Palavra Poesia – “Despidos ou Corrompidos”

Prá não dizer que não falei de arte, cultura e literatura, aqui no Palavra Livre é lugar sim para a divulgação da produção literária de veteranos, aprendizes, jovens autores, quem desejar ver seu texto publicado para compartilhar nas inúmeras redes sociais existentes. Como já expliquei várias vezes, este espaço recebeu o nome Palavra Livre para que não se tenham amarras, e sim, que possamos noticiar, debater, informar, divulgar todos e quaisquer temas.

Esta semana voltamos então a publicar a produção literária fruto da convivência na Confraria do Escritor, projeto nascido e muito vivo na cidade de Joinville (SC) que gerou uma nova leva de autores e inclusive uma Associação, a Associação das Letras da qual este editor foi fundador e depois diretor de comunicação. De lá vem a poesia título deste post de autoria de Edmundo Alberto Steffen. Ele aproveita o momento atual que vivemos de intenso debate político insanidades e alia este seu sentimento e se inspira em letras de grandes músicas brasileiras (descubra quais!) para produzir a provocativa poesia que segue abaixo:

Despidos ou Corrompidos – Autor: Edmundo Alberto Steffen (*)

Não quero lhe falar meu grande amor
Das barbáries que vejo na rua
Quero me despir da impureza do mundo
Conversa contigo completamente nua

Vestidos apenas da arte
Conversando sobre literatura
Pois a realidade não existe mais
Tornou-se muito dura

Cores de roupas simbolizam guerra
Uma polarização não mensurada
Quero me despir das cores do ódio
Estar vestido apenas da minha palavra

Mas a palavra, do que vale?
Não acreditamos mais em fatos
Não são mais belas as verdades
Essas, se tornaram trapos

Bebados vestidos de vermelhos
Equilibristas levando a cor da pátria
Ambos olhando para um espelho
Sem vidro, sem psiquiatra

Paixões pulsantes por um lado
Deixando os sãos encurralados
O bêbado me chama de fascista
Não entendendo o peso do que fala
O equilibrista me chama de comunista
Carregando sangue vermelho em sua mala

O equilibrista luta para apoiar
Tentando de todas as formas mascarar
Chega a dizer “não foi bem isso que ele disse”
Enquanto seu líder aplaudia aquele
Que fez chorar Maria e Clarice

Escolhem lados de uma mesma laranja podre
Que apenas tem seus gomos de cores diferentes
Continuamos nos degladiando em redes sociais
Assistindo a morte de tanta gente

  • Edmundo Alberto Steffen nasceu em Joinville-SC, no dia 13 de outubro de 1997, cursou Ensino Fundamental na rede municipal de ensino da mesma cidade, Ensino Médio no Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari e atualmente é estudante de Filosofia da PUCPR em Curitiba. Autor do livro “Poesias aos Ventos”, escreve poesias, textos e análises sobre cinema e literatura em seu Instagram “ @edmundo.steffen “ .

Que a produção literária e crítica de Edmundo inspire muitos outras pessoas a ler mais e produzir poemas, crônicas, contos, romances, letras de músicas, muita arte para que nosso país evolua. Tá precisando muito. Parabéns Edmundo, siga criando! E você que lê este post, fique à vontade para enviar o seu texto, porque aqui, a Palavra é Livre.

Associação das Letras promove “Vivência Literária Poética” com Rubens da Cunha no próximo sábado (15) em Joinville (SC)

A Associação das Letras promove no próximo sábado – 15 de agosto – mais um evento de formação para escritores.

A Vivência Literária Poética será ministrada pelo professor doutor em literatura, Rubens da Cunha no Hotel Slaviero Slim que apoia culturalmente o evento, das 8:30 às 17:30 horas. As inscrições são limitadas.

Essa é a segunda edição da Vivência Literária. A primeira foi realizada em maio, também com Rubens da Cunha, mas teve como tema o conto e a crônica.

As inscrições estão abertas a todos que se interessem por literatura e tem investimento diferenciado para associados que estiverem em dia com suas mensalidade, que pagarão apenas R$ 15,00.

Demais interessados pagam R$ 30,00. Para se inscrever basta fazer o depósito na conta da Associação das Letras e preencher uma pequena ficha de inscrição, como segue:

Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 1897
Código: 003
Conta Corrente: 3812-7
Titular da Conta: Associação Confraria das Letras
CNPJ: 16.783.372/0001-71

NOME:
CIDADE:                                                                 ESTADO:
Profissão:
Associado:   (    )Sim             (      )Não
E-MAIL:
TELEFONES:

Observação: É preciso enviar o comprovante de pagamento, juntamente com a ficha de inscrição para o email: associacaodasletras@hotmail.com.br. Os telefones de contato para mais informações são (47) 9613-7451(TIM) e (47) 92717063 (Vivo).

Serviço:
O quê: Vivência Literária Poética com Rubens da Cunha
Quando: sábado, 15 de agosto, das 8:30 às 17:30 horas
Onde: Hotel Slaviero Slim – Rua Sete de Setembro, 40 – Centro de Joinville (SC)
Promoção: Associação das Letras – www.facebook.com/associacaodasletras
Inscrições: abertas até sexta-feira (14/8)
Valor: R$ 15 para associados em dia, e R$ 30 para demais interessados, depósito em conta e enviando dados pessoais e cópia depósito  pelo email associacaodasletras@hotmail.com.

Literatura: Começa hoje, sexta-feira (14) o II Encontro Catarinense de Escritores em Joinville (SC)

Inscrições podem ser feitas pela internet, ou mesmo até a hora de início do evento.
Inscrições podem ser feitas pela internet, ou mesmo até a hora de início do evento.

A cidade de Joinville (SC), maior cidade catarinense e referencia na economia com seu pólo industrial de alta tecnologia, se transforma hoje (14/11) em capital catarinense da literatura.

A Associação Confraria das Letras, entidade constituída para promover a cultura por meio da literatura, promoveu e organizou esta grande festa da literatura em terras operárias, o II Encontro Catarinense de Escritores nos dias 14 e 15 de novembro (sexta e sábado) no Bom Jesus/Ielusc.

Uma programação intensa foi montada visando atender a todos os públicos, desde escritores iniciantes, veteranos, passando por professores, acadêmicos e pessoas de todos os segmentos da sociedade.

As inscrições estarão abertas até o momento do início do evento na sexta-feira (14) com valor de R$ 40,00 a inscrição para os dois dias. Estudantes pagam meia entrada (R$ 20,00), e há condições especiais para grupos acima de 10 pessoas, sob consulta no email associaçãoconfrariadasletras@outlook.com.br.

Há uma página especialmente criada para as inscrições on line no endereço eletrônico –https://www.sympla.com.br/ii-encontro-catarinense-de-escritores-da-associacao-confraria-das-letras__24543.O coordenador da edição deste ano, o escritor Donald Malschitzky, destaca que o esforço foi todo feito durante um ano inteiro.

“Buscamos palestrantes para atender todos os públicos, oferecendo caminhos para os escritores, com muitas dicas, e eventos culturais durante a programação. Está imperdível, esperamos todos com muito carinho”, destaca Malschitzky.

Programação
O II Encontro Catarinense de Escritores começa na sexta-feira (14/11) com abertura da recepção e entrega dos crachás aos inscritos a partir das 18:30h. A partir das 19:30h o jornalista e escritor Paulo Markun que acaba de lançar seu mais novo livro, Brado Retumbante, que fala sobre o Golpe Militar de 1964 até o movimento Diretas Já vai falar sobre “Mídia e Literatura”.

Ele nasceu em São Paulo, em 1952. Finalista do prêmio Jabuti por duas vezes, trabalhou nos principais jornais e emissoras de TV do país. Apresentou durante mais de dez anos o programa Roda Viva, até 2007, quando assumiu a presidência da Fundação Padre Anchieta, mantenedora das rádios e da TV Cultura.

No sábado (15), a abertura dos trabalhos está marcada para as 8 horas, com café aos participantes. A partir das 9 horas começa a palestra com o doutor em literatura, o escritor  goiano José Fernandes. Ele vai falar sobre o tema “Literatura, Criação e Leitura”. José Fernandes é professor de Literatura Brasileira, crítico literário, poeta, cronista, contista, membro da Academia Goiana de Letras e União Brasileira de Escritores – Goiás e tem inúmeras obras publicadas.

Logo após haverá um momento musical, e momento especial para a apresentação de todas as associações, academias de literatura que se inscreveram previamente.

As 10:45h outro escritor e doutor em literatura, o catarinense Celestino Sachet. Ele abordará o tema “A literatura catarinense contemporânea”. Professor, escritor e pesquisador já atuou em todas as áreas da cultura e da educação. Escreveu livros didáticos que foram usados, na escola, por milhares de adolescentes, escreveu para a televisão – “Santa Catarina, 100 anos de História”, estudou e fez conferências em países como Portugal, México, Argentina e Bélgica. Foi reitor da Universidade Estadual de Santa Catarina.

Dos mais de vinte livros publicados até hoje, alguns são preciosos para a literatura produzida por autores que vivem em nosso Estado, pois são registro e história das letras catarinenses, pesquisados autor a autor, livro a livro, com carinho e dedicação.

Após o intervalo para almoço, a programação segue a partir das 13:30h com a presença de outro catarinense ilustre, o escritor, crítico literário e editor Carlos Henrique Schroeder. Já publicou mais de oito livros, entre contos, romances e poesia, e recentemente assinou contrato com a editora Record para escrever dois livros. Ele falará sobre “Sensini: Agruras e dificuldades do mercado editorial brasileiro e catarinense”.

A partir das 15h os participantes do II Encontro terão um painel com o tema “Como driblar as pedras na literatura” com as presenças de Sueli Brandão, diretora do Instituto da Cultura e Educação e criadora da Feira do Livro de Joinville e outras cidades; David Gonçalves, escritor e presidente da Associação Confraria das Letras; José Fernandes, escritor, professor e doutor em literatura, e Jura Arruda, escritor e teatrólogo com várias peças de teatro escritas e produzidas, além de escritor de vários livros. O jornalista Salvador Neto mediará o painel.

Encerrando esta vasta e forte programação, às 16 horas acontece um Sarau Literário com acompanhamento do músico Ananias Almeida. O grande final terá uma mensagem especial da Associação a todos os participantes seguido de coquetel de encerramento com a participação do Conservatório de Belas Artes de Joinville.

Para o presidente da Associação, David Gonçalves, Joinville será em novembro a capital da cultura catarinense com a presença de grandes nomes nacionais.

“A cidade é reconhecida como referência na economia, na tecnologia, e também nas artes com o Festival de Dança, a própria Festa das Flores que acontecerá junto com o II Encontro. E nós queremos que ela seja também referencia na literatura, porque não? Temos um grande número de bons escritores, e queremos debater a literatura para faze-la crescer. E cada vez mais este evento se ampliará porque acreditamos na literatura como forma de transformação da sociedade. Esperamos todos em Joinville”, convida David.

Histórico
Há quase um ano um grupo de escritores, cronistas, poetas, contistas, contadores de histórias promoveu um marco importante para a literatura: o I Encontro Catarinense de Escritores.

O evento aconteceu no dia 9 de novembro de 2013, no auditório Alfredo Salfer – Centreventos Cau Hansen. Durante todo o dia, um sábado, a Associação Confraria das letras conseguiu reunir cerca de 110 escritores e amantes da literatura.

Agora a Associação prepara o II Encontro para os dias 14 e 15 de novembro no Bom Jesus/Ielusc, com metas ambiciosas de reunir aproximadamente 180 inscritos, ampliando o tempo disponível para a reflexão e o debate sobre a literatura com presenças renomadas de todo o país.

A Associação mantém página no Facebook – www.facebook.com/associacaoconfrariadasletras – e o email de contato para informações é associacaoconfrariadasletras@outlook.com.

Mulheres hoje e sempre… parte 1

Como o dia de hoje é totalmente delas, as mulheres, maravilhosas, guerreiras, corajosas, lutadores, trabalhadoras, amigas, amantes, companheiras, seres humanos que batalham muito mais na vida que nós homens – sim, nós achamos que fazemos muito, mas não chegamos nem perto delas… – o Blog Palavra Livre resolveu postar poucas, mas boas coisas para elas… começando com esse poema de Martha Medeiros, “Quando chegar”, brindando a todas com belas palavras delas mesmas… curtam!

Quando chegar

Quando chegar aos 30
serei uma mulher de verdade
nem Amélia num ninguém
um belo futuro pela frente
e um pouco mais de calma talvez

e quando chegar aos 50
serei livre, linda e forte
terei gente boa ao lado
saberei um pouco mais do amor
e da vida quem sabe

e quando chegar aos 90
já sem força, sem futuro, sem idade
vou fazer uma festa de prazer
convidar todos que amei
registrar tudo que sei
e morrer de saudade.”

Martha Medeiros é uma jornalista e escritora brasileira. É colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.

 

10a. Feira do Livro de Joinville (SC) abre espaço para a produção cultural

Boa notícia para escritores, artistas e produtores culturais interessados em participar da 10ª Feira do Livro de Joinville. A organização do evento, que ocorre de 3 a 14 de abril no complexo do Centreventos Cau Hansen, está recebendo propostas para lançamento de livros, de performances e atividades em geral que possam agregar à programação nos espaços previstos para a feira.

Conforme Sueli Brandão, do Instituto Joinville de Cultura e Educação, a ideia é dar oportunidade para os criativos da região em todas as manifestações e gêneros, contribuindo desta forma para o brilhantismo do evento. Propostas devem ser enviadas para o e-mail feiradolivro@institutofeiradolivro.com.br até o dia 1º de março, para serem avaliadas e, se identificando com o perfil do evento, incluídas na programação geral conforme disponibilidade de data, horário e espaço.

A organização informa que não haverá pagamento de cachê ou qualquer ajuda de custo para os interessados. Informações pelos telefones (47) 3422-1133 e 9972-2204, com a presidente do Instituto e idealizadora da Feira do Livro Sueli Brandão. A Feira do Livro de Joinville é uma realização do Instituto da Cultura, Educação, Esporte e Turismo, com apoio do SESC, Prefeitura Municipal, Fundação Turística, Secretaria de Educação, Fundação Cultural, Associação Nacional de Livrarias, AN Escola, Univille e Proler.

A minha poesia no Blog – “Rayssa”

Essa menina me conquistou aos pouquinhos, e eu a conquistei com jeitinho, paciência, tempo. Não tive filha, mas o Criador me premiou com uma, e a ela ofereci esse humilde poema, fruto dessa travessia que temos feito juntos, eu envelhecendo, ela crescendo, e eu a vendo evoluir, aprender, e ficar ainda mais linda. Beijos Rayssa, milha filha do coração! Com vocês, “Rayssa”, a minha menininha:

“Quando nos vimos pela primeira vez
Ela me fitou com seus grandes olhos, castanhos
Sequer um sorriso, pequenino, se fez
Pequena, miúda, linda, mas éramos estranhos…

Além dos belos olhos, castanhos e vivos
Emoldurados por sobrancelhas espessas
Havia também belos cachinhos, nos longos cabelos
Na menina que depois conheci, bem travessa…

E assim fomos nos conhecendo
Traço a traço, pedaço a pedaço
Tinhosa menina, dos olhos amendoados
Que mais parecem estrelas que brilham no espaço

E como cresces pequena menina!
Agora já dobrou de tamanho
Pulas tanto, quer ser bailarina
Não duvido, com teus sonhos não me espanto

Mas quero te ver, ainda mais crescida
Aprendendo, vivendo, dia após dia
A caminhada que te fará moça
Ainda mais linda, teu nome é Rayssa

No teu sorriso aberto e feliz
Vejo o belo futuro que te espera
Seja sempre atenta, estudiosa e aprendiz
Para que teus sonhos se realizem, não sejam fantasia

Seja como a água, pura e transparente
Refresque a alma de quem conheças
Ouça tudo, seja amiga, não seja ausente
Mostre que tudo pode ser melhor, sem a mentira presente

Rayssa, Rayssa
Nome de princesa, jeito de artista
Seja sempre essa pedra, preciosa
Amiga, alegre, carinhosa, menina

Pule, pule, não canse da vida
Corra, salte, insista, persista
Seja sempre você, menina ou moça,
Mas sempre, sempre a mesma Rayssa

Agora, não somos mais estranhos
Somos como almas gêmeas, somos amigos
Não me temes mais, pedes meus colos
Fez-me pai de novo, vive em meus sonhos

Rayssa, Rayssa, és nosso bem precioso
Nossa menina, nossa companheira
Que Deus te proteja e te dê o mundo todo
Para que vivas, pule, corra, e viva, viva! Rayssa…”

A poesia no Blog com Vinícius de Moraes – “A felicidade”

Essa poesia de Vinícius virou música, sambinha do bom, cantada por muitos da MPB. No ano quem que faria 100 anos, o Blog Palavra Livre vai publicar muitas produções do nosso poeta, começando por “A felicidade”, confiram, curtam:

“Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor”

A minha poesia no Blog – “Desabafo”

Sou por natureza uma pessoa otimista. Conheço de berço o que é preconceito, a não aceitação em família, a luta pelo carinho e amor em família, ou fora dela. Aprendi também desde pequeno, que há pessoas muito boas, que te acolhem sem você saber porque, e para quê naqueles dias. Crescendo a gente aprende os porquês, e sente na pele que a indiferença e a maldade estão muito mais nas pessoas do que parece. E há pessoas que jamais serão felizes, elas preferem a escuridão, o rancor, a raiva, o ódio, e fazer algo contra o outro dá mais prazer que amar, na concepção desses seres… humanos?

E aí você também aprende que é preciso sabedoria, tolerância, paciência, mesmo com traições e perdas sem explicação! E para sanar muito dessas dores, sim porque somos fortes à primeira vista, mas somos humanos, também choramos, sentimos e daí…. precisamos desabafar. Ontem por conta de algumas notícias, respostas, lembranças e saudades, escrevi esse poema em alguns minutos no Facebook. Sem nome, apenas palavras vindas do fundo da alma dolorida, cansada, que precisa jogar suas mazelas em algo, e então que seja no papel, ou na tela de computador, compartilhando sentimentos. Assim nasceu mais um poema, a que dei o nome agora de “Desabafo”, porque é isso mesmo, há que se desabafar às vezes, sem perder a ternura….

Espero que gostem, curtam, compartilhem, com vocês o desabafo…

Desabafo

Se saudade fosse veneno,
Há tempos que viria morrendo,
Pois aos poucos me dosam
Da torpe traição que me dão!

Eis que sigo em frente
Mas lá vem ela, a maldade
Sorrateira, voraz, inteira
Tentar acabar com minha vida, que besteira!

Não te cansas, não te esgotas?
De esconder-te por trás das portas?
Do uso do juízo, como faca
Apunhalando-me, como sempre, pelas costas?

Não, não vencerás não!
Porque tenho comigo a força e a razão
Vais embora saudade venenosa
Porque é vida que me espera, toda fogosa

É chão, é pó, é paixão
Combustíveis que movem meu coração
E não é a ingratidão, o fel, a língua maledicente
Que vão me ver por terra, demente!

“O bálsamo do labor da cigarra”, crônica do amigo Donald Malschitzky

Com a anuência do amigo, escritor, poeta e confrade das letras, Donald Malschitzky, reproduzo aqui uma de suas crônicas, que publica em jornais de Joinville e de São Bento do Sul, falando de incompreensões, etc…. Sempre eloquente, Donald sempre nos passa toda a crueza da vida em linhas suaves…. Confiram abaixo:

Escrever tem dessas coisas. Mencionei a posição dúbia do papa para com o ecumenismo; leitora escreveu-me que se o papa não aprovava “esse tal de ecumenismo”, coisa boa não era! Obviamente, não tinha a menor noção de seu significado, que vem de “aldeia”, um lugar onde as pessoas convivem e se aceitam sem se acharem superiores às outras. Da outra, disse que o “workalcolic” tinha uma doença que deveria ser tratada. Antes de fazê-lo, pesquisei no são Google e em livros e indaguei especialista. A reação não foi das melhores!

Em “Fogo Pálido”, Vladimir Nabokov (para ajudar: autor de “Lolita”) escreveu: “La Fontaine errou: morta a mandíbula, a canção perdura”. Não foi La Fontaine o autor da fábula, foi Esopo, mas o francês a colocou num poema que todo mundo que um dia estudou a língua teve de aprender. Bilac inventou outra fábula, enaltecendo a canção, e Khalil Gibran chamou de limitado o pensamento que coloca o labor da formiga acima da música da cigarra. Nabokov foi perfeito: a mandíbula um dia para; a canção é perene. Não só a canção: a arte.

Quem montou o primeiro tanque de guerra? E quem compôs a Nona Sinfonia? Quantos sabem a resposta para a primeira pergunta? E para a segunda? Em uma religião, o que vem antes, o templo ou a palavra? Quando os bens acumulados se vão, o assobio não fica guardado e um dia se manifesta e faz carinho no coração? Se, da contemplação da beleza, aparente ou oculta, não nascessem quadros, esculturas, poemas, acordes, seríamos mais ou menos felizes?

O conceito de que fazer arte não é trabalhar tem várias origens, todas elas burras; quem faz arte, normalmente, tem outra visão das coisas, não gosta de caretice, não vê sentido em regras sem sentido e por aí vai, mas trabalha, e muito. Ou pintar a Capela Sistina foi um descanso para Michelangelo? E como podemos classificar o esforço de Beethoven, surdo, mandando cortar as pernas do piano para, pela vibração no solo, melhor identificar as notas? E o escritor que passa dez horas por dia escrevendo e mais um tempo pesquisando? Quantos anos de duro aprendizado precisa a bailarina e, depois, quantas horas de ensaio para minutos de aplausos? Cigarras, sim, que trabalham para que o suor seja mais agradável. E gostam do que fazem. Talvez esteja aí a razão do preconceito”.