Eleitor com deficiência visual poderá ouvir o nome do candidato na urna

Nas Eleições 2020, pela primeira vez, os eleitores com deficiência visual poderão ouvir o nome do candidato após digitar o número correspondente na urna eletrônica. Trata-se do recurso de sintetização de voz, tecnologia que transforma texto em som e simula como se a máquina fizesse o papel de uma pessoa lendo o conteúdo de algum documento.

Até as últimas eleições, a urna emitia mensagens gravadas que indicavam ao eleitor com esse tipo de deficiência o número digitado, o cargo para o qual estava votando e as instruções sobre as teclas “Confirma”, “Corrige” e “Branco”. Eram mensagens pré-gravadas, instaladas no equipamento para melhorar a experiência desses votantes.

Mas, pelo fato de as mensagens serem gravadas previamente em estúdio, havia uma limitação: como em um pleito concorrem milhares de candidatos e, ao longo do processo eleitoral, muitos deles são substituídos, seria inviável gravar os nomes de todos os concorrentes.

Além disso, “se adicionássemos uma tela ou funcionalidade nova durante a votação, isso teria de ser gravado também, então era bastante limitado”, afirma Rodrigo Coimbra, chefe da Seção de Voto Informatizado da Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com Coimbra, a partir de muita pesquisa e após o descarte das urnas mais antigas, dos modelos 2006 e 2008, o TSE teve condições técnicas para implementar a sintetização de voz para as Eleições 2020.

“Utilizamos uma solução toda baseada em software livre. Então, não houve nenhum custo para o Tribunal, que não precisou gastar absolutamente nada para implementar essa tecnologia. A novidade traz uma confiança muito maior para o eleitor, naturalmente, sobre o voto que ele está depositando na urna”, enfatiza.

Passo a passo
Para utilizar a novidade, o eleitor precisa informar o mesário sobre sua deficiência visual, para que o colaborador da Justiça Eleitoral habilite o recurso e entregue fones de ouvido, necessários para garantir o sigilo do voto.

Mesmo habilitada, a urna não iniciará a votação de imediato, permanecendo estática em uma tela com orientações sobre como votar. Além disso, enquanto a votação não for iniciada, o eleitor terá a possibilidade de fazer a regulagem do áudio, sendo permitido aumentar ou diminuir o volume, para tornar a experiência de votar mais agradável.

A sintetização de voz também é capaz de fazer flexibilização de gênero ao emitir a fala de confirmação do concorrente escolhido. Isso significa que, por meio da ferramenta, a urna “falará” que o eleitor está votando em um candidato ou em uma candidata, de acordo com o gênero do postulante que está recebendo o voto.


Teste presencial
Na semana passada a equipe de Tecnologia do TSE recebeu dois eleitores com deficiência para testar os recursos e experimentar a urna com todas essas novidades.

O aposentado Edinaldo de Almeida e a massoterapeuta Zozimeire dos Santos deram sugestões de melhorias e evoluções, inclusive de pequenos ajustes que podem ser feitos ainda este ano.

“O importante é que a gente conseguiu ter um contato mais próximo com as pessoas que são o público-alvo dessa grande novidade, e isso foi muito bom, porque vamos usar esse retorno deles para aperfeiçoar ainda mais os sistemas”, garante Coimbra.

Todo o processo de adaptação desse software para a urna levou em torno de quatro meses, tendo início ainda em 2019 e sendo finalizado no início deste ano.

Começam as convenções partidárias em SC

De hoje (31) até o dia 16 de setembro, os partidos políticos podem realizar as suas convenções partidárias para definir os nomes de seus candidatos à Prefeito, Vice, e também suas nominatas a vereador. É importante destacar que acabaram as coligações nas disputas proporcionais, ou seja, à vereador, como eram antes. Cada partido tem que lançar suas nominatas completas conforme a lei. Estão liberadas as alianças para a majoritária, ou seja, à Prefeito e Vice, mas sem as antigas tradicionais mesclagens entre times de partidos, como por exemplo, o PYC juntando com o PUV, cada um colocando 15 nomes. Isto acabou.

Na maior cidade catarinense, Joinville (SC), o PSDB é o primeiro a definir o seu nome para a disputa pela cadeira ocupada hoje por Udo Döhler (MDB), que está no cargo há oito anos. Rodrigo Fachini deve ser confirmado na noite de hoje (31) como o candidato a Prefeito, já que seu oponente interno, o também vereador Odir Nunes, declinou da disputa e anunciou apoio e unidade partidária. A última vez que o PSDB esteve à frente da Prefeitura de Joinville foi entre 2002-2008. Tenta agora com o ex-emedebista Fachini, que tem família tradicional na política. Seu pai João Fachini, foi vereador pelo PT, e secretário de Estado no governo de Luiz Henrique da Silveira. Seu tio, Padre Luiz Fachini, fez história com as cozinhas comunitárias e sua Fundação que leva o seu nome. Os tucanos ainda vão deixar com a executiva a tarefa de escolher vice em aliança com partidos ainda não definidos.

O Novo, com o empresário Adriano Silva e Rejane Gambin de vice, também define hoje em convenção online, os seus nomes para tentar chegar ao comando do executivo joinvilense. Adriano tem participações em voluntariados ligados à defesa civil, Corpo de Bombeiros Voluntários e outros. Busca trilhar a vertente da novidade, e do empresário gestor, como o atual prefeito Udo Döhler.

O Podemos realizará sua convenção no próximo sábado (5/9), e tem apenas um nome definido, o do empresário do ramo da construção civil, ex-secretário municipal, Ivandro de Souza. Segundo o presidente municipal, Cleonir Branco, o partido vai confirmar Ivandro, a nominata de vereadores e deixar em aberto as negociações para composições para a vice. Farão a convenção via aplicativo Zoom. Na mesma direção e dia vai o DEM, presidido por Adalto Moreira. O partido realiza sua convenção também no sábado, 5, mas com um ponto já definido: não terá candidato a Prefeito, e encaminha para compor com o Podemos de Ivandro de Souza, indicando o vice-Prefeito. Nomes para a vaga são o do ex-deputado Patrício Destro, da ex-vereadora e ex-secretária municipal Angélica Ponciano, e o próprio presidente da legenda, com chances reais para Patrício Destro. Segundo Adalto, Republicanos, PP e outros estão no meio destas conversas.

O Patriota tem no atual vice-Prefeito, Nelson Coelho, o seu nome preferencial para a disputa pela Prefeitura. Não definiu a data da sua convenção, nem se será presencial ou online. Segundo Coelho, que se diz rompido com o prefeito Udo Döhler (MDB), já há nominata completa e um partido junto, que não revela ainda, e que na nominata à Câmara não tem estrelas. Para a vice, estão me negociações com outros partidos. Questionado se pode compor como vice em outra chapa, descartou porque assim o partido decidiu.

O MDB confirma sua convenção para o dia 15, para valorizar o número do partido. O deputado estadual Fernando Krelling é o nome definido que será oficializado pelos convencionais emedebistas para ser o candidato e suceder Udo, que é o seu principal cabo eleitoral. Segundo Krelling, que é o presidente do MDB de Joinville, as conversas continuam até a data da convenção para composições para a vaga de vice, e alianças com partidos como o Pros e PTB, que já estariam alinhados. O deputado é considerado favorito pelo apoio da máquina da Prefeitura, a força do partido, e já divulga pesquisas que o colocariam em primeiro lugar nas consultas populares.

Darci de Matos deve ser confirmado como o candidato a Prefeito pelo PSD. Ele vem aparecendo em pesquisas eleitorais próximo ao candidato do atual Prefeito. O deputado federal não descarta e não confirma a sua candidatura, bem como o partido nada fala sobre a convenção. Kennedy Nunes seria o outro nome pessedista, mas está mais focado em sua atuação parlamentar na Assembleia Legislativa. Darci foi derrotado por Udo Döhler nas eleições de 2016 em segundo turno. Tem longa trajetória política na cidade e região, e pode tentar mais uma vez a Prefeitura, principalmente diante do desgaste da administração de Döhler.

O PT não respondeu às perguntas do Palavra Livre sobre data da sua convenção partidária, mas é decidido que o seu candidato será o ex-deputado Francisco de Assis, com a vaga de vice ficando em aberto para a composição com outras siglas. O partido, que governou Joinville com Carlito Merss entre 2009-2012, deseja retomar o protagonismo e vagas na Câmara de Vereadores. O Cidadania (ex-PPS), que tem em Tânia Eberhardt o nome para a Prefeitura, deve realizar a sua convenção entre os dias 12 a 16 de setembro, segundo o presidente Djeverson Pretto. Segundo ele, as tratativas para composições seguem firmes para a vice com diversos partidos, e a nominata vai completa para a disputa da Câmara de Vereadores. Anselmo Fábio de Moraes, ex-reitor da Udesc, e Fernando Bade, ex-presidente da Ajorpeme, são nomes ventilados para a vaga de vice. Moraes está no Solidariedade, e Bade no Cidadania.

O PP, via assessoria de imprensa, afirma que a sua convenção será entre os dias 11 a 16, e online. O partido, que está longe de comandar a Prefeitura há 28 anos, deve ir com o nome do empresário Francesc Boehm, articulador de bastidores do partido durante anos, e que agora vai enfrentar as urnas pela primeira vez. A convenção deve deixar em aberto as possibilidades de coligações, e inclusive de composição com outra candidatura a Prefeito . Fontes afirmaram ao Palavra Livre que o PP deve compor com PSD ou até com o PSL do Governador Carlos Moisés. Mas tudo é possível até mesmo após as convenções.

O PSB também não fala ainda sobre a convenção, e o atual presidente, Victor Vargas, se coloca como pré-candidato do partido. Curiosamente o partido tem um deputado federal pela legenda, mas não tem. Explicamos. Rodrigo Coelho era um nome cotado para a Prefeitura, mas no ano passado brigou com a legenda por votar a favor da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Foi suspenso pela direção nacional, tentou sair via judicial, e não conseguiu. Em SC o ex-deputado Claudio Vignatti assumiu o comando partidário e começou uma reestruturação, levando o PSB novamente ao campo ideológico da esquerda, o que afastou ainda mais a possibilidade de Coelho ser o candidato. Há uma grande probabilidade de compor a vice, talvez com o PT.

O PSL também não confirma a data da convenção que deve confirmar o nome do médico Dalmo Claro como candidato à Prefeito. O deputado federal Fábio Schiochet é o presidente da sigla no estado e está dando toda a força ao projeto que visa também fortalecer o governador Carlos Moisés. O partido esteve há um passo de estar ao lado do MDB na eleição, mas o quadro mudou radicalmente. Dalmo é ex-deputado e já foi secretário de Estado da Saúde. A convenção também deverá deixar em aberto as composições para a chapa majoritária e com partidos aliados.

Os demais partidos foram procurados, mas não se manifestaram até o momento da publicação desta matéria. Assim que informarem seus movimentos e datas, aqui serão publicados.

O Palavra Livre se prepara para uma cobertura que informe você, leitor, sobre o que é fundamental para a decisão do voto. As escolhas feitas no dia 15 ou 29 de novembro vão impactar diretamente a vida de todos nas cidades, que é onde realmente as coisas acontecem. Os eleitos, se forem bons, bons frutos trazem para as cidades, que forma os estados, que formam o país. Portanto, nosso compromisso é trazer a informação correta, objetiva, direta, iluminando o que está errado, e noticiando tudo o que você precisa saber. Conte conosco.

Opinião – O combate à pandemia do racismo

O mundo vive momentos trágicos com a pandemia do coronavírus, o Covid-19. Não é a primeira pandemia que enfrentamos, e derrotaremos. Todos os países se movimentam e usam recursos totais para salvar vidas. Mas há uma pandemia que insiste em permanecer viva entre nós, e com pouco ou nenhum combate: a do racismo. Incrivelmente não utilizamos todas as nossas forças, estudos, ações educacionais e politicas para dizimar este mal que fez uma vítima, George Floyd, morto por um policial branco em Minnesota, Mineápolis, EUA. Nove minutos de agonia sob um joelho branco, policial, representante do estado.

Miguel, 5 anos de idade, deveria estar sob os cuidados da patroa (!?) da sua mãe enquanto ela levava o… cachorrinho da primeira dama de Tamandaré (PE) passear… Largado em um elevador sozinho por querer a presença da mãe, sai em um andar do prédio de luxo e cai para a morte. Quem se importa? Não vou continuar a citar outros nomes aqui, mortes recentes de negros nas favelas, daqui do Brasil e no mundo. Encheriam páginas e mais páginas. Não que não mereçam, mas os nomes que devem ser citados são os nomes dos racistas e apoiadores de racistas que promovem esta pandemia que dura séculos.

Mortes causam comoção midiática. A espetacularização ajuda a vender publicidade e propaganda na grande mídia, e até comove alguns corações para o uso de tarjas pretas, etc. O fato é que basta de conviver com esta doença que nunca retrocede e avança em momentos da história. No Brasil as coisas para negros, indígenas, LGBTs, pobres, minorias pioraram com a chegada de um governo sem rumo social, apenas econômico e potencializado com o discurso de ódio a estas minorias, à democracia e pensamentos humanistas. Me perdoem, mas não dá para defender a luta contra o racismo e Bolsonaro e seus seguidores. São incompatíveis. O dedo que votou nele e agora é utilizado para postagens consternadas, posts da moda para “mostrar”que é antiracista, não colam.

A pandemia racista é irmã da violência e do ódio. Sempre foi, e continua sendo. As lideranças mundiais que colocamos, cada povo a seu jeito e lei, para comandar o desenvolvimento das nações, precisam fazer mais. Educação e debate permanente sobre os temas raciais, da diversidade que nos faz únicos, do amor, e logicamente do que representa o fascismo e suas vertentes, o ódio, a perseguição política, a falta de políticas públicas permanentes e com orçamentos pesados dedicados a mudança cultural dos povos. Não há outra saída para nós que nos entendemos como “humanos” e que nos auto-intitulamos civilizados.

Não haverá paz enquanto não entendermos e agirmos nesta direção. Educação, conscientização, trabalho militante permanente do Estado, com os grupos militantes das causas agindo junto, e desde a mais tenra idade dos nossos filhos, netos. Só há mudança cultural com educação permanente, dirigentes políticos que entendam que todos somos humanos e precisamos uns dos outros, e muitos precisam mais que outros de apoio, atenção e oportunidades. Meritocracia e outros títulos bonitos colocados na mídia como regras, não existem! São modelos de dominação de uns sobre outros, e pior, diferenciam os diferentes que não tem a mesma condição de partida que outros. É simples, basta ser honesto para compreender e agir.

Não sou negro. Não sou índio, nem LGBT. Não moro nas favelas e periferias do mundo e do meu país. Sou privilegiado e branco. Tive acesso a escolas, livros, pais que podiam participar da minha educação e prover as coisas. A empatia me fez compreender a cada ano da minha vida que ao me colocar no lugar do outro, e buscar ajudar se possível, seria o melhor caminho para fazer a minha parte para um mundo melhor, saudável, de paz, fraternidade e solidariedade. Busco todos os dias e em cada oportunidade promover as boas causas, apoiar quem precisa e denunciar quem difunde ódio, violência, ignorância e perseguições. Voto sempre com a consciência de eleger gente que gosta de gente, do povo, das pessoas, que admira a educação como prioridade na gestão. É um jeito de ver o mundo e agir. Cada um pode ter o seu.

O que não é mais possível é conviver com uma pandemia secular de ódio e discriminação aos negros, pobres, mulheres, LGBTs, indígenas que nunca retrocede, e muitas vezes avança com mais e mais mortes que sequer sabemos. Quantos morrem sufocados, sem poder respirar, nas favelas e comunidades pobres, aldeias e outros lugares, sempre alvos de violência do estado (polícia), abandono do poder público e sem qualquer vontade política de governos em defesa destes povos? É inadmissível que vivamos assim, vez em quando colocando luz em uma morte que comove, e logo depois vira história tão somente. Precisamos superar esta pandemia racista, preconceituosa, do ódio e da violência.

Para isso não servem somente posts bonitos e em apoio, se você vota em quem promove a barbárie, discurso de ódio, de diferenciação entre A ou B, pela cor, classe social e etc. Precisamos que a sociedade faça mais, por exemplo, vá conhecer de fato como vivem no dia a dia estas pessoas que vivem nas favelas, nas aldeias, nas suas casas diversas para compreender o porque das coisas serem como são. É preciso que mais pessoas se engajem em ações sociais que apoiem a emancipação destas pessoas e comunidades para que tenham mais oportunidades, educação e assistência, com oportunidades iguais. É preciso erradicar o racismo, o preconceito, o ódio e a violência. Só depende de nós. De cada um. Para que todos possam respirar e parar de chorar a vida de um irmão humano como Floyd, João Pedro, Miguel e tantos outros.

Nós podemos sim combater e vencer a pandemia racista e preconceituosa. Basta mais atitude, ação e leitura. Assim venceremos a ignorância. O Palavra Livre apoia.

  • o Editor

Um editorial mais que infeliz

Li com aguçado senso crítico o editorial do Grupo ND, na verdade um manifesto em favor da não realização de eleições este ano, contrariando o que diz a nossa Lei Maior, a Constituição Federal. A defesa intransigente da quebra da regra democrática exposta neste editorial se mostra infeliz, primeiro porque nega a democracia, nega o direito do cidadão a escolher os seus representantes no período legal.

Em segundo lugar, faz uma comparação ainda mais infeliz com a presença do Covid-19, o coronavírus, e que com a realização de eleições poderia se proliferar por conta da presença do povo votando. Nada mais ridículo defender isso, enquanto defende que a economia, comércio, lojas, fábricas, transporte coletivo, etc, voltem com força total. Será que o voto transmite o vírus ou o ardente desejo capitalista extremo de ganhar mais e mais sem a sensibilidade humana supera o valor da vida humana? O que o direito de votar pode fazer, a mais ou a menos, com o aumento da presença do vírus entre nós?

Não se nega, e o editor aqui também pensa igualmente, que as eleições deveriam ser realizadas de forma geral, ou seja, o eleitor votaria do cargo de vereador ao de Presidente da República em uma só eleição. Também pensamos que os mandatos deveriam ser entre cinco ou seis anos, sem reeleição, que aliás não deveria mais existir a partir desta mudança. Acabaria com a negociata, saltos em meio a um mandato para alcançar a outro, bem como reduziria os gastos com eleições a cada dois anos, exigindo também dos eleitos planos de médio a longo prazos para realmente levar os municípios, estados e o país para o desenvolvimento pleno.

O que o editorial do Grupo ND promove é a manutenção dos atuais eleitos sem o voto, a anuência do eleitor. Retira um direito do cidadão previsto na lei maior, e no meio do jogo. Isso é ilegal, e desnecessário. As mudanças, algumas como disse acima, bem vindas, mas em outro momento político que não este, onde enfrentamos as pandemias do Covid-19, das fake news, de um governo federal de linha fascista e autoritária que deseja governar sem a democracia, sem os pesos e contrapesos previstos na CF.

Infeliz editorial. O custo da eleição é não ter eleição. O custo da eleição é café pequeno diante do custo das vidas em jogo diante da abertura indiscriminada da economia em todos os setores só porque empresários desejam. Há sim que se cobrar do Governo Federal que implemente medidas de renda para os brasileiros e brasileiras, inclusive de financiamento para as empresas em geral, para que se mantenham sem a volta das atividades devido ao Covid-19. Cobre-se isso deste Governo Federal que só faz tentar derrubar a democracia, defender filhos e amigos do presidente, e que não governa simplesmente porque não sabe o que fazer.

Democracia plena, com direito ao voto previsto na CF, defesa da vida das pessoas e cobrança dos governantes para que cuidem da sua gente, como países desenvolvidos fazem até sair da pandemia. Assim voltaremos a nos desenvolver. Mas dentro da democracia e dos direitos previstos na Constituição Federal. Retirar o direito ao voto neste ano é uma porta aberta para que se instale de vez o autoritarismo novamente no Brasil.

** O Editor

Eleitor que não votou nem justificou no 1º turno pode votar normalmente no 2º

palavralivre-segundo-turno-eleicoes-joinvilleMesmo quem não compareceu à seção eleitoral no primeiro turno das eleições municipais, no dia 2 de outubro, nem conseguiu justificar a ausência às urnas, poderá votar normalmente nas eleições deste domingo (30), para escolher prefeitos e vice-prefeitos.

O segundo turno será realizado em 57 cidades de 20 estados, de acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Caso esteja fora do seu domicílio eleitoral no dia 30, o eleitor poderá justificar a ausência apresentando o Requerimento de Justificativa Eleitoral nos locais de votação. O documento é distribuído nesses locais e também pode ser impresso no portal do TSE na internet. O eleitor terá de preencher o formulário e assiná-lo na presença de um mesário.

Além do requerimento preenchido e do número do seu título, o eleitor terá de apresentar um documento de identificação oficial com foto, como carteiras de identidade, de habilitação ou de trabalho, passaporte, identidade funcional ou qualquer outro documento de valor legal.

Se o eleitor não puder apresentar a justificativa no dia da votação, deverá fazê-lo até o dia 29 de dezembro (60 dias após o segundo turno). E quem não votou, nem justificou a ausência no primeiro turno tem até o dia 1º de dezembro para fazê-lo.

Nessas situações, a justificativa poderá ser entregue em qualquer cartório ou posto de atendimento eleitoral ou encaminhada, via postal, ao cartório da zona eleitoral onde o eleitor for inscrito.

Aqueles que estiverem no exterior no dia da eleição terão até 30 dias contados da data do retorno ao Brasil para apresentar a justificativa à Justiça Eleitoral, podendo entregá-la pessoalmente ou encaminhá-la pelos Correios.

O requerimento deve ser apresentado – juntamente com cópia de documento brasileiro válido de identificação e com a prova do motivo alegado – ao respectivo cartório do município onde o eleitor vota.

Sanções
O eleitor que não votar e não apresentar justificativa ficará impedido de tirar passaporte, inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles e renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo.

Já aquele que não votar em três eleições consecutivas, não justificar sua ausência, nem quitar a multa devida terá a inscrição cancelada. Para efeito de cancelamento, cada turno é considerado uma eleição.

Acessibilidade
No dia da votação, o eleitor não poderá entrar acompanhado na cabina, para preservar o sigilo do voto, garantido pela Constituição. No entanto, pessoas que tenham alguma restrição de mobilidade ou dificuldade de locomoção têm o direito de ser auxiliadas por alguém de sua confiança na hora de votar.

As urnas eletrônicas são identificadas com uma marca em relevo na tecla 5 para orientar o eleitor cego com relação às demais teclas e um sistema de áudio, que é automaticamente habilitado para o eleitor que já se identificou à Justiça Eleitoral como deficiente visual.

Reforma Política: Câmara rejeita financiamento empresarial e mantém sistema proporcional

O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, na madrugada desta quarta-feira (27), proposta que pretendia incluir na Constituição o financiamento da campanha por pessoas físicas e jurídicas para os partidos e os candidatos, dentro de limites máximos de arrecadação e gastos de recursos que a lei deverá estabelecer para cada cargo.

A proposta recebeu 264 votos favoráveis e 207 contrários, mas foi rejeitada porque mudanças na Constituição precisam de, pelo menos, 308 votos a favor. Pouco antes, os deputados também rejeitaram todos os modelos propostos de alteração no sistema de eleição de deputados e vereadores.

As votações fazem parte da proposta de emenda à Constituição da reforma política (PEC 182/07), cuja discussão será retomada ao meio-dia desta quarta-feira.

Os deputados voltarão a discutir outras propostas de financiamento de campanhas, como a que permite a doação apenas de pessoas físicas. Se esse item também não conseguir 308 votos, ainda poderá ser analisada emenda que propõe o financiamento público exclusivo. Em caso de rejeição desse ponto, permanecem em vigor as regras atuais.

Debates
A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), avaliou que o financiamento privado não deve ser incluído na Constituição. “Isso não é matéria constitucional, é matéria de lei. Nós precisamos sanear esse processo de financiamento e garantir que todos tenham equilíbrio na disputa e concorrência eleitoral”, disse.

O modelo também não teve o voto favorável do Psol. O líder do partido, deputado Chico Alencar (RJ), é contra o financiamento empresarial. “O que nós defendemos como passo adiante é o financiamento de pessoas físicas com limites fortes e um fundo partidário democrático, transparente e austero”, defendeu.

Já o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), defendeu a constitucionalização do financiamento privado. O financiamento de empresas é objeto de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), que já teve o voto de seis ministros contrários a esse modelo.

“Quem tem de decidir sobre isso é o Parlamento. O bom senso nos manda definir esse tema hoje, porque senão estaremos na mão do Poder Judiciário”, disse.

O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), afirmou que acabar com o financiamento privado é incentivar a doação ilegal de empresas e o caixa dois. “Ficar sem doação legal de empresas em campanhas é incentivar o caixa dois, é fomentar o sistema de financiamento ilegal”, disse.

Temas em votação
Nesta quarta-feira, o Plenário ainda vai discutir os seguintes temas:

  • Fim ou não da reeleição;
  • Tempo de mandato de cargos eletivos;
  • Coincidência de mandatos;
  • Cota para as mulheres;
  • Fim das coligações;
  • Cláusula de barreira;
  • Outros temas independentes: voto obrigatório e data da posse presidencial

Joinville sediará encontro sobre a reforma política

O 1º Encontro Regional de Agentes Políticos pela Reforma Política está marcado para a próxima segunda-feira (dia 11), às 9 horas, no plenário da Câmara de Vereadores de Joinville. O encontro é aberto ao público.

Este evento é uma parceria do Poder Legislativo Municipal e a Associação Brasileira de Câmaras Municipais (Abracam). Uma comissão da entidade acompanha as discussões sobre a reforma política em Brasília. Este grupo é formado por 20 vereadores de todo o Brasil, sendo dois parlamentares de Santa Catarina (municípios de Joinville e Serra Alta).

O Encontro Regional de Agentes Políticos pela Reforma Política vai reunir lideranças dos oito municípios que integram a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional (SDR), senadores, deputados estaduais e federais, além de prefeitos e vereadores da região Norte.

Opinião Eleições 2014: Votar é decidir o futuro com responsabilidade

Nesta eleição presidencial, acredito, o que está em jogo de fato é o projeto de país que queremos. Há caminhos estratégicos para que o Brasil não só amplie seu crescimento econômico, mas também aumente o seu desenvolvimento. Duas coisas diferentes.

Temos de decidir o voto com base nos projetos que cada um dos candidatos representa.

Temos de olhar com muita atenção ao que, e a quem, cada um deles está ligado. Bancos? Banqueiros? Latifundiários? Financistas? Capital estrangeiro?

Temos de tentar perceber o que se esconde por trás de cada discurso, de cada imagem produzida por marqueteiros, qual a “verdade” ou a “mentira” existente.

Temos de avaliar o que já fomos, pelo que passamos, para compreender o que vivemos, e a partir daí, o que desejamos ser. Ou continuar a ser. Ou voltar a ser.

Temos, enfim, que descartar os megafatos, as espetacularizações midiáticas, e se debruçar sobre os projetos de país que cada um dos candidatos representa.

Nada de voto de mudar por mudar. Nada de voto de continuidade por continuar. Nada de voto inconsequente que pode nos jogar nas mãos de quem não queremos, pessoas que podem vender nossa independência, soberania, e também riquezas (por que não? Já fizeram isso, lembram?).

Atenção agora, para não chorarmos depois, e ter de esperar longos quatro anos para tentar achar um novo projeto.

Escrito por Salvador Neto, editor.

Demóstenes, lobos e cordeiros

Quem diria que o paladino da Justiça, o superior dos homens na terra, gladiador das lutas contra a corrupção no país, imagem de homem probo, correto, promotor de justiça, enfim, um ser acima de qualquer suspeita, senador Demóstenes Torres, cairia justamente no lodaçal da corrupção? Em vez de representar o povo que o elegeu, representava sim os interesses de Carlinhos Cachoeira, o homem dos jogos ilegais, do submundo, conforme mostram as incontestáveis provas da Polícia Federal. Que vergonha para a classe política!

Demóstenes era o verdadeiro lobo em pele de cordeiro. De fachada, esse homem que já foi até secretário de Segurança Pública de Goiás – pensem! – se mostrava um intocável. Um cordeirinho. Mas pelos bastidores, por trás das matas nos campos, caia a lã e aparecia o grande lobo. No mínimo 30% dizem as investigações. Pouca coisa não é? Afinal, o salário de senador, cerca de R$ 26 mil, é pouco! Fora os décimos terceiros, quartos e quintos, além das verbas de gabinete, manutenção, etc. Que homens públicos temos neste Congresso Nacional? Quantos mais teremos que investigar durante anos para pegar, sim pegar, e tirar do lugar onde deveriam estar homens de verdade, de boa índole, com ligações verdadeiras com os movimentos sociais, populares, empresariais, educacionais?

Agora em outubro vamos eleger vereadores e Prefeitos para mais quatro anos. É nossa responsabilidade separar o joio do trigo. Acompanhar a vida pregressa, os bastidores de cada um deles. Por detrás de muitos podem existir muitos lobos, ávidos por dinheiro público fácil, travestidos de bons moços. Uns ligados à entidades empresariais, outros à igrejas. Outros à Ongs, uns à sociedades classistas. O fato é que a corrupção está enraizada onde menos esperamos. Mas nós não enxergamos porque não ficamos atentos aos movimentos, aos “amigos” desses candidatos. E no final, elegemos gente que vai defender toda forma de poder, de desviar, de aprovar leis que beneficiem esse ou aquele. É isso que queremos?

Não há outra solução minha gente. Ou votamos direito, escolhendo nossos representantes com critérios, pesquisa de onde vem, e com quem andas – diga-me com quem andas e te direito quem és – ou vamos chorar o leite derramado por esses lobos em pele de cordeiro. Eleitos os vereadores, prefeitos, deputados estaduais, governadores, senadores, deputados federais, nosso dever é fiscalizar, de pertíssimo, todos os atos, ações, projetos, reuniões. Senão é melhor comprar mais toalhas para chorar e muito, porque cada vez mais esses lobos vão tomando o que é nosso, sem que percebamos. Parabéns à Polícia Federal, Ministério Público e órgãos que pegaram esse “senador”. Que continuem, ainda com mais eficácia e rapidez, pegando mais e mais lobos e tirando-lhes a pele e o cargo que ocupam com o nosso voto, ou que ocupam em órgãos públicos.

Classe política – Dilma está certa!

Dilma tem nas mãos a chance de mudar o jeito de fazer política no Brasil

Todos acompanhamos via mídia tradicional e tecnológica a pressão que os políticos profissionais, latifundiários do Congresso Nacional, estão exercendo sobre o Governo Federal, mais diretamente à presidenta Dilma Rousseff. Acostumados a negociar com base em nosso, isso mesmo, nosso dinheiro público, em cargos, obras e afins, os deputados e senadores não assimilam a postura de gestora de Dilma. Afrontam, coagem, ameaçam. Mostram suas garras afiadas, mostram sua insana vontade de ocupar a máquina pública sem o mínimo de decoro. Sequer quadros limpos de processos apresentam. Aliás, apresentam sempre os mesmos figurinos, desgastados por onde passaram.

De parabéns a presidenta Dilma Rousseff que enfrenta esses pseudo-representantes do povo, que seu utilizam dessa oportunidade outorgada pelo povo pelo voto para se esbaldarem, sem qualquer olhar republicano pelo país que representam. Paralisam votações, votam contra os projetos que antes eram favoráveis, atrasando o passo do Brasil. Prestam um desserviço à nação. Mostram assim que nada tem de responsabilidade para com sua gente, muitos passando por muitas dificuldades para sobreviver em vários rincões de Brasil continental. Depois voltam a seus estados e municípios como cordeiros, mas na verdade são mesmo lobos sedentos por muito mais do que benefícios para o povo. Usam dessa fantasia para outros inconfessáveis desejos e sonhos.

Essa prática política antiga, arcaica, ultrapassada acontece também nos municípios, e nos estados, com Câmara de Vereadores e Assembleias Legislativas. Por isso que a renovação de políticos é fundamental a cada eleição. É preciso que o eleitor definitivamente acompanhe quem elegeu. Fiscalize, cobre, faça pressão, e não caia na lábia fácil, na justificativa ridícula de sempre. As eleições de 2012 estão batendo à porta. Cabe à população também mudar. Deixar de ser amiga desses políticos que em nada representam os seus anseios. Buscam apenas seu voto para lá, onde estiverem, abocanharem fatias para sí próprios, e migalhas para quem os elegeu. Educação e consciência política é o que se espera da população. Se nada muda, é porque a população não quer, e gosta do que aí está.

A presidenta Dilma Rousseff mostra assim a que veio. Enfrenta o momento como enfrentou com coragem as torturas dos tempos de arbítrio, opressão e prisões na ditadura militar. Que seu exemplo sirva para o país avançar, definitivamente para outro modo de fazer política. E que se mantenha firme nesse caminho.