Vereadores se omitem e não abrem CPI para investigar o ex-presidente João Carlos Gonçalves

A Câmara de Vereadores de Joinville arquivou pedido de abertura de Comissão Processante para investigar o vereador João Carlos Gonçalves (PMDB) por suposta improbidade administrativa e ofensa ao decoro parlamentar.

A maioria dos vereadores presentes (14) votou contra a abertura. O pedido de investigação foi feito por um cidadão. Ele acusou o parlamentar de cobrar “caixinha” de seus assessores parlamentares no valor de 10% dos vencimentos. O pedido partiu do joinvilense Ronaldo Oliveira Bello.

Foram 14 votos contrários à abertura e dois favoráveis, dos vereadores Adilson Mariano (sem partido) e Maycon Cesar (PPS). Três vereadores não estavam na sessão.

João Carlos afirmou que foi ao Ministério Público (MP) voluntariamente: “Eu disse ao promotor que estou à disposição para esclarecimentos e entreguei uma lista de todos os assessores que trabalharam em meu gabinete para que eles possam prestar esclarecimentos também. Quero deixar claro que não existe processo no MP, e sim uma ação civil pública”.

O vereador afirmou que a acusação é uma “perseguição política”. O presidente Rodrigo Fachini (PMDB) disse, ao votar, acreditar que a “Casa tomará providências cabíveis após decisão do Ministério Público”.

Entenda o caso
Em agosto passado, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) abriu inquérito para investigar uma denúncia de enriquecimento ilícito envolvendo o vereador e ex-presidente da Câmara de Joinville, no Norte de Santa Catarina, João Carlos Gonçalves (PMDB).

A investigação apura se o parlamentar cobrava 10% dos salários dos assessores. O polítco nega as acusações. O inquérito foi aberto pela 13ª Promotoria de Justiça de Joinville. A denúncia partiu de um ex-assessor do vereador.

Segundo ele, o ex-presidente da Câmara exigia 10% do salário dos assessores. Até esta quinta, duas pessoas haviam sido ouvidas.

O promotor responsável pelo caso informou que ainda não vai se manifestar sobre o teor da investigação. Segundo o MPSC, uma gravação de áudio em que o vereador confirmaria a existência da cobrança foi anexada ao inquérito. A Promotoria informou que a autenticidade dela ainda precisa ser confirmada.

Em nota à época, o advogado do vereador, André Luiz Geronutti, afirmou que as alegações do denunciante são “infundadas”.

Ele confirmou que a voz que aparece na gravação é mesma de João Carlos Gonçalves, mas que o trecho da conversa, gravada por um amigo do ex-assessor que fez a denúncia, está sendo usado fora de contexto.

De acordo com a defesa, a denúncia tem cunho pessoal e político, já que o denunciante teria interesse em se lançar como candidato nas próximas eleições. A defesa informou que o vereador vai colaborar com a elucidação dos fatos.

Com informações da Ascom/CVJ, G1 e outros sites de notícias