Empresários vão criar rede de busca e recolocação de trabalhador com deficiência

Um grupo de empresários liderados pela Serasa Experian participou nesta quarta-feira (2) de uma discussão sobre como melhorar a inserção dos portadores de deficiência física no mercado de trabalho e para encontrar formas de auxiliar as empresas no cumprimento das cotas mínimas de profissionais deficientes. O assunto foi discutido no 26º Fórum de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, na capital paulista. Representantes de empresas participaram de um grupo de trabalho para criar uma rede nacional de busca e de recolocação de profissionais deficientes.

A gerente de Cidadania Corporativa da Serasa, Andrea dos Santos Regina, explicou que a criação da rede nacional tem o objetivo de fomentar uma nova cultura entre empresas de médio e grande porte para que haja o respeito ao deficiente e para que ele seja inserido no mercado de trabalho com dignidade e reconhecimento.

“Hoje é a primeira reunião para desenharmos a rede em conjunto. As regras e o modo de agir serão definidos em conjunto e a governança será de todos”, disse Andrea.

A gerente informou que apesar da existência de uma lei federal que garanta o emprego dessas pessoas, a medida ainda não é suficiente. Para ela, ainda há grandes desafios, como a atração da pessoa qualificada com deficiência.

“Existe um apagão de talentos em geral e todos sabemos. Achar uma pessoa qualificada com deficiência não é fácil e reter essa pessoa dentro da empresa é outro desafio. A rede se propõe a discutir como tratar esses desafios e trabalhar para que não sigamos apenas cumprindo a cota, mas que sigamos com produtividade para as nossas empresas também”, disse.

Segundo dados do Ministério do Trabalho de 2009, o número de deficientes aumentou 0,7% e a média de cumprimento da Lei das Cotas é 21,4%. Já o número de autos de infração emitidos pelo não cumprimento da lei subiu de 336, em 2005, para 1.167, em 2010, segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho.

A secretária de estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Rizzo Battistella, disse que se avançou bastante na contratação de deficientes. Cerca de 110 mil trabalhadores nessas condições foram contratados formalmente em cumprimento à Lei de Cotas. Há ainda 30 mil trabalhadores contratados sem vínculo com a política afirmativa.

“Temos procurado criar mecanismos. Por um lado, o mercado está convencido da importância de tratar dessa questão da diversidade humana de maneira séria. Por outro lado, o governo tem procurado soluções de capacitação para essas pessoas”, informou Linamara.

A secretária do estado avaliou que a carência de profissionais deficientes capacitados é um mito. Segundo ela, cabe ao sistema de ensino parte da capacitação, mas a empresa também é responsável por fornecer ferramentas ao funcionário para que ele se especialize ainda mais. “Você aprende a executar sua tarefa no desenvolvimento dela. Ninguém te ensina a ser um bom operador de telemarketing. Você aprende a mexer no equipamento, mas o trabalho você aprende na prática.”

A professora de educação física Carolina Ignarra sofreu um acidente em 2001, um ano depois de ter se formado. No período, ela dava aulas de ginástica laboral em uma empresa. Três meses depois do acidente, ela voltou ao trabalho montando as aulas para outros professores aplicarem. “Depois comecei a trabalhar com inclusão e hoje tenho uma consultoria que trabalha com a disseminação de cultura inclusiva para a contratação de pessoas com deficiência”, disse Carolina.

A professora contou que sua volta ao trabalho depois do acidente que a deixou paraplégica foi tranquila, pois a empresa acreditou em sua capacidade antes mesmo de ela perceber seus talentos. “Minha diretora dizia que eu era a mesma pessoa, mas em outra condição. Minha volta foi gradativa, conforme fui ficando independente fui assumindo outros projetos”, disse.

Segundo Carolina, a condição em que a pessoa está não é o mais importante, mas, sim, a vontade de se qualificar, pois as dificuldades existem para todos e a falta de qualificação está presente em todos os âmbitos. “A maioria dos brasileiros com ou sem deficiência tem dificuldade de acesso à escola. Acontece que quando a empresa tem de contratar aqueles 5% [deficientes], percebe mais. A maioria das pessoas que tem faculdade não está nas faculdades de ponta. Quando falamos de pessoas com deficiência desqualificadas estamos falando de um Brasil desqualificado. A pessoa com deficiência também tem de ir atrás. É difícil, mas tem muita gente com deficiência que conseguiu.”

Do Observatório Social

Inclusão no mercado de trabalho de pessoas com deficiência

A Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência foi recriada esta semana no Congresso Nacional pretende priorizar a inclusão no mercado de trabalho.

Segundo o último Censo Demográfico, os deficientes são hoje 14% da população do país. Os parlamentares querem regulamentar a Convenção da ONU pelos direitos das pessoas com deficiência.

A senadora Ana Rita (PT/ES) acredita que é preciso priorizar a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. “Queremos através da Frente, aprofundar cada vez mais o debate sobre a inclusão da pessoa com deficiência em todos os setores da sociedade. Particularmente no mercado de trabalho. Acredito que já tivemos grandes avanços, mas precisamos ainda fazer muito para que a pessoa com deficiência possa ser de fato incluída em todas formas de trabalho”.

Para o senador Lindbergh Farias (PT/RJ) a inclusão no mercado de trabalho também é tema fundamental nesse debate. “A gente tem que discutir aqui estratégias porque nós temos uma legislação interessante, mas infelizmente é preciso dizer, inclusão no mercado de trabalho. Há uma lei que fala que as empresas privadas têm que contratar entre 2 e 5% do seu pessoal de pessoas com deficiências. Infelizmente não estão cumprindo a lei. E não são punidos. Os instrumentos de fiscalização são muito frágeis. Então, nós aqui, queremos nos dedicar também no fazer cumprir, nas coisas acontecerem”.

A deputada Benedita da Silva (PT/RJ) quer resgatar a cidadania das pessoas com deficiência. “Defender essas pessoas é também resgatar a cidadania. E nós temos certeza que tem matérias de interesse dos direitos das pessoas com deficiência e que certamente nós, através dessa Frente estaremos discutindo com a presidência da Casa, para que dêem prioridade”.

A Frente Parlamentar também vai debater em audiência sobre o uso do braile. A próxima audiência está agendada para a próxima sexta-feira.

Sindicato dos Mecânicos

Apae Joinville conta com meu apoio

Olá leitores do blog, colegas da imprensa e mídia em geral. Conforme havia anunciado já no final de 2010, estou apoiando a Apae de Joinville de forma voluntária como assessor de comunicação, a convite de sua diretoria. Já estamos trabalhando em um jornal da Instituição, para o qual esperamos contar com o apoio de muitas empresas e personalidades da grande Joinville, cidade rica que certamente acolherá iniciativas que visem o bem estar de pessoas com deficiência e suas famílias.

Tentarei dar o meu melhor no tempo que terei disponível, e conto com a força e o apoio dos leitores do Palavra Livre, amigos jornalistas, radialistas, publicitários, todos envolvidos em favor da solidariedade. Ninguém está livre de contar com alguém na família com alguma deficiência, no nascimento, durante a vida, enfim, devemos ter sempre um olhar do bem para com nossos semelhantes. Ajudar não custa nada, sempre dá para fazer algo por nossos irmãos. Conto com vocês.

Apae Joinville terá apoio deste jornalista e blogueiro

apaeJoinvilleDesde que me conheço por gente, aprendi e entendi que respeitar o outro é fundamental para a vida em sociedade. Respeitar as diferenças de raça, cor, credo. Respeitar as opiniões, os gostos, interesses e visões de mundo. Respeitar as pessoas especiais que precisam de acolhimento, atenção, apoio. Ajudar e ser solidário nos momentos precisos.

Esta semana tive a grata surpresa de ser convidado a visitar a Apae de Joinville, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, para ouvir um pedido e conhecer a instituição. O contato veio por intermédio do amigo Jailson, irmão de um diretor do Sindicato dos Mecânicos, entidade que assessoro há quase 10 anos. Ele tem um filho que é atendido na Apae, e viu neste humilde jornalista e blogueiro uma possibilidade de apoio na área de comunicação.

Ouvi o pedido, conversei durante duas horas com ele e a presidente Heloísa, ex-professora e diretora de escolas que já conhecia há alguns anos, aceitei de pronto o pedido e conheci o trabalho maravilhoso que vários profissionais desempenham em favor de pessoas que precisam ser reconhecidas como cidadãs. Gente de todas as idades, homens e mulheres adultos, crianças, e até bebês.

Fiquei emocionado, tocado por esse trabalho solidário e humano. Já tive um irmão com uma deficiência na intelectualidade que infelizmente nos deixou há cinco anos, e que me ensinou a ser ainda mais humano e atencioso. Era meu amigão, meu fiel escudeiro e parceiro de trabalhos, jogos de futebol, passeios, campanhas políticas. Saudades.

Então, a partir desta data, já estou trabalhando voluntariamente para a Apae Joinville na assessoria de comunicação. Aos amigos de imprensa, companheiros da área, leitores deste blog, peço o apoio na construção de uma agenda positiva para essa instituição que completará 46 anos de serviços na área da saúde, educação e assistência social não só na maior cidade de Santa Catarina, mas também para toda a macroregião. Conto com vocês!