Governador do Rio diz que vai reocupar o Complexo do Alemão

As unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, terão aumento do contingente.

O anúncio foi feito nesse domingo (5) pelo governador Luiz Fernando Pezão. Segundo ele, o estado vai “entrar mais forte, fazer uma reocupação” da comunidade.

O Complexo do Alemão foi inicialmente ocupado pelo Exército em novembro de 2010, com ampla cobertura da imprensa brasileira e internacional. Imagens de criminosos armados fugindo do conjunto de favelas rodaram o mundo. Na época, as autoridades estaduais afirmaram que tinham levado paz à comunidade.

No mesmo mês, o então comandante da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, chegou a dizer que a PM tinha vencido. O governador à época, Sérgio Cabral, afirmou que com a ocupação do Alemão, o governo estava “virando uma página na história do Rio”. O Exército permaneceu até 2012, quando a ocupação passou a ser feita pelas UPPs.

Logo nas primeiras semanas de ocupação militar, houve tiroteios e assassinatos no conjunto de favelas. Oficiais do Exército e da polícia observaram que homens armados nunca deixaram de controlar pontos da favela.

Desde a instalação das UPPs na região, foram comuns pedidos de ajuda para unidades de elite da PM, como o Batalhão de Choque e o Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Na última semana, o menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morreu baleado em um tiroteio envolvendo a polícia. Seu corpo foi levado ontem para o Piauí, onde será enterrado.

Também ontem, o governador afirmou que vai fortalecer o Complexo do Alemão e outras comunidades ocupadas por UPPs no estado. Segundo Pezão, o estado está fazendo um grande esforço e não vai retroceder. Ele disse que a segurança continua sendo o “mantra” e a “política mãe” do estado.

Com informações da EBC

China quer investir R$ 200 milhões para montar trens no Brasil

Com contrato fechado para fabricar 34 trens para o governo do Rio, a empresa vai investir R$ 200 milhões numa unidade na cidade de Três Rios (RJ), próxima à divisa com Minas Gerais. Atualmente, a CNR mantém produções na Ásia, na Austrália e na África. A construção dos trens no Rio era uma das exigências da licitação para a compra de novas composições. Uma primeira encomenda para 30 trens, adquiridos por US$ 166 milhões (R$ 300 milhões), está em produção na China. O início das entregas está previsto para o fim do ano.

A companhia chinesa vai se instalar na fábrica da TTrans, que funciona há 12 anos na cidade. As duas empresas firmaram acordo de cooperação técnica. A atual unidade da TTrans está com 70% de capacidade ociosa, que será ocupada pela CNR. Atualmente, a fábrica tem 170 funcionários. Com a chegada dos chineses, a previsão é alcançar 2.500 trabalhadores. Os R$ 200 milhões serão investidos na aquisição de maquinário e modernização da planta já existente.

Três Rios, cidade com população estimada em 76 mil habitantes, tem tradição ferroviária. Era lá que funcionava a Companhia Industrial Santa Matilde, uma das principais fabricantes do setor nos anos 1970. Além da mão de obra local já habituada ao setor ferroviário, incentivos garantiram a entrada dos chineses, que ficarão isentos de pagar ICMS sobre a produção dos trens encomendados pelo governo do Rio e operados pela concessionária SuperVia.

Terreno
A Prefeitura de Três Rios já garantiu a cessão de um terreno vizinho de 12 mil metros quadrados, caso a empresa chinesa queira ampliar suas operações. Além de já ter encomendas em outros Estados, a CNR tem tecnologia para fabricar peças e vagões do trem-bala. “Temos a segurança de que os chineses vão permanecer por mais tempo, já que o contrato prevê que eles farão a manutenção dos trens. Haverá demanda por longo período”, diz o prefeito Vinicius Farah (PMDB).

A CNR também é a fornecedora dos 19 trens comprados pelo Metrô Rio por US$ 148,2 milhões (R$ 266 milhões). O primeiro deles tem previsão de chegada ao Rio no fim de 2011. Com a vinda dos chineses, Três Rios projeta crescer 21% nos próximos dez anos. Segundo dados da prefeitura, 91 novas empresas do ramo industrial se instalaram na cidade nos últimos 30 meses. A cidade receberá também nova fábrica da Nestlé, cujo investimento previsto chega a R$ 163 milhões.

Da CNM/CUT

O choro do Brasil no enterro das vítimas do massacre no Rio

Comoção e dor marcaram o enterro de vítimas da tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. No Cemitério do Murundu, em Padre Miguel, também na zona oeste, centenas de pessoas chegaram cedo para acompanhar o velório e enterro de Larissa Silva Martins, de 13 anos; Mariana Rocha de Souza, de 12 anos; e de Géssica Guedes Pereira. O corpo desta última foi enterrado no Cemitério de Ricardo de Albuquerque.

Os corpos de Bianca Rocha Tavares, de 13 anos; e de Milena dos Santos Nascimento, de 14 anos, foram liberados do Instituto Médico Legal no final da manhã, e também foram levados para o velório e enterro no Cemitério do Murundu.

Em meio ao choro e desmaios de parentes, um helicóptero da Polícia Civil jogou pétalas de rosa no momento dos enterros, que foram acompanhados também pelo secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, e pela chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha.

Beltrame lamentou a morte das crianças, mas afirmou que essas questões de segurança nas escolas são pequenas diante da monstruosidade do episódio. “Mesmo com a segurança interna, dificilmente iria se prevenir isso. A gente sabe que foi um ato insano de uma pessoa totalmente fora de suas faculdades mentais pra cometer uma barbaridade dessa natureza”, lamentou.

O secretário defendeu as campanhas de desarmamento que tenham o objetivo de instruir as pessoas a respeito do uso de armas letais, mas admitiu que “é leviano afirmar que atos como este não vão mais acontecer”.

Chorando muito, a estudante Isabela da Silva Cavalheiro, relatou o episódio que testemunhou e disse que nunca mais volta para escola Tasso da Silveira. “Quero voltar a estudar sim, quero ser aeromoça, mas para essa escola não volto nunca mais.”

Lucas Matheus de Carvalho, de 13 anos, também estava na sala no momento em que o atirador entrou. Ele disse que o homem só mataria meninas e que pouparia os rapazes. “Senti a dor do pai e de uma mãe, que levam os filhos para a escola felizes e duas horas depois descobrem que não têm mais seus filhos.”

Uma equipe de assistentes sociais da prefeitura do Rio acompanhou os enterros e na tenda montada no cemitério do Murundu prestaram atendimento a pelo menos 60 pessoas que tiveram crise nervosa. Oito delas precisaram ser removidas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Padre Miguel.

No Cemitério Jardim da Saudade, na Sulacap, também na zona oeste, o clima de comoção era o mesmo no velório e enterro de Rafael Pereira da Silva, de 14 anos; Karine Lorraine Chagas de Oliveira, de 14 anos; Larissa dos Santos Atanázio, de 13 anos; e Luiza Paula da Silveira Machado, de 14 anos. Os corpos de mais três vítimas da tragédia aguardam liberação do Instituto Médico Legal.

Da Ag. Brasil

Rio de luto: mais de 500 mortos na região serrana

O número de mortes confirmadas pela Defesa Civil devido às chuvas na região serrana do Rio já supera 500, depois de três dias de resgate. Segundo as autoridades, o número deve ser ainda maior porque há locais que foram bastante atingidos e que permanecem praticamente ilhados, sem acesso pelas equipes de resgate.

Durante a madrugada de hoje (14), o trabalho de buscas foi mantido apenas em Nova Friburgo. Nos municípios de Teresópolis e Petrópolis as buscas foram interrompidas por causa da falta de iluminação e devido à chuva que caiu durante a madrugada, mas os serviços já foram retomados no início da manhã de hoje. Alguns bairros desses municípios continuam sem luz e sem água e boa parte do comércio permanece de portas fechadas.

Uma equipe de cerca de 250 garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) segue para Friburgo para ajudar na limpeza da cidade. Também estão sendo enviados para a região carros-pipa e pás mecânicas.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, vai sobrevoar a cidade de Teresópolis agora de manhã e, em seguida, visitará o município, onde percorrerá os bairros Caleme e Posse e irá ao Ginásio Pedrão, onde estão desabrigados e desalojados. À tarde, Cabral sobrevoa o município de Petrópolis e depois pousará no distrito de Itaipava, onde percorrerá os bairros Vale do Cuiabá e Benfica.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a chuva poderá voltar a atingir as cidades da região serrana nesta sexta-feira.

O governo do estado informou que cerca de 10 mil pessoas foram atingidas pela tragédia.

Estamos de volta, feliz 2011!

Após um período de descanso merecido esse blog volta a ativa. Meus desejos de um feliz 2011 cheio de paz, saúde e sucesso a todos e todas que nos acompanham. Mesmo distante dos teclados, sempre estive atento aos fatos e opiniões deste início de ano, e lamentavelmente vemos as tragédias climáticas se repetirem em vários estados brasileiros, principalmente no Rio de Janeiro, onde a devastação de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo é assustadora.

Já ví esse filme algumas vezes, e até de perto nas enchentes em Santa Catarina em 1982 e 1983 se não me engano, e vivi a tragédia catarinense do final de 2008 quando assessorei a Secretaria de Estado da Infraestrutura. Coisa feia de ver, uma tristeza enorme pelos estragos, e principalmente pelas vidas perdidas.

Enquanto isso os governos vem e vão e nada se faz para a prevenção. Nenhum dos governantes de plantão tem coragem de encarar o problema, pois o mesmo mexe com milhares de pessoas em cada cidade, e milhões em estados e no país. Retirar pessoas de áreas de risco, impedir novas casas, isso tudo tira voto e tráz imagem negativa aos políticos. Essa barreira precisa ser superada tanto pelos políticos, que precisam tratar esse tema com força e coragem, como também pelos eleitores, que precisam entender o endurecimento nessas questões.

Por outro lado, é preciso investimentos maciços em reconstrução e construção de moradias para retirar essas famílias de áreas de risco, bem como fazer campanhas fortes e permanentes de conscientização da população para a proteção do meio ambiente, de não jogar lixo nas ruas, rios e córregos, enfim, reconstruir a consciência nacional sobre o futuro da nossa terra. E já estamos começando, se começarmos, muuiiito tarde.