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  • Obra de brasileiro estará na coleção Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea

    Obra de brasileiro estará na coleção Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea

    Olá, leitor, leitora, apoiadores do Palavra Livre, viramos notícia aqui em Portugal no principal jornal do país, o Diário de Notícias, suplemento brasileiro! Compartilho da alegria com voces, leiam a matéria que segue:

    A 16ª Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea Entre o Sono e o Sonho, uma das mais importantes de Portugal, terá o poema escrito por um brasileiro. Salvador Neto, de 57 anos e morador de Alcobaça, teve seu trabalho escolhido entre dezenas de outros concorrentes. O nome do poema é Voo da Liberdade e será conhecido no final de setembro, quando está prevista a publicação da obra.

    Salvador recebeu um e-mail convidando para escrever, com aviso de que apenas os melhores poemas seriam escolhidos. Um tempo depois, recebeu outro e-mail, com a notícia que tanto esperava. “Às vezes escolhemos, às vezes somos escolhidos. Há que se acreditar nos critérios das comissões que analisam. Como cada pessoa tem suas visões de mundo e de gostos, uma pontinha de sorte ajuda. Mas é preciso sempre entregar o seu melhor”, diz ao DN Brasil.

    O escritor relata o sentimento de ter tido o trabalho escolhido. “Olha, me sinto como uma criança que ganha um presente inesperado, sabe.  Estou feliz de ser escolhido, por ser um brasileiro e imigrante e também representar Alcobaça”, conta. Outro fato que deixa Salvador ainda mais feliz é que acaba de se recuperar de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. “Fiquei seis meses em camas de hospitais e reabilitação”, destaca.

    A experiência da recuperação também está descrita no livro Tinha um AVC no meio do caminho, lançado em abril deste ano pela editora Autografia, que possui sedes na Espanha e no Brasil. As experiências de vida são uma das inspirações para a escrita do brasileiro, que trocou o Brasil por Portugal para viver o sonho de morar na Europa.

    “As pessoas, suas vidas, com as riquezas humanas que todos temos. Sou humanista, sou ativo defensor dos direitos humanos, da igualdade de direitos, acredito em uma só raça, a humana. A natureza também me dá muita matéria prima para escrever. Mas os sentimentos humanos, esses me dão o fio condutor da minha escrita”, explica. A 16º Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea Entre o Sono e o Sonho estará às vendas nas livrarias e sites da área.

    * com informações do Diário de Notícias Brasil, Diário de Notícias, Texto: Amanda Lima

  • 94ª Feira do Livro de Lisboa inicia hoje com destaque para programação e acessibilidade

    94ª Feira do Livro de Lisboa inicia hoje com destaque para programação e acessibilidade

    A 94.ª edição da Feira do Livro de Lisboa começa hoje, no Parque Eduardo VII, naquela que será, segundo a organização, a maior de sempre, com um horário alargado e melhorias ao nível da acessibilidade.

    Até 16 de junho, 350 pavilhões, com 960 marcas editoriais, representadas por 140 participantes, vão ter disponíveis para venda ao público 85 mil títulos, a que juntarão diversas iniciativas, entre sessões de autógrafos, conversas com escritores, espetáculos de música ou cinema ao ar livre.

    Entre os destaques para hoje, conta-se o encontro de autores “Poesia africana”, com Conceição Lima, Ana Paula Tavares, João Melo e Ondjaki, e uma conversa em torno do livro “Oriente Próximo”, com Alexandra Lucas Coelho, Shadd Wadi e a participação especial de Dima Akram.

    Fernando Aramburu, Jean-Baptiste Andrea, Jeferson Tenório, Joël Dicker, Leila Slimani e Michael Cunningham são alguns dos autores internacionais que vão passar pela feira, juntando-se a nomes da literatura nacional como Afonso Cruz, António Jorge Gonçalves, Hugo Gonçalves, Joana Bértholo, João Tordo e Lídia Jorge, entre muitos outros.

    A edição da Feira do Livro de Lisboa deste ano chegou ao limite máximo da capacidade, com mais 10 pavilhões e duas novas praças, não sendo possível estendê-la mais nos próximos anos, disse à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), responsável pela organização do evento.

    Uma das novidades deste ano é a forte aposta na acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada, graças a um protocolo assinado com a Access Lab (empresa que trabalha a questão da acessibilidade em Portugal, pelo direito à cultura das pessoas com deficiência) para os próximos três anos.

    Já nesta edição, haverá mais casas de banho com acesso para pessoas de mobilidade condicionada e haverá também fraldários, em resposta aos pedidos das famílias.

    Adicionalmente, as rampas vão estar mais bem sinalizadas e vai haver “uma formação bastante intensa por parte da Access Lab quer ao ‘staff’ da APEL, quer aos participantes, para poderem dar informação adequada às pessoas de mobilidade condicionada”, especificou o presidente da APEL, Pedro Sobral.

    A parte da programação também será mais acessível, com uma agenda específica de eventos com língua gestual portuguesa, e a existência de um alfabeto de cores para daltónicos, que, entre outras coisas, ajuda as pessoas a orientarem-se nas praças, que são definidas por cores.

    Outra novidade é a antecipação do horário de abertura da feira, que passa a abrir às 12:00 durante a semana, e às 10:00 ao fim de semana e feriados.

    O horário de encerramento mantém-se às 22:00, com exceção dos sábados, sextas-feiras e vésperas de feriado, em que fecha às 23:00.

    • Fontes: Sapo24H e ECO
  • Filme de animação sobre massacre de judeus em Lisboa vem aí

    Filme de animação sobre massacre de judeus em Lisboa vem aí

    “Leonor e Benjamim” é um projeto de longa-metragem de animação de Humberto Santana e Pedro Brito que se passa em 1506.

    Realizadores portugueses preparam filme de animação sobre massacre de judeus em Lisboa

    A história de dois adolescentes apaixonados em 1506, ano em que morreram milhares de judeus em Lisboa, vai ser contada numa longa-metragem de animação por Humberto Santana e Pedro Brito, revelou à Lusa o produtor Nuno Beato.

    “Leonor e Benjamim” é um projeto de longa-metragem de animação das produtoras Sardinha em Lata e Animanostra e conta com um milhão de euros de apoio financeiro pelo Instituto do Cinema e Audiovisual.

    Segundo o produtor de A Sardinha em Lata, a ação de “Leonor e Benjamim” desenrola-se “nos trágicos acontecimentos ocorridos em Lisboa, em abril de 1506, quando, durante três dias, foram barbaramente massacrados mais de três mil homens, mulheres e crianças de origem judaica”.

    Na história de Humberto Santana e Pedro Brito, os protagonistas são dois adolescentes apaixonados: “Ela, de uma família tradicional, ele, de uma família de cristãos-novos, de origem judaica”, mas cujo romance vai ser “ceifado na devastação”.

    O filme remete para o episódio trágico ocorrido em abril de 1506, em Lisboa, no qual milhares de cristão-novos (judeus forçados a converter-se ao Cristianismo) foram mortos de forma indiscriminada por multidões descontroladas.

    Nuno Beato explicou que o projeto da longa-metragem de animação está ainda em desenvolvimento e que está a ser preparada uma apresentação em mercados internacionais, “numa tentativa na pesquisa de outros financiamentos e coprodutores”.

    Em paralelo ao trabalho de financiamento, as duas produtoras vão iniciar em 2024 o trabalho de pré-produção, nomeadamente nas vertentes de investigação e sobre o grafismo.

    “Leonor e Benjamim” será a primeira longa-metragem de animação tanto para Humberto Santana como para Pedro Brito, dois nomes com larga experiência no cinema de animação em Portugal.

    Ao abrigo do programa bienal do Instituto do Cinema e Audiovisual, de um milhão de euros para a produção de uma longa-metragem de animação, foi já atribuído apoio financeiro aos projetos “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, “Os demónios do meu avô”, de Nuno Beato – ambos já estreados em sala -, “Dom Fradique”, de Zepe, e “Una”, de Vasco Sá e David Doutel.

    • com apoio de Sapo.pt
  • Crônica – E seu Barros chorou

    Crônica – E seu Barros chorou

    Eu precisava encontrar uma xícara elegante. Bonita. Única. Ou, como chamam em Portugal, uma chávena. Minha esposa não parava de falar disso, que era para criar vídeos bacanas, enfim. Mas ir atrás, nada. Resolvi então em belo dia de outono europeu acabar com esta agonia. Era aquele dia ou nunca. Nunca é demais né. Mas queria por um fim a busca da chávena que jamais foi buscada. Sai pelas belas ruas de Alcobaça, cujas pedras ao chão vem todas da bela serra dos Candieiros.

    Já tinha entrado em uma pequena loja de antiguidades que ficava no caminho ao Mosteiro de Alcobaça, onde Inês e Pedro tem seus túmulos. Um patrimônio da humanidade de 900 anos. Não sabe quem foi o casal? Vai continuar não sabendo, porque o caso aqui é a chávena única. Em frente à loja ficam, antes mesmo da porta, móveis antigos e tapetes a mostra. Uma vitrine, por aqui uma montra, dá a dimensão do que há em seu interior. Anjos barrocos, candelabros, vasos e… chávenas! Entrei.

    Sim, ela existe de fato! Eis a chávena relíquia, linda, uma obra de arte

    Dava até medo de esbarrar em tanta arte e cultura expostas. Prateleiras à esquerda e à direita estreitavam o caminho profundo que seguia rumo ao fundo da loja. Uma peça mais interessante que a outra. Até sopeiras, copos, bandejas. Com olhos focados nas chávenas, mas perdido entre tantas obras de arte, fui mergulhando em meio à história. Já estava quase ao fundo da loja quando uma voz aguda, cheia de esses, me chamou à realidade. – Bom dia, disse aquele senhor de cabelos grisalhos, abrindo um sorriso que te abraçava.

    – Como está? Deseja algo? Ao abrir a boca ele já viu que era mais um brazuca curioso. Responde que sim, e que buscava uma chávena bonita, diferente. Expliquei a complexidade do sonho da minha companheira. Ele saiu da pequena toca onde estava sentado em uma cadeira centenária, certeza disso. E me apresentou algumas peças, entre as quais a que eu tinha absoluta convicção, agradaria minha esposa. Era uma porcelana diferenciada, feita por cerâmica local há pelo menos 50 anos. Relíquia.

    A partir da minha decisão, iniciamos uma conversa. Seu Barros, sim, este era o nome dele, perdão por ter esquecido de lhes dizer. Seu avô era brasileiro, e ele mesmo já tinha conhecido o Brasil, e atendia muitos brasileiros, e gostava muito do nosso povo, e foi marinheiro a pescar lulas próximo às Malvinas, e etc. Conversador ele. Eu todo ouvidos, jornalista que sou. Já corria uma boa meia hora do português a falar e eu a escutar. Já buscava os euros – salgada a chávena viu – a pagar quando ele continua a desfiar sua história. Reclamar que ninguém mais conversa ou tem atenção ao outro.

    Ampliei as antenas auditivas. E seu Barros abre mais seu leque biográfico, uma vida de viajante e dramas. E conta que viveu na guerra colonial na África em nome de Portugal. – Eu vi coisas horríveis com estes meus olhos seu Salvador, disse ele. Mortes, violência, torturas. Enquanto falava, os traumas lhe escorriam transmutados em lágrimas pelos olhos cansados de ver coisa ruim, e não ter a quem contar. Me contive para não trocar lágrimas com o seu Barros. E para permitir a ele o desabafo humano de uma vida dura.

    Ele então me convida a um café. Recuso. Tenho compromissos, explico. Faltavam-se cinco euros, os quais seu Barros diz que poderia trazer outro dia. Surpreso insisto que vou a um caixa e volta a pagar. – Não é preciso, venha outra vez para continuar a nossa conversa. Não tenho com quem falar sobre esses fantasmas. Surpreendido por tudo que uma ida à compra de uma chávena me proporcionou, aceitei o compromisso. Seu Barros precisa chorar mais para lavar a alma e voltar a acreditar que sua vida valeu a pena.

    Por Salvador Neto

  • Portugal aprova aumento de jornada de trabalho para servidores públicos

    Portugal aprova aumento de jornada de trabalho para servidores públicos

    Os deputados do Partido Social Democrata e do Centro Democrático Social-Partido Popular, que formam a base parlamentar majoritária do primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, aprovaram propostas de lei que aumentam de 35 para 40 horas o “período normal de trabalho” para servidores públicos e  estabelecem “o sistema de requalificação de trabalhadores em funções públicas”, um regime de mobilidade que, além de capacitar, flexibiliza a dispensa na administração pública.

    A esperada vitória governista foi seguida de protestos da oposição, que acusa o governo de preparar demissões em massa, comprometer a qualidade dos serviços públicos e aumentar a jornada de trabalho sem fazer atualização salarial. O líder do Partido Socialista, Carlos Zorrinho, prometeu recorrer na Justiça contra as propostas aprovadas. Segundo ele, a reforma “suscita dúvida de constitucionalidade”. De acordo com o parlamentar oposicionista, o governo pretende fazer cortes “ilimitados” e “sem racionalidade”.

    Em resposta, o deputado social-democrata Jorge Paulo disse que a oposição “não apresentou qualquer proposta alternativa” durante a tramitação do projeto do governo. Ele defendeu a medida dizendo que é preciso “tornar mais eficaz e eficiente” o serviço público.

    Além dessas mudanças, o governo aprovou a redução do valor de indenização para demissão de empregados do regime privado. Para a oposição, a flexibilização vai agravar o problema do desemprego em Portugal, que tem atualmente cerca de 900 mil pessoas sem ocupação formal.

    As votações ocorrem na última semana antes das férias legislativas (agosto) e antecedem a elaboração do Orçamento do Estado de 2014, a ser apresentado em meados de outubro, no qual o governo deverá estabelecer o maior corte de despesas desde o início do Programa de Ajustamento Econômico e Financeiro, acertado com credores internacionais há mais de dois anos.

    Antes de começarem as férias parlamentares, governo e oposição podem travar novo debate amanhã (30) na Assembleia da República, quando a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, dará explicações a uma comissão parlamentar de inquérito sobre o seu grau de conhecimento dos contratos do tipo swap feitos por empresas estatais portuguesas na época em que se tornou secretária de Estado (2011).

    Da EBC Serviços