Opinião – Mude a política renovando geral, não reelegendo ninguém

PalavraLivre-eleicoes2016Eleições 2016 às portas, e os últimos acontecimentos da política joinvilense só reforçam minha tese desde o ano passado: não reeleja ninguém, renove geral!

Prefeito que se diz gestor, mãos limpas, que nega a política e os políticos, usando a máquina para, digamos, cooptar partidos com seus tempos de tv. Trocando secretarias por partidos, sem qualquer pudor, mostrando que faz política velha, atrasada, em nada favorável às mudanças que a população exige na política.

Vereadores que pensam apenas em manter a todo o custo os seus cargos, e para isso negando investigações do governo, ou criando investigações e comissões com amigos do poder para promover relatórios pífios, fracos, muristas, negando ao eleitor o direito de saber de fato se as acusações e denúncias são ou não são verdadeiras.

Por tudo isso, você que desejou a mudança desde 2013 nas ruas, e a cada ano se escandalizou com cada nova notícia de acordos espúrios, preste atenção nos fatos, nos atos de quem diz uma coisa, e faz outra totalmente diferente!

Faça seu papel de cidadão, e ajude a dar um ar novo à política, porque a política é o melhor instrumento para melhorar a vida das pessoas, mas se feita com ética, responsabilidade, de forma coletiva, para interesses coletivos.

Não reeleja nem prefeito, nem vereadores e tampouco quem já foi vereador, dê uma chance a Joinville!

* Por Salvador Neto, jornalista, editor do Blog Palavra Livre.

Eu quero ser Prefeito

Li, não com pouca surpresa em coluna de jornal da província de Joinville (SC), que o atual presidente da Celesc, estatal da área de energia do governo catarinense, Cleverson Siewert, quer ser Prefeito da maior cidade de SC. É de se questionar: porque tal nota sai agora? A quem serve? Qual o propósito? Perguntas, perguntas… quase todas sem respostas plausíveis.

Preparado, podem dizer alguns. Jovem, dirão outros. Boa formação, assentirão muitos mais. Mas, afinal, esses predicados bastam para virar comandante de uma cidade sem planejamento, em busca de sí mesmo há tantos anos? Será que notas em jornais valem tanto assim para catapultar determinados personagens a tal posto?

Temos hoje comandando a Prefeitura de Joinville um empresário, digamos assim, vencedor. Altamente capacitado, gestor “testado” à frente de uma grande empresa e um grande hospital particular. Udo Döhler foi eleito como a salvação para todos os males de uma cidade sempre aberta à soluções milagrosas. Gestão, foi a palavra de ordem. Saúde, foco central do governo. Dos bairros para o centro, a direção estratégica.

Bom, como vimos, o tal gestor não se apresentou até hoje. A saúde continua como sempre, com filas, falta disso e daquilo. A gestão, bem, é só andar por todos os bairros para ver o abandono, os buracos, a falta de alegria da cidade que se vê largada ao Deus dará. E vindo dos bairros para o centro, bem, que o digam os bairros, todos ainda à espera deste gestor experimentado, preparado, etc.

Creio que o balão de ensaio vindo sabe-se lá de onde, vai vagar até morrer em uma praia próxima. Para ser o Prefeito de uma grande cidade cheia de problemas, há que se ter mais que vontades, preparos, currículos e notas em jornais.

É preciso mais criatividade, sentido de solidariedade, olhar social de fato, e não só de sonhos. É preciso entender o povo e seus anseios, e agir em favor deles. Eles é que pagam impostos e merecem atenção privilegiada, e não somente a classe empresarial (também digna de apoios, mas comedidamente, afinal, são empreendedores, conhecem o risco, e buscam objetivamente o lucro tão somente).

Eu também quero ser Prefeito. Não dirigi grandes empresas, tampouco grandes estatais. Mas conheço bem as dores do povão dos bairros, tão esquecido. Não saio em notas jornalísticas em colunas de peso, mas conheço a engrenagem da política, e sei bem como ela funciona,e por quem é acionada, e a qual tempo.

Aliás, você aí, também pode ser Prefeito! Já pensou nisso? E não tenha medo não, qualquer um pode ser Prefeito, e sem querer ser pejorativo… é isso aí.

Escrito por Salvador Neto, jornalista e editor do Palavra Livre

Opinião: Um legislativo fraco, é a sociedade que perde!

Vereadores que agem ilegalmente, deveriam é fazer valer o poder que tem
Vereadores que agem ilegalmente, deveriam é fazer valer o poder que tem

Neste dia 31 de março completamos 50 anos do desgraçado golpe militar, com apoio civil, que nos jogou na escuridão da tortura, falta de liberdades, um atraso em nosso desenvolvimento enquanto sociedade. O Estado como o conhecemos, conjunto de instituições como os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com comando divisões político/administrativas – estados e cidades – que devem controlar e dirigir a nação, foi utilizado para impor o silencio, calar opiniões, evitar a participação popular nos destinos do Brasil. Graças à luta de milhares, inclusive com muitas mortes e desaparecimentos de irmãos brasileiros, voltamos à democracia plena.

Mas nossa democracia é ainda muito jovem. Em toda a nossa história, aliás, tivemos muito pouco de vivencia e cultura democrática. O Brasil historicamente foi marcado pelo domínio da cultura autoritária. Nosso povo reclama muito, mas participa muito pouco. Nossa cidadania está aí para fazermos valer o que queremos, cobrar, ouvir, acompanhar, ajudar, denunciar, mas isso predispõe que queiramos participar de fato, e não só de dois em dois anos na hora da urna. Não vou falar neste artigo sobre o Executivo e o Judiciário, porque todos sabem das mazelas, e merecem artigos à parte em cada esfera (federal, estadual e municipal). Vou me ater ao legislativo de Joinville, cidade em que nasci e vivo há mais de quatro décadas.

A justiça acaba de barrar a aprovação da tal reforma administrativa proposta pelo governo Udo Döhler (PMDB), mais uma reforma em menos de dois anos do seu mandato. Por quê? Porque os vereadores, nossos legisladores e fiscalizadores do executivo (deveriam ser!) decidiram negar o debate em todas as comissões necessárias. Pois bem. Quando o poder legislativo, a marca maior da democracia, onde o debate é livre e importantíssimo para iluminar determinadas atividades e ações da Prefeitura, atropela a legalidade, o que temos? Uma diminuição, um acocoramento de um poder em relação a outro, o que é potencial nocivo a toda a sociedade.

Nossa classe politica deveria olhar ao passado e ver que atitudes como essa, de subserviência, submissão, aceitação goela abaixo de tudo que um executivo manda ao legislativo, não só destrói a imagem do poder, mas diminui nossos direitos como cidadãos. Afinal, os que lá estão são apenas representantes do que nós queremos para nós mesmos! E nós aceitamos tudo goela abaixo? Não, claro que não! Questionar, analisar, se permitir observar os tramites legais, é nossa garantia de não sermos enganados, e até roubados em nossos direitos, sagrados. Quando um legislativo é fraco, não se impõe, o que temos é uma sociedade fraca, que perde a chance de evoluir e se desenvolver. E mais que isso, uma sociedade que abre espaço para o autoritarismo que tanto lutamos para afastar da nossa vida cotidiana.

Qual o remédio para isso? Participação popular permanentemente. Acompanhar seus eleitos, ir às reuniões das comissões técnicas no legislativo, cobrar a transparência total dos atos públicos, verificar o que prometeram os então candidatos, e o que fazem quando eleitos, a quem defendem de fato! Se não exercermos esse nosso direito fundamental, vamos ser governados por pessoas que não nos representam, mas que detém mandato outorgado por nós mesmo via voto. Daqui a pouco eles estarão novamente a pedir o seu voto, prometendo A, e fazendo Y no legislativo e executivo. Depois não adianta reclamar que a rua e a praça ficaram abandonadas, o IPTU aumentou demais, seu nome foi para o cartório. Um legislativo fraco, uma sociedade abandonada.

PSol é o primeiro partido a confirmar candidatura a Prefeito com Leonel Camasão

O PSOL vai confirmar neste sábado (23) a pré-candidatura do jornalista Leonel Camasão à Prefeitura Municipal de Joinville.  Após realizar debates internos, o partido optou por não realizar alianças com outros partidos, indicando o nome do produtor cultural Gabriel Chati para a vice. A chapa será oficializada na convenção partidária, marcada para este sábado, 23 de junho, às 14 horas, no plenarinho da Câmara de Vereadores. No evento, o partido também vai debater e aprovar as principais propostas do Plano de Governo e divulgará a nominata de candidatos a vereadores.

Com a convenção deste sábado, o PSOL sai na frente e será o primeiro partido de Joinville a confirmar candidatura própria. “A política não precisa ser um balcão de negócios onde os partidos compram e vendem tempos de TV a troco de cargos, mandatos e interesses pessoais. O PSOL vai de cara própria, mostrar seus projetos e suas ideias para a cidade e para a população de Joinville, com ética e honestidade”, afirma Camasão.

Com esse cenário, o objetivo do PSOL é realizar alianças com setores não organizados em partidos. “Queremos uma aliança com a sociedade civil. A escolha do companheiro Gabriel para vice reforça nossa disposição em realizar alianças de conteúdo, com os produtores culturais, associações, sindicatos, ONGs e todos e todas que estão insatisfeitos com a velha maneira de se fazer política”, afirma.

Chati considera fundamental que cidadãos engajados na luta por melhorias na vida da coletividade participem de eleições, pois para ele, o campo da política é estratégico para as transformações necessárias à sociedade. “É nesse perfil que entendo me encaixar. Acredito que muitas ações simples podem ser feitas pela municipalidade que, se tiverem um espírito público de fato, interferirão positivamente na vida das pessoas”, afirma o produtor cultural. Os partidos têm até o dia 30 de junho para escolherem os candidatos e as coligações.

Com informações da assessoria do PSol.

Greve: Joinville vira refém de briga partidária

Essa greve dos servidores públicos municipais de Joinville (SC) têm toda a razão de ser após um anúncio desastrado de não concessão de aumento salarial na data-base dos servidores. Vindo de quem construiu sua trajetória política na movimento sindical, causa espanto que o prefeito Carlito Merss se negue a pelo menos repor as perdas inflacionárias. Bateu esquecimento no professor, ex-deputado, ex-militante da CUT e Sinte.

Agora, passados alguns dias, o que se vê após a dissipação de um pouco da fumaça é a face real da luta política em questão, entre aliados do PT. As correntes de Carlito e Adilson Mariano, este vereador da Esquerda Marxista, se digladiam agora em público. Antes era apenas entre paredes do seu partido. Quem sofre neste quadro? A população, e servidores que podem estar servindo de massa para essa briga caseira.

Pede-se bom senso às partes, porque do outro lado do balcão estão trabalhadores e trabalhadoras, com suas famílias, precisando de resultados práticos na saúde, educação, assistência social, infraestrutura e tantos outros setores. Ao Prefeito, vontade política agora para conceder no mínimo a inflação do período – e nada de conversas orçamentárias, que são apenas peça de ficção – com vontade política. Ao Sindicato, vontade e entendimento de que a cidade também precisa respirar, ter algum din din sobrando para tocar obras essenciais.

A cidade, maior de Santa Catarina, espera grandeza de ambas as partes.