Foi uma festa que um roteirista teria dificuldades para imaginar. No comando os ex-ministros Romero Jucá e Eliseu Padilha. Ao lado deles, Caranguejo e Viagra.
Caranguejo é o codinome de Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, na planilha da Odebrecht. Ele é réu por corrupção no STF e dono de ao menos 9 contas comprovadas no Exterior.
Só em 2010, ele foi intermediário de doações de R$ 5 milhões da Odebrecht ao PMDB, PSC e PR — o que talvez ajude a explicar sua ascendência sobre o baixo clero. Viagra, de braços cruzados na foto acima (do fotógrafo Igo Estrela), é o deputado Jarbas Vasconcelos.
Bastaram três minutos para o partido que elegeu um vice-presidente graças à parceria com o PT desembarcasse do governo, sem no entanto abrir mão do Palácio Jaburu. O objetivo é levar o vice-presidente Michel Temer ao Planalto sem o voto popular.
Jucá, o Cacique, teve papel importante na cena do desembarque. Ele é um dos senadores investigados na Operação Lava Jato. A suspeita é de que tenha sido beneficiado pelo esquema de propinas que sugou a Petrobras.
O senador de Roraima também aparece na lista de “parceiros” históricos da Odebrecht, ao lado de dez outros peemedebistas:
o presidente do Senado Renan Calheiros (Atleta), Henrique Alves, Luiz Fernando Pezão, Sergio Cabral (Proximus), Jorge Picciani (Grego), Garibaldi Alves Filho, Eunício Oliveira, Paulo Melo e o ex-presidente José Sarney.
Assim que o PMDB fez o anúncio oficial, começou a repercussão. Roseana Sarney ressurgiu das cinzas para dizer ao Estadão que o rompimento tinha sido na hora certa.
O pai e os dois irmãos dela figuram na lista antiga da Odebrecht, a dos anos 80. Roseana é a Princesa. Os filhos de Sarney, Filhão e Filhote. O pai deles é o Escritor.
Deu para entender agora por que o Jornal Nacional e o Fantástico esconderam as listas da contabilidade da Odebrecht?
Enquanto isso, começava a tramitar na Câmara proposta assinada pelo próprio Eduardo Cunha que recompõe o Conselho de Ética e o livra de cassação (ver documento abaixo). Definitivamente, um escárnio.