Caso Busscar: Sindicato denuncia a mentira dos descontos

A batalha em defesa dos direitos dos trabalhadores ainda não terminou. Ela está adiada até dia 25 de setembro, quando a assembleia geral dos credores será retomada por determinação do juiz Gustavo Marcos de Farias. O local será o mesmo, Centreventos Cau Hansen, e o horário de início será 14 horas. Os trabalhadores poderão reimprimir novos crachás no mesmo dia da assembleia, mas pela manhã, das 9 às 11 horas.

O Sindicato dos Mecânicos não vai medir esforços e ações para garantir que todos os créditos trabalhistas sejam quitados integralmente, e na forma da lei. Até o momento, a Busscar negociou com os ex-sócios, os tios, e vai pagar quase R$ 90 milhões do que deve a eles. A proposta anterior era de R$ 15 milhões. Ou seja, para ex-sócios há negociação. Para bancos, também. E para os trabalhadores nada?

Uma carta foi enviada para a empresa tentando mais uma vez a negociação do pagamento dos créditos trabalhistas devidos há quase dois anos e meio. O Sindicato não concorda com a proposta do plano da empresa porque trata os trabalhadores de forma diferenciada, reduz valores de forma absurda, pagamento em ações – não em dinheiro – e pior, com a extinção de todas as ações judicias. Isso significa que caso aprovado o plano, e a Busscar quebre, os trabalhadores não teriam mais a que recorrer para receber.

Até o momento não houve retorno por parte da Busscar para sentar à mesa e negociar. Eles estão esnobando os trabalhadores porque já tem em mãos 1,9 mil procurações, mil das quais obtidas com assédio moral na Tecnofibras, e as demais por pura falta de consciência dos trabalhadores na defesa dos seus direitos. Mas o jogo pode virar, o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Uma das ações da entidade sindical é pedir a todos os trabalhadores para que façam suas procurações ao Sindicato, inclusive os que já entregaram a procuração para seus chefes na empresa. Isso é possível, pois valerá a procuração mais recente na hora de votar o Plano.

O Sindicato também já enviou ofício ao BNDES denunciando a injustiça deste plano para com os trabalhadores, como já fez anteriormente. É bom lembrar que o BNDES votaria NÃO ao plano por conter ilegalidades e absurdos, inclusive contra os trabalhadores. E votou pelo adiamento para que a Busscar possa apresentar algo novo para o banco, e também para os trabalhadores. Ao pé da letra, o BNDES está com os trabalhadores, e não deve votar favoravelmente a uma empresa que desrespeita a CLT, a Constituição Federal, não paga impostos como INSS, FGTS, ICMS. Afinal, há milhões em dinheiro público, nosso dinheiro, investidos na Busscar, que está quebrada por má gestão dos seus acionistas.

Na assembleia do dia 7 de agosto a direção da empresa, através dos seus advogados contratados, não explicou aos trabalhadores como serão dos descontos dos seus créditos. A maioria não sabe que os descontos serão de, em média, 50% do que cada um tem a receber! Alguns chegam a ter descontos de até 58%, uma vergonha, um assalto ao trabalhador, um calote claríssimo, uma afronta as leis vigentes no país.

Para deixar mais claro, seguem abaixo alguns exemplos que tiramos do próprio processo, que é de domínio público:

ADEMAR CLARINDA (Processo 7566/2011)
TOTAL A RECEBER, ALÉM DOS SALÁRIOS ATRASADOS DE ABRIL/2010
ATÉ outubro/2010 E 13º DE 2009 (OBJETO DA AÇÃO COLETIVA)
Líquido da Rescisão 14649,02
Diferenças do FGTS 8.815,72
Multa de 40% sbre o FGTS 6786,33
Multa do art. 467 R$ 9.857,47
Juros e Correção R$ 5.092,93
Total (até 31.10.2011) 45201,47
Proposta da Busscar (deduções)
Aviso Prévio Indenizado (e reflexos) 2205,32
Multa Art. 467 R$ 9.857,47
Multa Art. 477 1720,4
Férias em dobro 2288,13
1/3 constitucional 762,71
Juros e Correção monetária R$ 5.092,93
Total de Deduções 21926,96
Saldo a pagar 23274,51
Percentual da dedução 48,51
ALISSON JOSÉ VIEIRA (Processo 2913/2012)
TOTAL A RECEBER, ALÉM DOS SALÁRIOS ATRASADOS DE ABRIL/2010
ATÉ  NOVEMBRO/2010 E 13º DE 2009 (OBJETO DA AÇÃO COLETIVA)
Líquido da Rescisão 6633,18
Diferenças do FGTS 2.778,78
Multa de 40% sbre o FGTS 1441,35
Multa do art. 467 R$ 3.452,06
Juros e Correção R$ 1.842,14
Total (até 31.10.2011) 16147,51
Proposta da Busscar (deduções)
Aviso Prévio Indenizado 1170,4
Multa Art. 467 R$ 3.452,06
Multa Art. 477 1170,4
Juros e Correção monetária R$ 1.842,14
Total de Deduções 7635
Saldo a pagar 8512,51
Percentual da dedução 47,28
ALEXSANDRA CORDOVA (Processo 7027/2011)
Líquido da Rescisão 3373,11
Diferenças do FGTS 2.144,89
Multa de 40% sbre o FGTS 1627,94
Multa do art. 467 R$ 1.949,42
Juros e Correção R$ 1.855,42
Total (até 31.10.2011) 10950,78
Proposta da Busscar (deduções)
Aviso Prévio Indenizado 1102,2
Multa Art. 467 R$ 1.949,42
Multa Art. 477 1102,2
Juros e Correção monetária R$ 1.855,42
Total de Deduções 6009,24
Saldo a pagar 4941,54
Percentual da dedução 54,87
DIONISIO MAZZOLLI (Processo 1196/2012)
Líquido da Rescisão 2743,26
Diferenças do FGTS 2.640,30
Multa de 40% sbre o FGTS 2372,05
Multa do art. 467 R$ 2.006,55
Juros e Correção R$ 1.880,22
Total (até 31.10.2011) 11642,38
Proposta da Busscar (deduções)
Aviso Prévio Indenizado 1102,2
Multa Art. 467 R$ 2.006,55
Multa Art. 477 1102,2
Juros e Correção monetária R$ 1.880,22
Total de Deduções 6091,17
Saldo a pagar 5551,21
Percentual da dedução 52,32
RICARDO VENEZIAN (Processo 290/2012)
Líquido da Rescisão 3994,69
Diferenças do FGTS 1.830,21
Multa de 40% sbre o FGTS 1882,94
Multa do art. 467 R$ 2.271,11
Juros e Correção R$ 1.921,97
Total (até 31.10.2011) 11900,92
Proposta da Busscar (deduções)
Aviso Prévio Indenizado 1335,4
Multa Art. 467 R$ 2.271,11
Multa Art. 477 1335,4
Juros e Correção monetária R$ 1.921,97
Total de Deduções 6863,88
Saldo a pagar 5037,04
Percentual da dedução 57,68

Estes são apenas alguns dos trabalhadores lesados, dos milhares que  estão sem receber um tostão há 27 meses. Imaginem o tamanho do golpe contra os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras! Por isso o Sindicato dos Mecânicos alerta e apela aos trabalhadores para que cancelem suas procurações à Busscar, e passem a dar a procuração para o Sindicato que vai defender e negociar com muito mais força os créditos trabalhistas que a empresa deve e não paga. Para isso, basta se dirigir ao Sindicato levando CPF e RG para voltar a ter dignidade, e não deixar que façam esse verdadeiro assalto ao bolso dos trabalhadores.

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Caso Busscar deve ter definição nesta terça-feira (7/8)

Amanhã, terça-feira, dia 7 de agosto de 2012 é o dia da decisão final sobre o caso Busscar. A partir das 14 horas os portões do Centreventos Cau Hansen serão abertos para que os credores possam participar da continuidade da assembleia geral que iniciou dia 22 de maio, suspensa por decisão do juiz do caso à época, Maurício Póvoas. Somente podem votar os que já foram cadastrados e retiraram o crachá anteriormente. Quem perdeu pode retirar novamente o seu pela manhã, das 9 às 11 horas no mesmo Centreventos. A diretoria do Sindicato dos Mecânicos confia que as vidas de milhares de trabalhadores da empresa possam seguir em frente com a votação e decisão final do caso. Afinal, ninguém aguenta mais ficar sem receber salários e direitos!

Mesmo após várias tentativas por parte do Sindicato, de outros credores, e até da declaração da Justiça de que o plano é ilegal, a Busscar – que é quem pode mudar o plano de recuperação oficialmente para colocar em votação na assembleia – manteve ilegalidades flagrantes, insistindo com pagamento em ações, papéis que não existem no mercado simplesmente porque a empresa não tem mais valor (até o presidente da empresa reconheceu isso em entrevista –  ”a empresa hoje vale zero”), e os trabalhadores são tratados de forma desigual, com descontos enormes dos seus direitos. Além do que a Busscar não cumpre a lei de recuperação judicial que manda pagar tudo em dia após a entrada da recuperação judicial. Desde outubro de 2011 ela não paga ninguém até hoje, construindo um novo débito com trabalhadores.

Diante deste quadro lamentável, o Sindicato dos Mecânicos orienta novamente para que todos os trabalhadores votem “NÃO” ao plano apresentado pela Busscar. Lembrando que além de não pagar em dinheiro e em até 12 meses como manda a lei, a empresa ficará livre para vender todos os bens – hoje estão em garantia para pagamento dos créditos trabalhistas por ação do Sindicato – para “tentar” voltar a produzir. Como essa gestão já mostrou que é incompetente para gerir um empreendimento deste porte, não tem mais credibilidade para negociar com os outros credores, bancos, e também trabalhadores, aprovar um Plano fajuto, fraco e inconsistente como esse é dar carta branca para a incompetência continuar, e aí sim deixar todos os trabalhadores sem um centavo do que é devido a eles.

Diferente do que se diz por aí, até por meio da imprensa, o fato de o voto “NÃO” vencer não poderá significar simplesmente a falência imediata. O juiz pode decretar a falência exitosa, uma intervenção para que se forme outra gestão, ou seja, podem acontecer várias alternativas. Agora caso o “sim” vença, o futuro dos trabalhadores é ficar sem absolutamente nada para receber, por pura falta de condições técnicas, financeiras e econômicas do plano da Busscar. Seria uma falência de verdade, daqui a alguns meses e sem qualquer garantia de bens para o trabalhador receber o que é seu. Lembrando que já são 27 meses sem salários, sem décimos-terceiros, sem FGTS. E desde outubro a conta só cresce. Por isso o Sindicato reitera, o voto “NÃO” pode sim dar um novo rumo a esse caso. O sim será péssimo para os trabalhadores, inclusive aqueles que ainda apóiam os acionistas, e que lamentarão ter remado no mesmo barco.

A diretoria do Sindicato agradece a todos os trabalhadores que compreenderam a gravidade da situação dos seus companheiros, observaram toda a luta da entidade para derrubar as centenas de mentiras que a Busscar espalhou sobre o sindicato desde o início dessa segunda crise, ajudaram na campanha de arrecadação de cestas básicas, alimentos, e até roupas quando faltou de tudo na casa dos trabalhadores, enfim, que apóiam nossa campanha de informação correta sobre as ilegalidades que podem causar um dano ainda maior a mais de cinco mil famílias. A todos o nosso muito obrigado, e nos encontraremos no Centreventos para fazer valer os nossos direitos!

Para saber mais sobre a assembleia clique nos links abaixo e fique bem informado:

http://www.sindmecanicos.org.br/site/blog/2012/08/01/caso-busscar-sindicato-informa-o-porque-do-nao-e-orienta-sobre-assembleia/

http://www.sindmecanicos.org.br/site/blog/2012/08/01/nielson-diz-que-a-busscar-vale-zeroe-quer-pagar-trabalhadores-com-acoes/

http://www.sindmecanicos.org.br/site/blog/2012/07/31/sindicato-mantem-o-nao-e-insiste-no-cumprimento-da-lrj-por-parte-da-busscar/

http://www.sindmecanicos.org.br/site/blog/2012/06/29/caso-busscar-sindicato-exige-cumprimento-da-lei-de-recuperacao-judicial/

http://www.sindmecanicos.org.br/site/blog/2012/04/16/assembleia-geral-decide-pelo-nao-ao-plano-de-recuperacao-da-busscar/

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Caso Busscar: Sindicato mantém a orientação de voto “NÃO”

O Blog reproduz notícia publicada no site do Sindicato dos Mecânicos sobre a crise da Busscar, onde fala sobre o posicionamento na assembleia dos credores, o voto “não” ao plano, e orienta os trabalhadores sobre o dia da assembleia geral no Centreventos, dia 7 de agosto às 15 horas. Como importante informação para a sociedade, prestamos esse serviço aos trabalhadores por aqui, segue abaixo:

“A diretoria do Sindicato dos Mecânicos junto com o departamento jurídico da entidade sindical, emite nota informativa abaixo explicando sobre detalhes da continuidade da assembleia geral dos credores, marcada para dia 7 de agosto de 2012 (terça-feira) a partir das 15 horas no mesmo local, o Centreventos Cau Hansen em Joinville (SC). É importante que todos os trabalhadores e trabalhadoras saibam como proceder quanto aos crachás, horários, documentos de identidade, e todos os outros dados para que possam participar ativamente da decisão de votar que vale o seu futuro, dos seus direitos.

O Sindicato reafirma que deseja a recuperação da empresa, mas com planos consistentes seja de quem for, e que garantam os direitos dos trabalhadores na íntegra. Quem ainda quiser tirar dúvidas por telefone pode ligar para (47) 3027.1183 e 3027.1184. Segue a nota que orienta sobre a assembleia:

“Para continuidade da Assembléia Geral de Credores, foi designado o dia 07.08.2012, às 15h, no mesmo local, Centreventos – Avenida José Vieira, nº 315 – (Beira Rio). Todos podem assistir o evento, no entanto, votam apenas aqueles que já haviam se credenciado (crachá ou procuração). Leve o crachá e um documento de identidade com foto. Caso tenha extraviado o crachá, compareça na parte da manhã, entre 9h e 11h30min, para retirar a segunda via do crachá. Participe, o resultado depende também de você, do seu voto.

O adiamento da Assembléia foi mais uma oportunidade para a empresa adequar o Plano de Recuperação à Lei. E, apesar de duas outras advertências e oportunidades, ainda assim o Plano não está de acordo com o que determina a Lei – o pagamento do crédito trabalhista no prazo de um ano (artigo 54, Lei 11.101./05). Ao Sindicato cabe a orientação do voto, a partir do que está previsto no Plano de Recuperação e as modificação propostas, o que de fato será objeto de votação, isto se a empresa aceitar as modificações propostas, pois somente ao devedor cabe a apresentação do Plano de Recuperação Judicial.

Ocorre que, o Plano de Recuperação apresentando pela empresa, além do pedido de carência de 6 (seis) meses, da significativa redução de valorestratamento diferenciado aos trabalhadores, ainda não garante o efetivo pagamento do crédito trabalhista no prazo legal, de um ano, na medida em que, agora, oferta ações como pagamento, sem regras e critérios quanto a valoração destas ações no momento de sua conversão.

Outro aspecto é que, no momento do pedido de Recuperação Judicial, em 31.10.2011, já estavam atrasados 19 (dezenove) salários – abril de 2010 a 31.10.2011. Neste período, muitos trabalhadores já haviam rescindido seus contratos. Neste caso, sem considerar esta situação específica, a empresa propõe efetuar o pagamento dos últimos 3 (três) salários, devidos antes do ajuizamento da Ação de Recuperação (agosto, setembro e outubro/2011), em até 30 (trinta) dias após a homologação do plano. Isto significa dizer que, aqueles que tiveram seus contratos rescindidos até 31 de julho 2011, nada recebem neste primeiro momento.

Outro agravante é que o Plano autoriza a venda do patrimônio, colocando em risco futuras execuções, se não se sustentar a Recuperação Judicial, que tem o prazo de 2 (dois) anos. Não há sinal de investidores  e os atuais gestores não tem credibilidade no mercado e nem junto às instituições financeiras. Para o sucesso do empreendimento é preciso de capital de giro e segurança ao consumidor.

Esta administração, mesmo após o pedido de recuperação, não agiu em conformidade com a Lei. Foram imprudentes na gestão, na tomada de decisões, na contratação de profissionais, eis que desde 2010 realizam gastos abusivos e excessivos
, sem resultado. Muitos trabalhadores teriam sido pagos!

Ao contrário do que foi veiculado pelos que representam a empresa, o Sindicato ainda aposta na Recuperação da Empresa, com um plano consistente e a efetiva participação dos trabalhadores, garantia integral do crédito trabalhista, no prazo da Lei, obstando a venda do patrimônio até a quitação da dívida trabalhista. Infelizmente não é isso o que está sendo proposto, pelo que mantemos nossa orientação pelo VOTO NÃO ao plano até agora apresentado pela Busscar.

Informamos ainda que, está nos autos do processo, pendente de apreciação, uma Proposta de Modificação e Consolidação do Plano, proposta assinada pelos credores RR, Prata, Garytrans e Incomabra, que precisa ser aceita pela empresa. Em síntese, refere-se a venda da Unidade Produtiva Isolada BUSSCAR ÔNIBUS S/A, estabelecendo prazo para tal, com avaliação profissional e participação de credores na venda, num prazo pré-estabelecido (120 dias). Se não for vendida neste prazo, prevê a designação de leilão.

Tal proposta, de diferente para os trabalhadores, tem principalmente a condição de pagamento à vista, em uma única vez, quando de fato for vendida a empresa. A princípio este é um caminho que sugere melhor êxito já que, necessariamente, viriam novos controladores e nova gestão, possibilitando a reinserção no mercado. No entanto, o que não agradou ao sindicato, ainda que entenda a necessidade de prazo para avaliação e venda da empresa, é o prazo requerido para que isso aconteça e, especialmente, a manutenção dos descontos propostos para o crédito trabalhista. De qualquer forma, esta proposta de modificação ou itens dela, pode ser objeto de discussão na Assembléia Geral.

Assim, considerando os interesses em jogo, manifestações e procedimentos que ainda devem ocorrer até a data da Assembléia e, principalmente, na própria Assembléia, é de suma importância a presença dos trabalhadores e trabalhadoras no local da assembleia geral para juntos e com a responsabilidade que o caso requer, possamos decidir a melhor solução para todos. Esteja atento(a), solicite esclarecimentos ao Sindicato e vote consciente.

Atenciosamente,

A Direção – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Oficinas Mecânicas de Joinville e Região”

Caso Busscar: Sindicato diz que saída é um pacto amplo com saída dos acionistas

A partir de hoje, 10 de julho, (notícia foi postada ontem no site do Sindicato) faltam apenas 28 dias para o reinício da assembleia dos credores da Busscar, ou seja, para todos os credores quirografários, com garantias reais e trabalhistas decidirem o futuro daquela que já foi a segunda maior encarroçadora de ônibus do país, hoje apenas um enorme problema para milhares de famílias que não recebem salários e direitos há 27 meses. Dia 7 de agosto, 15 horas, no Centreventos Cau Hansen em Joinville (SC) a decisão será tomada no voto com base, por enquanto, no plano de recuperação apresentado pela empresa, e já rejeitado por todas as classes de credores. E se o final da novela for a decretação da falência, só haverá três culpados: os acionistas Rosita Nielson, Claudio Nielson e Fabio Nielson.

Entre várias notinhas plantadas na imprensa pela poderosa, e cara, assessoria de comunicação contratada pela Busscar, a última foi de que estão produzindo um, isso mesmo, um ônibus por dia. Não se sabe se o dia é o dia trabalhador, ou dia corrido. De qualquer forma, para quem já produziu até 25 ônibus/dia, isso é um número ridículo e que mostra a situação prá lá de crítica da empresa da família Nielson. Os únicos culpados por enterrar quase 70 anos de história de trabalho, de talento dos trabalhadores joinvilenses são os acionistas. As tentativas em se achar culpados que não os próprios acionistas tem se revelado infrutíferas, inúteis diante dos fatos e números dos últimos 10 anos.

Segundo o diretor financeiro do Sindicato dos Mecânicos e ex-presidente da entidade, João Bruggmann – que acompanha a situação desde a primeira crise em 2003 – os acionistas jamais deram ouvidos às inúmeras orientações oferecidas, desde o BNDES até o Sindicato. “O BNDES sempre disse que deveria acontecer a mudança na gestão, com novos sócios, para dar o salto a partir do empréstimo dos R$ 40 milhões em 2004. Mas o que fizeram eles? Negaram tudo, enveredaram por rumos obscuros, cometeram erros infantis, misturaram negócios com política e religião. Está aí o legado deles, a situação falimentar”, dispara o dirigente sindical.

Pacto Amplo
Para o experiente sindicalista que foi um dos responsáveis pela conquista do empréstimo junto ao BNDES em 2003/2004, a única saída para a não falência é a realização de um pacto amplo entre acionistas e credores. João Bruggmann lamenta que os diretores da empresa tenham escolhido o caminho da divisão entre os trabalhadores, principais peças para que exista produção. “Infelizmente eles optaram por dividir. Hoje existem três grupos entre os trabalhadores. Os ainda ligados a empresa, seguidores da família Nielson, os ainda ligados mas que não recebem nada até agora, e uma enorme massa que saiu e nada recebeu, ficando abandonada no mercado. Ou seja, como unir tudo isso, e mais credores que foram lesados? Só com um grande pacto”, defende João Bruggmann.

Mas para que isso aconteça, diz o dirigente sindical, é preciso o primeiro ato por parte da Busscar, dos acionistas, abrindo mão do comando, e abrindo verdadeiramente o caminho para os investidores que sempre desejaram dar um novo impulso para a empresa. “Naquela crise de 2002, 2003, houve um pacto que depois não foi cumprido pelos acionistas. Os trabalhadores se engajaram junto com o Sindicato, e aí a coisa evoluiu. Depois eles foram abandonando tudo, e agora o resultado é este. Para que os trabalhadores se engajassem em um novo pacto, somente com novos investidores, novos sócios, nova gestão, e ainda mantendo os direitos como manda a lei de recuperação judicial”, explica Bruggmann.

Outro erro considerado grave foi o envolvimento com política e religião nos negócios. Além de desperdício de dinheiro, tempo e foco nos negócios, a atitude despertou grande antipatia da sociedade joinvilense, inclusive do empresariado, que não aprovou o caminho escolhido pelos Nielson para resolver um problema por eles mesmos criado. Para João Bruggmann, que recentemente participou de um Congresso Internacional sobre Economia e Trabalho na Alemanha, o Sindicato seria parceiro sim de uma retomada com base nas premissas de novos sócios, nova gestão, manutenção dos direitos conforme manda a lei e a recuperação judicial, e participação dos trabalhadores com assento em um conselho diretivo, com direito a veto, a contratar, dispensar, inclusive com a formação de uma comissão de fábrica.

“Mas isso só será possível se houver grandeza de espírito dos acionistas Rosita Nielson, Claudio Nielson e Fabio Nielson. Até o momento o que se viu, e se vê, são tentativas desesperadas, erradas, infantis até, de confundir opinião pública, atrasar o processo judicial, não cumprir com a lei, enfim, só erros. Ainda há tempo, mas a cada dia que passa, mais aumenta o débito com os credores, piora ainda mais o estado do paciente Busscar, que já respira por aparelhos, em coma. Dia 7 é a data limite para que reaja com base em novidades extremamente melhores, ou se desliguem os aparelhos”, finaliza Bruggmann.

Do Site do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Xeque Mate debate a crise da Busscar hoje, 21 horas na TV Babitonga – Canal 9 da NET Joinville

Busscar é o tema da entrevista de hoje no Xeque Mate com o sindicalista Evangelista dos Santos

Nesta segunda-feira (2/7) vamos falar sobre o tema mais palpitante na economia e sindicalismo no momento no programa Xeque Mate: a crise da Busscar. Quem vai para o tabuleiro comigo é Evangelista dos Santos, presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região. Vamos saber o que está por trás de todo esse problema, essa crise que envolveu mais de cinco mil famílias, ver o que acontece com o lado mais fraco na história.

A Busscar já foi a segunda maior encarroçadora de ônibus do país. Entrou em crise já em 2002/2003 quando foi salva por um empréstimo do BNDES. A partir de 2009 outra crise se abateu, e agora é tão aguda que a empresa não paga salários há 27 meses, está em processo de recuperação judicial – antiga concordata – e com uma dívida de quase R$ 1,5 bilhão, praticamente impagável.

O programa Xeque Mate busca com o representante dos trabalhadores mostrar o drama que deixou cinco mil e quinhentas famílias em grande sofrimento há mais de dois anos, e sem perspectivas de solução. Não perca, é hoje, segunda-feira às 21 horas na TV Babitonga, canal 9 – Vivendo Joinville. Mande suas perguntas pelo email imprensa@salvadorneto.com.br.

Caso Busscar: Sindicato dos Mecânicos emite nota oficial contra a nova proposta

Ainda no tema Busscar, novela arrastada de enredo muito ruim, agora posto aqui a posição do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região, que representa a categoria e os trabalhadores nesta pendenga. A nota oficial é dura e direta diante das matérias de hoje nos jornais joinvilenses, confiram abaixo:

“Em respeito a todos os trabalhadores da categoria mecânica, especialmente aos milhares de trabalhadores que ainda tem ligações com a Busscar por contrato ou processos trabalhistas, e também de todos os trabalhadores do Brasil que lutam diariamente para manutenção de seus direitos e dignidade, o Sindicato dos Mecânicos rebate as matérias publicadas hoje em jornais da cidade de Joinville, e também em algumas revistas e sites, que destacam a “nova proposta” da Busscar para pagamento dos trabalhadores, que não recebem salários há 26 meses! Uma vergonha nacional!

Na verdade não há nenhuma proposta nova, há uma maquiagem nova para a velha proposta. O que eram debêntures, viraram “ações”, outra tentativa de ludibriar os trabalhadores e a Justiça porque em primeiro lugar não há condições econômicas e financeiras da empresa lançar estes papéis, e por isso chamamos de papéis podres. Em segundo lugar trata-se também de nova tentativa de quitar as dividas trabalhistas com nada, porque essas ações não são nada, não existem simplesmente!

O Sindicato informa e alerta aos trabalhadores que a tal proposta sequer foi protocolada até esta manhã no Fórum, e portanto nem temos acesso ao documento, que somente foi parar nas mãos da imprensa, outra atitude que mostra a qualidade do caráter de quem negocia pela Busscar. E que todos os trabalhadores devem negar quaisquer tentativas de pressão para assinatura de documentos, procurações, focando em manter a pressão pela via da legalidade, da lei, que protege os trabalhadores. O Sindicato confia na Justiça, e no novo Juiz do caso, para que os trabalhadores recebam seus direitos, sem qualquer desconto, e dentro do que manda a Lei de Recuperação Judicial pelo menos.

Confiram a nota oficial enviada aos meios de comunicação:

Nota Oficial – Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região
Joinville (SC), 29 de junho de 2012

Sindicato exige que Busscar cumpra o que diz a Lei de Recuperação Judicial em relação aos créditos trabalhistas

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Oficinas Mecânicas de Joinville e Região vem à publico em nota oficial reiterar sua posição em relação ao processo de recuperação judicial da Busscar, especialmente sobre as matérias veiculadas na imprensa em geral na data de hoje sobre uma suposta nova proposta de readequação do Plano por ela apresentado, e rechaçado pelo entao juiz do caso como “ilegal”:

1)    O Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região ainda não teve acesso a essa suposta nova proposta até porque até a manha desta sexta-feira (29) não havia nenhum protocolo no Fórum sobre adequação do Plano de Recuperação que já foi considerado ilegal pela Justiça.Oficialmente não há proposta no processo segundo o Fórum, mas pelo que foi veiculado na imprensa, a proposta é apenas uma nova fórmula para tentar confundir os trabalhadores e a sociedade e credores, como foram as debêntures, papéis podres, sem valor, e que a empresa sequer teria condições de emitir por não ter as condições necessárias para isso junto a Bolsa de Valores. Aliás, proposta considerada “ilegal” pela Justiça, vale reforçar!

2)    Uma empresa em estado falimentar não tem as mínimas condições de emitir papeis financeiros, pois não possui capital que embase esse desejo. Lembramos que todos os bens do grupo econômico continuam bloqueados para garantia de pagamento dos créditos dos trabalhadores – e somente isso já representa mais que os tais 12% de ações prometidas – fora todas as ações já estarem em garantia de bancos e outros credores. Portanto, insistir na oferta de papeis podres, que sequer podem ser emitidos, é uma brincadeira de péssimo gosto para com mais de cinco mil trabalhadores que esperam receber o que lhes é de direito. Primeiro, não existem ações. Segundo: não poderão existir ações por pura falta de crédito da empresa. Terceiro: a ilegalidade ainda continua, porque pede quitação dos créditos, mantém descontos indevidos e ilegais.

3)    Os trabalhadores, reiteramos com grande protesto, não recebem salários há 26 meses, e isso é um afronta a CLT e até a Constituição Federal Brasileira que em seu artigo 7º. Inciso VI, declara que o salário é irredutível por se tratar de manutenção da vida, para comer, pagar suas contas, manter filhos na escola. A Busscar em nenhum momento se preocupou com os milhares de trabalhadores abandonados a sua própria sorte, e só paga a alguns privilegiados em forma de diárias. Portanto, ilegal e imoral a atitude da empresa, que continua tentando com essas propostas mirabolantes, conduzir os trabalhadores todos como massa de manobra com total prejuízo.

4)    O Sindicato dos Mecânicos reafirma em nome dos trabalhadores que vai cobrar e quer fazer valer o que manda a Lei de Recuperação Judicial que é extremamente clara, não existe esse tipo de manobra na Lei. O PAGAMENTO deve ser feito em doze meses. Diz o art. 54 da Lei 11.101/2005 que “O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial”. E consta do parágrafo único do mesmo artigo “O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial”.

5)    O Sindicato desmente a afirmação do advogado contratado pela Busscar para continuar a farsa da falsa recuperação quando diz que essa nova proposta foi uma negociação com os trabalhadores, dizendo que perceberam a aceitação de 70% dos trabalhadores, uma mentira deslavada. Permanecem na empresa cerca de 350 pessoas que recebem diárias ilegalmente, e diretores, gerentes e coordenadores. Do outro lado existem mais de cinco mil trabalhadores que certamente não concordam com uma linha dessas propostas vazias e mirabolantes. Na assembleia geral do dia 22 de maio compareceram 3.516 credores trabalhistas, dos quais a Busscar detinha, por pressão, 1.580 procurações apenas, mesmo com a pressão. Ou seja, nem agora nem na assembleia a empresa tinha maioria nas mãos, mesmo com todas as manobras realizadas. A afirmação do advogado é apenas a mesma atitude que tem a empresa, ou seja, mente para dividir, confundir, criar uma falsa impressão de controle. Os trabalhadores não aceitam perder seus direitos, isso é fato!

6)    Por essas razoes, com base nas matérias que a empresa pautou na imprensa, o Sindicato dos Mecânicos mantém sua posição contrária a mais essa proposta caso oficializada porque é apenas uma maquiagem de um plano fraco, inconsistente econômica e financeiramente, cheio de armadilhas contra os trabalhadores e credores. A entidade reafirma o caminho que sempre pregou, pela legalidade, e em defesa dos direitos dos trabalhadores, os únicos que foram diretamente lesados e que sofrem até hoje os efeitos dessa má gestão da Busscar, que continua a insistir no caminho errado.

O Sindicato dos Mecânicos agradece de antemão a todos os veículos de comunicação regionais, estaduais e nacionais pelo apoio e atenção à comunicação da entidade em todos os momentos, solicitando a todos o espaço devido para que seja mantido o equilíbrio nas informações que afetam a milhares de famílias atingidas por essa crise”.

Do Site dos Mecânicos

Busscar quer pagar trabalhadores com ações

Leia matéria de hoje produzida pelo jornal A Notícia de Joinville (SC), por Maellen Muniz, que mostra mais uma investida, a meu ver desastrada mais uma vez, de tentar sensibilizar os credores trabalhistas em favor do seu plano de recuperação. Leia a matéria aqui:

Empresa propõe à Justiça que os trabalhadores se tornem acionistas

A Busscar apresentou ontem nova proposta para o pagamento das dívidas trabalhistas. A maior parte da quitação dos R$ 115 milhões devidos seria feito por meio do pagamento em ações. Os trabalhadores terão direito a 12% da companhia. A mudança ocorreu em função da determinação do juiz Maurício Cavalazzi Povoas, para que a Busscar ajustasse o plano de recuperação judicial. O principal questionamento era em relação à quitação dos créditos trabalhistas.

Inicialmente, a empresa propôs acerto em 36 meses, enquanto a lei prevê um ano. Agora, os credores terão carência de seis meses, receberão um sexto do dinheiro nos seis meses seguintes e o valor restante será convertido em ações, que podem ser negociadas como o portador preferir.

A proposta foi protocolada na 5ª Vara Cível. O presidente Cláudio Nielson deixou claro que as ações não tornam os funcionários responsáveis pela dívida. “A modificação do plano prevê a quitação legal no prazo citado pelo juiz e abre a possibilidade de os credores serem sócios da companhia. Quem não quiser, tem a opção de recompra obrigatória das ações pela Busscar, recebendo seus créditos em dinheiro”, garante.

Segundo o advogado da empresa, Euclides Ribeiro S. Junior, foi uma negociação com os trabalhadores. “Com esta proposta, percebemos a aceitação de cerca de 70% deles”, afirma. O advogado diz que não houve conversa com o Sindicato dos Mecânicos porque a entidade fez exigências que inviabilizavam o pagamento dentro da realidade do fluxo de caixa. O presidente do Sindmecânicos, Evangelista dos Santos, diz que a entidade desistiu de conversar há algum tempo. “Não tinha clima, nem possibilidade de acordo.”

Quanto à nova proposta, ele tenta ser otimista. “É um cenário melhor do que tínhamos antes, com as debêntures. Mas, de onde virá o dinheiro caso a maioria dos trabalhadores queira que a Busscar recompre as ações?” O sindicalista destaca que a proposta, defendida no início do processo de recuperação, pode trazer vantagens aos trabalhadores, já que dará voz ativa na empresa. As questões apontadas no documento entregue ontem à Justiça serão debatidas após o novo juiz do caso, Gustavo Marcos de Farias, assumir a 5ª Vara Cível em 15 dias.

“O que queremos é o que a Lei de Recuperação Judicial prevê. O novo juiz deve avaliar as questões legais, assim como fez o doutor Maurício, antes de começarmos novas conversas”, diz Santos. O futuro da empresa deve ser definido na continuação da assembleia de credores, em 7 de agosto, no Centreventos.

MAELLEN MUNIZ

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
– Desconto médio de 15% para multas e outras punições. Salários atrasados, férias, verbas rescisórias e FGTS serão pagos integralmente.
– Carência de seis meses para o início dos pagamentos.
– Junto com o pagamento da 6ª parcela, haverá um desconto para conversão e o recebimento de ações preferenciais da Busscar, que dará quitação do crédito trabalhista.
– Os novos acionistas não terão responsabilidade sobre o passivo.
– As ações são resgatáveis. Os funcionários poderão obrigar a empresa a recomprá-las. Os créditos convertidos ao saldo original antes do recebimento da ação. O restante será pago em até 30 meses com uma parcela mínima de R$ 400,00.
– Se o controle acionário mudar, os sócios minoritários têm o direito de venda de suas ações pelas mesmas condições dos majoritários.
– Se houver interesse de compra do controle acionário da Busscar por investidores, os acionistas têm obrigação de venda conjunta.
– Os pagamentos dos funcionários da Tecnofibras e da Climabuss permanecem sem alteração.
GARANTIAS
– No caso de falência, o crédito trabalhista retornará à condição anterior à recuperação judicial, descontados os valores recebidos
– Se o INPC for maior que 5%, a diferença será incorporada ao saldo devedor.
– A Busscar manterá a reserva de imóveis que responderão prioritariamente pelas obrigações da classe trabalhista.

Caso Busscar: Sindicato diz que Busscar mantém plano falido e faz “maquiagem”

Nada mudou para a continuidade da assembleia geral dos credores da Busscar, pois a empresa protocolou novamente o mesmo Plano já rejeitado pela assembleia que votaria pelo NÃO maciçamente, o que levaria à decretação de falência – que pode ser com continuidade dos negócios. A Busscar apenas maquiou mais um pouquinho aquela proposta horrível para tentar arrebanhar alguns fornecedores, bancos e os ex-sócios, seus tios, acenando com a reduçao dos indecorosos descontos que pretendem. Mas nada que seja significativo, o que mantém a disposiçao dos credores em manter a posiçao pelo NÃO.

Mesmo com a tentativa de maquiagem para atrair alguns credores incautos, a Busscar mantém o descaso e a negação aos seus trabalhadores: mantém exatamente os mesmos propósitos que preveem descontos de até 37% nos créditos dos trabalhadores, inclusive as debentures famosas, que sequer podem ser emitidas porque a empresa não tem lastro, não tem garantias para esses papéis, não tem credibilidade para conseguir essa emissão junto a Bolsa de Valores. E tem mais: pagar salários atrasados com debentures, não existe isso em lei, até porque é uma vergonha tentar ludibriar trabalhadores pagando-os, caso isso fosse possível, com papéis mais que podres da Busscar.

Além do mais, com as tais debentures aprovadas, você trabalhador dá quitação geral do seus créditos, isso mesmo, diz que a empresa te pagou, mesmo sem ter te pago, porque esses papéis não valem nada! E ainda colocaram mais um adendo enganador para o trabalhador: caso a empresa venha a falir, os trabalhadores voltam a poder discutir na Justiça do Trabalho! Mas discutir o que nada mais haverá de bens para pagar o que a Busscar deve? Que manobra feia Busscar!

A insanidade se mantém também no sonho do tal Projeto Guatemala. Sim, a Busscar mantém escrito no papel entregue a Justiça que há sim um plano que vai render a produção de três mil ônibus para o tal país, e que a empresa vai participar de R$ 130 milhões do total de R$ 400 milhões do contrato. Está aí mais um sonho, um devaneio, já que nada disso existe em andamento. E portanto, não pode ser colocado como fiador de um plano falido, fraco, vazio, sem credibilidade. No mesmo documento que a Busscar protocolou, ela diz que mantém estrutura enxuta. Enxuta? Há mais chefes que trabalhadores, e são esses que continuam recebendo integralmente seus salários, enquanto os trabalhadores não veem seu dinheiro há 26 meses, e perderam tudo o que tinham. Uma vergonha.

A Busscar mantém também a tentativa de liberação geral das vendas dos seus ativos produtivos, bens que hoje estão bloqueados pela Justiça para garantia de pagamento dos trabalhadores. E mais, diz no tal Plano, vender sem necessidade de autorização judicial! Ou seja, libera geral, vende-se tudo e somem com as garantias aos trabalhadores. Ao final de um Plano falido como esse da Busscar, saem bem os acionistas e alguns privilegiados, e ficam mais de cinco mil famílias sem nada  para receber. Isso é justo? Claro que não e por isso o Sindicato já se posiciona novamente com um grandioso NÃO, caso essa barbaridade de Plano se mantenha para a votação na assembleia geral dos credores que deve ser realizada até o início de julho.

Os trabalhadores mais uma vez são tratados como lixo pela Busscar, que não mudou uma vírgula para pelo menos manter o pagamento do que ela deve dentro do que diz a Lei de Falências, da Recuperação Judicial: o devido aos trabalhadores deve ser quitado em até 12 meses. E ponto final. Mas é bom que você trabalhador que deu sua procuração a essa empresa para votar a favor desse plano mixuruca, fraco e enganador, reveja sua posição! Retire sua procuração das mãos de quem você deu, pegue seu crachá e vá votar contra essa indignidade que uma empresa mal intencionada tenta fazer com seus direitos. Se a Busscar não te respeita, não te paga, e ainda quer se desfazer dos bens para não pagar o que lhe deve, você deve dar a resposta a essa vergonha, dar seu grito de independencia e votar NÃO a esse plano que foi mantido.

Nesse Plano que foi novamente protocolado, não se fala em novos investidores, novo capital e novos gestores. Não diz que Claudio Nielson, Fabio Nielson e Rosita Nielson se afastam da direçao para que novos gestores competentes possam assumir o leme com novos investidores, e dinheiro novo! Ou seja, nada muda mesmo na Busscar e assim o caminho é inevitável para a falência de direito, porque de fato ela já existe.

Não bastou a forte oposição ao Plano que todos viram e ouviram claramente na assembleia geral do dia 22 de maio, não bastou a posição do Juiz em suspender a assembleia para dar a Busscar a chance de construir um novo plano com todos os planos apresentados por seus credores e novos investidores. Não bastou tanto apoio para que o orgulho desse lugar à humildade para recuperar de verdade a empresa, e assim os empregos, renda e produção. Os acionistas da Busscar, seus seguidores, representantes e advogados não dão a mínima para todos os credores. A resposta dos credores será com certeza será muito amarga!

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Caso Busscar: acaba negociação para mudar Plano, ex-sócios desistem e falência está próxima

Trabalhadores querem ter seus salários pagos, direitos preservados e garantias de retomada da produção com novos gestores

Arrogância. Orgulho. Incompetência. Tudo isso junto a um péssimo assessoramento e um pequeno bando de puxa-sacos está levando definitivamente a Busscar para a falência. Após a derrota na assembleia dos credores, que os acionistas e representantes da empresa insistem em negar mesmo após o Juiz afirmar com todas as letras que o caminho seria a falência se ela não fosse adiada, os credores quirografários, com garantias reais e classe dos trabalhadores esperavam humildade da Busscar. Não é o que se vê, e que está estampado hoje n a capa do Jornal A Notícia de Joinville, em matéria que reproduziremos logo mais abaixo.

O nariz empinado desses gestores que já comprovaram sua incompetência continua tão ou mais para cima que antes. Em recente matéria plantada, sim plantada em um jornal da cidade, o advogado que representa a Busscar disse que tudo caminhava bem “desde que” todos concordassem com o que eles querem, e disse mais: que a vitória na classe dos trabalhadores estava garantida! Mais uma do leque de mentiras que eles costumam utilizar nas suas entrevistas, até porque o que se viu na assembleia foi outra coisa. E ainda tem a possibilidade de os trabalhadores que foram pressionados, aliciados, assediados a assinar procurações para a empresa a cancelarem, e aí não terá mais chororô. Aliás, o que mais se viu na assembleia dos credores foi desespero dos seguidores da família Nielson.

A sociedade joinvilense já está vacinada contra essas manobras da Busscar. A credibilidade já não existe mais, assim como eles ainda pensam que são donos de ações da empresa, o que já não são há tempos pelo tamanho das dívidas, pelas penhoras e ações como a do Sindicato dos Mecânicos que conseguiu a penhora e bloqueio dos bens para garantia de pagamento dos salários e direitos em atraso, a mesma ação que empurrou os acionistas e pedirem a Recuperação Judicial no último minuto antes do início dos leilões.

Aos trabalhadores que acompanham o site do Sindicato, um aviso: caso não apareça um novo Plano, o Plano que a Busscar apresentou sob vaias ensurdecedoras no Centreventos será colocado em votação, e o Sindicato dos Mecânicos mantém sua orientação de voto NÃO, assim como todos os grandes credores. Segundo a matéria de A Notícia, os credores agora vão se reunir para construir um Plano Alternativo para poder contrapor na assembleia geral, que deve ser retomada nos próximos 30 dias. Há a possibilidade também de o Juiz, cansado de ser enrolado também pela Busscar, decida unilateralmente como já o fez na assembleia, suspendendo-a.

Confira abaixo a matéria que está no jornal A Notícia de hoje (1/6), manchete de capa:

“A primeira reunião entre o advogado dos ex-sócios da Busscar, Dicler de Assunção, e os representantes da companhia desde a suspensão de sua assembleia de credores, terminou nesta quinta-feira em São Paulo com um sinal amarelo para a empresa. Segundo Dicler, ao mesmo tempo em que havia um clima amistoso entre os presentes, não há consenso para salvar a fabricante de carrocerias de ônibus da crise que se arrasta por quase dez anos e a levou a entrar em recuperação judicial no processo que corre desde outubro do ano passado na 5ª Vara Cível de Joinville.

— A distância entre as visões para a solução do problema é muito grande. O Cláudio (Nielson, presidente da Busscar) insiste numa determinada concepção e não abre mão disso. E acaba que aquilo que o juiz Maurício Cavallazi Povoas pretendeu, que era abrir um prazo para negociações, não vai ocorrer. Eu acho que não vai resultar em nada diferente daquilo que eles já estão propondo. A impressão é que podemos continuar conversando, mas não vamos evoluir para nada — afirma.

A negociação da empresa com os ex-sócios da Busscar, Randolfo Raiter e Valdir Nielson, é crucial para a empresa. Juntos, Raiter e Nielson possuem 52% dos créditos da classe de credores quirografários, ou seja, aqueles que não tem garantias. Como maioria, o voto deles no “não” ou no “sim” ao plano decide a falência ou a sobrevivência da companhia. Sem disposição para continuar as negociações, Dicler argumenta que a solução será reunir-se com os principais credores do grupo Busscar para construir uma proposta alternativa ao atual plano da companhia.

Segundo ele, não será possível apresentar uma proposta detalhada na retomada da assembleia, por não ter acesso aos números da empresa. O advogado pretende se encontrar com representantes de bancos e os principais credores fornecedores na próxima semana. — Nossa esperança está na rejeição do plano atual para que consigamos aprovar nossa proposta alternativa, que tem um caráter mais conceitual no momento — diz.

Em nota, Cláudio Nielson, disse que o encontro serviu para “discutir com grande franqueza diversas alternativas para a solução dos créditos desses credores”. Segundo ele, Dicler informou que “via com bons olhos” a possibilidade de venda da Busscar como unidade produtiva isolada. E completou: — A diretoria e as consultorias contratadas para o processo de recuperação judicial estão analisando tecnicamente as propostas discutidas para verificar se são compatíveis com o fluxo de caixa e as condições de pagamento previstas para a retomada gradual da produção da empresa. A Busscar ressalta que a proposta de recuperação judicial sempre levará em consideração o pagamento de 100% dos credores, incluindo o fisco.

Rainoldo espera definição
O administrador judicial da Busscar, Rainoldo Uessler, aguarda somente um posicionamento da fabricante de carrocerias de ônibus e seus principais credores para sinalizar a nova data da assembleia do grupo. Segundo ele, os credores e a empresa ficaram de sinalizar o resultado da reunião. “Se não há consenso, eu vou marcar a data da assembleia para o quanto antes e o plano já apresentado é o que será votado.”

Ele está à procura de novos lugares para realizar o evento e deve decidir a data e local nos próximos dias. Para o juiz Maurício Cavallazi Povoas, Busscar e credores têm a oportunidade para negociar. “Se eles não conseguem chegar a um consenso, não há o que eu possa fazer. Minha vontade é que a empresa se recupere, mas se a empresa e os credores não querem construir algo em conjunto, o problema não é meu”.

Do site do Sindicato dos Mecânicos e informações do Jornal A Notícia

Caso Busscar: plano derrotado mesmo sem votação, menos mal

Milhares de trabalhadores surpreenderam com a presença, ânimos estavam "quentes" na assembleia dos credores

Do site do Sindicato dos Mecânicos retiro e publico aqui a nota da entidade, que se posicionou desde o início contra o Plano de Recuperação Judicial da Busscar, na verdade realmente um péssimo plano para todos os credores. Estive lá no Centreventos, conversei com vários grandes credores, trabalhadores, e posso afirmar tranquilamente que o não seria o vencedor em todas as classes. Talvez nos trabalhadores a empresa conseguisse ganhar, mas por margem muita pequena diante das manifestações que pude apurar. O fato é que com o não, estaria tudo acabado para os acionistas, que estão indo longe demais com a teimosia. O que estará por trás desse teimosia que leva a tantos erros? Mistério.

Estranhamente os advogados da empresa queriam votar, e o pequeno grupo de trabalhadores, a maioria chefias ligadas a Claudio Nielson, também, mesmo diante do quadro sombrio que se avizinhava com a derrota, e consequente decretação da falência, com portões fechados, ou com continuidade de negócios. Será que tinham alguma certeza que a maioria não tinha? Será que confiavam em algo tecnológico, ou milagre? Outro mistério. Vejam abaixo a matéria do Sindicato:

“Sindicato comemora derrota do Plano da Busscar e prepara proposta para o novo Plano

Ontem, dia 22 de maio de 2012 foi um dia histórico para os trabalhadores joinvilenses e brasileiros em geral com a realização da assembleia geral dos credores da Busscar, com a derrota do plano apresentado pela empresa que retirava direitos e garantias dos trabalhadores que já esperam há 25 meses por seus salários. O Sindicato dos Mecânicos comemora a força dos trabalhadores da categoria, que diferente do que pensavam os acionistas da empresa, compareceram em peso ao Centreventos Cau Hansen em Joinville (SC) para votar um “NÃO” histórico para um plano fraco, que só visava manter a família no poder, dilapidando os bens que ainda existem em garantia dos trabalhadores. Agora a entidade sindical se prepara para outra batalha: a formatação de um plano de recuperação de verdade, com bases sólidas, investidores fortes, e o principal, garantindo o pagamentos dos créditos trabalhistas na sua totalidade.

Um dia tenso, que começou logo cedo por volta das 8 horas e a expectativa de quase cinco mil pessoas que se aglomeravam para entrar no Centreventos e fazer seu credenciamento para votar. A equipe do administrador judicial teve dificuldades na organização de tantos trabalhadores – não esperavam tamanha presença – e bateram cabeça para credenciar a todos. O que era para finalizar as 13 horas só foi ser finalizado por volta das 15:40, atrasado em quase três horas o início dos trabalhos. Mas não foi só isso. Ainda houve mais uma demora até as  16:18 horas para que o administrador judicial abrisse a assembleia geral oficialmente, não antes de chamar o presidente do Sindicato, Evangelista dos Santos, e o representante da Busscar, para uma conversa reservada.

Em seguida a Busscar foi apresentar o seu famoso e péssimo Plano para a plateia que já estava se manifestando com vaias, palavrões, aos gritos, pela demasiada demora no início da assembleia. Afinal, a ansiedade por um final para tantos desgastes e tantos meses de salários atrasados, direitos negados pela empresa, abandono de milhares de trabalhadores a própria sorte, privilegiando uma minoria de seguidores da família Nielson com altos salários, era muito grande. Como era de se esperar, a vaia foi tão grande que o encarregado de apresentar o Plano fajuto, da consultoria Deloitte, encerrou rapidamente a sua fala. Em seguida vários credores se sucederam dizendo NÃO ao Plano de forma consistente, derrubando o que restava de credibilidade da empresa diante dos trabalhadores e outros credores. Apenas dois credores, na verdade procuradores, advogados ligados ao grupo de advogados contratados pela Busscar, queriam apoiar a proposta.

Investidores oficializam propostas
Outra pá de cal jogada no Plano da Busscar foram as apresentações de propostas de investimento feitas por um representante de investidores chineses, outro investidor que atua no ramo de ônibus, e os ex-acionistas, os tios que foram afastados por Claudio Nielson e até hoje não receberam por suas ações na Busscar. Diante disso, com os ânimos exaltados dos trabalhadores, que queriam votar e acabar com a novela, o representante do juiz Maurício Póvoas decidiu ler a determinação do magistrado, suspendendo a assembleia geral diante do iminente NÃO final pelo voto, o que seria a decretação da falência da Busscar.

Agora, por decisão do Juiz, os credores que detém a maioria dos créditos e votos para decidir sobre a recuperação judicial terão 30 dias para construir uma nova alternativa, que deverá ser votada em até 60 dias a contar da data da assembleia realizada. Segundo o magistrado, era iminente a decretação da falência, o que ele quer evitar até o último instante e tentativa de negociação. Nas matérias jornalísticas em A Notícia e Notícias do Dia isso está claro e cristalino. Mas agora acabou a farsa do Plano Busscar, feito para enganar os trabalhadores e proteger os acionistas, e entra um novo momento, a construção de um plano de contemple a todos os credores, e que possa dar continuidade aos negócios, gerando empregos e renda para a sociedade, exatamente o que pensava e sempre foi um brado do Sindicato dos Mecânicos.

Para o presidente do Sindicato, Evangelista dos Santos, começa uma nova batalha para os trabalhadores junto ao Sindicato. “O juiz foi ponderado, permitindo que os investidores que tanto falamos, e que tanto a Busscar negou existir, possam então dizer a que vieram, como farão para colocar dinheiro no negócio, retomar a produção, e principalmente, pagar o que se deve a milhares de trabalhadores há 25, quase 26 meses, acabando com essa agonia, e iniciando um novo ciclo, virtuoso. Estamos preparados para isso, e desde já conclamamos os trabalhadores a se unir ao Sindicato para garantir o melhor, que ainda será votado na assembleia. Se for bom para os trabalhadores, defenderemos o sim, se for ruim, será não também”, afirma Evangelista.

Ameaças físicas e atividades ilegais na assembleia
O Sindicato dos Mecânicos registrou a todos os fatos, dentro e fora, da assembleia geral. Equipes de fotografia e vídeo coletaram todos os momentos no Centreventos Caus Hansen, e com isso pegaram vários flagrantes de atos no mínimo suspeitos. Há denúncias de compra de votos por R$ 40,00 que serão apuradas. Pessoas que entravam e saíam pegando crachás do peito de trabalhadores foram fotografadas e filmadas. A segurança de entrada e saída não funcionou, pois pessoas estranhas circulavam livremente no interior da assembleia geral.

Ao final da assembleia o pequeno grupo de privilegiados trabalhadores que são os cegos “seguidores” de Claudio Nielson, cercaram outros credores, advogados de credores, e até o presidente do Sindicato dos Mecânicos, Evangelista dos Santos, aos gritos, com ameaças psicológicas, e até físicas. Fato lamentável que mostra o que a direção da Busscar produziu com essa atitude de dividir trabalhadores, espalhando mentiras, e até incitando alguns a usar de violência para conseguir seus intentos, não confessáveis. Até a PM teve de intervir para conter esses seguidores, que pensam ganhar na base do grito e não da democrática e salutar prática do diálogo e debate em bases verdadeiras e sólidas.

Diante de todos esses fatos, o presidente do Sindicato decidiu que a entidade vai relatar a todos esses fatos, entregando as fotos e filmagens dos atos suspeitos e das ameaças a credores ao Juiz Maurício Póvoas. “Nós vamos entregar todo o material e denunciar essa prática ilegal, antidemocrática, para evitar que isso se repita na continuidade da assembleia geral. É preciso grandeza, serenidade na hora de decidir o futuro de todos, e não dos acionistas e alguns seguidores. Vamos até o final nisso, porque queremos que tudo seja feito de forma correta, e leal, em defesa dos direitos dos trabalhadores. Agora vamos esperar os próximos passos que o juiz dará no processo”, finaliza Evangelista dos Santos.

Também o Ministério Público sepultou o plano da Busscar com o pedido de investigação de uso do dinheiro arrecadado com a venda do terreno por R$ 7 milhões, um bem que era de garantia dos trabalhadores. O MP quer saber “onde” foram parar os recursos, e já admite tipicar os desvios, caso não justificados, como “crime falimentar”. Por isso que a atual administração da Busscar não tem mais crédito para continuar a frente dos negócios. Os trabalhadores agora devem continuar atentos ao Sindicato, pelo site e informativos, sobre as novidades do novo Plano que será formatado. Em nome da direção da entidade, o presidente Evangelista dos Santos agradece o empenho e a presença dos trabalhadores, pedindo a união total com o Sindicato nesse novo momento.”