Opinião – Retorno das restrições é uma opção por salvar vidas

A gritaria dos empresários e comerciantes foi grande, mas as medidas de retorno às restrições para o combate à Covid-19 em várias cidades catarinenses, especialmente na capital Florianópolis, foi absolutamente acertada. Não é preciso ser matemático, infectologista ou vidente para afirmar isso, basta ver os números geométricos de infectados diários por todas as regiões de Santa Catarina. Portanto, a liberação geral para comércio de rua, shoppings, academias, e agora mais recentemente o transporte coletivo, impactou fortemente na disseminação do vírus.

Logicamente que a paralisia econômica é indesejada. Reduz negócios, impostos, empregos, renda, é terrível. Mas pior que isso é amargar o avanço da morte que este vírus representa. Dizem que as pessoas só se dão conta da gravidade da doença quando acomete alguém da família, ou amigo próximo. Creio que isto não precisa chegar a este ponto, basta sensibilidade, bom senso, e outro olhar para a economia neste momento crítico. A classe empresarial deveria estar unida em cobrar do Governo Federal o empenho na emissão de dinheiro novo para bancar as pessoas em casa pelo menos até o final do ano, e claro, financiamento para os seus empreendimentos. Esta seria a luta certa, pela vida de gente, e depois dos negócios.

Não há economia viva com gente morrendo e se infectando aos borbotões. Governadores, prefeitos, vereadores, gente comum, milhares em SC já se infectaram centenas morreram. No Brasil já são milhões de contaminados e já chegaremos a 60 mil mortes de brasileiros e brasileiras. Pais, mães, avós, filhos, netos, entes queridos que a dor pela perda é impagável. Portanto é preciso compreender que um Prefeito tem um compromisso, ou deveria ter, com a responsabilidade em cuidar da sua gente. Empresário cuida de lucros, Prefeito de pessoas. Que as medidas tomadas em todas as cidades surtam efeito para a redução da contaminação, para que o retorno seja de fato para permanecer. É a medida mais inteligente no momento.