Se adequadamente combinados, queijos e vinhos formam um par perfeito. E o pão tem um papel importante nessa combinação – é elemento essencial para limpar o paladar entre um vinho e outro, ou entre um queijo e outro. Esses são os mais antigos alimentos do homem, sempre lembrados quando, como agora, o inverno se anuncia.
A variedade de queijos existente é enorme e suas possibilidades de combinação com o vinho, infinitas. Na França, por exemplo, os queijos foram classificados em 1925, bem antes dos vinhos, que receberam sua AOC (Appellation d’Origine Contrôlée) 10 anos depois, em 1935. Só a França possui mais de 400 queijos classificados.
Os queijos devem ser servidos sem as embalagens e sobre madeira ou porcelana, de preferência, separados. Os que tiverem casca devem ser servidos com ela. Deixe os pequenos inteiros e, no caso dos de tamanho médio, insinue o corte.
Cada fatia deve conter todas as partes da peça em cada porção: da casca (as comestíveis) ao centro. Cada queijo deve estar acompanhado de sua própria faca e se possível ser identificado com um rótulo ou bandeirinha. Evite os fortes demais ou apimentados, pois estragam o paladar. Uma opção é reservá-los para o final do evento.
Quanto à variedade, procure escolher ao menos cinco tipos, variando a matéria-prima (leite de vaca, cabra, ovelha e búfala), o tipo de consistência (dura, branda e mole), e o estágio de maturação (frescos, meia-cura e curados).
Quanto aos vinhos, uma sugestão é usar ao menos quatro tipos: um branco seco – entre eles um Sauvignon Blanc seria uma boa pedida – , um tinto leve, como um Pinot Noir; um tinto mais encorpado, como um Shiraz australiano ou um bom Bordeaux, e um doce, como um Porto, para o encerramento. E é claro, seguir esta ordem para que os sabores não se sobreponham.
Algumas sugestões:
Queijos frescos com baixa acidez e sal (ricota, minas frescal, cottage, mussarela de búfala, cabra fresco) com vinhos brancos leves e secos (Sauvignons Blancs, Rieslings ou Chardonnays jovens e não barricados). Já os queijos macios de meia-cura como camembert e brie pedem brancos estruturados como um chardonnay barricado ou tintos leves como um Pinot Noir, ou mesmo italianos populares como o Valpolicella.
Os queijos de massa semidura (emmental, gouda, minas meia-cura) sugerem tintos de médio corpo, como um Merlot chileno ou Crianza espanhol. Os de massa dura (parmesão, pecorino, minas curado) são tipicamente combinados com tintos tânicos e estruturados, um Cabernet Sauvignon mais alcoólico, por exemplo. A ressalva é apenas quanto ao excesso de sal que caracterizam esses queijos. O sal e o tanino dos tintos encorpados são uma combinação perigosa, pois ambos tendem a secar a boca. A opção é usar um vinho doce, como um late harvest.
Para os queijos azuis (gorgonzola, roquefort, stilton), o clássico infalível é usar um Porto Ruby ou um Vintage novo.
Os pães são fundamentais. Eles consolidam a união entre vinho e queijo. Sirva uma boa variedade: italiano, alemão, francês, de centeio, com nozes.
Acompanhe tudo com frutas secas ou cristalizadas, nozes, amêndoas. Para os chocólatras a sugestão para o encerramento é um suflê quente de chocolate, que pode ser acompanhado de generosa quantidade de calda. Este vai bem com um Porto LBV, com um bom conhaque, ou um simples café expresso.
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