Já está tramitando na Assembleia Legislativa desde a quinta-feira (20) passada a Medida Provisória (MP) 229/2020, editada na semana passada pelo Poder Executivo para conceder auxílio financeiro ao setor cultural do estado. Conforme o Regimento Interno da Alesc, os deputados têm até 15 de outubro para analisar a matéria e transformá-la em lei.
A MP foi editada pelo governo no dia 13 de agosto e publicada na última segunda-feira (17) no Diário Oficial do Estado (DOE). Ela dispõe sobre a destinação de R$ 4 milhões em caráter emergencial aos trabalhadores e às pessoas jurídicas do setor cultural catarinense, com o objetivo de mitigar os prejuízos econômicos causados pelas medidas de isolamento e distanciamento social, que inviabilizam desde março as atividades do setor.
Na justificativa da matéria, a presidente da Fundação Cultural Catarinense (FCC), Ana Lucia Coutinho, explica que 6% da população do estado dependia diretamente do setor cultural. Um levantamento do Conselho Estadual de Cultura, conforme a dirigente, apontou que, apenas de fevereiro a maio, 15 mil atividades culturais foram canceladas ou adiadas, o que resultou num prejuízo de R$ 112 milhões.
Ana Lucia lembrou que o setor cultural também é importante para movimentar outros segmentos da economia. Ela cita estudo da FGV Projetos, o qual revela que a cada um real investido em eventos culturais há um retorno de R$ 13 para a economia local, em virtude do “efeito cascata dos gastos efetuados pelos frequentadores e consumidores.”
Condições O auxílio financeiro ao setor será pago durante o período em que perdurar o estado de calamidade pública devido à pandemia da Covid-19. Ao todo, serão destinados R$ 4 milhões para o auxílio, sendo que desse montante R$ 2 milhões vieram de doação da Assembleia Legislativa.
Poderão ser beneficiados trabalhos apresentados por artistas, profissionais e fazedores de cultura das artes visuais, artes circenses, audiovisual, cultura popular e diversidade cultural, dança, literatura, música e teatro.
Quem requisitar o auxílio deverá comprovar atuação no setor cultural entre 1 de janeiro de 2019 e 17 de agosto deste ano, data da publicação da MP. Além disso, o requerente tem que apresentar inscrição homologada em pelo menos um dos seguintes cadastros: Mapa Cultural SC, Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (Cadsol), Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura ou Sistema Estadual de Museus de Santa Catarina (SEM-SC).
A MP estabelece, ainda, que os critérios para a destinação dos recursos serão definidos em edital de chamamento público gerido e executado pela FCC. Os valores que serão pagos variam de R$ 500 a R$ 3 mil, conforme a modalidade à qual o trabalho for inscrito.
Tramitação Na Alesc, a MP 229/2020 terá sua admissibilidade apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso ela seja admitida pela comissão e em plenário, será transformada em projeto de lei (PL) e apreciada pelas comissões de mérito, antes de ser novamente votada em plenário.
Nesta segunda-feira, 17, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) disponibilizou uma versão online do seu livro de colorir no site da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC).
O objetivo da ação é que as crianças possam imprimir o material e brincar com as atividades do exemplar em casa, aprendendo um pouco sobre o trabalho preventivo realizado pelo programa.
Em virtude da pandemia do novo coronavírus, as aulas nas escolas públicas e privadas estão suspensas até o momento e, por consequência, as apresentações do Proerd também.
Além de utilizar as mídias sociais para se aproximar do seu público-alvo, o programa fornece o livro como uma nova forma de diminuir a distância entre as crianças e a PMSC. Para baixar a o material, CLIQUE AQUI.
Há quase um ano aceitei o desafio de fazer televisão. Proposta feita pelo amigo Roger Santos, que iniciava a TV Babitonga Canal 9 da NET Digital para a região de Joinville (SC), foi aceita e desde então tentamos realizar todas as segundas e quintas-feiras às 21 horas, o melhor programa de entrevistas. O programa Xeque Mate ousa pelo seu formato diferenciado, frente a frente entrevistado e entrevistador, buscando a informação mais precisa, aquilo que o telespectador quer saber, mas não pode perguntar.
Após uma parada de descanso, voltamos hoje com novas entrevistas, porque até então a TV Babitonga estava reexibindo alguns dos programas realizados em 2012. Na entrevista desta noite, 21 horas, vamos saber mais sobre o Museu da Bicicleta de Joinville, o MUBI, que esteve fechado por quase dois anos. Era o único existente na América Latina e um dos poucos existentes no mundo. A promessa é de volta agora em março, nos festejos de aniversário da cidade. O idealizador e amante da história da bicicleta, Valter Bustos, é o entrevistado. Historiador, jornalista free-lance, Valter é também um polemizador do meio urbano, da falta de mobilidade.
Na próxima quinta-feira, 7 de fevereiro, o tema será a pequena e microempresa. Mulher empreendedora, advogada e agora presidente da Ajorpeme, maios associação empresarial do país com sede em Joinville, Cristiane Schramm vai nos brindar com sua história profissional, falar sobre a entidade que reúne o motor da economia nacional. Se você quiser participar com a gente, mande suas sugestões de pautas, entrevistas, temas interessantes. Ajude a fazer o Xeque Mate, com sua ajuda fica tudo mais fácil!
Vamos ver o que sairá deste “xeque-mate” de hoje? Conto com vocês, 21 horas na TV Babitonga Canal 9 da NET Digital em Joinville. Quem não tiver NET, ou não tenha ainda o sistema digital, pode assistir pela internet em www.babitonga.tv.net. Até mais!
Olá amigos e amigas, leitores e leitoras do Palavra Livre, que este ano seja o melhor ano de suas vidas, com muita saúde, paz, sucesso, oportunidades, bons amigos, bons livros, bons teatros, cinemas, vida a dois, enfim, com tudo o que a vida trouxer a cada um e cada uma que nos acompanha há quase cinco anos. Cinco anos! Sério, em abril completam-se cinco anos dessa aventura de escrever e divulgar informações relevantes para as pessoas.
Quem atua no jornalismo sabe o quanto é dura a vida de quem busca espaço para mostrar seu trabalho. Poucos jornais, e estes poucos nas mãos de poucos, assim como tvs, rádios, etc. Para além disso, imposições de ordem política, econômica, salários baixos, e toda ordem de coisas que impedem, ou dificultam muito, o exercício da profissão. Por isso a internet é uma dádiva, um meio que veio para democratizar de vez a disseminação de informações sem bloqueios, censuras, impedimentos.
A situação de manter um órgão informativo alternativo, seja ele impresso, ou em mídia eletrônica, é a mesma: faltam recursos. Patrocinadores se repetem em órgãos já antigos, conservadores, de grandes grupos midiáticos. Lá despejam milhões. Sobram para os loucos blogueiros como eu o apoio de amigos, de leitores que acreditam no trabalho sério que faço aqui no Blog Palavra Livre, e também no programa Xeque Mate da TV Babitonga Canal 9 da NET Digital da região de Joinville (SC), onde estou desde junho de 2012.
Mas, como conheço um pouco o caminho das pedras, e como desviar de algumas para se chegar ao objetivo final, tenho conseguido altos índices de leitura e compartilhamento do que divulgo, opino e informo aqui e acolá. Por isso me sinto feliz e reconfortado, sempre acreditando e perseverando naquilo que acredito. Porque somos o que sonhamos, e portanto, se somos do tamanho de nossos sonhos, devemos sonhar grande, muito grande, e perseverar muito, acreditar, lutar, trabalhar. Porque o Criador apoia quem trabalha, quem dá o seu melhor e não desiste nunca! Por isso, vamos em frente?
Conto com vocês para fazer um Palavra Livre ainda melhor, mais completo, mais participativo que nunca. Obrigado mais uma vez a todos que acompanham, acreditam e compartilham das palavras que por aqui buscam seus sentidos, e com eles, um mundo mais justo, solidário e feliz. Como já disse no título, estamos de volta para alegria de uns, e muito desespero de outros… Abraços a todos e todas!
Gratidão. É isso que sinto por mais um ano de batalhas vencidas e perdidas, de vida vivida intensamente em todos os aspectos. Gratidão. Como não ser grato pela saúde que tenho, pelos meus filhos, minha esposa e companheira Gi Rabello, pela minha Rayssa, pela saúde que minha mãe Isolde tem e, com isso, compartilha sua vida conosco? Como não ser grato pelo trabalho que tenho, pelas oportunidades vividas e que virão, pelos amigos que fiz, pelos que perdi, pelos que ainda virão? Como não agradecer as dificuldades, as dores que tive e tenho, as ingratidões, traições, erros ? Gratidão. Palavra que diz tudo. Sentimento que exprime o melhor do humano, e que atrai somente coisas boas.
Este ano tive perdas como todos tem, não é mesmo? No inicio dele me vi excluído de escrever em um jornal local os perfis que me davam um enorme prazer, pelo que traziam de humano, de vida, de dores e vitórias. O dinheiro não dava nem para as despesas, mas o prazer de ouvir as pessoas e suas histórias de vida, e transcrever o máximo em dois mil caracteres, valeu tudo! Mas depois lancei em companhia de Marco Schettert, pela segunda vez, o livro “Na Teia da Mídia – A Família Plocharski e o caso Maníaco da Bicicleta” na livraria Curitiba. Livro que conta uma história triste, real, que mostra o quanto podemos fazer mal a alguém por pressões, exibicionismo, ansiedade, pressa. Erros que custaram uma vida. Faz um ano que lancei o livro. Ganhei um novo filho, este livro, mas perdi uma grande amiga, personagem dele, neste ano.
Dona Marli Plocharski, mãe de Aluísio Plocharski, vítima dos erros da imprensa e da polícia, nos deixou em julho deste ano após longos anos de luta contra a depressão que o caso trouxe à família. Amiga de todas as horas, das mais ruins às mais alegres, visita esperada, ou o telefonema pedindo a nossa presença, e na presença a entrega do struddel, da sardinha recheada… de amor e carinho. Talvez tenha sido uma das grandes perdas da minha vida. O vazio que essa amizade deixou é irreparável. Estive na sua casinha de madeira no Atiradores, onde os pássaros cantavam muito entre nossas entrevistas. Falei com seu Ludovico, o viúvo, porque não posso deixar de agradecer. Sei que ele está sempre por lá, e por entre nós. Obrigado dona Marli, Deus e os anjos é que a tem em boa companhia.
Depois me chega um convite inusitado: vamos fazer um programa de TV? Roger Santos me veio com essa ao começar um novo projeto com a TV Babitonga Canal 9 da NET Digital. Pensei, ponderei, conversei. Nunca tinha feito televisão em frente às câmeras, sempre nos bastidores como assessor de imprensa. Topei. Estreei em 28 de junho com entrevista especial do prefeito Carlito Merss, no limite da lei eleitoral. No programa Xeque Mate já passaram várias personalidades, personagens que tem algo a dizer de relevante para a cidade e região. Agradecer, é isso, sempre agradecer. Creio que as pessoas gostaram, e espero continuar o Xeque Mate em 2013 se assim for o desejo das energias do universo.
E tem mais. Como bom geminiano, voltei às lutas eleitorais. A convite, entre tantos que recebi e neguei, da advogada Roberta Schiessl, produzi seu plano de comunicação para as eleições deste ano, onde teria como atribuição cuidar da comunicação. Acabei coordenando a campanha com a famosa “onda lilás”, que pensei ser um meio de tornar a candidata conhecida. Muitas dificuldades como toda campanha a vereadora, mas o resultado foi de quase dois mil votos, assustando adversários e a colocando como a mulher petista mais votada até hoje. Agradecer, sempre agradecer. Esta campanha mostrou novamente que sou um bom estrategista, e bom executivo. Agradecer sempre.
E durante todo o ano, muitas outras coisas boas aconteceram, projetos que empreendi como free-lance, vários deles. Mudamos o site do Sindicato dos Mecânicos a quem assessoro há anos, mantive atualizado e ativo este Blog Palavra Livre que vai completar cinco anos em abril de 2013. Interagi muito com meus artigos no Blog via Facebook e Twitter, estabelecendo novos amigos, colegas, negócios. Muitos dos quais acontecerão durante 2013, com a graça divina. Penso que o Criador sempre te dá algo de bom mesmo nos momentos mais agudos da vida. Cabe a nós perceber, e se utilizar da melhor forma das marcas que esses acontecimentos nos dão. Tenho exercitado muito isso. Gratidão. Agradecer é tudo.
Finalizo o ano feliz, com saúde e com sonhos e planos para realizar. Finalizo o ano agradecendo e sendo grato a tudo e a todos que tive a honra e o prazer de conhecer, ajudar, brigar, trabalhar, criar, viver. Agradeço principalmente à minha família na pessoa da minha amada Gi Rabello, mulher que sempre está ao meu lado para tudo, no amor, na dor, nas pressões, nas tristezas, nas chateações, nas viagens, nas alegrias, meu suporte leal e sincero que mudou minha vida para muito melhor há quatro anos. A ela o meu maior desejo de saúde, paz, sucesso e felicidades que é o mesmo que desejo à minha mãe Isolde e a minha filhota Rayssa. E que desejo aos meus filhos Gabriel, Lucas e João Pedro, mesmo distantes. Porque agradecer é preciso, viver não é preciso, viver é simplesmente…. viver!
Feliz Natal a todos e todas que acompanham este Blog comentando ou não o que divulgamos aqui. E que 2013 venha com muita luz, energias positivas, saúde, paz, sucesso e oportunidades! Boas Festas! O Blog Palavra Livre volta no próximo ano com novidades e ainda mais forte, abraços e até lá!
Já faz algum tempo acompanho essa criação midiática chamada “mensalão”. Digo midiática porque entendo do riscado, pois atuo na área há mais de 20 anos. E mais ou menos o mesmo tempo trabalhei em política, e portanto, conheço bem os bastidores tanto do Executivo quanto do Legislativo. Do Judiciário entendo bem por vivência própria. E agora resolvo dar meu pitaco aqui no Palavra Livre.
Em primeiro lugar, se houve mensalão no governo do presidente Lula, do PT, então houve mensalão desde que aqui se instalou a República. Não há governo que não coopte parlamentares em algumas situações, ou para governar, ou para garantir apoio de votos a projetos importantes. Quando a mídia tenta impingir uma história a um partido, o faz de caso pensado. O faz com interesses outros que jamais irá confessar. Aí você vai me dizer: mas não és jornalista, atua nos meios? Sim, sou e trabalho sim, mas sei bem o que é liberdade de imprensa, liberdade de expressão, e liberdade dos “donos da imprensa”, essa última sim vale forte, e mais que outras.
Esse caso “mensalão”, conforme tentam fazer ao povo brasileiro crer, não passa de financiamento de partidos políticos para manter composição de governo. Somente isso. É ilegal, claro que é! Mas é o que fizeram, fazem e farão todos os partidos para lutar pelo poder em base municipal, estadual e federal. Mas o Brasil é hipócrita, finge que acredita, fala de corrupção ao mesmo tempo que se ocupa de pedir um “favorzinho” a esse ou aquele político. Portanto, o STF julgou uma coisa que não existe. Porque se existisse “mensalão” para votar todos os projetos de interesse do governo, esse país teria mudado muito mais rápido. E não é isso que vimos.
Agora, após fazer o serviço pedido pela mídia, os barões da mídia conservadora, o STF resolve também investir nas prerrogativas do outro poder, o legislativo! Além de julgar algo com olhos vesgos, ou míopes, nossos ministros de toga querem também cassar mandatos contra o que diz a Constituição Federal. E mais que isso, cria um impasse perigoso, institucional, que pode – esse sim – causar danos à democracia. Democracia essa tão jovem, tão frágil ainda. A quem interessa esse embate institucional?
Quem conhece um pouco da história brasileira, principalmente a política, saberá do que falo agora. Getúlio Vargas foi tão açoitado, tão agredido pelos meios de comunicação conservadores lá pelos idos da década de 1950, que chegou a cometer o suicídio. O que desejavam Carlos Lacerda, jornalista e deputado, e setores militares, das forças armadas? Tomar o poder para “enfrentar o comunismo”. Mesmo com a morte do pai dos pobres, não conseguiram.
Juscelino Kubitschek de Oliveira, o JK, então governador de Minas, se lança na disputa pela Presidência da República. É atacado, denunciado, agredido até em seus atos pessoais. Eleito pelo voto direto e soberano dos brasileiros, eis que a velha mídia ataca, junto com Lacerda e setores das forças armadas para impedir sua campanha, sua vitória, sua posse e até seu governo! O mantra repetido era “JK não pode concorrer. Se concorrer, não pode vencer. Se vencer, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar”. Assim foi todo o seu governo, com a mídia conservadora o atacando. Só não conseguiram o impedir de construir Brasília.
Depois, as mesmas criações de fatos levaram nosso país à ditadura tão desejada. Igreja e mídia se uniram para derrotar comunismo, e colocaram o Brasil nas mãos dos militares durante mais de 20 anos. Perseguições, torturas, cassações, fim das liberdades, mortes, desaparecimentos, fase das mais brutais da nossa história. Nesse período houve também corrupção, negociatas, obras gigantescas a preços inimagináveis. Mas ninguém podia falar, e a mídia conservadora manteve tudo por debaixo de panos quentes. Voltamos à democracia com muita luta de gente guerreira, alguns morreram, outros sofreram horrores para que hoje possamos nos manifestar livremente, mesmo que com algumas censuras…
Collor, Itamar Franco, FHC – este o queridinho da mídia… – Lula, Lula, Dilma. O primeiro foi cassado por corrupção – será que foi por isso mesmo? – Itamar era o inconsequente, solteiro, etc. Mas lançou FHC, que virou pai do Plano Real, pai das privatizações que deixaram o país sem soberania de suas terras, bens, pai da compra de votos para a reeleição… mas isso não interessa para a grande mídia. O príncipe foi o “must” para esses senhores. Veio Lula, operário, ex-metalúrgico. Não sabe falar, não sabe nada, pensavam. Eis que Lula ganha as eleições, não sem antes acertar ponteiros com o mercado, claro…
E o metalúrgico governa para os mais pobres. Dá recursos aos miseráveis, cria universidades, retoma o crescimento econômico, inclui milhões de brasileiros com programas sociais. Se reelege contra a mídia conservadora, e ainda faz a sucessora. Dilma. Ex-guerrilheira, etc. Esta, governa ainda melhor diante da crise. Já se avizinha a reeleição da mulher, para desespero de neoliberais. E o pior acontece: Haddad vence Serra na maior cidade brasileira, São Paulo. E agora?
Agora, vamos amplificar o mensalão, condenar duramente, cassar, vamos também pegar o Lula com a delação premiada do Marcos Valério (homem de crédito não é?) e… o que pode vir depois? Esse filme já foi visto antes. E com a anuência do STF pela força militar. Agora, outros tempos, internet, comunicação democratizando cada vez mais, que tal mostrar que a democracia cria corruptos, e quem está no governo é o grupo mais corrupto da história brasileira, e precisamos “limpar” o país? Que tal?
Amigos, sei que crio polêmica com esse post mal escrito, mas é claro o interesse de grupos gigantes da especulação, do neoliberalismo, da mídia conservadora que monopoliza os meios nas mãos de poucos. Esses movimentos que parecem tão singelos, e tão patrióticos são na verdade incitações perigosas para a democracia. O STF tem o dever de guardar a Constituição Federal, e não se impor a ela. Julgaram, condenaram? Feito o serviço! Cassações de mandatos, deixem com o Congresso Nacional, a sabedoria manda isso.
Ditaduras iniciaram assim como vemos agora. Será que queremos isso novamente no Brasil? Eu não, e você?
Nesse momento, em um encontro da ONU na cidade de Dubai, regimes autoritários estão fazendo pressão pelo controle governamental completo da Internet em um tratado global obrigatório – se eles tiverem sucesso, a Internet pode se tornar menos aberta, mais cara e muito mais lenta. Temos apenas 2 dias para impedí-los.
A internet tem sido um exemplo incrível do poder popular – ela permite conectar-nos, ter uma voz e pressionar líderes políticos como nunca antes. Isso acontece em grande parte porque a Internet foi governada até então por usuários e organizações sem fins lucrativos, não por governos. Mas agora, países como Rússia, China e Emirados Árabes Unidos estão tentando reescrever um grande tratado de telecomunicações chamado ITR para colocar a Internet sob seu controle – a rede seria então modelada pelos interesses do governo, não por nós, os usuários. Tim Berners Lee, um dos “pais da Internet”, alertou para o fato que essas medidas podem aumentar a censura online e invadir a nossa privacidade. Mas se nós protestarmos com uma gigante petição criada por pessoas, podemos fortalecer os poucos países que lutam contra essa tomada de poder.
Impedimos ataques como este no passado e podemos impedí-los mais uma vez antes que o texto do tratado seja fechado essa semana. Uma onda de oposição a um novo ITR já está crescendo – assine a petição para dizer aos governos que tirem suas mãos da nossa Internet! Em seguida, encaminhe esse email para todos que você conhece. Quando chegarmos a 1 milhão de assinaturas, entregaremos a petição diretamente às delegações que participam do encontro.
O encontro que atualizará o ITR (Regulamentações Internacionais de Telecomunicações) foi convocado por um orgão da ONU chamado União Internacional de Telecomunicações (ITU). Normalmente, esse encontro não receberia muita atenção, mas Rússia, China, Arábia Saudita e outros países estão tentando usá-lo para aumentar o controle dos governos sobre a Internet por meio de propostas que permitiriam cortar o acesso com facilidade, ameaçar a privacidade, legitimar o monitoramento e o bloqueio de tráfego de dados, além de apresentar novas taxas para acessar conteúdo online.
Atualmente a nossa Internet não possui um corpo regulatório central, mas várias organizações sem fins lucrativos trabalham juntas para gerenciar os diferentes interesses tecnológicos, comerciais e políticos que permitem a Internet existir. O modelo atual certamente não é isento de falhas. O domínio dos EUA e a influência das empresas privadas destacam a necessidade de reforma, mas mudanças não devem ser ditadas por um tratado opaco feito apenas entre governos. Elas devem emergir de um processo participativo, aberto e transparente, colocando os interesses dos usuários, nós, no centro das discussões.
A ITU faz um trabalho extremamente importante, expandindo o acesso barato para países pobres e garantindo o funcionamento das redes. Mas esse não é o lugar certo para fazer mudanças sobre como a Internet opera. Vamos garantir que nossa Internet se mantenha livre e governada pelo povo, e mostrar à ITU e ao mundo que não ficaremos em silêncio diante deste ataque contra a Internet. Clique abaixo para assinar e compartilhe amplamente este email:
Membros da Avaaz já se uniram outras vezes para salvar a liberdade da rede e vencemos. Mais de 3 milhões de nós exigimos que os EUA barrassem um projeto de lei que daria ao governo o direito de tirar qualquer website do ar, ajudando a pressionar a Casa Branca a desistir de apoiar o projeto. Na União Europeia, o parlamento europeu respondeu após 2.8 milhões de nós exigirem que eles desistissem do ACTA, outra grande ameaça à liberdade da rede. Juntos, podemos vencer mais uma vez.
Com esperança, Pascal, Ian, Paul, Luca, Caroline, Ricken, Kya e toda a equipe da Avaaz.
Vamos ao que interessa. Domingo, 28 de outubro, vamos eleger o novo Prefeito de Joinville, maior cidade catarinense, maior PIB, maior isso e aquilo, mas ainda menor em representatividade política (onde estão nossos deputados quando o caos na saúde se instala?), em obras e ações fundamentais na infraestrutura, lazer, cultura e por aí afora. Participar desse momento cívico, cidadão, é mais que uma obrigação, uma necessidade porque influi diretamente no que queremos para a nossa vida. Sim, porque vivemos na cidade, com mais 600 mil pessoas que a constroem dia após dia. Como disse, vamos ao que interessa, analisar o momento dos dois nomes postos, Kennedy Nunes (PSD – 55) e Udo Döhler (PMDB – 15).
Kennedy Nunes se notabilizou politicamente como vários outros na política, usando o microfone do rádio, e depois na televisão. Nesta carreira, e com base na oratória e rituais utilizados no segmento evangélico, o jovem ocupou espaços na mídia, e logo foi alçado a um cargo público na administração de Freitag em 1993 como Secretário do Desenvolvimento Comunitário, depois vereador assumindo a cadeira em 1998, se reelegendo em 2000. Concorreu a Prefeito em 2004 e 2008, e entre essas duas eleições, conseguiu ser eleito deputado estadual em 2006, se reelegendo em 2010, cujo mandato cumpre no momento.
Carismático, dominando todos os macetes da comunicação como poucos, sempre teve como objetivo chegar à Prefeitura. Nesta eleição, após passar por PMDB, PFL, DEM, PP e agora PSD do governador Raimundo Colombo, Kennedy chega ao segundo turno embalado por uma retórica de renovação no atual quadro político. De mudar as coisas como estão. Atacou todos os postulantes ao cargo, como já o fez nas eleições anteriores, mas nesta buscou a estratégia desde o seu desembarque do governo Carlito no início de 2009. Desconstruir a imagem do petista foi sua obsessão. Falando sobre mentiras de Carlito sobre baixar tarifas de água e transporte coletivo, ele se colocou como alternativa inovadora. Os resultados do primeiro turno mostram que conseguiu seu intento. Mas aí veio o segundo turno.
Franco favorito, o deputado pessedista recebeu imediatamente o apoio do ex-prefeito e deputado federal Marco Tebaldi do PSDB, derrotado fragorosamente nas urnas, onde ficou em quarto lugar. E logo em seguida, a cúpula do PT, sob o comando de Carlito Merss, levou o diretório a declarar apoio a Kennedy Nunes, o seu algoz durante quatro anos. O discurso da renovação e mudança empunhados por Kennedy começaram a ser rebatidos, afinal, como pode ser o novo se já está há mais de 20 anos na política, e agregando aos dois prefeitos que já passaram pela administração municipal, e que neste pleito foram reprovados pelas urnas?
Kennedy Nunes chega na reta final já não tão favorito quanto há três semanas, sendo desconstruído naquilo que ele mais domina: a comunicação e sua imagem. E as pesquisas apontam sua queda progressiva, resta saber se a diferença será mantida até às 17 horas de domingo.
Udo Döhler é um empresário reconhecido, com mais de 70 anos de idade, e sempre envolvido na política de forma mais distante, e jamais enfrentou as urnas. Teve o nome várias vezes apontado como possível candidato a Prefeito, mas essa é a primeira vez que disputa uma eleição. Descendente de alemães, dono de uma indústria centenária, se notabilizou comandando a Associação Empresarial de Joinville, a ACIJ, por cinco vezes. Ocupou a presidência da Fundamas, órgão da Prefeitura, há 40 anos. Essa é sua experiência no setor público mais relevante. Sempre foi voz forte comunitariamente, comandando várias campanhas institucionais pela cidade, como a vinda da Ufsc, novas empresas, e sempre foi crítico da lentidão no setor público.
Foi filiado ao PL, que hoje é o PR. Convidado pelo senador Luiz Henrique, acabou filiando-se ao PMDB em 2011 já no projeto do partido de reconquistar a maior Prefeitura do estado. O PMDB compôs o governo Carlito até o início de 2011, quando entregou os cargos e definiu o seu projeto. De lá para cá, Udo foi construindo seu caminho, e também as coligações possíveis. Como novato na política – apesar da idade – teve dificuldades no primeiro turno, mas com a força partidária e o interesse do eleitor em mudar a administração, acabou surpreendendo Marco Tebaldi e Carlito Merss e chegou ao segundo turno. Mesmo com um também surpreendente ataque petista com o vídeo da mulher amarrada.
No segundo turno, Udo não recebeu o apoio que se previa do PT. Pelo contrário, não só não veio o PT do Governo Carlito Merss, quanto também não veio o PSDB de Tebaldi. Outra dificuldade do peemedebista foi enfrentar um adversário formado na comunicação, mas o que se viu até aqui foi um avanço considerável na performance de Udo Döhler em debates, entrevistas e sabatinas. Administrador, sentiu-se seguro quando os temas chegaram na gestão. E diferente do que se pensava, sua campanha cresceu e as pesquisas mostram que já há empate técnico com Kennedy Nunes.
Enfrentando as urnas pela primeira vez, com um adversário forte e calejado na arena política, acusações de racismo, maus tratos a trabalhadores, de subordinação ao seu padrinho político Luiz Henrique da Silveira, Udo Döhler chega forte na reta final, cujo resultado é imprevisível, e a diferença será muito pequena. Se a subida nas pesquisas se refletirá nas urnas, domingo saberemos.
Dito isso sobre os dois candidatos a Prefeitura de Joinville, é certo que a empreitada das últimas 48 horas será duríssima para os cardíacos de ambos os lados. Eu já decidi meu voto há muito tempo. Você leitor, se ainda não fez a sua, aproveite nossas considerações aqui no Palavra Livre, converse, discuta, veja novamente quem é quem, suas propostas, se factíveis ou não, e decida seu voto com independência e consciência. Você merece, Joinville merece. Boa sorte à Udo Döhler e Kennedy Nunes. Bom voto a todas e todos!
Após me dedicar a campanha eleitoral, comandando a campanha da advogada Roberta Schiessl, retorno à ativa com meu blog. Nesses últimos 90 dias senti falta de fazê-lo diariamente, escrever minhas crônicas, notas, compartilhar notícias importantes da cidade, estado, país e mundo. Mas agora volto, com a mesma energia, e muita, muita coisa para contar aos leitores.
O Palavra Livre é um espaço que permite a todos o debate, o envio de poesias, noticias, convites, enfim, busca ser o mais democrático possível. Esse é o meu jornal diário, livre dos desejos das mídias tradicionais, das pressões de editores, onde posso viajar por todos os segmentos literários, jornalísticos, oferecendo algo mais que interesse do público, e sim, de interesse público.
Obrigado a todos pela paciência, vocês verão que o retorno vale a pena, e que a aparente saída temporária, também!
Demorei a escrever esse texto, até longo, porque não é fácil escrever sobre quem se ama, e infelizmente já perdeu. Neste dia dos Pais, falar sobre seu Zeny é mexer com emoções latentes, emoções guardadas no baú da saudade, da memória. Mas saiu. Compartilho com os leitores do Blog, e assim penso que homenageio a todos os pais, que no dia a dia tentam dar o seu melhor a seus filhos. Feliz Dia dos Pais, e boa leitura!
“Seu Zeny”
A rua Santa Catarina era ainda uma estrada de chão batido, caminho de carroceiros que vinham do planalto norte e seguiam rumo ao sul de Santa Catarina. Áreas essencialmente rurais e ocupadas por descendentes de alemães, que cultivavam a terra, criavam gado, porcos, galinhas, além das famosas arrozeiras que por longos anos produziram o arroz nosso de cada dia. Até na BR 101 existiu a perigosa “curva do arroz” onde muitos se acidentaram e morreram, e onde também está hoje o elevado do Eixo de Acesso sul a Joinville. Naquela região em 14 de novembro de 1929 nasceu um dos seis filhos de Salvador Thomaz da Costa e Georgina Machado Pereira da Costa, a quem eles deram por nome Zeny Pereira da Costa.
Seu Salvador fazia parte do Exército Brasileiro, e foi lhe dada a missão de manter uma escola no quilômetro sete da então estrada Santa Catarina. Ao mesmo tempo, a família trabalhava cuidando da subsistência familiar na roça. Zeny botou a mão no cabo da enxada desde muito novo, e acompanhou seu pai a ensinar ao povo a escrever, ler, fazer contas. Foi aprendendo junto, pois as aulas eram ministradas na casa de seu Salvador. À medida que foi crescendo, ele queria um futuro melhor, e decidiu entao ir para a “cidade”, como hoje se diz que se vai ao centro da cidade. Naqueles tempos, sair daquele ermo para a cidade era uma epopéia! E se virar sozinho então, mais ainda!
Zeny não teve medo. Encarou a Joinville conservadora – muito mais que hoje – de frente. O caboclinho de olhos azuis, cabelos castanhos e crespos, magro como pau de virar tripa, acertou a morada em uma pensão pelos lados da rua Rio Grande do Sul em casa de família. Respeitador e educado, logo conseguiu trabalho na entao fábrica de pentes, cachimbos e leques de João Hansen Júnior, que depois veio a ser a Tigre S/A, fabricante de tubos e conexões reconhecida no mundo inteiro. Trabalhou também na Tricotagem Alfredo Marquardt, e depois na Cipla, onde se aposentou. Com ele era assim: seriedade, contas bem feitas – e de cabeça! – organização, honestidade. O que era dele era dele, e dos outros cuidava melhor que do seu.
Casou cedo com sua primeira esposa, Evoni Hassel, também da região da Anita Garibaldi. Com ela teve cinco filhos: Elzevir, Ernani, Elézio, Eliete e Evelyn. Já morando em uma casa que construiu no Floresta, na rua João Pinheiro 139, Zeny sofreu sua primeira tragédia pessoal: a morte do primogênito, atropelado na rua Santa Catarina nas imediações de onde hoje se localiza a lojas Salfer. Jamais se recuperou do trauma. Mergulhou no trabalho, e nas horas vagas saía a pescar no rio Piraí, e caçar na mesma região onde se criou ao lado do pai e irmãos. Anos depois dessa tragédia, outras viriam. Cuidadoso com seu pai, o trouxe junto com seus irmãos para Joinville, pois o velho Salvador Thomaz sofrera um derrame cerebral e foi parar no fundo de uma cama.
Cuidava de manter as irmãs e seus filhos, que cuidavam no dia a dia do seu pai acamado. Entre 1964 e 1965 perdeu a esposa, a mãe e o pai em um espaço de um ano apenas. Zeny então ficara viúvo e com quatro filhos para cuidar. Não esmoreceu um minuto. Conheceu então a professora de seus filhos que estudavam no colégio estadual João Colin, no bairro Itaum. Dona Isolde Bäher se apaixonou por Zeny. Largou a profissão para assumir um lar que necessitava de uma esposa dedicada. Dessa união nasceram este jornalista, a quem ele deu o nome de seu pai para homenageá-lo, Salvador Tomaz da Costa Neto, e também Zeny Pereira da Costa Júnior, em sua própria homenagem. Para sua tristeza, Júnior nasceu com problemas mentais, um retardo intelectual. Orgulhoso, teve dificuldades de aceitar o fato.
Com todas essas situações dolorosas, duras, Zeny cada vez mais mergulhou no trabalho. Chegou a chefe de custos na Cipla, mas um stress perigoso o levou a ter de se aposentar por problemas de saúde já em 1974. Empreendedor, ele chegou a ser representante da Dudalina, camisaria de Blumenau. Sovina, segurava o dinheiro, mas comprava alguns terrenos na região do Floresta, e teve até um sítio perto de onde seu pai havia vivido. Mais tarde teve outro quando tocou um bar por seis anos, também no bairro Floresta onde viveu até morrer por câncer no estomago em 13 de agosto de 1989 com apenas 59 anos. Com certeza reflexo das emoções e perdas duras que teve, e deixou muitas saudades a todos nós, principalmente para minha mãe, dona Isolde, e seu filho Júnior, que também já nos deixou em 2005 com apenas 33 anos.
Com meu pai aprendi a pegar minhoca para pescar, usar a enxada, a pá, a escolher a forquilha correta nos galhos de goiabeira, para fazer a “xilóida”, a “cetra”, o bodoque para caçar passarinhos. Acompanhei o seu Zeny fazendo gaiolas com gapiruvú, com muita paciência para fazer os furinhos onde colocava as varetas feitas com bambu. Aprendi também a escolher a varinha de bambu certa para fazer a vara de pescaria. E também a usar cipós para trazer o monte de peixes que pescávamos no rio Pirai. Fiz “picada” no mato para chegar aos destinos melhores para caçar e pescar. Carpinei muito terreno na casa, e limpei centenas de vezes o viveiro de pássaros que manteve por longos anos. Até cuidar de uma pequena granja que ele montou eu ajudei. Sempre estive com ele, ao seu lado. O adorava de paixão, mesmo que ele fosse muito machista, duro demais.
Seu Zeny manteve toda a família com muito suor e lutas. Passou ensinamentos a todos igualmente, mas como em todas as famílias, nem todos seguiram seus ensinamentos. Eu segui. Nem todos, mas segui. Com meu pai fui várias vezes votar – ele era Arenista – e também ia a todos os jogos do Caxias que ele me autoriza ir junto, além do Jec no Ernestao. Íamos juntos ao cemitério municipal no dia de Finados, todos os anos, e a pé. Tudo era bacana ao lado dele. Ele não achava legal ganhar beijos e abraços do filho. Mas sempre insisti, beijando sua careca. Ficava ao seu lado quando menino, olhando-o ler o jornal. Peguei gosto pela leitura com ele. Hoje sou jornalista. Ele queria que eu fosse contador, administrador, trabalhasse em escritório. Não me deu apoio ao sonho de ser jogador de futebol. Ele queria o melhor para mim, tenho certeza.
Hoje sou pai de três filhos naturais que tive do meu primeiro casamento, e de uma menina linda da minha mulher e companheira Gi Rabello, que tomei emprestada e quero passar meus princípios, que aprendi com ele, o seu Zeny. Gabriel, João Pedro e Lucas hoje não querem falar comigo. Sou um pai órfão dos filhos. Mas esse é assunto para outra crônica. A eles passei a educação que tive, de honradez, integridade, honestidade, respeito ao próximo, de trabalho e luta, de estudos sempre. Tenho certeza que passei o mais importante, e passo ainda hoje com exemplo de vida, dia a dia, como um homem deve ser nesta passagem pela Terra. Aprendi com ele, o seu Zeny, meu pai, grande pai!
Neste dia 13 de agosto completam-se 23 anos da perda dele em nossas vidas. Já estamos mais tempo sem ele ao nosso lado do que o tempo que convivemos juntos. Sua esposa e minha mãe, dona Isolde, ainda fala dele com carinho e saudade. Mas a intensidade com que vivemos juntos, mesmo sendo ele um homem duro, endurecido pelas tragédias pessoais, e da luta pela vida e por um lugar melhor, foi tão forte que ele é presente a todo tempo. A saudade aperta várias vezes meu coração, choro como criança várias vezes em que lembro dele. Ainda hoje vou ao sítio em que vivemos bons tempos, comendo goiabas, abacates, dormindo no rancho à base de lampião, comendo peixe frito com farinha, e tomando café feito como os tropeiros faziam.
Neste dia dos Pais, em que ele nos deixou bem ao meio dia – jamais esquecerei disso – escrevo essa crônica para homenagear a todos os pais, de todos os lugares, classes sociais, raças, credos, enfim, a todos sem distinção. Falar dele é uma honra para eu, seu filho, porque não há nada que o desabone, e sua conduta e exemplo são lembrados até hoje por seus amigos que ainda vivem pelo bairro Floresta e região. Guardo comigo uma foto emblemática do seu amor por mim, e eu por ele. Eu com uma canequinha, enchendo de água e jogando fora – hoje seria enquadrado pelo desperdício! – e seu Zeny ao meu lado, agachado, com a mão sobre mim.
Seu carinho e amor marcaram minha alma, e tento honrá-lo todos os dias, em todos os lugares, e todos os momentos. Beijos seu Zeny, meu pai amado, Deus certamente está feliz com tua presença ao seu lado, e tenho absoluta certeza que estás a cuidar de seu filho que escreve essa crônica, da sua nora Gi, da neta Rayssa, dos netos Gabriel, Lucas e João Pedro. Tua luz e teu exemplo ficaram gravados para sempre em nossos corações. Beijo enorme seu Zeny, meu pai!