A confusão de Kennedy e seu posicionamento contra a concessão de bolsas de estudo

O deputado Kennedy Nunes (PSD) criticou a iniciativa do deputado Carlos Chiodini (PMDB) de estender as bolsas de estudos previstas nos artigos 170 e 171 da Constituição Estadual aos alunos do ensino a distância.  “Não quero me posicionar contra o ensino a distância, mas voto não”, afirmou Kennedy durante a sessão ordinária da manhã de quinta-feira (12), justificando que, no caso dos cursos presenciais, os bolsistas e as instituições beneficiadas prestam serviços a  comunidade em contrapartida ao uso do dinheiro público.

Segundo o representante de Joinville informou “Os escritórios modelos de direito, serviço social, assim como consultórios de odontologia, psicologia, entre outros, das universidades do sistema Acafe e de outras instituições privadas que ofertam cursos presenciais, atendem milhares de catarinenses todos os anos, circunstância que não ocorreria no caso do ensino a distância”. Kennedy ainda lamentou que dos R$ 111 milhões previstos para bolsas em 2013, apenas R$ 56 milhões foram pagos.

No entanto, o que o deputado parece não ter percebido é a enorme confusão que fez ao tentar justificar seu posicionamento, isto porque os artigos 170 e 171 são benefícios fornecidos aos poucos acadêmicos dispostos a fazer uma pesquisa cientifica para garantir uma bolsa do governo, para tanto o aluno deve cumprir requisitos, dentre eles, a exigência da confecção de um pré-projeto em que precisa provar a relevância da referida pesquisa para a sociedade, precisa também comprovar carência financeira,  para só então ser elegível a bolsa em questão.

A contribuição dos alunos é teórica e pré-requisito para concessão do benefício, as bolsas de pesquisa visam justamente beneficiar a população mais carente da sociedade, facilitando a estes o acesso a educação superior, sendo o ensino a distância a principal porta de acesso desta parcela da população.

Entretanto ao tentar criticar um benefício que aparentemente não conhecia, acabou  justificando com base em algo que nada tem a ver com o tema, isto porque os escritórios e consultórios modelos das faculdades que fornecem os serviços citados por Kennedy Nunes são oferecidos pelas instituições para que seus acadêmicos cumpram com o estágio supervisionado obrigatório. Os serviços mencionados pelo deputado são oferecidos  em cumprimento à exigências do MEC para que os cursos estejam em funcionamento, bem como, o aluno cursar as referidas cadeiras etapa necessária para obtenção do diploma.

Transparecendo sua profunda ignorância acerca da temática o deputado tomou uma postura preconceituosa,  desdenhando a contribuição que os acadêmicos de ensino a distância oferecem ao país. Keddeny Nunes tentou utilizar-se da máxima maquiavélica de que “os fins justificam os meios” e acabou dando um  tiro no pé.

Por Rebeka Futuro

Com informações da Gazeta Joinville.

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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