Celesc: atendimento de emergência é uma afronta ao consumidor

Atendimento emergencial para a Celesc pode ser em até quatro horas na maior cidade catarinense, uma vergonha!

De repente, não mais que de repente, da luz se fez o breu em meu apartamento na última terça-feira (24/4) a noite. E agora, qual remédio? Ligar para o 0800 da Celesc. Ligamos a primeira vez às 19 horas e 20 minutos. Um atendente com sotaque da querida Ilha de Santa Catarina atendeu minha esposa. Pediu os famosos dados que irritam qualquer mortal. Ao final informou que faria o chamado para a cidade – chamado? – e que era só aguardar. Não dava sequer um tempo de espera. E olha que lhe foi dito sobre a presença de idosa com pouca mobilidade por conta de AVC, e de crianças. E a vítima aqui ainda nem tinha tomado o seu glorioso banho!

Espera-se. Exaspera-se. Desespera-se. E liga de novo, agora eu após uma hora e meia de espera, isso mesmo hora e meia! Atende o mesmo atendente. Acredito que pagam apenas um para atender toda Santa Catarina. Solícito, pergunta o problema. Já vou direto ao ponto. Estou aguardando há hora e meia e não vem ninguém, digo a ele. Ele se desculpa – realmente não tem nada com isso, quem tem a ver com isso são os bam-bam-bans que só querem lucro – e diz que ainda hoje a equipe apareceria. Questiono: devo esperar até o amanhecer? E se eles não vierem? E o meu banhozinho? Não dá para fazer contato com a equipe, pergunto. O entristecido atendente informa: não senhor, só mandamos o chamado… Ou seja, eficiência zero em tempos de tecnologia dos Ipods, Iphones, twitter, etc. Onde está a eficiência da Celesc? E detalhe, o atendimento é para emergencias! Se esperar por essa rapidez, Mateus morre!

Quase quatro horas depois do primeiro chamado, chegam os técnicos. Quase onze horas da noite. Muito feliz (!) com a espera, fui ter com eles sobre o que fazer. Solícitos, vão direto ao quadro de eletricidade. Testam com base na luz especial que carregam, alimentada via caminhão especial da equipe. E eu no breu há quase quatro horas! Mas tudo bem. Na conversa eles contam que é assim mesmo, e é rápido, avisam. Em Joinville, maior cidade catarinense, apenas duas equipes ficam de plantão pela manhã, três durante a tarde, e apenas duas ficam atentas a noite! Ah, e tinha mais: naquela hora, somente eles estavam trabalhando para atender toda a cidade que já passa de 700 mil habitantes… Isso é atendimento especial, empresa de eficiência? Deve ser eficiente para os acionistas, o Governo, ou para meia dúzia. Para os consumidores não!

Essa política de vender imagem de modernismo, de práticas de gestão do primeiro mundo, custo baixo, etc, nada mais são que atitudes neoliberais. A busca de “lucro” em áreas públicas essenciais como água, energia elétrica, limpeza pública, é uma falácia. Esses setores essenciais não podem visar lucro, porque são essenciais para a vida humana, urbana, e como tal, devem gerar é atendimento de primeiro mundo a quem paga impostos, taxas, e com isso tudo, salários altíssimos e algumas benesses a comandantes de empresas públicas, governantes e políticos pouco interessados em como a população está sendo atendida. Esse atendimento da Celesc, assim como de outras empresas públicas ou concessionárias públicas, não atende as necessidades do povo! E tem de mudar!

Quem precisa de eficiência e lucros é a população catarinense, e principalmente, a joinvilense nesse caso em especial. Não é possível ter essa estrutura ínfima para uma cidade grande como Joinville. Nada contra os trabalhadores da Celesc, que atenderam a ocorrência com presteza, e tampouco com o pobre atendente do 0800. Responsabilidade total aos gestores da Celesc. Revejam seus conceitos, parem de pensar em empresas públicas como empresas privadas, para dar lucro aos patrões e acionistas na forma monetária. A sociedade quer lucros traduzidos em atendimento rápido, eficiente. E para isso, há tecnologia de sobra disponível. Basta querer investir onde se deve. Exatamente isso, basta querer.

Ao final do atendimento ainda ganhei uma conta de R$ 29 e poucos para pagar na próxima fatura, pois o disjuntor do pequeno prédio estragou – outro foi colocado no lugar. Acharam estranho a reclamação? É que o disjuntor que queimou é do prédio, e não meu individual. Como só moramos nós, e abaixo existe uma loja, fechada naquelas horas, e o locador não estava com falta de energia elétrica como nós, alguém tem de assumir a conta. Senão, continue no breu, sem banho, de volta a idade medieval. Celesc, a população precisa de eficiência sim, mas não para gerar grana em lucros para acionistas, governo, com imagens construídas via propagandas bonitas, mas enganosas. A população quer atendimento, rápido, eficiente na hora que ela precisar. Como contribuintes, estamos pedindo muito? Com a palavra a Celesc. Ah, e fica a pergunta, já que todos esqueceram: como está o caso dos R$ 52 milhões que sumiram dos cofres da estatal? Responder também é eficiência, ainda mais quando somem com o nosso dinheiro…

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

4 comentários em “Celesc: atendimento de emergência é uma afronta ao consumidor”

  1. Sac da celesc simplesmente não atente.
    Faltando energia no centro de Florianópolis. Não consigo me comunicar para maiores informações.

  2. Um absurdo mesmo o consumidor ficar sem o serviço de energia. Após o pagamento ainda aguardar 24horas para ter o serviço de religação na unidade.
    Fora do normal. Um serviço essencial de prioridade, o consumidor não ser atendido.

  3. Verdade, na média estes atendimentos da Celesc não são bons, infelizmente. Falta muita atenção real ao consumidor, e mais, deveriam se modernizar e mostrar ao consumidor quando a equipe vem, em tempo real. Até aplicativos de comida fazem isso já. Quanto ao desrespeito, é real, temos de cobrar mais atenção. Grato por participar aqui do Palavra Livre!

  4. Eu fiquei sem luz 24 horas . simplesmente assim, chamei um técnico pensando ser interno o problema.Era no poste da celesc, . segundo o técnico que chamei e paguei a visita, o fio foi cortado. E aí? eu sempre pago em dia, aliás antes do vencimento.,que é meu dever🤔.Fiz quinze protocolos, 24 horas sem luz .Me senti lesada, indignada,.furiosa. Quando da chegada da celesc, perguntei qual foi o problema, ?.. imagina , ligaram e🤔nem tive resposta.E um desaforo.

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