SC terá a segunda edição da Feira Virtual do Mel

A partir de 1º até 30 de junho vai acontecer a 2ª Feira Virtual do Mel de Santa Catarina. Mais uma vez, por conta da pandemia e em respeito a tantas perdas, os apicultores e meliponicultores do estado optaram pelo formato virtual da feira, que até 2019 aconteceu nas ruas do Centro de Florianópolis. O formato virtual permitiu ampliar as vendas para todas as cidades de Santa Catarina e demais estados brasileiros, mostrando a qualidade do nosso mel para todo o país.

Aproximadamente 20 produtores estarão com seus produtos à venda pelo site www.faasc.com.br/feiradomel, que estará no ar dia 1º de junho. São produtores de diversas regiões de Santa Catarina oferecendo mel e derivados.

Produtos que serão comercializados:
Balas
Bolachas de mel
Bolo de mel
Cera de abelha
Extrato de própolis
Favo de mel
Mel com certificação orgânica
Mel composto
Mel de diversas floradas
Mel de melato com certificação orgânica
Mel de melato de bracatinga
Pão de Mel
Pólen
Própolis
Vinagre de mel

A Feira é uma realização da FAASC (Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina), Epagri e Sebrae/SC. De acordo com o presidente da FAASC, Ivanir Cella o objetivo é aproximar o produtor do consumidor, divulgar o potencial, a qualidade e a diversificação do produto catarinense. “Com o site estamos estabelecendo novos mecanismos de comercialização do nosso mel, buscando o desenvolvimento territorial e agregando valor aos produtos. Assim também podemos expandir a feira do mel de Santa Catarina para consumidores de todo Brasil, que vai ter acesso aos melhores méis, todos com certificação”, diz Cella.

A plataforma não é um e-commerce, ela é para aproximar o consumidor do produtor. Através dela o comprador pode escolher um fornecedor para a sua cidade e entrar em contato diretamente com ele. A venda do mel será tabelada como todos os anos, porém os demais produtos são negociados junto ao produtor, assim como o frete.

A 1ª Feira Virtual do Mel de SC, realizada no ano passado, foi um sucesso, de acordo com o chefe da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri, Rodrigo Durieux da Cunha. “Foi um sucesso pela grande repercussão que teve o mel catarinense, que ganhou alcance nacional oportunizando a divulgação e muitos contatos comerciais aos feirantes. Durante um mês, a feira alcançou 13 mil pessoas e elevou as vendas dos expositores em 10%”, comemora Rodrigo. Devido a esse sucesso, organizadores e feirantes decidiram por manter a feira no formato virtual, mesmo quando ela já puder acontecer no formato presencial.

Preços tabelados:

Mel silvestre, de eucalipto e uva Japão
Pote de 1 kg: 30,00

Mel com certificação de orgânico
Pote de 1 kg: 35,00

  • com informações da Ascom do Evento

Governo Bolsonaro: Mais de R$ 1,8 bilhão em compras, “carrinho” do governo tem de sagu a chicletes

Na polêmica disputa “com ou sem uva-passa“, o Executivo federal, ao que parece, tem um lado bem definido. Em 2020, os órgãos sob comando do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gastaram pouco mais de R$ 5 milhões na compra da fruta desidratada. O gasto (e o gosto) com o produto, questionável para alguns, não é nem 1% do valor total pago na compra de supermercado do governo.

Levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base do Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia, mostra que, no último ano, todos os órgãos do executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019. Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram mais de R$ 1 milhão pagos.

Além do tradicional arroz, feijão, carne, batata frita e salada, no “carrinho” estiveram incluídos biscoitos, sorvete, massa de pastel, leite condensado – que associado ao pão forma uma das comidas favoritas do presidente – , geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, sagu e até chiclete.

Os valores chamam a atenção. Só em goma de mascar, foram R$ 2.203.681, 89 aos cofres públicos. Sem contar a compra de molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta que, juntos, somam mais de R$ 14 milhões do montante pago. Pizza e refrigerante também fizeram parte do cardápio do ano. Débito de R$ 32,7 milhões dos cofres da União.

Os frutos do mar não ficaram de fora das refeições (R$ 6,1 milhões) e muito menos peixes – in natura e conserva – (R$ 35,5 milhões), bacon defumado (R$ 7,1 milhões) e embutidos (R$ 45,2 milhões). Para as sobremesas, muito açúcar: sorvete, picolé, fruta em calda, doce em tablete, cristalizado, para cobertura, granulado ou confeitado. Ao gosto do cliente, por R$ 123,2 milhões.

Maiores pagantes

Para alguns órgãos, a conta custou mais e o cardápio foi bem mais variado. A maior parte das compras e o montante mais alto é ligado ao Ministério da Defesa. Foram mais de R$ ‭632 milhões com alimentação. A compra de vinhos, por exemplo, que somou R$ 2.512.073, 59, foi quase toda bancada por eles.

O Ministério da Educação fica como o segundo maior pagante do governo – pelo menos R$ 60 milhões. O Ministério da Justiça gastou bem menos, mas é o terceiro lugar entre os órgãos, com despesas que superam R$ 2 milhões. A maior parte foi para a Fundação Nacional do Índio (Funai), que, entre os itens comprados teve milho de pipoca, leite condensado e até sagu. Procuradas, as pastas não responderam até o fechamento da reportagem.

Segundo o Ministério da Economia, a maior parte desse tipo de despesa está no Ministério da Defesa “porque se refere à alimentação das tropas das forças armadas em serviço”, disse a pasta, em nota. “Toda despesa efetuada pela Administração Pública Federal está dentro do orçamento”, continuou.

O professor Francisco Antônio Coelho Junior, do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em gestão pública, ressaltou, no entanto, que é preciso entender e questionar o real interesse do executivo na compra desses alimentos. “Um dos princípios da administração pública é a questão da eficiência, e um dos critérios de eficiência é a economicidade. Considerando o real interesse, é necessário pensar essencialmente que estamos em um ano de pandemia. É preciso entender quais os reais interesses, ressaltando que a moralidade e legalidade são também princípios essenciais da administração”, disse.

Outro lado

De acordo com nota das Forças Armadas, o órgão tem a responsabilidade de promover a saúde do seu efetivo – composto de 370 mil pessoas – por meio de uma dieta balanceada diária. O texto argumenta ainda que, de acordo com o Estatuto dos Militares, Lei nº 6.880/80, a alimentação é direito assegurado ao militar, assim como as refeições fornecidas aos funcionários em atividade.

“Pelos motivos citados acima, é compreensível que parcela considerável de despesas com gêneros alimentícios da União se dê no âmbito deste Ministério. A administração militar deve esforçar-se para assegurar a excelência da alimentação militar, quer nas Organizações Militares de Terra, quer nos navios, em tempo de paz e de guerra”, diz a nota

Ainda segundo o texto, durante 2020, ao contrário de muitas organizações, o Ministério da Defesa (MD) e as Forças Armadas mantiveram em andamento suas atividades.

“Uma vez que a defesa do país e a segurança das fronteiras marítima, terrestre e aérea, bem como o treinamento e o preparo, são obviamente essenciais e não podem ser interrompidas. Na realidade, a atual pandemia intensificou ainda mais as ações envolvendo o MD e as Forças Armadas. A Operação Covid-19, de combate à pandemia, envolveu diariamente mais de 34 mil militares, operando em todo o território nacional. A Operação Verde Brasil 2, de combate aos crimes ambientais na Amazônia, por outro lado, envolveu grande esforço de coordenação, de segurança e de logística, para apoio às agências ambientais, em uma área que representa metade do território nacional. Tudo isso envolveu enorme esforço deste Ministério e das Forças Armadas”, diz a nota.

Com disponibilidade permanente e dedicação exclusiva, os militares realizam atividades inerentes à profissão militar e que possuem exigências físicas específicas em diferentes áreas de atuação e nas mais diferentes regiões do território nacional. Assim, cumprem ações que requerem, em grande parte, atividades físicas ou jornadas de até 24 horas em escalas de serviço, demandando energia e propriedades nutricionais que devem ser atendidas para a manutenção da eficiência operacional e administrativa com a disponibilização de uma dieta adequada.

O Ministério da Defesa fornece diariamente alimentação para militares e servidores civis que permaneceram com atividades essenciais ao cumprimento de sua missão institucional, mesmo durante a pandemia, por meio de suas Unidades Gestoras. A aquisição de alimentos variados e conforme a disponibilidade de mercado, leva em consideração, naturalmente, que o fornecimento de uma dieta inadequada tem potencial de deixar de conduzir o homem a um estado nutricional saudável para a realização de suas atividades laborais.

O MD informa ainda que para fins de esclarecimento, existem processos de licitação em fase inicial de compra tipo Registro de Preços, que se trata de um edital para pregão, sem, contudo, haver sido consumada a compra dos itens discriminados. Nesta modalidade, a administração pública não está obrigada a firmar as contratações dos itens listados no pregão e o licitante fica obrigado a fornecer o material registrado durante o período de doze meses. Portanto, as quantidades elencadas não representam necessariamente a eventual aquisição e são estimativas para o período de um ano. Além disso, os preços constantes do chamamento público são valores de referência compatíveis com o mercado.

  • com informações do Metrópoles

Comcap – Câmara aprova projeto que altera direitos e administração da autarquia

A Câmara de Vereadores de Florianópolis aprovou às 17h25 nesta terça-feira (26) a proposta “Direitos iguais”, que faz parte da reforma administrativa apresentada pela prefeitura. Foram 13 votos a favor do projeto e nove contra, além de um impedido de votar.

A proposta aprovada gerou um impasse entre o executivo e os trabalhadores da Autarquia de Melhoramentos da Capital (Comcap). Os funcionários estão em greve desde quarta (20).

Apesar de a sessão extraordinária ocorrer por meio virtual, funcionários da empresa foram para a frente da Câmara de Vereadores, que fica no Centro da Capital. A segurança foi reforçada com mais de 20 policiais militares em frente ao local.

Começa a votação do 'pacotão' de projetos na Câmara de Florianópolis — Foto: Câmara de Vereadores de Florianópolis/Reprodução

Começa a votação do ‘pacotão’ de projetos na Câmara de Florianópolis — Foto: Câmara de Vereadores de Florianópolis/Reprodução

Foi aprovado o PL 1.838/2021, que “estabelece direitos iguais a todos os servidores e empregados da administração pública municipal” e altera leis complementares e outras leis anteriores.

Os vereadores discutiram os pareceres de parlamentares e o projeto de lei que altera e diminui uma série de valores recebidos por servidores da autarquia.

Por volta do 12h15 os parlamentares começaram a votar alterações propostas por outros vereadores no texto do PL 1.838/2021.

A sessão foi suspensa pelo presidente da Câmara de Vereadores às 13h39 e recomeçou às 14h35 com a avaliação dos parlamentares sobre as demais emendas apresentadas pelos seus pares.

Funcionários da Comcap acompanham votação do lado de fora da Câmara de Vereadores de Florianópolis — Foto: Sintrasem/Reprodução

Funcionários da Comcap acompanham votação do lado de fora da Câmara de Vereadores de Florianópolis — Foto: Sintrasem/Reprodução

Como os trabalhadores da Comcap são contra o projeto de reforma administrativa, eles estão em greve e a cidade está sem os serviços da empresa desde 18 de janeiro. Uma empresa privada foi contratada pela prefeitura e tenta atender os roteiros de coleta do lixo comum nas ruas da capital, mas há locais sem coleta.

A categoria fez uma paralisação de 48 horas e deflagrou greve na quarta-feira (20). O sindicato diz que volta ao trabalho caso o projeto seja retirado da Câmara.

“Projeto direto para a Câmara, é para extinguir a Comcap, para exterminar com esta empresa, que sempre prestou um serviço de qualidade na cidade, e retirar até 50% dos salários dos funcionários da Comcap”, afirmou Valcioni Fernandes, que é diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintrasem) e gari da Comcap.

Nesta segunda (25), a Justiça autorizou o bloqueio imediato de R$ 600 mil das contas do sindicato. Na decisão, foi autorizado também um desconto no salário dos trabalhadores paralisados. O Sintrasem ainda não se manifestou sobre a determinação.

Na Câmara, nesta segunda, foram votados os pareceres da comissão especial que analisa esse projeto. Desde 18 de janeiro, houve protestos dos trabalhadores, que chegaram a bloquear uma das faixas da Ponte Pedro Ivo. Também houve denúncias de ataques contra o presidente do sindicato e contra vereadores.

PL 1.838/2021

A prefeitura quer dividir os serviços da autarquia, além de cortar valores recebidos por servidores através de acordos coletivos assinados nos últimos anos. O projeto da minirreforma de Gean Loureiro (DEM) se chama “Direitos Iguais” e abriria uma brecha para a terceirização dos serviços.

Durante a semana passada, vereadores fizeram reuniões com representantes do Sintrasem para discutir a proposta.

Se tramitar como no texto original, os servidores passarão a ganhar hora extra de 50% nos dias normais e de 100% nos domingos e feriados. Atualmente, eles recebem 100% e 150%, respectivamente.

Em relação às férias, eles deixariam de ganhar uma gratificação que vai de 10% a 40%, de acordo com o tempo de trabalho na Comcap.

Os colaboradores também recebem atualmente uma gratificação de 4% a cada dois anos. No projeto de reforma, são 3% a cada três anos.

O projeto passa a área de limpeza pública da Comcap para a Secretaria de Infraestrutura e a coleta de lixo seria transferida para a futura Secretaria do Meio Ambiente.

“Nós estamos falando de direitos e benefícios que, historicamente, há muito tempo atrás, em outro cenário, em outro momento, através de negociações de greve eles adquiriram e não faz mais justificativa, não tem mais sentido nesse novo cenário de pandemia, de retomada econômica”, afirmou o secretário municipal da Casa Civil, Everson Mendes.

  • com informações do G1 e Agências

Comcap x Gean – Sintrasem se posiciona e greve continua

A guerra aberta entre o prefeito Gean Loureiro (DEM) e os trabalhadores da Comcap e o Sintrasem – Sindicato dos Trabalhadores – parece que vai longe, mesmo com determinações da Justiça em exigir a volta ao trabalho mediante multa diária de R$ 200 mil. O Sindicato sabe que a batalha é dura, Gean tem maioria na Câmara de Vereadores, e o projeto que busca na verdade privatizar serviços da autarquia pode passar facilmente. A pressão contra os vereadores governistas está grande, mas com o distanciamento social e votações remotas, o Governo está com vantagem neste momento.

O Sintrasem colocou este texto em seu site, aonde denuncia a empresa a qual o Prefeito recorre nos últimos tempos quando há greves:

Diante da irredutibilidade do governo Gean em dialogar com a cidade e retirar a mensagem 05 da Câmara de Vereadores, inclusive ameaçando a categoria com a entrada de empresas privadas no município, os trabalhadores aprovaram nesta quarta-feira a deflagração de greve por tempo indeterminado e uma agenda de luta que una Comcap, PMF e população na defesa do serviço público!

Gean precisa entender que, quando quer entregar a Comcap para seus amigos empresários, não está mexendo somente com a limpeza da cidade. Ele está atacando milhares de famílias, arrancando sustento dos trabalhadores e sucateando o acesso da população ao serviço.

Não aceitaremos! Todos unidos contra o projeto privatista de Gean Loureiro! Firmes na luta!

GERENTES E DIRETORES ENTREGARAM CARGOS

Na terça-feira (19), pelo menos 47 gerentes e diretores da Comcap entregam seus cargos em repúdio ao projeto de Gean Loureiro que destrói a autarquia.

Entre os que renunciaram está a diretora de operações Renilda Teixeira Oliveira, a Nilda, que ocupava o “terceiro lugar” na hierarquia da direção da Comcap e era a principal responsável pelo comando das equipes de limpeza, coleta, varrição e outros serviços.

EMPRESA CONTRATA POR GEAN ACUMULA DENÚNCIAS

Saiu também no Diário Oficial de terça-feira a empresa privada contratada por Gean Loureiro para fazer a coleta de Florianópolis.

É a Amazon Fort Soluções Ambientais, uma empresa do grupo Amazon Fort, de Porto Velho (Rondônia), com uma longa lista de denúncias perigosas à saúde da população e prejudiciais aos cofres públicos.

Algumas destas denúncias podem parecer um pouco absurdas e, para que Gean não possa dizer que é “fake News”, disponibilizamos também o link de cada uma delas. Todas as fontes são oficiais – como a polícia – ou portais com credibilidade.

Algumas das acusações são:

• : em outubro de 2020, a Secretaria de Saúde de Rondônia puniu a Amazon Fort após a empresa ser flagrada adulterando a pesagem de lixo hospitalar no Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron). Em resumo, a empresa estava pesando água para aumentar a quantidade de lixo coletado. Até sacos cheios somente com água foram encontrados.

• em junho de 2019, em Porto Velho, uma empresa do grupo Amazon Fort que coleta lixo hospitalar foi flagrada jogando os detritos no lixão. A prefeitura de Porto Velho aplicou uma multa, mas na hora descobriu que a empresa tinha apenas R$ 40 mil em capital – valor que não bancaria um único caminhão de lixo.

•em julho de 2020, a Amazon Fort foi contratada para descontaminar uma antiga termelétrica com vazamento de combustível em Rondônia. O material deveria ser levado pra capital e tratado, mas foi despejado em rios, cabeceiras de pontes e até em um terreno em que seria construído um hospital, contaminando a região com materiais altamente tóxicos.

•em junho de 2019, o estado de Rondônia abriu uma licitação para coleta de lixo hospitalar que obteve dois ganhadores, cada um com uma proposta de R$ 6 milhões ao ano. O governo não chamou nenhuma das duas – mas meses depois contratou pelo dobro do preço a Amazon Fort, que havia perdido em todos os itens da licitação

Não é difícil enxergar o que podemos ter pela frente caso o projeto de destruição da Comcap avance: fraudes, superfaturamento, desprezo pelo meio ambiente e erros graves de operação.

A limpeza da cidade não é um balcão de negócios. A Comcap não pesa água para lucrar mais, não despeja combustível no rio para economizar no tratamento e não ganha contratos suspeitos pelo dobro do preço.

Comcap x Prefeitura – Prefeitura quer funcionários trabalhando o que diz o contrato

A Prefeitura de Florianópolis segue em guerra aberta contra os trabalhadores da Comcap, companhia que cuida da coleta de lixo e limpeza urbana na Capital. Os serviços estão paralisados por decisão de assembleia geral dos trabalhadores, que não concordam com o projeto de lei enviado à Câmara de Vereadores que visa equiparar os direitos da autarquia aos demais servidores municipais, cortando direitos previstos em acordos coletivos.

Segundo a Prefeitura, atualmente é normal que funcionários da coleta de resíduos da Comcap, em Florianópolis, trabalhem com uma carga horária menor do que a contratada pelo município. Isso porque acordos coletivos do passado permitem que, ao finalizar os roteiros de coleta, os trabalhadores possam ir para casa. Dessa forma, há motoristas, por exemplo, recebendo um salário de R$ 11 mil para 06 horas, que acabam trabalhando em uma média de 3 a 4 horas por dia.

Apesar de não ser ilegal, por conta de acordo coletivo, o modelo acaba trazendo prejuízos para o município e para o próprio trabalhador, já que o serviço é feito de maneira mais rápida, provocando mais acidentes de trabalho e prejuízos em equipamentos da Comcap. Só de molas para amortecedores de caminhões, a Comcap gastou em 2020 o montante de R$ 487.164,26, mesmo com uma das maiores renovações de frota da história da autarquia.

A Prefeitura acredita que boa parte dessa manutenção se deve ao método apressado em coletar os resíduos, já que os trabalhadores podem ser dispensados após o cumprimento do roteiro. Com o projeto de lei que revê uma série de super-benefícios, o executivo também quer mudar esse modelo e obrigar que o trabalhador façam as horas determinadas em seu contrato de trabalho.

Ou seja, se é pago para trabalhar 6 horas, terá que cumpri-las na plenitude. Além disso, quando convoca um trabalhador para fazer hora-extra, a prefeitura obrigatoriamente tem que pagar, no mínimo, por 6 horas-extras, mesmo que o trabalhador faça apenas uma hora. Essa briga ainda vai render muitos transtornos à população da Capital.

EUA: Joe Biden toma posse com decisões de Trump que podem complicar sua gestão

Nos Estados Unidos, chama-se de “pato manco” (do inglês “lame duck”) o presidente que está deixando o cargo durante o período de quase dois meses que vai da eleição de seu sucessor até sua posse efetiva.

O adjetivo “manco” refere-se à suposta pouca capacidade do presidente de saída de se “movimentar” politicamente nesse período. Mas, como em tantas outras ocasiões, o governo de Donald Trump rompeu com o protocolo.

Nas últimas semanas no poder, sua administração tomou decisões importantes sobre política externa que podem complicar os planos de Joe Biden, que toma posse como 46º presidente dos EUA nesta quarta-feira, 20 de janeiro.

1. Cuba

Em 11 de janeiro, pouco mais de uma semana para a transferência do poder, o governo Trump fez um anúncio com repercussões importantes para a América Latina: colocou Cuba de volta na lista dos países que patrocinam o terrorismo.

“Com esta medida, mais uma vez responsabilizamos o governo de Cuba e enviamos uma mensagem clara: o regime de Castro deve acabar com seu apoio ao terrorismo internacional e à subversão da Justiça dos EUA”, disse o secretário de Estado, Mike Pompeo, em pronunciamento.

Para defender essa decisão, Pompeo apontou a recusa de Cuba em extraditar membros do Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN) depois de um ataque a bomba em janeiro de 2019 em uma academia de polícia de Bogotá, no qual 22 pessoas morreram.

Além disso, falou sobre a aliança de Cuba com a Venezuela, onde os EUA promovem uma mudança de governo.

Em 2015, o ex-presidente Barack Obama havia retirado Cuba da mesma lista, da qual estava desde 1982, dando um passo fundamental na reaproximação entre os dois países que um ano depois resultaria na retomada das relações diplomáticas, ainda que com Trump, a postura dos EUA foi endurecida novamente.

Biden expressou sua vontade de melhorar as relações com a ilha, restabelecendo algum nível do compromisso iniciado com Obama — que inclui permitir que cubano-americanos visitem suas famílias e enviem dinheiro — mas essa medida pode ser retardada pelas mais recentes.

Para reverter a inclusão de Cuba na lista, por exemplo, o Departamento de Estado deve fazer uma revisão formal que pode levar meses , alertam analistas.

“Mudar essa designação leva tempo”, disse John Kavulich, presidente do Conselho Econômico e Comercial dos EUA-Cuba, à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, depois que a última ação foi conhecida.

Kavulich também assinalou que para o governo Biden a conexão que Trump fez entre Cuba e Venezuela pode ser um problema.

Maduro e Díaz Canel
Legenda da foto,Nicolás Maduro e Miguel Díaz Canel são dois bons aliados

“O governo Trump conseguiu conectar Cuba com a Venezuela e o próximo governo Biden também o fez. Pode até haver pressão de congressistas para adicionar a Venezuela à lista em vez de remover Cuba”, disse ele.

2. China

Várias decisões sobre a China tomadas pelo governo de Trump que está deixando o cargo mais uma vez prejudicaram o relacionamento entre as duas potências.

A primeira delas ocorreu em 9 de janeiro, quando Pompeo anunciou o levantamento das restrições aos contatos entre diplomatas americanos e taiwaneses, rompendo com uma política mantida por décadas pela Casa Branca.

A China considera Taiwan como uma parte indiscutível de seu território e rotineiramente descreve o que considera uma “ilha desonesta” como a questão mais sensível em seus laços com os EUA.

Apesar de os EUA, como a maioria dos países do mundo, não manterem relações formais com Taiwan, o governo Trump tem intensificado suas ações de apoio à ilha, por meio da venda de armas ou por meio de legislação para ajudar Taipei a lidar com a pressão de Pequim.

Após quatro anos de profunda deterioração nas relações entre as duas potências mundiais, esse último movimento foi visto como uma tentativa do líder republicano de estabelecer uma linha dura contra a China antes de Biden assumir o cargo.

“O governo Biden ficará legitimamente infeliz com o fato de uma decisão política como essa ser tomada nos últimos dias de Trump”, disse Bonnie Glaser, uma das maiores especialistas na relação sino-americana nos EUA, em entrevista à agência de notícias Reuters.

Glaser, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, explicou que alguns exemplos das restrições que Pompeo retirou incluíam a proibição de funcionários taiwaneses de entrar no Departamento de Estado. Reuniões de alto nível com funcionários do governo americano tinham que ocorrer, portanto, fora dali, como em hotéis.

Um funcionário da equipe de transição de Biden observou que assim que o presidente eleito assumir o poder, ele continuará a apoiar “a resolução pacífica das questões entre os dois lados do Estreito (China-Taiwan) de acordo com os desejos e interesses da sociedade de Taiwan”.

Somado à decisão sobre Taiwan, houve outro golpe pesado dos EUA contra a China no último dia da Presidência sob Trump: o governo americano classificou as ações de Pequim contra os uigures (minoria étnica muçulmana) de Xinjiang como “genocídio” e “crimes contra a humanidade”, o que azedará ainda mais a relação entre os dois países.

Patrulha policial durante o funeral dos rebeldes Houthi na capital do Iêmen, em 22 de setembro de 2020
Legenda da foto,A maioria da população do Iêmen vive em áreas sob controle Houthi

3. Irã

O governo Trump também redobrou sua ofensiva contra o Irã nos últimos dias de sua presidência.

Em 12 de janeiro, Pompeo acusou o país persa de ser “o novo quartel-general” da Al Qaeda e de manter laços estreitos com o grupo extremista.

Pompeo não forneceu provas de suas acusações. Teerã chamou os americanos de “mentiras belicistas”.

Os comentários de Pompeo pouco antes de sua saída foram vistos como uma tentativa de aumentar a pressão sobre Teerã antes da chegada de Biden, que deve tentar retomar o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis grandes potências, do qual Trump retirou os EUA em 2018.

Soma-se a isso há poucos dias o anúncio do Departamento de Estado de que declarará os rebeldes houthi no Iêmen como uma organização terrorista, uma medida que “está à espera há meses” e que teme agravar a crise humanitária no país, explicou a correspondente-chefe internacional da BBC, Lyse Doucet.

“Aliados dos EUA no Golfo apoiam essa medida, destinada a enviar uma mensagem dura ao Irã”, acrescentou.

Os houthis, que são apoiados pelo Irã, lutam desde 2015 contra uma coalizão liderada pelos sauditas no Iêmen, em uma guerra que desencadeou uma das piores crises humanitárias do mundo.

Alguns, segundo Doucet, dizem acreditar que o movimento pode fornecer “moedas valiosas de barganha” ao governo Biden para concessões “mas diplomatas ocidentais envolvidos em esforços de longa data para iniciar um processo político para acabar com a guerra destrutiva estão convencidos que isso vai ficar ainda mais difícil.”

O fim da guerra no Iêmen, uma ideia que Obama inicialmente apoiou, será uma prioridade para a equipe de Biden, observou Doucet, portanto, essa decisão de última hora, que entrará em vigor um dia antes da transferência do poder, pode atrapalhar os planos do novo ocupante da Casa Branca.

  • com informações da BBC Brasil


Comcap – Gean Loureiro envia projeto à Câmara para cortar privilégios na autarquia

A Prefeitura de Florianópolis entrará com um pedido à Câmara Municipal de Vereadores para que os servidores da Comcap passem a receber direitos semelhantes ao restante dos servidores públicos municipais. Atualmente, as vantagens oferecidas aos empregados públicos da Autarquia são desproporcionais a todos os outros órgãos municipais. Além de promover uma igualdade, ou proximidade, das vantagens entre os servidores, a Prefeitura irá economizar mais de 20 milhões por ano.

As mudanças propostas não alteram nenhum direito previsto na legislação trabalhista, bem como não diminuem o salário registrado em carteira de trabalho. Apenas as vantagens e benefícios receberão reformulação. As principais mudanças são referentes às horas extras, vales alimentação e lanche, adicional de férias, vale transporte, e também alguns auxílios.

Outra alteração que deverá ser feita é em relação ao cumprimento das atividades. Hoje, quando os funcionários concluem o roteiro do dia, estão dispensado do trabalho, não realizando a carga horária prevista necessariamente. Agora, caberá ao Superintendente da coleta preencher a integralidade da carga horária da equipe.

Principais mudanças propostas
No caso da hora extra, atualmente os empregados da Comcap são remunerados com adicional de 100% do valor da hora normal. Aos fins de semana e feriados, sobe para 150%, e, independente do número de horas trabalhadas, recebem no mínimo seis horas extras. A proposta é que a partir da aprovação da mudança, a remuneração da hora extra seja de 50% superior à da hora normal e de 100% nos domingos, dias de feriados civis e religiosos, das horas efetivamente realizadas.

Em relação à alimentação, os funcionários recebem um vale de R$ 28,50 por dia, nos 30 dias no mês. Para aqueles que trabalham mais de 6 horas diárias, também têm direito a alimentação em buffet. A mudança prevê que quem trabalha até 6 horas por dia receba vale lanche de R$ 18,13, por dia trabalhado, e, para quem trabalha mais de 6 horas, vale alimentação de R$ 21,25, também por dia trabalhado.

Quando os funcionários da Comcap entram em férias atualmente, além de receberem 1/3 de do valor do salário, ainda ganham outra gratificação que vai de 10% a 40% da remuneração do empregado, dependendo do tempo de trabalho. Agora, deve permanecer somente o 1/3, como já é padrão entre o restante dos servidores efetivos da Prefeitura.

O vale transporte, atualmente, é repassado aos funcionários mesmo se estiverem em licença por acidente de trabalho, o que também é uma das mudanças propostas pela Prefeitura, que irá fazer o pagamento apenas nos dias efetivamente trabalhados.

A gratificação por produtividade e assiduidade que é concedida aos funcionários que não faltam de forma injustificada, atualmente é de 10% do valor do salário por mês. Esse benefício, resulta em um gasto de 3,8 milhões por ano. A nova porcentagem deve ser de 2% do salário, assim como ocorre com servidores municipais que recebem este tipo de gratificação.

O Sintrasem, sindicato que representa os trabalhadores da Comcap ainda não se manifestou a respeito oficialmente sobre a intenção da Prefeitura. O prefeito Gean Loureiro tenta assim minar a resistência do funcionalismo público na capital Florianópolis, que tem na Comcap o seu maior foco de resistência nos últimos anos. Vamos ter fortes emoções nos próximos dias.

Ford anuncia fechamento de fábricas no Brasil

A Ford anunciou, nesta segunda-feira (11,) o fechamento de suas fábricas no Brasil, como parte do plano de reestruturação da empresa na América do Sul. Em nota, Jim Farley, presidente e CEO da Ford, afirmou que a decisão foi “muito difícil”, mas necessária, para a criação de um negócio saudável e sustentável.

Ainda de acordo com a nota, serão encerradas as operações nas plantas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e da Troller (em Horizonte, CE) em 2021. A assessoria de imprensa da Ford disse que as vendas dos modelos Ka, EcoSport e do Troller T4 serão interrompidas quando acabarem os estoques dos veículos. Afirmou ainda que a montadora manterá apenas as fábricas na Argentina e no Uruguai, o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo.

Os serviços de assistência ao consumidor seguem funcionando nas operações de vendas, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil.

A empresa disse que, com a decisão, 5 mil funcionários da Ford devem ser demitidos no Brasil e na Argentina. Segundo a assessoria, a montadora vai trabalhar “em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção”.

“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global. Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas suprindo, de forma eficaz, a necessidade de veículos ambientalmente mais eficientes e seguros no futuro”, diz a nota divulgada pela Ford.

Crise na indústria automotiva brasileira

Sergio Vale, economista-chefe e sócio da MB Associados, avalia que a indústria automotiva está passando por grandes desafios nos últimos anos, motivados tantos por fatores estruturais, como o menor desejo das pessoas por automóveis, até questões mais pontuais, como a crise econômica de 2015 e a pandemia.

“Na saída desta crise, especificamente, será certo o aumento da desigualdade de renda e a demora para a queda do desemprego. Haverá menos espaço para compra de automóveis no ritmo que se viu na primeira década do século. Por isso, continuaremos a ver reestruturações na indústria como nesse caso”, diz Vale.

Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, comenta que a Ford já vinha sinalizando que pretendia encerrar a produção no Brasil. “Eles já vinham com essa estratégia, tanto que em 2019 a empresa encerrou as atividades da fábrica de caminhões no ABC Paulista, mas a pandemia acelerou a saída do país. É uma notícia extremamente ruim para o mercado brasileiro, não só por conta dos empregos diretos que a Ford gera, mas também pelos indiretos, por meio das empresas-satélite, como os fornecedores de autopeça. O impacto vai ser bem significativo”, diz.

Agostini destaca ainda que a montadora deve passar a importar mais veículos para o Brasil de fábricas instaladas em países vizinhos, que possuem ambientes de negócio mais favoráveis que o brasileiro. “A Ford anunciou que vai continuar produzindo carros na Argentina, que tem custos menores de produção, principalmente porque nossos encargos trabalhistas e custos de energia são muito altos. Então, ela deve manter operações no Uruguai e Argentina e os carros da Ford devem passar a ser ainda mais importados desses países”, completa.

Em 2020, a Ford representou 7,4% do mercado de automóveis no Brasil, segundo dados da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos. Vale ressaltar que o Ford Ka foi o 5º carro mais vendido no Brasil em 2020. Se somados os emplacamentos das versões hatch e sedã (Ka Plus) do Ka, o modelo teria sido o 2º mais vendido do país no ano passado. A marca torna a notícia ainda mais impressionante, já que é uma das primeiras vezes na história da indústria automotiva brasileira que uma montadora anuncia o fechamento da produção no país, mesmo com seus modelos figurando entre os top 5 mais vendidos no Brasil.

Ainda segundo especialistas, o EcoSport, que também não será mais produzido em território nacional, foi um dos carros que inaugurou no Brasil e no mundo o conceito de SUV compacto – um dos modelos de maior sucesso de vendas na atualidade, não só no caso da Ford, como de outras montadoras.

A Anfavea, a associação que representa as montadoras, mas a entidade disse que não vai fazer comentários sobre a saída da Ford no Brasil. “Trata-se de uma decisão estratégica global de uma das nossas associadas. Respeitamos e lamentamos. Isso corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano sobre a ociosidade local, global e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil”.

Próximos passos

A Ford seguirá atendendo a região com seu portfólio global de produtos, incluindo alguns dos veículos mais conhecidos da marca, como a nova picape Ranger produzida na Argentina, a nova Transit, o Bronco, o Mustang Mach 1, e planeja acelerar o lançamento de diversos novos modelos conectados e eletrificados.

“Os consumidores na América do Sul terão acesso a um portfólio de veículos conectados, e cada vez mais eletrificados, incluindo SUVs, picapes e veículos comerciais, provenientes da Argentina, Uruguai e outros mercados, ao mesmo tempo em que a Ford Brasil encerra as operações de manufatura em 2021”, disse a empresa em nota.

Ações da Ford sobem em Nova York

As ações da Ford, listadas na Nyse, a bolsa de valores de Nova York, apresentavam alta de mais de 3% por volta das 17h20, em meio à queda dos principais índices acionários do mercado americano.

Andres Castro, analista de ações da Berkana Patrimônio, afirma que a receita gerada pela Ford na América do Sul vinha caindo ao longo dos últimos anos. “Já chegou a representar quase 10% em 2010 e hoje em dia não passa de 3% do total gerado pelo grupo. Além disso, a rentabilidade operacional das operações na América do Sul é muito volátil e baixa quando comparada à rentabilidade da unidade da América do Norte. Logo, como uma operação pequena e baixa rentabilidade, os investidores gostaram da medida”, comenta.

  • Com informações de Ag. de Notícias e InfoMoney

Covid-19: Belo Horizonte terá lockdown a partir de segunda-feira (11)

O prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil (PSD), anunciou que a partir da segunda-feira (11) apenas os serviços essenciais poderão funcionar na cidade. Segundo ele, um decreto será publicado nesta sexta-feira (8), com os detalhes sobre o fechamento do comércio na cidade.

“Eu vim aqui hoje para falar para a população de Belo Horizonte que nós chegamos no limite da covid-19. Nós avisamos, nós tentamos avisar. Tentamos manter mais quase 10 dias a cidade aberta, quando os números eram perigosos, mas nós tínhamos, pelo menos, uma expectativa de responsabilidade”, disse o prefeito.

“Peço desculpas, mas não tive outra alternativa. Não vamos fazer de Belo Horizonte um pandemônio porque estamos a dias da vacina […] governar não é agradar”, afirmou.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI em Belo Horizonte está em 86% e, segundo dados do painel da covid-19 do Congresso em Foco, já foram registrado mais de 63 mil casos e 1,8 mil mortes pela doença na cidade.

América Latina reage à alta da Covid-19 com restrições, Brasil segue inerte

Janeiro trouxe uma escalada de casos na América Latina. Depois de uma queda na curva durante outubro e novembro, em dezembro e neste início de janeiro os números voltaram a subir, coincidindo com as compras de Natal, um relaxamento da quarentena e o início da temporada de férias do verão no Cone Sul. Ainda não está claro se a região está sofrendo o início de uma segunda onda ou um agravamento da primeira após algumas semanas de trégua. Enquanto a região espera a chegada das primeiras doses da vacina —só Argentina, México, Chile e Costa Rica iniciaram campanhas de imunização—, a solução à disposição continua sendo a quarentena. Os Governos, no entanto, enfrentam a resistência social a novos confinamentos.

Argentina estuda, pela primeira vez desde o início da pandemia, em março, a decretação de um “toque de recolher sanitário”; o México limitou as atividades na capital às essenciais; a Colômbia decidiu confinar um terço da população de Bogotá. São Paulo, a cidade brasileira mais afetada pelos contágios, decidirá na sexta-feira se endurece as restrições: o país já tem mais de 197.000 mortos. Apesar dos números alarmantes e em alta, o presidente Jair Bolsonaro —um negacionista da pandemia— passeou por praias lotadas sem máscara nos feriados de final de ano.

As estratégias não diferem muito das utilizadas há quase um ano. O presidente argentino, Alberto Fernández, admitiu estar “preocupado”. Na segunda-feira, criticou os jovens por não se cuidarem e espalharem a covid-19 entre os idosos, o segmento mais vulnerável à doença. O último relatório do Ministério da Saúde identificou 8.222 novos casos nas últimas 24 horas, números similares aos duros meses de julho e agosto. Dos infectados, 53,4% têm menos de 39 anos. A situação se tornou explosiva nos balneários da costa atlântica de Buenos Aires: os noticiários da televisão mostram durante todo o dia dezenas de milhares de jovens celebrando festas na praia, sem máscara nem distanciamento. Pela primeira vez desde março, a Casa Rosada estuda a imposição de um toque de recolher noturno, iniciativa extrema que ela tem tentado evitar devido à carga negativa que uma medida desse tipo tem em um país que viveu sob ditadura.

“O risco de que tudo volte a ficar paralisado existe e ninguém na Argentina quer que isso ocorra”, alertou Fernández. Com quase 1,7 milhão de casos positivos e 145.000 ativos, os alarmes estão ligados, embora o sistema de saúde pareça longe de um colapso: o último balanço indica que a ocupação dos leitos de UTI é de 53%.

O México também começou a fechar as regiões mais afetadas pela pandemia. Os números oficiais voltaram a subir e o Governo ordenou, em dezembro, a suspensão das atividades não essenciais na Cidade do México. Imagens das ruas do centro da capital com centenas de pessoas fazendo compras eram observadas desde semanas antes do anúncio. No entanto, as autoridades esperaram até que a ocupação hospitalar alcançasse 74% para suspender as atividades comerciais. Desde então, os pacientes com coronavírus não pararam de chegar aos hospitais e o volume crescente da demanda por cuidados médicos já beira 90%. O Estado do México, vizinho da capital e motor industrial do centro do país, também decidiu interromper as atividades econômicas.

Os Estados mexicanos que fazem fronteira com os Estados Unidos, como Baja California e Nuevo León, também se somaram ao fechamento. A fronteira com os EUA está fechada há meses para a passagem de pessoas que não trabalhem em atividades essenciais, e a medida foi estendida até 21 de janeiro. No entanto, o comércio com o país vizinho continua intenso. Segundo informações do Ministério da Saúde do México, em todo o país 1,5 milhão de pessoas se infectaram e 127.000 morreram devido ao vírus. Na véspera de Natal, o país iniciou a aplicação da vacina da Pfizer e BioNTech nos profissionais de saúde. Espera-se que até o fim de janeiro 1,4 milhão de pessoas recebam o antígeno e comece então a vacinação da população maior de 60 anos.

Com os feriados de fim de ano, o turismo nacional e estrangeiro encheu os principais balneários mexicanos: Cancún, Acapulco e Los Cabos. Embora o comércio tenha permanecido parcialmente fechado, a ocupação hoteleira alcançou entre 60% e 80%. A queda dos preços dos serviços turísticos e as restrições mais brandas fizeram do país um destino para a temporada. O México se tornou o terceiro destino turístico mais visitado durante 2020 no mundo. Os fechamentos ficarão em vigor pelo menos até o dia 11, quando as autoridades avaliarão novamente a situação de um país que não consegue ver os contágios de covid-19 diminuírem.

Fase amarela em São Paulo

No Brasil, o Estado de São Paulo, com 45 milhões de habitantes, população equivalente à da Argentina, passou na segunda-feira da fase vermelha para a amarela, na qual todas as atividades estão autorizadas, mas com restrições de horário e capacidade de público. No entanto, os números da pandemia no país não param de crescer: o Ministério da Saúde registrou em dezembro 76% mais casos positivos e 66% mais mortes do que em novembro. O Governo paulista anunciou que na sexta-feira decidirá se fechará outra vez sua economia.

A situação na Colômbia não é melhor. Em Bogotá, onde aumenta desde dezembro a ocupação de leitos de UTI, um terço de sua população voltou nesta terça-feira a fazer uma quarentena rígida —com toque de recolher das 20h às 5h—, que vigorará pelo menos até o dia 17. Em três das 20 localidades da capital colombiana —Suba, Engativá e Usaquén—, a ocupação de leitos de UTI chega a 82%. Diante do aumento de casos, Medellín e Cali também receberam o novo ano com medidas de confinamento. A Colômbia registra quase 44.000 mortes relacionadas com a covid-19 e acumula cerca de 1,7 milhão de casos confirmados, um terço deles na capital.

No Chile, as infecções aumentaram 32% durante a última semana, atingindo números semelhantes aos de maio, informa Rocío Montes. O aumento coincidiu com as compras de Natal, as festas de fim de ano e o início das férias. O Ministério da Saúde divulgou na segunda-feira que foram registrados 2.450 novos casos nas 24 horas anteriores. Em 1º de janeiro, foram 3.588. No pico da pandemia, em meados de junho, as infecções em um dia chegaram a 6.938.

O Chile iniciou no Natal a aplicação da vacina da Pfizer nos profissionais de saúde da linha de frente de combate ao vírus. A atenção, no entanto, está voltada para a decisão do presidente Sebastián Piñera de conceder uma autorização de férias para cerca de 10 milhões de pessoas que residem em áreas de confinamento. Só na segunda-feira, foram entregues mais de 26.000 autorizações de viagem, 74% delas da capital, com o consequente risco de propagação do vírus.

  • com informações do El País