Mais de três mil brasileiros estão presos no exterior

De cada dez brasileiros presos no exterior, três são acusados de tráfico de drogas, como Marco Archer, executado na Indonésia no último sábado. Levantamento do Ministério das Relações Exteriores, divulgado pelo jornal O Globo, mostra que há 3.209 brasileiros presos fora do país.

Desses, 963 respondem por narcotráfico. O maior número de presos por esse tipo de crime se encontra na Espanha (150). Mas os países com mais encarcerados brasileiros são os Estados Unidos (726) e o Japão (407).

De acordo como Itamaraty, só há um cidadão nascido no país no corredor da morte: Rodrigo Gularte, também condenado por tráfico de drogas na Indonésia. Há, ainda, um condenado à prisão perpétua – José Carlos Oliveira Coutinho, acusado de matar três brasileiros nos Estados Unidos. No ano passado, o governo brasileiro gastou US$ 120 mil com os presos no exterior.

A reportagem do jornal carioca mostra que, dos 58 países que aplicam a pena de morte como política de Estado, 13 executam por tráfico de drogas: todos da Ásia e do Oriente Médio. Conforme a ONG Anistia Internacional, 778 pessoas foram executadas em todo o planeta em 2013. Cerca de 23 mil estão no corredor da morte, aguardando a execução da sentença.

Do Congresso em Foco

Automóveis custam no Brasil até 106% a mais que no exterior

Na garagem de casa, o carro da família pode ser o mesmo de americanos, europeus, argentinos ou japoneses. Mas o preço certamente é muito diferente. Margem de lucro maior, impostos elevados, altos custos de mão de obra, de logística, de infraestrutura e de matérias-primas, falta de competitividade, forte demanda e um consumidor disposto a pagar um preço alto ajudam a explicar o porquê de o veículo aqui no Brasil chegar a ser vendido por mais do que o dobro que lá fora.

Levantamento em cinco países  Brasil, EUA, Argentina, França e Japão — mostrou que o carro brasileiro é sempre o mais caro. A diferença chega a 106,03% no Honda Fit vendido na França (onde se chama Honda Jazz). Aqui, sai por R$ 57.480, enquanto lá, pelo equivalente a R$ 27.898,99. A distância também é expressiva no caso do Nissan Frontier vendido nos EUA. Aqui, custa R$ 121.390 — 91,31% a mais que os R$ 63.450,06 dos americanos. Há cerca de duas semanas, a “Forbes” ridicularizou o preços no Brasil, mostrando que um Jeep Grand Cherokee básico custa US$ 89.500 (R$ 179 mil) aqui, enquanto, por esse valor, em Miami, é possível comprar três unidades do modelo, que custa US$ 28 mil.

O setor teve o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido. O incentivo terminaria sexta-feira, mas deve ser prorrogada por dois meses.

Especialistas estimam que a margem de lucro das montadoras no Brasil seja pelo menos o dobro que no exterior, por causa de um quadro de pouca concorrência — ainda que já seja o quarto maior mercado de carros do mundo, incluindo caminhões e ônibus, atrás de China, Estados Unidos e Japão. O diretor-gerente da consultoria IHS Automotive no Brasil, Paulo Cardamone, estima ganho de 10% do preço de um veículo no Brasil, enquanto no mundo seria de 5%. Nos EUA, esse ganho é de 3%:

— Lucro de montadora no Brasil é maior que em qualquer lugar do mundo, pelo menos o dobro. O mercado automobilístico no Brasil é protegido, taxam-se os importados e há concentração forte das vendas nas quatro grandes marcas. Lá fora, as maiores têm cerca de 30% do mercado — afirma ele.

Volkswagen, General Motors, Fiat e Ford — responderam por 81,8% dos 2,825 bilhões de carros vendidos no país em 2011.

— Existe uma demanda grande pelos veículos no Brasil, o que mantém os preços em alta. Se a montadora sabe que há compradores, por que dar desconto? — diz Milad Kalume Neto, gerente de atendimento da consultoria Jato Dynamics do Brasil.

De todo modo, há outros vilões para preços tão elevados. O imposto é, de praxe, apontado como o grande causador. Mas, mesmo descontando as alíquotas, os consumidores nacionais ainda são os que precisariam pagar mais para ter o bem. O preço do Nissan Frontier vendido no Brasil cairia, por exemplo, de R$ 121.390 para R$ 81.209,91, ainda é mais que França e EUA com impostos.

— Não se pode ignorar o custo Brasil, que encarece toda a cadeia produtiva com os problemas de logística e infraestrutura do país, além do custo da mão de obra brasileira — diz José Caporal, consultor da Megadealer, especializada no setor automotivo.

Imposto nos EUA é de até 9%

Segundo a Anfavea, a associação das montadoras, os impostos representam cerca de 30% do preço dos veículos, considerando as alíquotas normais do IPI. Nos carros 1.0, os impostos representam 27,1% do preço. Na faixa de veículos entre 1.0 e 2.0, o peso dos impostos é de 30,4% para os que rodam a gasolina e de 29,2% para motores flex e etanol. Acima de 2.0, respondem por 36,4% e 33,1% do preço, respectivamente. Nos EUA, os impostos são de até 9% do preço ao consumidor.

No Brasil, outro fator complicador é o fato de grande parte das compras ser financiada. O consumidor se preocupa mais com o tamanho da parcela que com o preço final do veículo.

— Nosso carro ainda é muito caro, é um absurdo — afirma Adriana Marotti de Mello, professora do Departamento de Administração da FEA/USP.

Fonte: CNM/CUT

 

Governo lança edital com 100 mil bolsas de estudo para o exterior

Em parceria dos ministérios da Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação, a presidenta Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (13), em Brasília, edital com oportunidade de mais 100 mil bolsas de estudo no exterior dentro do Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em julho e gerenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq). A iniciativa de enviar estudantes para aprendizado em outros países, segundo a presidenta, corrige as diferenças sociais e dá as mesmas oportunidades para todas as classes.

São 75 mil bolsas financiadas pelo governo e 25 mil obtidas em parceria com empresas, como Petrobras e Vale. “Considero um dos grandes programas do meu governo”, disse Dilma, ao considerar que a questão é “essencial” para os brasileiros. A presidenta ressaltou que, apesar de o país ter várias riquezas naturais e uma agricultura produtiva, o Brasil irá precisar em breve de homens e mulheres capazes de produzir conhecimento. As áreas prioritárias das bolsas são das ciências básicas, como matemática, física, química e biologia, com ênfase nas engenharias. 

Durante a cerimônia, foram anunciados os primeiros 1,5 mil estudantes que já seguem para estudos nos Estados Unidos, em janeiro. No edital agora lançado, países como Reino Unido, Alemanha, França e Itália são opções. A partir de fevereiro do próximo ano, Holanda, Bélgica, Espanha, Portugal, Coreia, China e Japão entram no programa do governo. As bolsas – que podem ser de graduação, doutorado e pós-doutorado – poderão ser pleiteadas por alunos que obtiverem nota 600 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Bom desempenho acadêmico e participação anterior em algum programa educacional público serão diferenciais, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.  Porém, o domínio da língua estrangeira ainda é entrave. O governo prevê, dentro do programa, o estímulo do Capes às universidades federais para que ofereçam, gradualmente, cursos específicos básicos e intermediários de idiomas. De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, estes cursos preparatórios poderão ser ministrados nas férias.

Haddad, pré-candidato à prefeitura da cidade de São Paulo pelo PT, ressaltou o papel do Enem como “alavanca” para que o programa do governo não repita erros de iniciativas passadas, que, segundo ele, priorizava a elite para cursos de intercâmbio. “Nosso desenvolvimento depende da interação e parceria com os estudantes. Com o Enem, estamos conseguindo oferecer ao jovem brasileiro a oportunidade de que, em sua cidade, ele realize um exame nacional e se qualifique para participar de seleções como essas”, comemorou.

Governo anuncia 100 mil bolsas de estudos para intercâmbio no exterior

Cem mil estudantes terão oportunidade de fazer intercâmbio em faculdades do exterior custeados pelo programa “Ciência Sem Fronteira”, divulgado nesta terça-feira (26) pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

O programa vai custear bolsas de estudos nas principais universidades fora do Brasil, desde a graduação ao pós-doutorado, e priorizará cursos nas ciências exatas, como Engenharia e áreas tecnológicas. Segundo Mercadante, o objetivo principal é atrair jovens talentos e pesquisadores altamente qualificados para trabalhar no país.

Para a presidenta, a prioridade em selecionar estudandes de ciências exatas não significa que a área de humanidades tenha sua importância diminuída. Segundo ela, o Brasil precisa se reequilibrar para atender ao mercado, que carece de profissionais de ciências exatas.

Os estudantes contemplados vão ser escolhidos a partir do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), além dos que atingirem nota superior a 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Poderão ser computados ainda outros requisitos, como prêmios em olimpíadas de matemática.

“A ideia do programa é criar ações orientadas pelo mérito, garantindo que o país possa continuar, aqui dentro, gerando reconhecimento e avanço tecnológico”, afirmou Dilma, pontuando que os critérios não excluirão as camadas mais humildes da população. “Nós vamos formar a base de pensamento educacional do país”, ressaltou.

Da Rede Brasil Atual