Em meio à escuridão que me invade a alma,
Eu sinto a desilusão fluir em cada veia,
Os sonhos outrora vivos, agora são carmas,
E a desesperança se instala feito uma teia.
As promessas vazias, como vento passageiro,
Desvaneceram-se no ar, num sopro sem rumo,
Decepção é o amargo sabor, verdade cruel,
Que atravessa o coração, deixando-o em jejum.
Nos olhos que outrora brilhavam esperanças,
Agora restam mágoas, lágrimas e tristeza,
A vida que parecia um trilho de bonanças,
Transformou-se numa estrada repleta de incertezas.
A desilusão é um vento que sopra sem piedade,
Levando embora a alegria e a fé em cada passo,
E o desespero é o abismo que me invade, com voracidade,
Engolindo os sonhos, deixando só o fracasso.
Mas apesar da tormenta que em meu peito há,
Ergo-me diante do desânimo que me consome,
Pois a vida é feita de momentos bons e maus,
E a esperança há de brotar novamente, mesmo que demore.
A desilusão e a desesperança são escolhos,
Que enrijecem os corações em profunda dor,
Mas acreditar na superação, no renascer dos escolhos,
É o primeiro passo para abrir as portas do amor.
Então, mergulho na incerteza, mas com resiliência,
Enfrento os tempos sombrios com bravura e coragem,
Pois sei que a desilusão é apenas uma aparência,
E que a desesperança se dissolve em sua própria miragem.
Ainda que as feridas persistam e doam com ardor,
Sigo adiante na busca de um novo horizonte,
Deixando para trás o peso de cada desilusão e desamor,
Confiantemente, reconstruo-me em cada recomeço.
- por Salvador Neto, 20nov2023