Catadores conquistam dignidade e renda
Até há pouco, o catador de lixo era visto como uma figura quase marginal nas cidades. Hoje isso mudou. Depois de muita luta, a categoria conquistou reconhecimento social e agora exige ser chamada como empreendedores da reciclagem.
Um dos motivos para esse progresso é a organização em cooperativas de reciclagem. No ABC já existem cinco, todas filiadas à Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol) e trocando experiências de organização e geração de renda.
“Essa boa experiência de organização coletiva que é a Rede ABC eliminou, por exemplo, a figura dos atravessadores, permitindo aos catadores venderem material reciclado diretamente ao consumidor”, contou Fábio Luís Cardoso, assessor da Unisol na área de cooperativas de reciclagem.
Reconhecimento
Parte do crescimento também se deve à aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Essa lei incluiu os catadores no sistema de gestão de lixo das cidades e garantiu melhores condições de trabalho para eles.
Com organização e reconhecimento, os catadores desenvolveram iniciativas que agregam mais valor ao lixo coletado e reciclado. Uma delas foi inaugurada no fim do mês de outubro, em Diadema, a Fábrica de Varal de garrafas PET.
A cooperada Arlete Pinheiro trabalha na fábrica, que fica no centro de Diadema. Durante o expediente, William Uchoa, marido de Arlete, ajuda no trabalho. Ele é operador de tratamento térmico na Transtecnology, vaga que ele conseguiu por indicação da companheira quando ela trabalhava na empresa.
Quando William termina o expediente na metalúrgica, vai ajudar a esposa na produção das cordas de varal feitas de garrafas PET.
“Quero levar uma idéia dessas lá pra minha cidade no Ceará”, diz Arlete.
Para fazer um pacote de corda de varal, de 10 metros, são usadas duas garrafas PET de dois litros. As garrafas são cortadas, transformadas em fios, trançadas para formar a corda do varal, depois essa corda é enrolada e embalada.
O produto final é vendido diretamente às lojas de armarinho, mercadinhos e aos moradores vizinhos da fábrica. O trabalho começou agora, mas os pedidos são tantos que a cooperativa já monta outras máquinas para aumentar a produção.
Todo o material reciclado é comprado de outras cooperativas da cidade, que atuam em conjunto. Empresas como a Petrobrás financiam a compra de máquinas para a reciclagem dos materiais.
Do site ABC
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