Câmara dos Deputados inicia legislatura com “nova cara”

Lá no Planalto Central os novos deputados federais eleitos para a Câmara dos Deputados vão dar um novo rumo – ninguém sabe qual ainda – para o país. Cabe aos eleitores fiscalizarem a novidade que fizeram aparecer no comando do Brasil, se realmente farão o que prometeram, mudança total de costumes políticos, ou se serão farinha do mesmo saco. Eleitores, mãos a obra!

O reinício dos trabalhos legislativos na Câmara dos Deputados será marcado por um novo balizamento de forças entre os 30 partidos com representantes eleitos para esta legislatura (2019-2023).

resultado das eleições de outubro de 2018 mostra PT e MDB com bancadas reduzidas em relação à legislatura anterior; e partidos até então com pouca representatividade, como o PSL, com mais espaço na Casa.

O MDB teve a maior perda, saindo de 65 deputados eleitos em 2014 para apenas 34 parlamentares em 2018. O PT, que em 2014 elegeu 69 deputados, perdeu 15 cadeiras na última eleição e terá 54 deputados.

Por outro lado, o PSL – partido do presidente da República, Jair Bolsonaro – saiu de 1 deputado eleito em 2014 para 52 deputados em 2018. O estreante Partido Novo, que não tinha representantes eleitos, conquistou 8 vagas no último pleito.

Composição da Câmara
O reequilíbrio de forças tem impacto direto no funcionamento da Casa, uma vez que o tamanho de uma representação partidária impacta diretamente na escolha de cargos importantes, como a Presidência da Câmara, e na composição das 25 comissões permanentes.

Com foco em aumentar a representatividade para ter preferência na composição dos órgãos da Casa, partidos com representantes eleitos podem ainda formar alianças entre si e criar os chamados blocos parlamentares. O prazo para formação desses blocos se encerra às 13h30 em 1° de fevereiro – dia em que os 513 deputados eleitos tomam posse.

Direto de Brasília com Salvador Neto #3

O jornalista Salvador Neto, editor do Palavra Livre, foi ver in loco a crise política em Brasília e compartilha com os leitores e leitoras.
O jornalista Salvador Neto, editor do Palavra Livre, foi ver in loco a crise política em Brasília e compartilha com os leitores e leitoras.

Em minha última coluna Direto de Brasília, faço pequenas notas sobre temas diversos que vivenciei, e apurei aqui no Planalto Central. Mais uma vez agradeço o prestigio da leitura e o apoio dos admiradores do Palavra Livre com o nosso esforço em bem informar. Até a próxima, boa leitura!

Divórcio
Está evidente o divórcio que se aproxima entre a presidenta Dilma e o seu partido, o PT. Na confusão que se instalou com a crise política, governo e base aliada já não se entendiam deste o ano passado. Agora é o partido da Presidenta que vai se colocar contra as medidas fiscais, e principalmente a previdenciária. Dilma está bicuda, o PT também. Dois bicudos não se beijam.

Resistência
Os desencontros entre o que pensa Dilma e parte de seus auxiliares e outra parte dos ministros em breve deve ficar exposta. Bandeiras petistas como direitos trabalhistas, aposentadoria, entre outras, estão postas a mesa pelo governo para serem queimadas. Isso tem irritado o PT, e ministros do partido. Não farão força para isso andar, e pelo contrário, trabalham para derrubar tudo que o governo prepara.

PMDB lado A
Uma verdadeira república formada por diversas culturas e linguagens diferentes, o PMDB novamente está no centro das articulações para o fim da crise política. Ela pode se dar com impeachment, sem impeachment ou por cassação da chapa Dilma/Temer no TSE. Um lado do PMDB está empanturrado de ministérios, fortes aliás, e resiste a aderir a proposta do PSDB, DEM e demais partidos oposicionistas. Só sairão se realmente aparecer algo muito grave e direto contra a Presidenta.

PMDB lado B
Já o outro lado do partido age abertamente para derrubar Dilma, ou no TSE, ou com impeachment. Nem dão bola para a mancha indelével que representa Eduardo Cunha, presidente da Câmara, alvo de denúncia grave de propina. Perderam a disputa pela liderança para o governista (?) Leonardo Picciani, mas trabalham incansavelmente pela retirada do PT do poder central. Até parece jogo combinado. Uns mordem, outros assopram. Todos ficam felizes.

Palhaços
Foi ao ar na noite desta quinta-feira o programa do PMDB Nacional. Sentado em mesa de restaurante na asa norte, com um televisão à minha frente, ouvi um casal e outras pessoas que sentavam próximas o comentário sobre o conteúdo apresentado. “Eles pensam realmente que somos palhaços”, “Estão todos lá metidos e agora vem dizer essas bobagens na tv”. É, não tá fácil prá ninguém.

Tese
Entre as inúmeras teses que circulam nos corredores do Congresso Nacional e nos Ministérios, uma chama a atenção: Dilma deveria se desfiliar do PT, demitir todo o ministério, convocar um governo de união nacional inclusive com oposição e setores empresariais, e o mais interessante, enviar ao Congresso todas as reformas cobradas por todos – previdenciária, de estado, pacto federativo, tributária, etc – em forma de MPs. Segundo essas fontes, assim ela se redimiria e colocaria o rojão no colo de todos. Vai que…

13 de março
Movimentos ligados aos partidos opositores à Dilma organizam novamente atos de rua para o dia 13 de março em todo o país. Agora PSDB, DEM aderiram claramente aos movimentos que antes negavam. O que apurei aqui é que este clima permanente de confronto desgasta ainda mais quem o promove e apoia, e essa avaliação é de deputados e senadores dos oposicionistas. Dizem que a coisa “não pega” pelo impeachment porque não há nada contra a Presidenta que dê base a tudo isso. Creio que deveriam é prepara algum nome de peso para 2018. Perdem tempo.

Capas Pretas
Essa atividade incessante do Ministério Público Federal, Procuradores e Justiça com a Lava Jato, Zelotes e outra operações e investigações tem incomodado muito o mundo político em Brasília. Engana-se quem pensa que só o Executivo está acuado. Senado e Câmara não conseguem impor suas agendas diante de prisões e alta presença midiática dos “capas pretas”, como os políticos aqui os chamam. E se preocupam com o aprofundamento das ações, “muita liberdade” para prisões, que chegam a dizer serem “atos de tortura”, diante do tempo em que acusados ficam detidos provisoriamente, sem julgamento. E a democracia ainda resiste.

Janela lotando
Até ontem 19 deputados federais haviam trocado de partido com a entrada em vigor da tal janela partidária, período de um mês para troca de partidos para quem exerce o mandato. Essa prazo encerra em 18 de março, e a correria até lá vai ser grande. O PDT foi uma das legendas que mais ganharam deputados, passando de 18 para 20 parlamentares, e já é a quarta força da Câmara, à frente de legendas como PRB, PMB e com o mesmo tamanho do DEM. Criado em setembro, o Partido da Mulher Brasileira chegou a ter uma bancada relâmpago com 21 deputados. Eles foram para a nova sigla antes de a janela partidária por se tratar de novo partido. Agora, o PMB deve minguar e virar uma bancada nanica depois de ter servido de trampolim para outros partidos.

Por Salvador Neto, editor do Palavra Livre, exclusivo e direto de Brasília para os leitores e leitoras.

Brasília, dezembro de 2015 – Crônicas do Impeachment #1

Todo jornalista, além de ser curioso, questionador, investigador, ter bom texto, saber apurar as notícias com seriedade, objetividade e isenção possível, precisa ter sorte. Sorte para estar no lugar certo, na hora certa. Foi o que aconteceu comigo, mais uma vez.

Convidado a estar na capital federal, eis que minha estadia calhou de cair bem no auge da luta política entre oposição e governo. Eduardo Cunha aceita o pedido de processo de impeachment, e eu chegando a Brasília. Sorte.

Ao aterrissar, dava para sentir o clima, já seco e quente, ainda mais quente e pesado. O jogo pesado da política, das tramas, estava impregnado no ar que entrava em minhas narinas. Logo ao primeiro som, a rádio do taxista que me levava ao destino dava o tom.

Matérias sobre o impeachment. Ouviam os juristas de ambos os lados. Ataque de cá, defesa de lá. O taxista, naquele jeito cantado do cerrado, perguntava, e daí, o que vai dar?

Não sei, respondi. Visitei órgãos federais no mesmo dia, e fui colhendo as impressões do momento político. Resultado do dia, após ler, ouvir, perguntar:

Cunha não deveria mais estar comandando a Câmara, e o processo. Temer trama o golpe há meses, na cara do governo no Palácio Jaburu. Governo perdeu o controle da ação política na Câmara. Carta de Michel Temer o diminui como estadista que deseja ser.

Ainda à noite descubro: com as bençãos de Eduardo Cunha, peemedebistas anti-Dilma e governo tramam a queda do líder do partido na Câmara, o carioca Leonardo Picciani. Colhem assinaturas. Precisam de 34. Estão próximos, já tem 32.

Pouco importa a legalidade, se Dilma fez ou não fez o crime que dizem que fez, e que está na denúncia. A chance de ocupar a Presidência da República açula os peemedebistas, com apoio velado do PSDB, DEM, PPS, PTB e outros.

A arma é o impeachment, para dar o verniz de “constitucionalidade”. A temperatura está altíssima.

Por Salvador Neto, editor do Blog Palavra Livre, direto de Brasília. Foto: Salvador Neto.

Opinião – Impressões de Brasília

Aliança PT/PMDB está por um fio
Aliança PT/PMDB está por um fio

Brasília é o centro do poder em nosso país, assim como Florianópolis o é em Santa Catarina, Porto Alegre no Rio Grande do Sul, e assim por diante. Estive por lá esta semana a trabalho, garimpando notícias e novidades que agora compartilho com os leitores do Palavra Livre. Neste ano em que teremos eleições, é importante ficar bem informado sobre tudo que rola nos bastidores do poder, distante dos olhos da maioria da população. Confira as impressões de Brasília parte 1:

Aeroportos, obras, transtornos
É uma constatação. As obras nos principais aeroportos do Brasil estão para lá de atrasadas. Em Congonhas, no JK da capital federal, tudo em um ritmo acelerado, mas convenhamos muito atrasado. Falando em atrasos, os voos começaram a atrasar novamente, desde o destino e conexões por consequência. Imaginem o que vai acontecer na Copa do Mundo. Oremos.

Dilma e PMDB
Está por um fio a aliança nacional que se formou a partir do primeiro governo Lula entre o PT e PMDB. Nada transparece para a opinião pública nacional, mas é fato que a intransigência de Dilma em questões menores que desagradam líderes do PMDB afasta o partido da base, lenta, mas profundamente. Para quem vai à reeleição, ficar sem o maior partido do país seria um verdadeiro terremoto.

Dilma x PMDB 2
As maiores reclamações nem são sobre ministérios A ou B, mas do péssimo atendimento político e pessoal aos pleitos de deputados federais, inclusive de Santa Catarina. Arrogância, chá de banco em antessalas, ausência de retornos a pleitos de parlamentares, mesmo os menores, tem ampliado o fosso. Há assessores de ministérios que sequer atendem deputados, mandam esperar por horas. Resultado: forte inclinação para desembarque do governo, liberação do PMDB para negociar alianças por estados, e até o antes inimaginável, aliança com os tucanos.

Volta Lula cresce
Diante de tantos desencontros entre petistas, peemedebistas e outros partidos da base do governo, e sem acenos da Presidenta para a reaglutinaçao de uma base heterogênea ao extremo, já se sente nas conversas o apelo pela volta de Lula. O ex-presidente voltando à ativa e à disputa presidencial, dizem deputados, faria tudo voltar a seu curso normal. Os parlamentares amam Lula, e já chegam a detestar Dilma. Coisas da política tupiniquim. Com Lula, sonhos de Eduardo Campos e Aécio Neves de chegar a um segundo turno ficariam muito distantes. É o sentimento no cerrado hoje.

Por Salvador Neto

Política – Notas de Brasília

Semana passada este jornalista visitou a capital federal à trabalho, e com base nas entrevistas e observações, compartilha com os leitores do Blog Palavra Livre algumas notas interessantes… Fiquem a vontade para comentar, curtir e compartilhar:

Brasília 40 graus
Como sempre, um calor de arrasar, ambiente seco, assim como secos são os funcionários públicos federais que atendem por trás de balcões, mesas, aos montes. Com poucas excessões, a maioria não gosta de dar informações, além de utilizar de muita cerimônia para estabelecer contato e acesso às pessoas que precisamos. E olha que era a imprensa… mas Brasília é realmente uma ilha quase inacessível. Há muitos escaninhos, desvios, esconderijos, tudo para dificultar acessos, e se possível, evitar a transparência. A superestrutura montada é um animal quase indomável, uma burocracia que domina a quem chega, e que engole a todos que buscam devassá-la e domá-la. Ainda está para nascer um líder que conseguirá desmontar esse enorme quebra-cabeças que custa muito, muito caro ao Brasil.

Mariani – PMDB x Governo SC
O deputado Mauro Mariani é um dos mais ferrenhos adversários do atual governador Raimundo Colombo. Por onde passa, e a quem lhe questiona, o parlamentar mais votado em pleitos proporcionais da história política de SC atira sem dó no governo que ele chama de “devagar, quase parando”. Mauro, que anda sempre às turras com o atual presidente do PMDB/SC e vice-Governador, Eduardo Moreira, se prepara para disputar o comando partidário em junho. E o governo? “Primeiro o partido, depois pensamos na candidatura”, revelou Mariani.

Tebaldi ainda em desencanto
O ex-prefeito de Joinville (SC) e quarto colocado na última disputa pela Prefeitura da maior cidade catarinense ainda não esqueceu a derrota. Lamenta as ações contrárias feitas pelo governador Colombo, que o desalojou da Secretaria de Educação em uma frigideira prá lá de quente, bem como do senador LHS. Embora buscando atuar como parlamentar, sente-se incomodado com os trâmites lentos e burocráticos do parlamento federal, mas deve ir à reeleição. Apoia Paulo Bauer em chapa tucana ao Governo Estadual.

Bauer candidatíssimo
Muito articulado, visitando as bases com frequência em SC, o senador Paulo Bauer está a cavalheiro para a disputa ao governo do Estado em 2014. Em meio a um mandato de oito anos, Bauer não tem o que perder ao colocar seu nome para concorrer, ainda mais quando o governo Colombo não dá mostras de ceder ao pedidos tucanos. Como outro senador, mineiro, Aécio Neves será o nome do PSDB ao Palácio do Planalto, Paulo Bauer dará guarida ao correligionário com uma candidatura que vai lhe dar, no mínimo, novo cacife ao Senado, ou em até uma vitória tucana em 2014 contra Dilma. Difícil? Mas em política… tudo é possível.

Joinvilense mostra trabalho na educação nacional
O Enem, a Prova Brasil, Ideb, e tantos outros índices que avaliam a quantas anda a nossa educação por todo o país, saem de um trabalho altamente técnico produzido pelo INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, com sede em Brasília e órgão vinculado ao Ministério da Educação. Um joinvilense de coração, Alexandre Santos, dirige este órgão desde o ano passado, e sob sua batuta, reduziram drasticamente as denúncias contra vazamento de provas, etc. Santos, que já trabalhou com muitos políticos em Joinville e SC, há tempos mudou-se ao planalto central, passou em concursos e agora dirige com maestria o órgão federal. Entre suas novas ideias está realizar uma pesquisa inédita, um projeto piloto com as oito cidades do norte catarinense na abrangência da SDR Joinville para conhecer a realidade da educação básica regional. Sucesso a ele neste projeto também. E que a Prefeitura de Joinville aceite a ideia….

Renan incomoda, e muito…
Parlamentares catarinenses, e de outros estados, estão incomodados com a ascensão do senador Renan Calheiros à Presidência do Senado Federal. Todos os dias há manifestos pedindo sua renúncia, sua saída da Presidência em frente ao Congresso Nacional. Os deputados federais e senadores catarinenses estão com os ouvidos cheios de tanta reclamação em suas bases eleitorais. “Contamina a todos, desde a Câmara ao Senado, como se todos fôssemos iguais”, dizem em tom quase uníssono. Segundo eles, Renan foi bancado pelo PT e presidenta Dilma. Não por acaso, o vice de Renan é o senador petista, Jorge Viana.

Descontentamento Colombino
Outro sintoma fácil de constatar é o descontentamento quase que geral dos parlamentares catarinenses com o governo Colombo. Todos criticam a lentidão, a falta de rumos, a timidez política e os “maus tratos” com a base que o elegeu em 2010. LHS talvez seja o único a ainda defender o seu sucessor, por motivos óbvios, mas não tem conseguido demover alguns do intento de largar o pesado governo Colombo. Hoje, PSDB, PMDB, que fazem parte do governo, estão mais para fora do barco que dentro. Siglas menores ensaiarão o rumo conforme a maré dos grandes. E o PT… bem, o PT ainda não sabe se vai se abraçar com Colombo, leia-se PSD, ou vai solteiro, ou ainda, viabiliza uma chapa com o PMDB, reproduzindo a aliança nacional. Ideli quer por que quer voltar ao Senado… só falta combinar com os eleitores.

Trabalho
De forma geral, os parlamentares da região de Joinville e de SC como um todo, são bem ativos e buscam atender aos vereadores e prefeitos que tentam arrancar verbas e projetos em Brasília para fazer bonito em suas bases. Talvez falte ainda conquistarem espaços mais nobres em cargos destacados no Congresso, ou mesmo em comissões técnicas, e projetos de grande alcance nacional. Ocupar espaços na capital federal requer tempo, muita conversa, e muita influência com os grandes líderes. Sem isso, a coisa ficar só no varejo. Aprendizado que demora longos anos, e que nem sempre rendem bons frutos.

Centrais Sindicais vão à Brasília pressionar por pauta dos trabalhadores

As centrais sindicais CUT, CGTB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT definiram a realização de uma marcha a Brasília no próximo dia 6 de março. O objetivo é cobrar do governo federal comprometimento com as principais reivindicações dos trabalhadores – a maioria delas sendo negociadas há vários anos.

As centrais querem o fim do fator previdenciário; a instituição da jornada de trabalho de 40 horas; a regulamentação da convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante negociação coletiva para servidores públicos; a retificação da convenção 158 da OIT, que inibe demissão imotivada; o assentamento de 200 mil famílias por meio de reforma agrária; o investimento de 10% do PIB na educação; e a valorização dos trabalhadores aposentados e pensionistas.

Para o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, a análise da economia aponta para retomada do crescimento no país, com geração de mais empregos, melhores salários e garantia e ampliação dos direitos trabalhistas. Segundo Nobre, com a redução de 44 para 40 horas semanais, o aumento na geração de empregos pode chegar a 10 milhões. Para ele, as centrais sindicais devem aumentar a pressão sobre o governo federal por mais investimento público, defesa da indústria nacional, do mercado interno e dos projetos sociais.

“É uma pauta social, com bandeiras amplas, que soma trabalhadores da cidade e do campo, estudantes e idosos pelo desenvolvimento com valorização do trabalho. Desde agora nós vamos mobilizar nossa militância para encher a Esplanada, para entupir o Planalto”, sublinhou Nobre. Além das centrais sindicais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), também vai participar da Marcha.

Segundo o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a retomada da mobilização em conjunto aumenta a pressão sobre o governo. “É a retomada pelo atendimento da nossa pauta, que cobra mais atenção à produção”, disse. Outra luta das centrais é a garantia de manutenção de emprego nas empresas que tem sido beneficiadas por programas de desoneração de impostos. “O fato é que quem mais demitiu foi, infelizmente, o mais beneficiado pela política de desoneração”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres.

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Ubiraci Dantas de Oliveira, a retomada do investimento público pode reverter a ritmo de crescimento do PIB. Segundo o presidente da CTB, Wagner Gomes, o governo precisa fazer mudanças na política macroeconômica para evitar a contaminação do crescimento interno por conta da crise internacional. “É hora do país iniciar um novo rumo, em direção a um projeto de desenvolvimento duradouro, que privilegie a produção, a geração de empregos e não a especulação”, disse.

Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, é preciso dar maior visibilidade às reivindicações dos trabalhadores. “Queremos um Brasil de inclusão, com trabalho decente, com mais investimento em saúde e educação”, disse ele. Segundo o presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, José Calixto Ramos, é preciso deixar claro ao governo que os trabalhadores querem o desenvolvimento da economia com valorização do trabalho e maior distribuição de renda.

Da Rede Brasil Atual

Morre Niemeyer: legado será luta pela democracia e justiça social, diz neta

A neta de Oscar Niemeyer Ana Lúcia disse hoje (6) que o principal legado do avô será o trabalho em favor da democracia e da justiça social. Ela chegou acompanhada da esposa de Niemeyer, Vera Niemeyer, ao Hospital Samaritano, por volta das 8h. Uma missa será celebrada no local, pela manhã, em memória do arquiteto.

“É claro que Oscar Niemeyer é um ícone. A arquitetura será a representação física dele, mas há a ideológica também. Mais do que a arquitetura, [há] o trabalho que fez em favor da democracia e da justiça social”, disse Ana Lúcia.

Ela contou que até a semana passada a família tinha esperança de que ele se recuperasse. “Ele estava lúcido. Havia uma previsão, inclusive, de ele ir para o quarto esta semana.”

Oscar Niemeyer morreu na noite de ontem (5), no Hospital Samaritano, em Botafogo, onde estava internado desde o dia 2 de novembro, vítima de complicações renais e desidratação. Por causa de uma infecção respiratória, o arquiteto que estava na unidade intermediária do hospital, ficou sedado e respirando com auxílio de aparelhos. Niemeyer morreu às 21h55. Ele completaria 105 anos no próximo dias 15.

Depois da missa, o corpo será levado para o Aeroporto Santos Dumont, de onde segue ao meio-dia para Brasília. Lá, será velado no Palácio do Planalto.

Exposição leva réplicas de dinossauros às capitais do país

Está em Brasília a exposição Mundo Jurássico, que traz 22 réplicas em tamanho real de dinossauros encontrados na Ásia, América, África e Europa. Voltada para o público infantil, a mostra traz espécies que têm feito sucesso em desenhos e filmes temáticos, como o Tricerátopo, o Espinossauro, o Estegossauro e o Alossauro. Há ainda cópia do voador Quetzalcoatlus, encontrado na América do Sul.

“São as espécies que mais estão em evidência e que mais atraem a criançada”, explica o gerente da exposição, Guilherme Augusto Jorge.

As atrações que mais impressionam, contudo, são os Tiranossauro Rex. Um deles, montado em tamanho real do dinossauro na idade adulta, tem 7 metros de altura e 14 metros de comprimento. O outro, um esqueleto na entrada da exposição, reproduz os fósseis como são encontrados.

“A visita é guiada e um monitor explica cada detalhe dos dinossauros, como o período em que viveram, onde foram encontrados e o que comiam”, explica Jorge.

Os bonecos têm estrutura metálica com funções eletrônicas e acabamento em borracha, que conferem mais realidade aos rugidos e movimentos de cabeça, cauda e patas. As réplicas são baseadas nas presentes em parques da Disney World.

A exposição foi idealizada no México e as cópias dos dinossauros foram produzidas na China. Ela está em Brasília desde a última terça-feira (5) e já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Belém e Manaus. Ainda não há previsão de quando a exposição deixará a capital do país, mas já há negociações para que siga para Goiás e Minas Gerais.

A visitação, de terça-feira a a sexta-feira, tem recebido público médio de mil pessoas por dia. A entrada inteira custa R$ 40 durante a semana e R$ 50 aos sábados, domingos e feriados. Crianças, professores, pessoas com mais de 60 anos e adultos acompanhados de uma criança pagam meia-entrada.

A organização da exposição também faz parcerias com escolas para visitas agendadas a preços promocionais.

Agência Brasil

Bolshoi brasileiro faz apresentação em Brasília

A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e a Embaixada da Rússia no Brasil com o patrocínio da Cielo levam a Brasília o espetáculo “Grande Suíte do Ballet Don Quixote”. A apresentação será no dia 5 de maio, às 20h30, no Teatro Nacional – Sala Villa Lobos. Os ingressos estão a venda na bilheteria do teatro a R$ 50, estudantes e idosos pagam metade.

O elenco é composto por 90 alunos, bailarinos e professores da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. É a terceira vez que a instituição se apresenta na capital do Brasil, mas a primeira com um balé de repertório.

Don Quixote é um balé envolvente, com teatralidade e de música vibrante, onde o público vive as emoções da obra como se fosse um dos personagens. A versão coreográfica apresentada pela Escola Bolshoi, é resultado do trabalho do bailarino e coreógrafo russo, Vladimir Vasiliev, eleito “bailarino do século” pela UNESCO. Além de preservar a abundância e a diversidade da dança, Vasiliev ensinou aos alunos do Bolshoi não apenas os detalhes técnicos, mas também que, para ser um verdadeiro bailarino, não basta apenas dançar com o corpo, é preciso dançar com a alma.

Escola Bolschoi