Empreendedorismo: Aplicativo auxilia microempreendedores na gestão dos negócios

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou na semana passada um aplicativo gratuito para smartphones, com a finalidade de ajudar os microempreendedores individuais a melhorar a gestão de seus negócios e finanças.

O aplicativo Qipu já está disponível no site do Sebrae e é compatível com aparelhos dotados dos sistemas operacionais IOS e Android. Segundo o presidente do Sebrae, Luiz Eduardo Barretto, o aplicativo é de fácil manuseio e permitirá ao microempreendor individual controlar suas vendas e despesas; receber mensagens lembrando-o da data de pagamento de tributos; avisos sobre benefícios e dicas para melhorar os negócios, entre outras coisas.

“Esse aplicativo é mais um auxílio à formação e qualificação dos empreendedores e vai contribuir para melhorar a gestão dos negócios”, disse Barretto.

7ª Semana do Empreendedor Individual Nacional
O lançamento da ferramenta coincidiu com a realização da 7ª Semana do Empreendedor Individual Nacional, evento que visa a capacitar os microempreendedores e estimular os profissionais autônomos que, embora atendendo às exigências da legislação, ainda não conseguiram ou viram vantagens em aderir ao Simples Nacional (regime tributário opcional e diferenciado aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte).

Até o último sábado (18), os escritórios do Sebrae de todas as capitais e tendas espalhadas por diversas cidades foram palco de palestras, oficinas, clínicas tecnológicas e cursos de capacitação gratuitos.

Os atendentes do Sebrae e de entidades parceiras no evento também responderão às dúvidas dos interessados em regularizar sua situação e checar linhas de crédito mais atrativas.

Tornando-se um microempreendedor individual e aderindo ao Simples, o profissional passa a contar com proteção social e previdenciária. Para isso, o profissional só precisa pagar contribuição equivalente a 5% do salário mínimo e mais R$ 1, se for microempresário do comércio, ou R$ 5, se do setor de serviços.

De acordo com o presidente do Sebrae, atualmente há no Brasil cerca de 4,9 milhões de empreendedores individuais formais. Só em São Paulo, eles são mais de um milhão.

Esses números não param de crescer desde que a figura jurídica foi criada, em 2009, a fim de simplificar a formalização desses profissionais que, até então, viviam na informalidade. São profissionais que exercem várias atividades e que faturam até R$ 60 mil anuais, empregando, no máximo, uma pessoa.

Multa reduzida
O Diário Oficial da União publicou, na terça-feira (14/4), orientação para reduzir as multas relativas às obrigações acessórias do Simples Nacional.

De acordo com o Comitê Gestor do Simples Nacional, a recomendação é para entes federados – União, estados, municípios e o Distrito Federal – quanto à diminuição de multas para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional. A decisão foi tomada no dia 8 de abril em reunião de conselheiros da Receita Federal, estados e municípios.

Segundo o texto, alternativamente, as multas deverão ter fixação legal de valores específicos e mais favoráveis ou redução de 90% para o microempreendedor individual e 50% para microempresa ou empresa de pequeno porte.

O comitê decidiu que a redução não se aplica na hipótese de fraude, resistência ou embaraço à fiscalização ou ausência de pagamento da multa no prazo de 30 dias após a notificação.

Fonte: Agência Brasil com informações do Portal Brasil

Perfis:Affonso Wagner,foi padeiro por seis décadas e a saga familiar continua.O mestre dos pães

“Casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”, diz o ditado. Se dependesse do velho padeiro Affonso Wagner, 76 anos, e 63 deles na profissão, ninguém brigaria. Joinvilense nascido em Pirabeiraba na Estrada Mildau, seu Wagner – como é conhecido pela clientela – esbanja saúde, alegria e histórias que se desprendem de sua memória privilegiada. “Se eu for contar tudo não cabe em dois dicionários!”, orgulha-se. Em casa ajudava os pais a produzir musse e melado, mas logo aos 13 anos encontrou sua profissão trabalhando com o irmão mais velho, Alfredo Wagner, na Padaria Popular que ficava na rua Dona Francisca, hoje esquina com rua Dionísio Cerqueira no Saguaçú.

“Acho que sou o padeiro mais velho da cidade”, conta entre risadas, sentado em uma mesa entre vários clientes na atual Panificadora Wagner tocada pelo filho mais velho, Rubens, em sociedade com o outro filho, Nilson, que trabalha na Embraco. Lembra com saudade do irmão Alfredo, com quem saia de charrete cheia de pães e cucas para vender de casa em casa e até na rua das Palmeiras, cartão postal de Joinville. “No centenário da cidade eu ia ao centro vender. A festa durou oito dias”, relembra Wagner. O tempo ao lado do irmão foi interrompido pelo interesse em aprender mais a profissão, e lá se foi o jovem padeiro para São Paulo por volta de 1954.

Na capital paulista ele pôde aprender muito com profissionais gregos, italianos, espanhóis e portugueses. Quando o possível, vinha à cidade para visitar os pais e ver seu amor, dona Hertha, com quem é casado há 49 anos. “Trocamos 237 cartas de amor, via áerea naqueles envelopes amarelo e verde”, relata com brilho nos olhos. Retornou de Sao Paulo em 1961 após trabalhar em grandes padarias da época, entre elas a Pão Quente e Pão D’Oro. “A gente desmanchava 100 sacas de 50 quilos de trigo por dia fazendo pão francês, bengala e bengalão”, ressalta seu Wagner. O pão durismo português ele viveu de perto com o amigo Manuel. “O homem trabalhava de noite como vigia, e de dia fazia bico na padaria. Economizava em tudo, até no almoço, onde só comia um baguete com 200 gramas de mortadela e um guaraná”, conta.

Alto e forte, Wagner diz e mostra em fotos em preto e branco como era magro de tanto trabalhar, recordando das dificuldades da sua época. “Eu saía do Mildau para ir ao centro a pé, cerca de 30 quilômetros ida e volta para fazer bico na Brunkow (padaria) nos domingos. Não tinha tênis, plástico. Era pé no chão mesmo. O pão a gente fazia no cilindro, assava no lastro. O pão ficava mais gostoso”. O filho Rubens andava a seu lado desde pequeno. “Estudava de manhã e a tarde saía com o pai para entregar pães pelos bairros”, comenta, e desde 2001 administra a empresa com nova razão social após seu Wagner parar. “Somos a continuação dessa história”, confirma ele. Seu Wagner abriu a sua padaria com o nome de Panificadora Beira Rio na rua Capinzal em 1975, junto a sua casa de apenas 40 metros quadrados, mais tarde ampliada até introduzir a mercearia. Em 1994 comprou o terreno na dona Francisca, e em 1999 construiu o prédio atual.

Como padeiro teve a carteira assinada por 30 anos. Empreendedor junto com Hertha – “a receita de cuca era dela” – conseguiu formar os filhos, que lhe deram três netos, e ser feliz fazendo aquilo que gosta. Sim, gosta, porque ainda hoje ele está na ativa na panificadora que leva o seu nome localizada na rua dona Francisca, 1978 desde as seis da manhã de segunda a sábado. “Não sei o que é férias. Trabalhei sempre mais de 15 horas, fazendo pão e assando no lastro. Entreguei pão por toda Joinville, e acho que conheço mais a cidade que o Prefeito. Não consigo ficar longe disso, de ver as coisas acontecer. Quase fiquei doente quando parei, venho aqui todo dia”, finaliza seu Wagner, admirado pelos funcionários e fregueses que lhe cumprimentaram durante toda a entrevista.

* Publicado na seção Perfil do Jornal Notícias do Dia de Joinville (SC) em junho de 2011.

Catadores conquistam dignidade e renda

Até há pouco, o catador de lixo era visto como uma figura quase marginal nas cidades. Hoje isso mudou. Depois de muita luta, a categoria conquistou reconhecimento social e agora exige ser chamada como empreendedores da reciclagem.

Um dos motivos para esse progresso é a organização em cooperativas de reciclagem. No ABC já existem cinco, todas filiadas à Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol) e trocando experiências de organização e geração de renda.

“Essa boa experiência de organização coletiva que é a Rede ABC eliminou, por exemplo, a figura dos atravessadores, permitindo aos catadores venderem material reciclado diretamente ao consumidor”, contou Fábio Luís Cardoso, assessor da Unisol na área de cooperativas de reciclagem.

Reconhecimento
Parte do crescimento também se deve à aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Essa lei incluiu os catadores no sistema de gestão de lixo das cidades e garantiu melhores condições de trabalho para eles.

Com organização e reconhecimento, os catadores desenvolveram iniciativas que agregam mais valor ao lixo coletado e reciclado. Uma delas foi inaugurada no fim do mês de outubro, em Diadema, a Fábrica de Varal de garrafas PET.

A cooperada Arlete Pinheiro trabalha na fábrica, que fica no centro de Diadema. Durante o expediente, William Uchoa, marido de Arlete, ajuda no trabalho. Ele é operador de tratamento térmico na Transtecnology, vaga que ele conseguiu por indicação da companheira quando ela trabalhava na empresa.

Quando William termina o expediente na metalúrgica, vai ajudar a esposa na produção das cordas de varal feitas de garrafas PET.

“Quero levar uma idéia dessas lá pra minha cidade no Ceará”, diz Arlete.
Para fazer um pacote de corda de varal, de 10 metros, são usadas duas garrafas PET de dois litros. As garrafas são cortadas, transformadas em fios, trançadas para formar a corda do varal, depois essa corda é enrolada e embalada.

O produto final é vendido diretamente às lojas de armarinho, mercadinhos e aos moradores vizinhos da fábrica. O trabalho começou agora, mas os pedidos são tantos que a cooperativa já monta outras máquinas para aumentar a produção.

Todo o material reciclado é comprado de outras cooperativas da cidade, que atuam em conjunto. Empresas como a Petrobrás financiam a compra de máquinas para a reciclagem dos materiais.

Do site ABC