auditoria no Ipreville vai dizer quem tem razão, se o Governo Adriano Silva (Novo) e sua base na Câmara, ou os servidores que denunciam o projeto de Reforma da Previdência e o déficit alegado pelo Governo. O tempo da auditoria é curto, mas os resultados podem deixar imagens no chão.

Candidatíssimo

Carlos Moisés tem dado mostras de que pegou o gosto pela governança, e quer mais. Após sobreviver a dois processos de impedimento, o Governador desandou a correr SC. Leva recursos, entrega obras e anuncia que vai pagar acima de R$ 5 mil aos professores. E vem mais por aí. Atitudes de quem não quer ir para casa e aposentadoria de bombeiro militar.

MDB adia

Soou a voz da razão no velho Manda Brasa. Em reunião na segunda-feira (21/6), as prévias que aconteceriam em agosto, foram adiadas. Não há data para acontecerem, e talvez aconteçam somente no início de 2022. Com o partido dentro de postos chave no Governo Carlos Moisés, seria um suicídio político no momento.

Tucanos retomam voo

Após se aventurar no apoio à vice-governadora Daniela Reihner na tentativa de derrubar o governador do cargo, o ex-deputado Gelson Merisio (PSDB) procura retomar o espaço no ninho tucano rumo ao Governo de SC em 2022. Tem andado com a presidente do partido, a deputada Geovânia de Sá, em roteiros notadamente no sul do estado.

Sem voos no norte

Merisio precisa andar pelo norte do estado para afagar seus correligionários e organizar o time. Antes referência para as disputas majoritárias nos tempos de Marco Tebaldi e Paulo Bauer, hoje as coisas anda mornas na região.

Fora do circuito

Joinville está perdendo seu protagonismo estadual, antes tão presente com LHS, Tebaldi, Freitag, Pedro Ivo e outros. No tabuleiro para o Governo do Estado para o ano que vem, não se fala na cidade. A maior do Estado perdeu musculatura política, e o atual prefeito ainda não consegue ser protagonista para tanto. Enquanto isso, Jaraguá do Sul ocupa seu espaço.

OAB

A disputa na OAB/SC virou eleição comum. Tem até torcida e pedidos de votos de lideranças políticas para alguns advogados da lista. Pelo menos acabou a hipocrisia, porque sempre houve política também na busca por espaços no TJSC.

Só motociatas?

O presidente Bolsonaro virá a SC mais uma vez, para passear. Em plena campanha por reeleição, cria eventos que aglomeram e poe em risco a saúde da população com a Covid-19. E nada de novidades para obras novas, e mais dinheiro para o Estado.

Luto Perdi muitos amigos e amigas para a Covid-19. Sofri com a doença, sei como ela age e faz sofrer. Já perdemos 500 mil vidas para a doença por falta de ação correta do Governo Federal, negacionismos, erros graves. A coluna se solidariza com todos que perderam seus entes queridos. Ao chegar a sua vez, vacine-se. Sua vida vale muito.

Coluna Palavra Livre – Folha Metropolitana Junho/1

Governador descobre Joinville
Após, pela dor de dois processos de impeachment, aprender que na política é preciso fazer política, o governador Carlos Moisés (PSL) parece ter aprendido alguma coisa. Dias atrás descobriu que Joinville, a maior cidade do Estado, existe. O Bolshoi teve garantidos recursos importantes para continuar seu belo trabalho na dança e cultura, e foram garantidos recursos para o Eixo K, pedido da Acij.

Méritos
Carlos Moisés também entregou equipamentos para escolas da região e falou que somente no norte do estado está investindo um bilhão. Não deu detalhes exatos onde estão estes investimentos. Apesar do atraso, e de ainda serem tímidas as presenças do Governador na região, é preciso dar-lhe o mérito de uma boa administração. Pagou dívidas históricas, como na saúde, e saiu do casulo da Agronômica para governar. Que continue assim.

Movimentos pré-eleição 2022
A eleição do ano que vem já começou. O deputado estadual Kennedy Nunes foi para o PTB, dizem que para ser o candidato a senador ao lado do atual senador Jorginho Mello (PL) que tentará o Governo do Estado. Rodrigo Bornholdt (PSB), ex-vice Prefeito de Joinville quer voltar à cena e deve tentar vaga na Câmara Federal.

Foco na reeleição
Após a derrota na eleição a prefeito de Joinville, o jovem deputado estadual Fernando Krelling (MDB) está focado na meta de continuar na Assembleia Legislativa. Falando à coluna, Krelling disse que busca ajudar a cidade e tem falado com o Prefeito Adriano Silva (Novo).

Uma guerra desnecessária
Esta batalha entre o Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) e a Prefeitura, leia-se Prefeito Adriano Silva (Novo) é desnecessária. A base do governo na Câmara trata os servidores como inimigos, quando são eles que mantém a cidade funcionando, principalmente na saúde e educação. Os novatos vereadores Alisson Júlio e Érico Pereira (Novo), William Tonezzi (Patriota), estão deslumbrados com o poder. Tudo passa. Até mandatos.

Voltou
Nesta batalha da Reforma da Previdência o Sinsej resgatou um personagem antigo da política partidária e sindical. Carlos Castro, ex-PT, Cidadania e da Comissão de Fábrica da Cipla (lembram?), está na articulação política do embate. Castro está no PSB hoje.

Dário se movimenta
O senador Dário Berger (MDB) resolveu agilizar sua movimentação junto aos convencionais do MDB pelo estado. Apostava no adiamento da convenção de agosto próximo, mas parece que não vai vingar. Na região norte não deve ter apoio de diretórios importantes como de Joinville. O deputado Fernando Krelling deve apoiar o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli na disputa pela indicação do partido ao Governo do Estado.

Fogo em São Chico
Não é incêndio florestal nem químico não. É político mesmo! Acusado de nepotismo e de apadrinhar aliados políticos, o secretário de Governo de São Francisco do Sul é alvo de denúncias por parte de opositores do Prefeito Godofredo. Deyvid Breis e José Roberto Budal fazem as denúncias e dizem que acionaram o MP para investigar.

O que diz Tufi
Por seu lado, Tufi Michreff, afirma que a denúncia não procede, não tem embasamento, e que é atacado pela dupla desde o início do Governo. O Secretário disse que já acionou a polícia e vai tomar as providências jurídicas e legais cabíveis ao caso. “Queriam cargos e outras coisas”, disse Tufi. Essa São Chico não é fácil.

** Por Salvador Neto