Caso Busscar: empresa completa 24 meses sem pagar salários!

Imagem da manifestação feita em abril de 2011 quando se completou o primeiro ano sem pagamento dos salários na Busscar

A Busscar Ônibus acaba de completar dois anos, ou 24 meses, sem pagar salários aos seus trabalhadores, hoje em torno de mil pessoas ainda ligadas à empresa que está sob processo de recuperação judicial desde o dia 31 de outubro do ano passado. Nesse longo período a empresa mantém cerca de 250 a 300 trabalhadores pagando diárias, de forma ilegal que atenta à dignidade dos demais que não tem esse benefício, e de aproximadamente quatro mil trabalhadores que ficaram sem receber suas rescisões, FGTS, e demais direitos previstos em lei. Em 2011 quando completou um ano sem pagar salários, o Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região promoveu uma manifestação com direito a bolo para marcar o descaso da empresa com a sua força de trabalho.

Esse ano a entidade sindical organiza uma grande assembleia geral dos trabalhadores para o dia 15 de abril, próximo domingo, às 9 horas no seu Centro Esportivo localizado na rua Rui Barbosa, 495 no bairro Costa e Silva em Joinville (SC). Lá serão colocados em discussão e votação o posicionamento do Sindicato e dos trabalhadores em relação ao Plano de Recuperação Judicial apresentado pela empresa – e já rejeitado em primeira mão pela entidade e demais credores – e também na futura assembleia geral dos credores prevista para a primeira quinzena de maio.

A assembleia tem caráter legal, com edital publicado, visando garantir todos os direitos de representação dos milhares de trabalhadores na votação que vai decidir o futuro da Busscar. A iniciativa também quer oportunizar aos trabalhadores que já não moram mais na cidade o direito de se manifestar e ver sua posição defendida junto aos credores. Para o presidente do Sindicato, Evangelista dos Santos, a idéia é permitir que todos possam participar da decisão democraticamente, visando defender os direitos dos trabalhadores que já foram descumpridos pela empresa.

“Desde o início da crise nos portamos com transparência, buscamos o diálogo, propomos várias soluções para a empresa. Fomos ignorados, e até atacados várias vezes, mas mantivemos a luta pelos direitos dos trabalhadores. Conseguimos até chegar ao ponto de colocar os bens disponíveis para o leilão, mas a empresa recorreu à recuperação judicial. Apresentaram um plano fajuto, fraco, inconsistente e que retira ainda mais dos trabalhadores, e é claro que negamos. Agora, ao completar dois anos dessa história vergonhosa da Busscar, está chegando a hora dos trabalhadores se posicionarem oficialmente na assembleia de credores. Nós vamos realizar a nossa assembleia dos trabalhadores e definir nossa posição. Está na hora de acabar essa novela que afetou a vida de milhares de famílias”, afirma Evangelista.

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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