Santidade na política não existe

É preocupante ver a quantas anda a campanha eleitoral de segundo turno nas eleições presidenciais. Como diz o Paulo Henrique Amorim em seu Conversa Afiada, o Zé Baixaria abriu seu baú de maldades para ganhar ou ganhar a eleição, e para isso até juras de amor religioso são repetidas à exaustão. E algumas lideranças religiosas resolveram trocar a batina, os paramentos, os púlpitos, pela panfletagem criminosa, partidária.

Certamente seus seguidores não aprovam essa atitude. A entrada da igreja católica na política desse ano, e dessa forma, relembra os tempos anteriores à instalação da ditadura. As lembranças não são nada boas, e há quem tenha saudade, uma lástima. Está na hora de não só fazer uma reforma política e tributária, mas quem sabe religiosa não é? E abrir os porões dessas manifestações contrárias a A ou B, que certamente dariam arrepios aos menos avisados.

Ainda há tempo para que a razão volte a dominar o cenário eleitoral. Do jeito que está, o feitiço do Zé Baixaria pode virar contra o feiticeiro, irremediavelmente não para esta eleição, mas para todas as que poderão vir.

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Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, cofundador da Associação das Letras com sede no Brasil (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 35 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, assessoria de imprensa, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011), Gente Nossa (2014) e Tinha um AVC no Meio do Caminho (2024). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.