Saiba prós e contras da redução da jornada de trabalho
Estamos trabalhando demais! Pelo menos é o que defende Larry Page, um dos fundadores do Google. Segundo ele, graças ao avanço da tecnologia, o futuro nos reserva empregos de meio período. E mais: essa ideia de que todos precisam trabalhar freneticamente para suprir as necessidades das pessoas simplesmente não é verdade. Larry diz que quatro horas diárias seriam mais do que suficiente… será? E aqui no Brasil?
O brasileiro trabalha, em média, oito horas por dia – em média, porque tem gente que trabalha muito mais. Mas na ideia do executivo do Google, a jornada de trabalho seria dividida entre duas pessoas, sendo que cada uma faria apenas metade do trabalho; quatro horas por dia.
Até aí tudo parece lindo, afinal, quem não quer ter mais tempo livre para aproveitar a vida? Mas o primeiro grande obstáculo para importar o modelo proposto por Page seria o formato de contratação. No setor de tecnologia norte-americano é comum haver contrato por projeto: ao invés de horas diárias, o profissional tem uma meta específica a cumprir.
Outro problema, até mais grave, tem a ver com dinheiro. Cortar o tempo de trabalho também significa cortar o salário pela metade. E quando qualquer situação mexe no bolso do profissional, desagrada…
A ideia de reduzir o tempo de trabalho não é nova. Ainda no século passado, o britânico Bertrand Russel propôs exatamente a mesma coisa em seu livro “Elogio ao Ócio”. E o sociólogo italiano Domenico De Masi também explora o tema com o conceito de “ócio criativo”. E foi o mercado de tecnologia que começou a trazer isso à tona novamente. Empresas como o próprio Google entendem que seus funcionários precisam de tempo ocioso para serem mais criativos.
Nesse sentido, seguindo o exemplo das grandes empresas do Vale do Silício, essas companhias transformaram o ambiente de trabalho, deixando ele cada vez menos com “cara” de trabalho. O objetivo é que o profissional se sinta confortável e possa relaxar quando achar necessário.
E se as empresas de tecnologia dão este pontapé, a própria tecnologia vai na contramão do conceito de diminuir a jornada de trabalho. Com redes privadas, smartphones, tablets e toda mobilidades que esses dispositivos trouxeram, hoje muito funcionário está disponível praticamente em tempo integral para o trabalho – seja em casa ou onde quer que esteja.
A declaração de Page e todo o conceito é mesmo polêmico, mas vale a reflexão. E você, o que acha da ideia? Será que funcionaria no Brasil? Melhor, com você? E o salário; conseguiríamos viver mais tempo livre ganhando metade? Participe, opine! Acesse olhardigital.com.br e deixe seus comentários.
Do Olhar Digital.
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