Brasileiros não polemizam alto percentual de etanol na gasolina

etanolEnquanto a população alemã enfrenta atualmente um grande debate sobre a inclusão ou não de 10% de etanol na gasolina, como forma de reduzir o consumo de petróleo no país, há anos as misturas fazem parte do cotidiano do brasileiro. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), há quase três anos o consumo do álcool combustível entre veículos leves supera o da gasolina.

Para o diretor da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do MME, Ricardo Dornelles, o êxito do álcool no Brasil se deve à determinação dos sucessivos governos brasileiros em estimular a produção de combustível nacional. “Se um governo acredita que o biocombustível, tratado de forma adequada, é viável, precisa então estabelecer políticas firmes e exigir o seu cumprimento”, defende Dornelles.

A grande polêmica na Alemanha gira em torno da preocupação dos motoristas com eventuais corrosões e problemas mecânicos que a mistura, batizada como E10, poderia trazer a seus veículos. A indústria, no entanto, afirma que esse risco não existe.

Ricardo Dornelles afirma que a postura atual do Brasil frente à produção do etanol a partir da cana-de-açúcar tem como base o interesse do país em criar um mercado internacional de etanol como instrumento de desenvolvimento de matrizes energéticas mais limpas. E também garantir que conturbações políticas nos maiores produtores do petróleo, especialmente no Oriente Médio, não afetem tanto o mercado global, como vem acontecendo nos últimos anos.

O uso da energia elétrica no setor de transportes, acredita o diretor de secretaria, ainda vai demorar a ser uma alternativa no mercado global. Ele ressalta ainda que se deve observar a origem da energia elétrica, pois atualmente a principal fonte geradora é o carvão.

“O Brasil hoje é o segundo maior produtor de etanol do mundo. A cana-de-açúcar responde sozinha por cerca de um quinto de toda a energia utilizada no país”, afirma Geraldine Kutas, representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar no Brasil (Unica), no escritório de Bruxelas. O maior produtor são os Estados Unidos, com combustível a partir do milho.

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