E a saúde ó…. Por onde andam nossos deputados estaduais? E o Colombo?

A greve dos profissionais de saúde do Estado, deflagrada nesta terça-feira (23/10), em todo o Estado, já começou a comprometer o atendimento de urgência e emergência em Joinville. Com a paralisação do atendimento, principalmente no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (a Maternidade Darci Vargas também aderiu ao movimento de greve), o Hospital São José e os Pronto Atendimentos 24 horas do município estão com o atendimento comprometido.

Nesta quarta-feira (24/10), 96 pacientes ocupavam o pronto-socorro do Hospital São José, onde a capacidade de atendimento é de 43 pessoas. Nos PAs Sul, Norte e Leste, pacientes que deveriam ser encaminhados para internação, ocupam leitos de observação enquanto aguardam por uma vaga em hospitais. O Hospital Bethesda, prestador de serviço ao SUS de Joinville, também está com quase 100% de lotação dos leitos destinados ao SUS. Diante desta situação, a Secretaria Municipal da Saúde resolve que, durante o período de greve, os Pontos de Atenção à Saúde do município funcionarão conforme a seguinte determinação:

O SAMU (Central de Regulação) se responsabilizará pela regulação de leitos necessários para a internação dos pacientes provenientes dos Pronto Atendimentos 24h;

  1. Os pacientes classificados nos fluxogramas de Dor Abdominal e Dor Lombar serão atendidos por médicos cirurgiões, nos Pronto Atendimentos 24h;
  2. Os pacientes que procurarem os PA’s 24 h apresentando transtornos mentais, receberão o primeiro atendimentos nos Pronto Atendimentos e serão encminhados aos Serviços de Saúde Mental do município conforme fluxo estabelecido;
  3. Quando o setor de observação dos PA’s Norte e Sul estiverem lotados de pacientes aguardando internação, os mesmos serão encaminhados para o setor de observação do Pronto Atendimento Aventureiro

    Outrossim, o diretor-presidente do Hospital São José, Armando Lorga, também decretou o cancelamento das cirurgias eletivas com o objetivo de concentrar esforços no atendimento de pacientes do pronto-socorro.

Outra ação do Hospital São José e da direção da Secretaria Municipal de Saúde será denunciar o comando de greve do Estado “caso seja comprovado omissão de socorro por parte dos grevistas”, alertou a secretária da saúde, Antonia Grigol.

Unidos pelos bombeiros, e por que não pela saúde?

Cadê a união de Joinville pela saúde, como fizeram com o caso dos Bombeiros Voluntários?

Joinville é uma cidade com muitos contrastes. Alguns a cantam como a maior de Santa Catarina, maior PIB, maior em eleitores, em população, etc. Por outro lado, longe da pujança que alguns tentam vender, talvez para ganho de auto-estima, ou mesmo para amainar corações angustiados que sofrem, há falta de mobilidade urbana, de saúde melhor, de escolas de pé e funcionando. Joinville consegue mobilizar lideranças políticas, comunitárias, empresariais, religiosas, de todos os matizes, para defender o trabalho meritório dos Bombeiros Voluntários com direito à várias páginas e capas de jornais. Mas não se mobiliza para por fim ao abandono da saúde – vide caso do Hospital Regional de Joinville – que o Governo do Estado impõe à cidade. Para não falar da educação pública, esse tema fica para outra reflexão.

Dá pena ver um homem público como o médico Renato Castro dar um depoimento emocionado, e de forte teor político, de denúncia, ao relatar a falta de médicos, enfermeiros, funcionários enfim, para dar atendimento decente às pessoas, e principalmente para defender a vida de pacientes na UTI. Enquanto isso o secretário Dalmo Claro só pensa “naquilo”, ou seja, a implantação da gestão por uma organização social, a famosa OS para gerir o Regional. Porque tanta insistência nesse modelo? Temos uma OS administrando o Hospital Infantil na cidade, que já tratou de se desfazer da ala de queimados, por pasmem “falta de demanda”! Que é isso gente, tratar saúde como demanda, como se fosse algo comercial? Não cabe discutir demanda em saúde pública! Cabe sim é dar todas as condições para que a saúde seja oferecida em bom nível para a população. Dizem que agora ensaiam o fim da maternidade ali também. Então, pergunto, para quê OS? Para deixar a carne de pescoço para os hospitais públicos e ficar com o filé mignon?

Pergunta que não quer calar: quantas OS administram hospitais em Florianópolis? Ou em Lages, terra do governador Raimundo Colombo? Porque lá tudo pode ser público, há atendimento, verbas e contratações andam com mais celeridade? Por que Joinville sempre se ajoelha diante de interesses da Ilha? Temos deputados estaduais, Nilson Gonçalves, Kennedy Nunes e Darci de Matos, todos governistas. Temos dois senadores, Luiz Henrique e Paulo Bauer (esse dizem que não, mas…). Temos dois deputados federais, Marco Tebaldi e Mauro Mariani. Todos se unem para defender, repito com toda a razão, os Bombeiros Voluntários. E porque o movimento não acontece para exigir atenção à Joinville, à sua saúde! Para que trabalham nossos representantes eleitos gente?

A cidade jamais será grande se continuar subserviente aos interesses políticos da capital. Já tivemos governador eleito com base na quinta roda da carroça, com apelo ao fortalecimento de Joinville, mas continuamos sendo a quinta roda! Joinville tem de aprender a se unir sempre, políticos, empresários, comunidade, trabalhadores, em um só bloco para exigir ações efetivas, aí sim, de acordo com a pujança que representa para a economia, o desenvolvimento geral de todo o estado catarinense. Nossos políticos eleitos não podem se acovardar de defender a cidade que os elegeu porque há “entendimentos” individuais com o Governo do Estado! Só seremos respeitados quando o mesmo movimento que fez a Assembleia Legislativa votar a favor dos Bombeiros aconteça também para a saúde, educação, infraestrutura!

Até quando a população será ludibriada? Até quando veremos pessoas sofrerem, e até morrerem, por falta de atitude para resolver os problemas da saúde da maior cidade catarinense? Queremos ver urgentemente a mesma união na defesa aos Bombeiros para conquistar melhorias na saúde e em outras áreas! ACIJ, CDL, Acomac, Ajorpeme e lideranças todas unidas, fazendo coro pela cidade, até que os olhares se voltem verdadeiramente para a atenção aos mais de 600 mil cidadãos que aqui residem! E não só nas eleições, discursando temas vazios, levando nossos votos para nos deixar à mercê de todos os problemas. Compromisso com a saúde, quando vamos nos unir! Cadê o movimento de união agora senhores? Ou jamais seremos respeitados, ficando eternamento ligados aos aparelhos da UTI!

Nilson e Darci condenados… que ducha de água fria!

Pois vejam só, os deputado estaduais Nilson Gonçalves e Darci de Matos foram condenados pela Justiça à inegibilidade por três anos, mais uma multinha de R$ 5,5 cada um. O Norival Silva também foi na mesma sentença, mas este certamente não tem mais nenhuma pretensão política.

Tudo por causa daquele rolo em 2008 em que a polícia prendeu o ex-secretário da Saúde, Norival Silva, por corrupção, e nesta investigação havia ligações telefônicas entre Darci e Silva, onde Darci pedia dinheiro para quitar uma suposta dívida de Nilson com a Prefeitura. Coisa feia, que deu uma grande dor de cabeça agora para ambos.

Em ano de eleições, a notícia que se espalhou por jornais, internet, rádios, cai como uma bomba nas candidaturas que Nilson e Darci querem repetir para a Assembleia Legislativa. Mesmo entrando com recursos e podendo até registrar seus nomes para as eleições, a mancha fica.