Nada mudou para a continuidade da assembleia geral dos credores da Busscar, pois a empresa protocolou novamente o mesmo Plano já rejeitado pela assembleia que votaria pelo NÃO maciçamente, o que levaria à decretação de falência – que pode ser com continuidade dos negócios. A Busscar apenas maquiou mais um pouquinho aquela proposta horrível para tentar arrebanhar alguns fornecedores, bancos e os ex-sócios, seus tios, acenando com a reduçao dos indecorosos descontos que pretendem. Mas nada que seja significativo, o que mantém a disposiçao dos credores em manter a posiçao pelo NÃO.
Mesmo com a tentativa de maquiagem para atrair alguns credores incautos, a Busscar mantém o descaso e a negação aos seus trabalhadores: mantém exatamente os mesmos propósitos que preveem descontos de até 37% nos créditos dos trabalhadores, inclusive as debentures famosas, que sequer podem ser emitidas porque a empresa não tem lastro, não tem garantias para esses papéis, não tem credibilidade para conseguir essa emissão junto a Bolsa de Valores. E tem mais: pagar salários atrasados com debentures, não existe isso em lei, até porque é uma vergonha tentar ludibriar trabalhadores pagando-os, caso isso fosse possível, com papéis mais que podres da Busscar.
Além do mais, com as tais debentures aprovadas, você trabalhador dá quitação geral do seus créditos, isso mesmo, diz que a empresa te pagou, mesmo sem ter te pago, porque esses papéis não valem nada! E ainda colocaram mais um adendo enganador para o trabalhador: caso a empresa venha a falir, os trabalhadores voltam a poder discutir na Justiça do Trabalho! Mas discutir o que nada mais haverá de bens para pagar o que a Busscar deve? Que manobra feia Busscar!
A insanidade se mantém também no sonho do tal Projeto Guatemala. Sim, a Busscar mantém escrito no papel entregue a Justiça que há sim um plano que vai render a produção de três mil ônibus para o tal país, e que a empresa vai participar de R$ 130 milhões do total de R$ 400 milhões do contrato. Está aí mais um sonho, um devaneio, já que nada disso existe em andamento. E portanto, não pode ser colocado como fiador de um plano falido, fraco, vazio, sem credibilidade. No mesmo documento que a Busscar protocolou, ela diz que mantém estrutura enxuta. Enxuta? Há mais chefes que trabalhadores, e são esses que continuam recebendo integralmente seus salários, enquanto os trabalhadores não veem seu dinheiro há 26 meses, e perderam tudo o que tinham. Uma vergonha.
A Busscar mantém também a tentativa de liberação geral das vendas dos seus ativos produtivos, bens que hoje estão bloqueados pela Justiça para garantia de pagamento dos trabalhadores. E mais, diz no tal Plano, vender sem necessidade de autorização judicial! Ou seja, libera geral, vende-se tudo e somem com as garantias aos trabalhadores. Ao final de um Plano falido como esse da Busscar, saem bem os acionistas e alguns privilegiados, e ficam mais de cinco mil famílias sem nada para receber. Isso é justo? Claro que não e por isso o Sindicato já se posiciona novamente com um grandioso NÃO, caso essa barbaridade de Plano se mantenha para a votação na assembleia geral dos credores que deve ser realizada até o início de julho.
Os trabalhadores mais uma vez são tratados como lixo pela Busscar, que não mudou uma vírgula para pelo menos manter o pagamento do que ela deve dentro do que diz a Lei de Falências, da Recuperação Judicial: o devido aos trabalhadores deve ser quitado em até 12 meses. E ponto final. Mas é bom que você trabalhador que deu sua procuração a essa empresa para votar a favor desse plano mixuruca, fraco e enganador, reveja sua posição! Retire sua procuração das mãos de quem você deu, pegue seu crachá e vá votar contra essa indignidade que uma empresa mal intencionada tenta fazer com seus direitos. Se a Busscar não te respeita, não te paga, e ainda quer se desfazer dos bens para não pagar o que lhe deve, você deve dar a resposta a essa vergonha, dar seu grito de independencia e votar NÃO a esse plano que foi mantido.
Nesse Plano que foi novamente protocolado, não se fala em novos investidores, novo capital e novos gestores. Não diz que Claudio Nielson, Fabio Nielson e Rosita Nielson se afastam da direçao para que novos gestores competentes possam assumir o leme com novos investidores, e dinheiro novo! Ou seja, nada muda mesmo na Busscar e assim o caminho é inevitável para a falência de direito, porque de fato ela já existe.
Não bastou a forte oposição ao Plano que todos viram e ouviram claramente na assembleia geral do dia 22 de maio, não bastou a posição do Juiz em suspender a assembleia para dar a Busscar a chance de construir um novo plano com todos os planos apresentados por seus credores e novos investidores. Não bastou tanto apoio para que o orgulho desse lugar à humildade para recuperar de verdade a empresa, e assim os empregos, renda e produção. Os acionistas da Busscar, seus seguidores, representantes e advogados não dão a mínima para todos os credores. A resposta dos credores será com certeza será muito amarga!
Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região