Política – Notas de Brasília

Semana passada este jornalista visitou a capital federal à trabalho, e com base nas entrevistas e observações, compartilha com os leitores do Blog Palavra Livre algumas notas interessantes… Fiquem a vontade para comentar, curtir e compartilhar:

Brasília 40 graus
Como sempre, um calor de arrasar, ambiente seco, assim como secos são os funcionários públicos federais que atendem por trás de balcões, mesas, aos montes. Com poucas excessões, a maioria não gosta de dar informações, além de utilizar de muita cerimônia para estabelecer contato e acesso às pessoas que precisamos. E olha que era a imprensa… mas Brasília é realmente uma ilha quase inacessível. Há muitos escaninhos, desvios, esconderijos, tudo para dificultar acessos, e se possível, evitar a transparência. A superestrutura montada é um animal quase indomável, uma burocracia que domina a quem chega, e que engole a todos que buscam devassá-la e domá-la. Ainda está para nascer um líder que conseguirá desmontar esse enorme quebra-cabeças que custa muito, muito caro ao Brasil.

Mariani – PMDB x Governo SC
O deputado Mauro Mariani é um dos mais ferrenhos adversários do atual governador Raimundo Colombo. Por onde passa, e a quem lhe questiona, o parlamentar mais votado em pleitos proporcionais da história política de SC atira sem dó no governo que ele chama de “devagar, quase parando”. Mauro, que anda sempre às turras com o atual presidente do PMDB/SC e vice-Governador, Eduardo Moreira, se prepara para disputar o comando partidário em junho. E o governo? “Primeiro o partido, depois pensamos na candidatura”, revelou Mariani.

Tebaldi ainda em desencanto
O ex-prefeito de Joinville (SC) e quarto colocado na última disputa pela Prefeitura da maior cidade catarinense ainda não esqueceu a derrota. Lamenta as ações contrárias feitas pelo governador Colombo, que o desalojou da Secretaria de Educação em uma frigideira prá lá de quente, bem como do senador LHS. Embora buscando atuar como parlamentar, sente-se incomodado com os trâmites lentos e burocráticos do parlamento federal, mas deve ir à reeleição. Apoia Paulo Bauer em chapa tucana ao Governo Estadual.

Bauer candidatíssimo
Muito articulado, visitando as bases com frequência em SC, o senador Paulo Bauer está a cavalheiro para a disputa ao governo do Estado em 2014. Em meio a um mandato de oito anos, Bauer não tem o que perder ao colocar seu nome para concorrer, ainda mais quando o governo Colombo não dá mostras de ceder ao pedidos tucanos. Como outro senador, mineiro, Aécio Neves será o nome do PSDB ao Palácio do Planalto, Paulo Bauer dará guarida ao correligionário com uma candidatura que vai lhe dar, no mínimo, novo cacife ao Senado, ou em até uma vitória tucana em 2014 contra Dilma. Difícil? Mas em política… tudo é possível.

Joinvilense mostra trabalho na educação nacional
O Enem, a Prova Brasil, Ideb, e tantos outros índices que avaliam a quantas anda a nossa educação por todo o país, saem de um trabalho altamente técnico produzido pelo INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, com sede em Brasília e órgão vinculado ao Ministério da Educação. Um joinvilense de coração, Alexandre Santos, dirige este órgão desde o ano passado, e sob sua batuta, reduziram drasticamente as denúncias contra vazamento de provas, etc. Santos, que já trabalhou com muitos políticos em Joinville e SC, há tempos mudou-se ao planalto central, passou em concursos e agora dirige com maestria o órgão federal. Entre suas novas ideias está realizar uma pesquisa inédita, um projeto piloto com as oito cidades do norte catarinense na abrangência da SDR Joinville para conhecer a realidade da educação básica regional. Sucesso a ele neste projeto também. E que a Prefeitura de Joinville aceite a ideia….

Renan incomoda, e muito…
Parlamentares catarinenses, e de outros estados, estão incomodados com a ascensão do senador Renan Calheiros à Presidência do Senado Federal. Todos os dias há manifestos pedindo sua renúncia, sua saída da Presidência em frente ao Congresso Nacional. Os deputados federais e senadores catarinenses estão com os ouvidos cheios de tanta reclamação em suas bases eleitorais. “Contamina a todos, desde a Câmara ao Senado, como se todos fôssemos iguais”, dizem em tom quase uníssono. Segundo eles, Renan foi bancado pelo PT e presidenta Dilma. Não por acaso, o vice de Renan é o senador petista, Jorge Viana.

Descontentamento Colombino
Outro sintoma fácil de constatar é o descontentamento quase que geral dos parlamentares catarinenses com o governo Colombo. Todos criticam a lentidão, a falta de rumos, a timidez política e os “maus tratos” com a base que o elegeu em 2010. LHS talvez seja o único a ainda defender o seu sucessor, por motivos óbvios, mas não tem conseguido demover alguns do intento de largar o pesado governo Colombo. Hoje, PSDB, PMDB, que fazem parte do governo, estão mais para fora do barco que dentro. Siglas menores ensaiarão o rumo conforme a maré dos grandes. E o PT… bem, o PT ainda não sabe se vai se abraçar com Colombo, leia-se PSD, ou vai solteiro, ou ainda, viabiliza uma chapa com o PMDB, reproduzindo a aliança nacional. Ideli quer por que quer voltar ao Senado… só falta combinar com os eleitores.

Trabalho
De forma geral, os parlamentares da região de Joinville e de SC como um todo, são bem ativos e buscam atender aos vereadores e prefeitos que tentam arrancar verbas e projetos em Brasília para fazer bonito em suas bases. Talvez falte ainda conquistarem espaços mais nobres em cargos destacados no Congresso, ou mesmo em comissões técnicas, e projetos de grande alcance nacional. Ocupar espaços na capital federal requer tempo, muita conversa, e muita influência com os grandes líderes. Sem isso, a coisa ficar só no varejo. Aprendizado que demora longos anos, e que nem sempre rendem bons frutos.

Corrupção: relator diz que Demóstenes mentiu e agiu para proteger Cachoeira

Senador Humberto Costa foi o relator do caso Demóstenes

Ao defender a cassação do senador Demóstenes Torres (sem partido – GO) hoje (11) na sessão do Senado destinada a julgar o pedido, o relator do processo no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), enfatizou que Demóstenes mentiu em plenário para esconder sua relação com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo Humberto Costa, além de participar da organização criminosa, Demóstenes atuou para proteger Cachoeira das investigações que estavam sendo feitas pela Polícia Federal.

“O senador participou inclusive do processo de proteção de Carlinhos Cachoeira. Há um diálogo que é o mais grave de todos. Vossa excelência diz que tem uma informação privilegiada e diz que vai haver uma operação. Essa operação não aconteceu porque era uma simulação”, destacou o relator que reforçou que a atitude de Demóstenes ao avisar Cachoeira poderia ter custado a vida de policiais que estavam trabalhando na investigação. O senador ainda enumerou os presentes a Demóstenes dados por Cachoeira.

Humberto Costa reclamou de ter sido chamado de ficcionista, nos discursos feitos por Demóstenes na semana passada e nesta semana, para tentar se defender. Demóstenes adotou a estratégia de desqualificar orelatório aprovado de forma unânime pelo Conselho de Ética e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

“São inúmeros os fatos que comprovam que lamentavelmente, tristemente, o senhor quebrou o decoro parlamentar. O senhor deixou de agir como um senador da República”, disse Humberto Costa.

Logo após o discurso de Humberto Costa, o relator do processo na CCJ, senador Pedro Taques (PDT-MT), reforçou a legalidade do relatório que pede a cassação do mandato. “Ficou claro que o senador Demóstenes quebrou o decoro parlamentar, ferindo de morte a dignidade do cargo, conforme a robusta representação apresentada”, disse Taques.

A sessão destinada à votação do pedido de cassação do mandato começou às 10h no plenário do Senado. Os dois relatores tiveram 20 minutos para apresentar seus votos e, logo após essa fase, teve início a discussão do processo, fase em que todos os senadores poderão discursar por dez minutos.

Da Ag. Brasil

Vitória dos socialistas na França é total

Socialistas têm vitória total no segundo turno das legislativas e líder da extrema-direita é derrotada. A mensagem dos franceses, no segundo turno das legislativas, reforça a recente eleição do presidente socialista François Hollande com uma maioria absoluta no Parlamento e deixa claro uma oposição à política de austeridade defendida pela alemã Angela Merkel na União Européia.

Mas tal vitória, maior daquela obtida em 1981 por Mitterrand, significa, como acentuou a própria dirigente do Partido Socialista, Martine Aubry, o dever de ter sucesso na aplicação do seu programa, visto com desconfiança pela direita européia, maioria hoje nos países componentes da União Européia.

Ao contrário da tendência atual de se evitar a crise se apoiando os bancos à beira da falência, forçando-se o povo a participar das economias nacionais exigidas pelo plano de austeridade ditado pela chanceler alemã, a política econômica do presidente socialista Hollande será a de relançar o crescimento através de uma política social favorável à criação de empregos e taxação dos ricos e das grandes fortunas.

Paralelamente, o governo socialista francês dará um destaque especial à educação, desde as escolas primárias, com contratação de mais professores para diminuir o contingente de alunos por sala de aula, enquanto orientadores sociais atuarão nas escolas situadas nas regiões ditas inseguras para os professores. François Hollande acentuou em diversas oportunidades sua preocupação com a juventude francesa que inclui os filhos da imigração.

Pela primeira vez, a extrema-direita conseguiu eleger dois deputados (o que não constitui nenhuma grande vitória num Parlamento de 577 cadeiras), porém a lider Marine Le Pen do partido Frente Nacional, filha do neonazi e antisemita Jean-Marie Le Pen, foi derrotada por um candidato socialista. A família Le Pen conseguiu eleger uma neta do patriarca extremista, uma jovem estudante de 22 anos, chamada pelos socialistas de Marion-Nette, por ser utilizada como marionete pela Frente Nacional.

A ex-candidata socialista à presidência, em 2007, Ségolène Royal foi derrotada na região de La Rochelle. É praxe, entre os socialistas e mesmo entre outros partidos que, no caso de concorrerem dois candidatos do mesmo partido pela mesma região, o menos votado se retire em favor do mais votado.

Entretanto, no caso de Ségolène, o outro candidato socialista dissidente não se retirou e aceitou o apoio a ele dado pelo candidato de direita eliminado no primeiro turno. Ségolène fala em traição e, eliminada da política nacional, só dispõe agora de um posto político regional.

O mesmo provável ostracismo ocorreu com o lider do Modem, partido do centro, François Bayrou, derrotado por uma candidata socialista. No sistema francês de eleições legislativas, o país foi dividido em circunscrições eleitorais, em cada uma delas cada partido tem um candidato e só se elege, geralmente em segundo turno, quem obtem mais de 50% dos votos da circunscrição.

O líder da Frente Unida de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, derrotado no primeiro turno, fez, a seguir, campanha pelo candidato socialista que se opunha à líder deextrema-direita Marine Le Pen. Graças à sua intervenção e à união das esquerdas locais, Marine Le Pen foi derrotada pela iferença de 118 votos.

Do Correio do Brasil

LHS é titular no Parlamento do Mercosul

O presidente do Senado, José Sarney, nomeou o senador catarinense Luiz Henrique da Silveira (PMDB), para integrar, como membro titular, o Parlamento do Mercosul, na vaga de Wilson Santiago (PMDB- PB). Sarney Justificou que o afastamento de Santiago se deve ao fato do peemedebista “não mais se encontrar no exercício do mandato.

Wilson Santiago perdeu o mandato para os senador Cássio Cunha Lima (PSDB) após o Supremo Tribunal Federal (STF) entender que a Lei Ficha Limpa não valia para às eleições 2010. Mesmo tendo sido o mais votado na eleição de 2010, Cássio ficou quase uma ano sem assumir enquanto esperava decisão da Justiça Eleitoral.

Da Ass. Imprensa – José Augusto Gayoso