Antes da música, o cinema é que encantou Caetano Veloso

Antes de se tornar o ídolo dos palcos, Caetano Veloso sonhava com filmes. Sua apaixonada relação com a sétima arte o levou a tentar uma carreira como crítico antes mesmo de seguir a atividade musical. Em outubro de 1960, aos dezoito anos, estreou a coluna Cinema e Público no jornal O Archote, fundado por seu ex-colega Genebaldo Correia. O título foi escolhido porque o jovem não queria apenas falar sobre as obras em si, mas também sobre a reação das plateias. A vontade de expressar suas opiniões em palavras e o gosto pela polêmica, muito provavelmente, têm origem aí.

Nascido em 1942 em Santo Amaro da Purificação, no interior da Bahia, Caetano passou a adolescência imerso nas sessões do Cine Subaé, a pequena sala da cidade. O apreço do então programador local por produções italianas, francesas e mexicanas, com menos ênfase nos clássicos de Hollywood, teve influência direta sobre o gosto do aspirante a cinéfilo. Apesar de se deixar seduzir por atrizes como Ava Gardner, Bette Davis e Elizabeth Taylor, Caetano era apaixonado pela mexicana Maria Felix, a francesa Brigitte Bardot e as italianas Sophia Loren, Gina Lollobrigida e Claudia Cardinale. Admirava Gene Kely e Fred Astaire, mas queria ser Alain Delon ou Jean-Paul Belmondo.

Cinema novo

Aquela pequena sala foi tão importante para a formação cultural de Caetano que agora batiza a obra que reúne toda a sua produção sobre o assunto: Cine Subaé – Escritos Sobre Cinema (1960-2023), organizado por Claudio Leal e Rodrigo Sombra, traz críticas e colunas de jornais, entrevistas e depoimentos sobre a produção cinematográfica mundial.

Caetano começou a levar o tema mais a sério quando se mudou para Salvador. Ali virou frequentador assíduo dos debates no Clube de Cinema da Bahia, fundado em 1950 pelo crítico Walter da Silveira. Caetano decidiu então que também escreveria profissionalmente.

Sua primeira experiência na grande imprensa veio pouco depois, quando assinou um artigo sobre Fellini no jornal Afirmação, de Salvador, a convite do crítico Orlando Senna. A recepção positiva levou Senna a indicar o pupilo como colaborador no prestigioso Diário de Notícias, editado por um jornalista que entraria para a história do cinema brasileiro: Glauber Rocha, que logo estrearia como diretor em Barravento, marco zero do Cinema Novo.

Em 1962, o diretor de teatro Álvaro Guimarães convidou Caetano para criar a trilha sonora da peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. Foi nos encontros boêmios na casa da atriz Maria Moniz, onde ele convivia com Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Maria Bethânia, que o Caetano dos filmes se tornou o Caetano das canções.

A antologia se aprofunda também em sua produção para o cinema. Traz detalhes de trilhas sonoras, como São Bernardo, de Leon Hirszman, Tieta do Agreste Orfeu, de Cacá Diegues.

O compositor criou ainda canções originais para A Dama do Lotação, de Neville D’Almeida, Índia, a filha do Sol, de Fábio Barreto, e O Bem-Amado, de Guel Arraes, entre outros. Como ator, participou de longas de Julio Bressane e interpretou a si próprio em obras dos espanhóis Carlos Saura e Pedro Almodóvar. O livro aborda ainda a única experiência de Caetano atrás das câmeras, quando dirigiu o filme-ensaio O Cinema Falado, de 1986.

Embora as citações cinematográficas estejam presentes em letras ao longo de toda a sua carreira, no álbum Tropicália 2, gravado em parceria com Gilberto Gil, Caetano confessa que o passado de cinéfilo influenciou na criação de sua persona artística: “A voz do morro rasgou a tela do cinema / E começaram a se configurar / Visões das coisas grandes e pequenas / Que nos formaram e estão a nos formar”.

O Caetano Veloso que o cinema perdeu para a música
“A preguiça mental impede um aprofundamento da cultura cinematográfica no Brasil. Cito como exemplo o fracasso popular de La Dolce Vita, de Fellini, em Salvador. O filme, como se sabe, é o máximo. Entretanto o povo se retirava da sala. E isso é fracasso!” (Crédito:Divulgação )
O Caetano Veloso que o cinema perdeu para a música
Dor e Glória, novo longa de Pedro Almodóvar, me fez chorar muitas vezes. Antonio Banderas está divino. Tudo é de grande beleza. Um filme denso e ao mesmo tempo livre da moda chiaroscuro das séries ditas excelentes, dos filmes novos e até das telenovelas” (Crédito:Divulgação )
O Caetano Veloso que o cinema perdeu para a música
“O que veio a dar no movimento tropicalista nasceu em mim quando vi Terra em Transe, de Glauber Rocha. A audácia dele era propor um cinema inventivo, relevante – e mesmo revolucionário em âmbito mundial – produzido no Brasil. O cinema é a arte da era industrial” (Crédito:Divulgação)

Fora nazifascismo, fora racismo!

“L’amour toujours”: como uma canção de amor se tornou numa canção de ódio da direita na Alemanha.

Uma canção sobre o amor está a tornar-se cada vez mais um modelo para slogans da extrema-direita na Alemanha. Indignação, proibições, consequências legais – o que é que está a correr mal?

O amor é uma dessas coisas, e o amor quotidiano e eterno é ainda mais. O DJ italiano Gigi d’Agostino canta lindamente sobre “l’amour toujours”. E agora a canção está na lista vermelha – ou melhor, no índice castanho.

A medida musical está a ser cumprida na Oktoberfest de Munique – os organizadores querem proibir a canção para evitar os gritos racistas dos visitantes que bebem cerveja. A canção adquiriu uma “conotação de extrema-direita”. O chefe da Oktoberfest, Clemens Baumgärtner (CSU), não mede as palavras: “Não há lugar para todo esse lixo de direita na ‘Wiesn'”.

A Oktoberfest é um evento “leve e bonito” com muitos convidados estrangeiros. De acordo com Baumgärtner, os slogans de direita já foram evitados no passado e também não devem ocorrer no futuro. “O Wiesn é apolítico”.

Slogans nazis ao som de música disco

Todo este escândalo foi desencadeado por um escândalo ocorrido na semana passada na ilha de Sylt, no Mar do Norte. Os clientes do “Pony Bar”, em Kampen, cantaram “Foreigners out” e “Germany to the Germans” ao som de um êxito de discoteca aparentemente inofensivo. Um jovem parece ter imitado a saudação hitleriana. Alguém filmou a cena, que se tornou imediatamente viral na Internet. Agora, a polícia está a investigar.

E porque, como todos sabemos, uma vez nunca é suficiente, os convidados da festa com afinidade para o álcool em Sylt seguiram o exemplo duas vezes. As mesmas vaias, e uma jovem negra foi primeiro insultada racialmente e depois esmurrada na cara.

Tristes atuações de “l’amour toujours” são também relatadas noutros eventos por toda a República Federal da Alemanha, que celebra precisamente nestes dias os 75 anos da Lei Fundamental. A polícia estatal não tem mãos a medir. 

Despedimentos e consequências jurídicas

Do Deutsche Bank à Vodafone, as empresas estão a tomar uma posição contra o racismo. Estão a anunciar consequências para os seus empregados alegadamente envolvidos. Dois empregadores já declararam ter despedido os seus empregados.

O poder judicial também anunciou consequências: Thorkild Petersen-Thrö, do Ministério Público de Flensburg, explicou: “Do nosso ponto de vista, os slogans ‘Alemanha para os alemães’ e ‘Estrangeiros fora’ são puníveis, quanto mais não seja tendo em conta a recente sentença contra Björn Höcke.” Em caso de incitamento ao ódio, é possível uma pena de prisão de pelo menos três meses e de um máximo de cinco anos.

“É tudo sobre o amor”

“A minha canção é sobre um sentimento maravilhoso, grande e intenso que liga as pessoas. É o amor”. É assim que D’Agostino descreve a intenção do seu êxito de festa de 2001, que para ele é sobre o amor pela sua mulher, pela sua família, pela música e pela dança. D’Agostino não aborda os incidentes racistas específicos na sua declaração, escreve a revista “Der Spiegel”. O artista evita assim uma condenação clara da alienação da sua canção. Afirma não ter tido conhecimento dos incidentes.

Ministro do Interior: slogans “profundamente desumanos”

No talk show da ARD “Caren Miosga”, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, também tomou posição: os slogans gritados eram “profundamente desumanos e racistas”. Temos de ter cuidado para que os valores da nossa democracia não se alterem. No entanto, não ficou verdadeiramente surpreendida com as explosões. Há anos que estudos demonstram que as “ideias de direita” estão profundamente enraizadas no centro da sociedade.

Quando as palavras se tornam atos

“O ventre ainda é fértil”, avisou Bertolt Brecht. Sobretudo quando as palavras se transformam em atos. Gritar slogans nazis pode parecer quase “inofensivo” – mas não é. Em 2019, um extremista de direita assassinou o presidente do distrito de Kassel, Walter Lübcke.

Assista a música clicando neste link.

94ª Feira do Livro de Lisboa começa dia 29 de maio

A próxima Feira do Livro de Lisboa, a 94ª, acontecerá entre 29 de maio e 16 de junho de 2024 no Parque Eduardo VII. Este evento congrega editores, livreiros e leitores, representando uma oportunidade singular para descobrir novas narrativas, conhecer autores inspiradores e festejar a diversidade da cultura literária. Restam somente 14 dias para o começo desta edição, que promete proporcionar mais jornadas de descoberta literária e encontros culturais inesquecíveis.

Os destaques da Feira do Livro de Lisboa deste ano são variados e prometem agradar a todos os amantes da literatura. Aqui estão alguns dos pontos altos:

  1. Autores em Destaque: A feira contará com a presença de autores nacionais e internacionais, oferecendo sessões de autógrafos, palestras e debates. Fique atento à programação para saber quais autores estarão presentes.
  2. Lançamentos Literários: Editoras e escritores aproveitam a feira para lançar novos livros. Você terá a oportunidade de descobrir as últimas obras e adquirir exemplares autografados.
  3. Espaços Temáticos: A feira terá áreas dedicadas a diferentes gêneros literários, como ficção, poesia, não ficção e infantojuvenil. Explore esses espaços para encontrar livros que correspondam aos seus interesses.
  4. Atividades Culturais: Além da venda de livros, haverá apresentações musicais, exposições de arte e performances culturais. Aproveite para mergulhar na atmosfera criativa.
  5. Gastronomia: A feira também oferece opções gastronômicas, como cafés e food trucks. Desfrute de uma pausa entre as compras de livros.

Lembre-se de verificar a programação completa para não perder nenhum evento especial durante a Feira do Livro. Os horários de funcionamento da Feira do Livro de Lisboa variam ao longo dos dias. Geralmente, a feira abre às 10h00 e fecha às 22h00.

No entanto, é sempre bom verificar o site oficial ou a programação específica para confirmar os horários exatos em cada dia. Aproveite a feira e mergulhe na magia dos livros! Para maiores informações acesse: https://feiradolivrodelisboa.pt/.

Gilberto Gil abre o Coala Festival em Portugal em 2024

O evento brasileiro Coala Festival vai estrear-se em Portugal, em Cascais, nos dias 1 e 2 de junho do próximo ano, com o músico Gilberto Gil como primeiro cabeça de cartaz, anunciou hoje a organização.

Coala Festival chega a Portugal em 2024 com Gilberto Gil à cabeça

“O Coala Festival nasceu em 2014 com a proposta de ser um grande palco para a nova música brasileira em um contexto no qual a maioria dos festivais tinha foco em artistas e bandas internacionais. Virámos referência no Brasil e, agora, vamos levar essa identidade para Portugal com foco não apenas na música brasileira, mas na música em língua portuguesa como um todo, unindo as pontas do triângulo África, Portugal e Brasil”, afirmou o sócio-fundador e curador do Coala Festival Gabriel Andrade, citado em comunicado divulgado hoje.

A curadoria é partilhada com o músico e escritor Kalaf Epalanga, adiantou a organização. O festival vai ter lugar no Hipódromo de Cascais e a organização remete mais detalhes para breve.

A edição deste ano do Coala Festival, no Brasil, aconteceu em setembro e contou com nomes como Jorge Ben Jor, a celebração dos 50 anos dos Novos Baianos, João Donato e Martinho da Vila, Fafá de Belém, Boogarins, Céu e Joyce Moreno, Metá Metá, entre muitos outros.

Gilberto Gil regressa assim a Portugal menos de um ano depois de ter atuado, em outubro, nos coliseus de Lisboa e Porto, no âmbito da digressão “Aquele Abraço”. Com uma carreira musical que se iniciou na década de 1950, Gilberto Gil, de 81 anos, é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2021 e foi ministro da Cultura entre 2003 e 2008.

Cultura – Alesc começa a analisar a MP de Apoio à Cultura na pandemia

Já está tramitando na Assembleia Legislativa desde a quinta-feira (20) passada a Medida Provisória (MP) 229/2020, editada na semana passada pelo Poder Executivo para conceder auxílio financeiro ao setor cultural do estado. Conforme o Regimento Interno da Alesc, os deputados têm até 15 de outubro para analisar a matéria e transformá-la em lei.

A MP foi editada pelo governo no dia 13 de agosto e publicada na última segunda-feira (17) no Diário Oficial do Estado (DOE). Ela dispõe sobre a destinação de R$ 4 milhões em caráter emergencial aos trabalhadores e às pessoas jurídicas do setor cultural catarinense, com o objetivo de mitigar os prejuízos econômicos causados pelas medidas de isolamento e distanciamento social, que inviabilizam desde março as atividades do setor.

Na justificativa da matéria, a presidente da Fundação Cultural Catarinense (FCC), Ana Lucia Coutinho, explica que 6% da população do estado dependia diretamente do setor cultural. Um levantamento do Conselho Estadual de Cultura, conforme a dirigente, apontou que, apenas de fevereiro a maio, 15 mil atividades culturais foram canceladas ou adiadas, o que resultou num prejuízo de R$ 112 milhões.

Ana Lucia lembrou que o setor cultural também é importante para movimentar outros segmentos da economia. Ela cita estudo da FGV Projetos, o qual revela que a cada um real investido em eventos culturais há um retorno de R$ 13 para a economia local, em virtude do “efeito cascata dos gastos efetuados pelos frequentadores e consumidores.”

Condições
O auxílio financeiro ao setor será pago durante o período em que perdurar o estado de calamidade pública devido à pandemia da Covid-19. Ao todo, serão destinados R$ 4 milhões para o auxílio, sendo que desse montante R$ 2 milhões vieram de doação da Assembleia Legislativa.

Poderão ser beneficiados trabalhos apresentados por artistas, profissionais e fazedores de cultura das artes visuais, artes circenses, audiovisual, cultura popular e diversidade cultural, dança, literatura, música e teatro.

Quem requisitar o auxílio deverá comprovar atuação no setor cultural entre 1 de janeiro de 2019 e 17 de agosto deste ano, data da publicação da MP. Além disso, o requerente tem que apresentar inscrição homologada em pelo menos um dos seguintes cadastros: Mapa Cultural SC, Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (Cadsol), Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura ou Sistema Estadual de Museus de Santa Catarina (SEM-SC).

A MP estabelece, ainda, que os critérios para a destinação dos recursos serão definidos em edital de chamamento público gerido e executado pela FCC. Os valores que serão pagos variam de R$ 500 a R$ 3 mil, conforme a modalidade à qual o trabalho for inscrito.

Tramitação
Na Alesc, a MP 229/2020 terá sua admissibilidade apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso ela seja admitida pela comissão e em plenário, será transformada em projeto de lei (PL) e apreciada pelas comissões de mérito, antes de ser novamente votada em plenário.

Cultura – Governo de SC edita MP que garante auxílio financeiro ao setor

O setor cultural catarinense receberá auxílio emergencial para diminuir os prejuízos econômicos decorrentes da pandemia de coronavírus. A Medida Provisória 229, que estabelece o benefício, foi editada pelo governador Carlos Moisés e publicada nesta segunda-feira, 17, no Diário Oficial do Estado (DOE).

“O Governo do Estado está sensibilizado com o momento crítico que a categoria enfrenta e acredita que essa medida ajudará a mitigar os efeitos econômicos negativos do setor”, declarou o governador.

Os recursos que vão garantir os repasses são de transferências orçamentárias fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda e da Casa Civil à Fundação Catarinense de Cultura (FCC). No total, serão destinados R$ 4 milhões para pagamento dos benefícios, dos quais R$ 2 milhões são de devolução do Duodécimo pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

“Fizemos um esforço conjunto para conseguir alcançar esses valores ao setor cultural, e acreditamos que será de extrema importância para muitos trabalhadores e empresas no Estado”, reforçou o chefe da Casa Civil em exercício, Juliano Chiodelli.

A Medida Provisória estabelece que os valores serão destinados para remuneração de trabalhos realizados por profissionais e pessoas jurídicas residentes em Santa Catarina, com comprovada atuação no setor cultural entre 1º de janeiro de 2019 e a data de publicação desta MP.

Os critérios para escolha dos trabalhos e dos candidatos serão definidos em edital de chamamento público, que será executado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

“Esta Medida Provisória é importante para dar garantia jurídicas ao auxílio emergencial, viabilizado pelo Governo do Estado e pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), que vai contribuir com os trabalhadores e fazedores da cultura, tão abalados pelo pandemia da Covid-19. Na elaboração da MP, a FCC contou com a parceria da Casa Civil e dos órgãos controladores do Estado”, declarou a presidente da FCC, Ana Lúcia Coutinho.

Para participar do edital é preciso que o profissional ou empresa comprove apresentação de inscrição homologada em pelo menos um dos cadastros: no Mapa Cultural SC, no Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos (Cadsol), no Cadastro de Pontos e Pontões de Cultura ou no Sistema Estadual de Museus de Santa Catarina. O pagamento dos trabalhos vai variar entre R$ 500 e R$ 3 mil, dependendo da modalidade.

Prêmio Elisabete Anderle – FCC abre inscrições

A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) abriu as inscrições para o Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2020. Nesta edição, o valor total é de R$ 5,6 milhões e serão contemplados 215 projetos culturais para proponentes de todas as regiões de Santa Catarina. Mais uma vez a premiação está dividida em três editais: Patrimônio e Paisagem Cultural, Artes Populares e Artes.

As inscrições são gratuitas e totalmente digitais, sem necessidade de impressão em papel ou custos com correios. A plataforma para inscrições é intuitiva e de fácil navegação. Os projetos poderão ser enviados até 23h59 do dia 16 de agosto de 2020.

:: Clique aqui para acessar a plataforma de inscrições

Os prêmios serão divididos entre as seis mesorregiões de Santa Catarina, assim, projetos de todas as regiões terão as mesmas oportunidades de ser contemplados.

Conheça as categorias

Patrimônio e Paisagem Cultural, com 61 prêmios nas seguintes categorias:

– Patrimônio Material

– Patrimônio Imaterial

– Museus

– Bibliotecas Públicas

Artes Populares, com 64 prêmios, nas seguintes categorias:

– Artes Circenses

– Culturas Populares e Diversidades

– Culturas Negras e Afro-Brasileiras

– Culturas dos Povos Indígenas

Artes, com 90 prêmios, nas seguintes categorias:

– Artes Visuais

– Dança

– Música

– Teatro

– Letras: Livro, Leitura e Literatura

Para tirar dúvidas

As dúvidas sobre o Prêmio Elisabete Anderle 2020 serão respondidas somente pelo Portal de Compras do Governo do Estado de Santa Catarina ou durante as apresentações virtuais do edital que serão realizadas ao longo do mês de julho. Serão disponibilizados ainda tutoriais com detalhamento do processo de inscrição e sobre o envio de dúvidas.

É importante ressaltar que para participar do Prêmio Elisabete Anderle 2020 é necessário fazer inscrição no Mapa Cultural de Santa Catarina, disponível no link http://mapacultural.sc.gov.br.

Apoio aos artistas – Auxílio Emergencial a artistas vira lei

Foi publicada na edição desta terça-feira (30) do Diário Oficial da União a nova lei que estabelece auxílio emergencial para artistas. O texto, chamado pelos parlamentares de Lei Aldir Blanc, em homenagem ao artista falecido em decorrência da covid-19, prevê a destinação de R$ 3 bilhões para o setor cultural. O dinheiro deverá ser repassado pela União, em parcela única, para estados e municípios. Veja a íntegra da Lei 14.017/2020.

O objetivo da iniciativa, apresentada pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), é ajudar profissionais da área e espaços que organizam manifestações artísticas que foram obrigados a suspender suas atividades por causa da pandemia. O texto prevê o pagamento de três parcelas de R$ 600 para os artistas informais. Estima-se que o setor emprega, em todo o país, mais de 5 milhões de pessoas.

Os artistas poderão usar o dinheiro “como subsídio mensal para manutenção de espaços artísticos e culturais, microempresas e pequenas empresas culturais, cooperativas, instituições organizações culturais comunitárias”.

A lei também permite o uso do recurso em editais, chamadas públicas; prêmios; compra de bens e serviços vinculados ao setor cultural; instrumentos destinados à manutenção de agentes, de espaços, de iniciativas, de cursos, de produções, de desenvolvimento de atividades de economia criativa e de economia solidária, de produções audiovisuais, de manifestações culturais, bem como para a realização de atividades artísticas e culturais que possam ser transmitidas pela internet ou disponibilizadas por meio de redes sociais e outras plataformas digitais.

Palavra Poesia – Vidas Negras Importam

O Palavra Livre é também arte e cultura em todas as suas formas, especialmente a literatura a qual o editor é um aficcionado e produtor de textos. Tempos terríveis e uma imensa tristeza e tragédia com a morte de negros unicamente por serem negros… trouxe a tona a veia poética de um jovem autor que já tem uma poesia publicada aqui neste espaço. Edmundo Steffen nos brinda com outra construção simbólica da dor que sentimos como humanos de fato, carne, osso, pele, sangue…

Sensibilizar a si mesmo é uma tarefa que exige um mergulho profundo no sentimento que nos faz o que somos, gente. Aproveitem a viagem com o autor:

“Vidas Negras Importam”- Autor: Edmundo Alberto Steffen

Vidas Negras Importam
Mas não só essa semana
É um grito que corre nas ruas
Mas das periferias emana

Eles estão cansados de morrer
Porque a pele transforma em alvo
E como diria Leandro Karnal
Eu branco, já nasci salvo!

Não morro pela minha cor
Não levo 80 tiros de aviso
Um Estado que se preocupa em matar
Porque periferia viva, dá mais prejuízo

Toda vida importa? Concordo
Mas nunca vi branco morrer pela cor
A luta antirracista é de todos nós
Por isso vou parar para compor

A cada 23 minutos morre um jovem negro
O que você pensaria se fosse da sua família?
O Estado age sem piedade
E mais corpos empilha

Jenifer, Kauã, Ágatha e João Pedro
Esses foram os que ganharam visibilidade
Mais quantos ainda vão morrer?
Sem nem ao menos oportunidade

Quantos cientistas, artistas e pensadores
Dos quais não poderão existir
Quantas famílias cheia de dores
Que orgulho não poderão sentir

Vidas são cerceadas
Na Necropolítica do Estado
Que decide quem vive e quem morre
Mas é sempre do mesmo lado

Nas favelas, entram nas casas sem mandado
Nos condomínios, pedem licença
Até quando são mandados

Mais uma vida que foi tirada
Em prol da segurança do Brasil
Mortes banalizadas
Confundiram guarda-chuva com fuzil

Você que acha vitimismo todo esse discurso
Procure se informar e sair da bolha
Pois nascer sem informação, tudo bem
Mas continuar sem, é uma escolha!

  • Edmundo Alberto Steffen nasceu em Joinville-SC, no dia 13 de outubro de 1997, cursou Ensino Fundamental na rede municipal de ensino da mesma cidade, Ensino Médio no Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari e atualmente é estudante de Filosofia da PUCPR em Curitiba. Autor do livro “Poesias aos Ventos”, escreve poesias, textos e análises sobre cinema e literatura em seu Instagram “ @edmundo.steffen “ .

Fundação Cultural de Joinville (SC) seleciona músicos para a Orquestra Municipal

PalavraLivre-musicos-selecao-orquestra-joinvilleA Fundação Cultural de Joinville (FCJ) abriu o processo de seleção de 38 músicos bolsistas que irão compor a Orquestra Cidade de Joinville (OCJ).

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o próximo dia 8 de julho, das 8 às 14 h, no setor de Licitação da FCJ – Avenida José Vieira, 315, América. O edital com maiores informações, documentação necessária e anexos está disponível no site da Fundação Cultural.

Destes 38 músicos bolsistas que serão selecionados, um atuará como spalla (corresponsável com o maestro pela condução da orquestra ), 12 como chefes de naipe (músicos líderes e responsáveis por naipes/seções ) e 25 como músicos instrumentistas e/ou instrumentistas oficineiros. O resultado da seleção deve ser divulgado no dia 26 de julho, no site da Fundação Cultural de Joinville.

Sobre a Orquestra Cidade de Joinville
A Orquestra Cidade de Joinville iniciou suas atividades em 2014 e é a única orquestra púbica do Estado de Santa Catarina. Tem por objetivo desenvolver intensa atividade musical em prol do crescimento cultural de Joinville e região, além de ajudar a formar músicos profissionais de alta qualidade.

Atualmente, a Orquestra é dirigida pelo maestro Martinho Lutero Klemann. Desde a sua criação, o grupo, que tem repertório que transita entre o erudito e o popular, realizou concertos gratuitos como o de Natal, o da Homenagem aos Imigrantes de Joinville e o do Dia Mundial do Rock, além dos concertos de sua temporada oficial e dos concertos itinerantes nos bairros da cidade.

Com informações da FCJ