Há boas semanas solicitei à Câmara de Vereadores de Joinville (SC) o envio de suas notícias para o blog. Finalmente comecei a receber alguns relises da assessoria da Casa. Entre os poucos que chegaram um chamou a atenção. Este que segue abaixo:
“Neste semestre a Câmara de Vereadores de Joinville estará repassando aos cofres do executivo municipal 8 milhões de reais. A medida foi aprovada na sessão virtual realizada, nesta segunda-feira, presidida pelo vereador Claudio Aragão. A sessão contou com a presença online de todos os vereadores e teve aprovação unânime. Para se chegar a este valor estão sendo cortadas diárias, material de consumo, passagens, viagens, serviços terceirizados, reformas e gastos com publicidade. Segundo o vereador Claudio Aragão foi um esforço de todos os vereadores para colaborar no combate ao COVID – 19. A sessão também aprovou 708.400,00 do Fundo Municipal de Saúde para aplicação na luta contra a pandemia. A próxima sessão acontece na quarta-feira, às 17 horas”.
Sem retirar o mérito da “boa vontade” dos vereadores na gestão do atual presidente do Legislativo, Claudio Aragão (MDB), o fato é que o valor é apenas uma esmola com recursos que pertencem ao contribuinte. Vejam, o orçamento anual da Câmara gira em torno de R$ 60 milhões para 2020. Ou seja, o valor “devolvido” à Prefeitura para combater o Coronavírus representa apenas 13% dos gastos dos nobres edis. Pouco, muito pouco diante de uma calamidade que ainda nem chegou de fato a SC. Está chegando…
Para se ter uma ideia, apenas para tocar o que existe hoje na saúde do maior município catarinense chega a quase R$ 800 milhões, e não dá conta do recado. Fazendo uma conta de padeiro, com todo o respeito a estes profissionais, a “ajuda” da Câmara de Vereadores chega a 1% somente do valor previsto para o setor de saúde. Pouco não é, muito pouco. Que tal cortar 50% dos salários dos vereadores, o que por baixo deveria dar ao ano mais R$ 1,5 milhão para a luta pela vida. Mas tem mais, poderia cortar a publicidade e propaganda…
O fato é que números jogados ao ar como se fosse um ato de benemerência não é tudo isso. Neste momento é mais que obrigação.