Seca: Rodízio de água se espalha pelo país

A partir desta sexta-feira, os moradores de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, terão o fornecimento de água interrompido, em dias alternados, no período entre 8h e 18h.

O rodízio, anunciado pela prefeitura local na quarta-feira, tem objetivo de poupar os reservatórios que abastecem a cidade e segue uma tendência que vem sendo adotada por um número cada vez maior de municípios diante da estiagem prolongada.

Esta semana, pelo menos sete outras prefeituras em Minas e São Paulo decidiram implantar medidas de contenção no consumo de água pela população.

“É preciso que a população economize o produto e faça o uso consciente da água. Desta forma, todos estarão colaborando com a Cesama neste momento que é difícil não só para Juiz de Fora, mas para várias cidades, especialmente da região sudeste do país”, disse o diretor técnico-operacional da Companhia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora, Márcio Augusto Pessoa Azevedo, na nota em que o rodízio foi anunciado. Segundo a prefeitura, a Represa de São Pedro, um dos principais reservatórios do município, está com o nível próximo de zero.

Além de Juiz de Fora, as cidades mineiras de Caeté, na região metropolitana, e Formiga, no centro-oeste do estado, também anunciaram medidas de contenção no consumo de água esta semana. Na primeira, o fornecimento será cortado de 10h às 20h durante um prazo de 60 dias. A prefeitura proibiu o uso de água para lavar carros — inclusive em lava-jatos — e calçadas e para encher piscinas. A multa prevista para quem descumprir as restrições é de R$ 135. Na segunda, a captação de água no rio Formiga reduziu de 200 litros por segundo para 98 litros por segundo.

Segundo informações da Defesa Civil, 159 municípios mineiros decretaram estado de emergência por problemas relacionados à seca. A situação é crítica também na bacia do Rio São Francisco. O reservatório da principal hidrelétrica do alto São Francisco, Três Marias, fechou o mês de setembro com 5,16% de sua capacidade — volume 91,26% menor do que o verificado dois anos antes. Com medidas restritivas para poupar água na usina, as cidades rio abaixo têm tido dificuldades de captação para abastecimento.

Em São Paulo, os municípios de Indaiatuba, Prata, Americana e Salto também anunciaram medidas para conter o consumo — esta última com multas para quem desperdiçar. Em Americana, o rodízio já vinha sendo realizado de forma experimental, mas foi efetivado na terça-feira, com interrupções do abastecimento de acordo com o reservatório e as regiões por eles abastecidas.

Segundo o Departamento de Água e Esgoto, o rio Piracicaba, que abastece a cidade, está com uma vazão de menos de seis metros cúbicos por segundo, metade da verificada normalmente nesta época do ano.

No estado, onde a situação é mais grave, uma série de municípios já vem adotando medidas para racionar água desde o início do ano. Esta semana, moradores de Campinas e Itu foram às ruas protestar contra a falta de água — na última, o protesto terminou com um ônibus incendiado.

Na capital, onde ainda não há medidas de racionamento oficial, são cada vez mais frequentes as queixas de interrupções no fornecimento. Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o nível do Sistema Cantareira, o principal reservatório de água da capital, chegou a 4,1%.

A presidente da Sabesp, Dilma Pena, admitiu anteontem que São Paulo passa “por uma grave crise” e que, se não chover nos próximos dias, a primeira cota de volume morto do Sistema Cantareira pode acabar em meados de novembro, levando a capital à falta d’água. Para contornar o problema, a companhia ainda espera autorização judicial para usar a segunda cota do volume morto do sistema.

Segundo a empresa, restam apenas 40 bilhões de litros de água da primeira cota da reserva técnica cuja retirada começou no último dia 16 de maio, mas que existe também a alternativa de se recorrer à segunda cota acrescentando mais 106 bilhões de litros a serem destinados ao abastecimento de 6,5 milhões de consumidores. A gestão do sistema é foco de atrito entre a Sabesp e a Agência Nacional de Águas (ANA), que acusa a companhia de captar volumes maiores do que o estabelecido e iniciar, sem autorização, retiradas da segunda cota.

Do Brasil Economico

Artigo: “A água potável como elemento importante da soberania alimentar”

Esse artigo foi escrito pelo padre José Leitão no Jornal de Angola, e reproduzimos aqui diante da proximidade da Rio+20 e nossa responsabilidade com a defesa do meio ambiente, da sustentabilidade como recurso fundamental para a manutenção da vida na Terra. Instigante, desafiador e crítico, o padre fala aos corações. Leia e comente:

“A água potável como elemento importante da soberania alimentar”

A falta de chuva, nestes últimos meses, em Portugal, despertou-nos para a importância vital da água. Agora podemos entrever as dificuldades em que vivem os povos que sofrem secas prolongadas e dificuldades de acesso à água potável de forma habitual. A água é de tal forma essencial para a sobrevivência de todo o ser vivo, que a sua falta motiva migrações, fomes, mortes, guerras e especulações no seu controlo e comercialização. Por isso a ONU declarou, em 2010, que todos têm direito ao acesso à água potável, em quantidade e qualidade suficientes para uma vida digna.
O acesso à água é um factor fundamental na produção de alimentos, vegetais ou animais. A água é o sangue azul da natureza. No entanto, para produzir alimentos utilizamos cerca de 70 por cento da água doce disponível. É preciso, em média, dois mil a cinco mil litros de água para produzir alimentos diários para cada pessoa. A urbanização e o desenvolvimento dos países emergentes estão a aumentar o consumo de carne; ora a produção de 1 quilo de carne de vaca precisa de dez vezes mais água que um quilo de milho. A água, doce e salgada, é também o grande habitat de animais e plantas marinhas. A poluição e a pesca industrial estão a destruir a biodiversidade dos oceanos e dos rios. O tema dos oceanos e da vida na água faz parte da agenda da Conferência da ONU Rio-20, em Junho deste ano, no Rio de Janeiro.

Os investidores começam a olhar para a água como uma “matéria-prima” ou mercadoria de valor acrescentado no futuro, em que vale a pena investir, privatizar e comercializar. Por outro lado, a necessidade de produção de alimentos e de biocombustíveis está a desencadear um processo de aquisição-ocupação de terrenos em África e outros continentes para a agricultura intensiva e industrial.

Esta orientação economicista, em vez de resolver o problema definitivamente, está a agravá-lo: na privatização da água, quando não regulada, dificulta-se o acesso a este bem por parte dos mais pobres; na aquisição de terras de posse ancestral mas não documentada, estão-se a empurrar mais pessoas para as grandes cidades, a promover monoculturas de exportação e o uso não alimentar das terras de cultivo (biocombustíveis e lazer/turismo).

Assim, o acesso à água potável e à alimentação básica fica cada vez mais dificultada para os grupos mais pobres e para os países subdesenvolvidos. O ser humano passa a ser tratado mais como cliente do que como pessoa. Bento XVI na Caritas in Veritate, 27, afirma:


“Os direitos à alimentação e à água revestem um papel importante para a consecução de outros direitos, a começar pelo direito primário à vida. Por isso, é necessário a maturação de uma consciência solidária que considere a alimentação e o acesso à água como direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções nem discriminações”.


A Santa Sé tem repetido nos Fórum Mundiais da Água a mensagem da centralidade da pessoa humana e do direito universal do acesso à água, à terra e à segurança alimentar.
No último fórum, realizado em Marselha de 12 a 17 deste mês, o Conselho Pontifício para a Justiça e Paz recordou que há que prevenir o futuro devido ao aquecimento global, às alterações climáticas e ao aumento da população, mas também olhar e reparar o presente.

Cerca de metade da população mundial utiliza água de qualidade insegura e não tem saneamento básico. A fome, com a actual crise, tem-se vindo a agravar. O preço dos alimentos tem aumentado. Bento XV já alertava na Caritas in Veritate 27: “falta um sistema de instituições económicas que seja capaz de garantir um acesso regular e adequado, do ponto de vista nutricional, à alimentação e à água e também de enfrentar as carências relacionadas com as necessidades primárias e com a emergência de reais e verdadeiras crises alimentares provocadas por causas naturais ou pela irresponsabilidade política nacional e internacional.”

O VI Fórum Mundial sobre a Água teve como lema “Tempo para agir”. Nesse fórum representantes de governos, empresas privadas e organizações sociais reflectiram sobre formas de solucionar os problemas ligados aos recursos hídricos.
No final, apresentaram algumas soluções assentes em três grandes objectivos: assegurar o bem-estar de todos; contribuir para o desenvolvimento económico e manter o planeta azul. A aplicação e monitorização desses objectivos contribuirão para ajudar a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em 2015. Todos somos co-responsáveis pela saúde do Planeta e dos seus recursos.

O que podemos fazer?

1. Garantir o acesso de todos à água potável e à soberania alimentar. Isto supõe uma boa administração nacional e local, e a cooperação internacional no apoio ao desenvolvimento das regiões e países mais pobres e afectadas pela escassez de água.
2. Educar para a mudança de comportamentos alimentares, higiénicos e industriais, evitando o desperdício de água e de alimentos.
3. Melhorar formas de produção de alimentos utilizando menos água: sistemas de rega mais eficientes, reutilização e reciclagem, colecta e armazenamento das águas das chuvas, tratamento de esgotos e de resíduos líquidos industriais…
4. Diminuir a emissão de gases com efeitos de estufa, baixar a poluição, assegurar o direito à terra, proteger as florestas e aquíferos e promover políticas energéticas que não coloquem em causa o acesso à água e à soberania alimentar.
Deus sonhou um jardim irrigado por um rio de vida (Gn 2,10), um mar povoado de seres marinhos (Gn 1,20) e uma humanidade que cuida da Criação (Gn 2,15). A água e o alimento acessível a todos são sinais messiânicos de que este sonho de Deus continua válido (Is 55,1; Ap 7,16). Somos desafiados a fazer a nossa parte para o bem da humanidade de hoje e em solidariedade com a humanidade do futuro.

(*) Rede Fé e Justiça Europa/África

Sábado é dia de aprender a economizar água em Joinville

Está chegando um dia especial para Joinville. A Ong Oscip Impacto Social, com mais de um ano de atuação em Joinville, está preparando uma campanha educativa de economia de água. Esta ação é alusiva ao Dia Mundial da Água, que é comemorado nesta quinta-feira (22/03).

O local escolhido para realizar esta campanha é o Parque da Cidade, no setor Guanabara. A partir das 14h, quem passar pelo Parque vai ser abordado por um integrante da Ong e, em seguida, será direcionado a um espaço especialmente montado para a conscientização efetiva. “Todo mundo sabe que é preciso consumir água de forma consciente, mas na hora de usar nem sempre seguem as dicas. É isso que queremos evitar, vamos fazer uma abordagem diferente”, explica a presidente da Ong, Sandra Regina Sievert.

No auditório coberto do Parque da Cidade, próximo às quadras esportivas, será montada uma maquete exemplificando um rio limpo e um rio sujo. Ações praticadas em muitas comunidades com rios próximos às casas serão mostradas e, sobretudo, a forma como isto afeta o meio ambiente.

Outra dinâmica que está sendo preparada é o uso de uma garrafa pet, onde dentro dela terá água do mar e na tampinha, água potável. Esta ação vai exemplificar que, por mais que a Terra seja batizada de “Planeta Água”, a maior parte dela não serve para consumo humano, por isso a importância de preservar os mananciais de água doce, como rios e aquíferos.

Além destas dinâmicas, será disponibilizado aos visitantes um painel com muitas partes coloridas. Nele, a pessoa poderá escrever a dica que faz no dia a dia para economizar água. Ao final, o painel vai virar um grande mosaico de importantes dicas, que será disponibilizado no Parque para posterior visualização pública, ou até em outros locais de grande circulação da cidade.

A Campanha do Dia Mundial da Água da Ong Oscip Impacto Social também vai servir como divulgação do projeto Coleta de Embalagens Metalizadas, em andamento na cidade desde abril do ano passado. “Vamos fazer com que a pessoa identifique sozinha o que é embalagem metalizada, o que pode ser reciclado e o que deve ser separado do lixo orgânico”, adianta Sandra.

Quem quiser aproveitar a ocasião para comprar seu presente de páscoa, a Ong vai oferecer no local artesanato feito com material reciclável. Uma boa oportunidade de levar um produto criativo e que, ao mesmo tempo, preserva o meio ambiente.

Esta é a segunda ação feita pela equipe da Impacto Social em prol do consumo consciente de água. A primeira foi feita na entrada do supermercado Giassi, em março de 2011. A campanha deste ano tem o apoio da Ejoi Imóveis.

 

Serviço:

O que: Campanha do Dia Mundial da Água 2012

Onde: Parque da Cidade – Setor Guanabara

Quando: sábado – 24/03/2012, das 14h às 20h

 

Comunicação | Ong Impacto Social

7 dicas para o uso consciente de água

Saiba como combater o desperdício de um dos recursos fundamentais para a manutenção da qualidade de vida no planeta:

1 – Tome banhos rápidos e desligue o chuveiro enquanto se ensaboa. Em oito minutos, uma ducha gasta, em média, 24 litros.

2 – Para escovar os dentes ou se barbear, use um pote d’água em vez da torneira.

3 – Prefira descargas em caixas acopladas, que podem gastar de 3 a 6 litros a cada acionamento.

4 – Só ligue a lava-louça quando estiver cheia e, na pia, feche a torneira enquanto ensaboa pratos, panelas e talheres. Um consumo de mais de 100 litros de água pode cair para meno de 20 litros.

5 – Racione o uso de copos e pratos para ecitar lavar um volume desnecessário.

6 – Só acione a máquina de lavar roupa quando atingir sua capacidade total. Ela gasta 135 litros. No tanque, deixe as roupas de molho e use essa mesma água para ensaboá-las. A água do enxágue, tanto do tanque quanto da máquina, pode servir para lavar o quintal.

7 – Verifique sempre se há vazamentos.

Revista Nestlé

Dia Mundial da Água – 55% das cidades podem ter falta de água até 2015

beber aguaHoje, 22 de março, é o Dia Mundial da Água.

O evento é celebrado anualmente na mesma data para chamar a atenção do mundo sobre a importância da água doce e defender seu manejo sustentável.

O objetivo é incentivar governos, organizações, comunidades e indivíduos a participar ativamente na resposta ao desafio da gestão das águas urbanas.

O objetivo é alertar a população mundial sobre o impacto da rápida industrialização população crescimento urbano, e as incertezas provocadas pelas mudanças climáticas, os conflitos e as catástrofes naturais em sistemas urbanos de água.

Lançamento de esgoto sem tratamento nos mananciais é principal fonte de poluição

A poluição crescente das fontes de água de qualidade pode levar ao desabastecimento em 55% municípios do país até 2015.

A conclusão é do “Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água”, que será divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA) quando se comemorar o Dia Mundial da Água.

A principal ameaça enfrentada pelos rios e mananciais brasileiros é o lançamento de esgoto sem tratamento. “Os problemas associados à poluição hídrica são mais evidentes nos grandes aglomerados de municípios, em função da pressão das ocupações urbanas sobre os mananciais de abastecimento público: o lançamento de esgotos sem tratamento influencia diretamente a qualidade das águas”, afirma o documento.

Os municípios que correm o risco de desabastecimento de água no prazo de quatro anos são também aqueles que concentram 70% do consumo.

Mais investimentos

Segundo o estudo da ANA, o Brasil terá de investir ao menos R$ 70 bilhões para garantir a oferta de água de boa qualidade aos municípios até 2025, quando a população deverá chegar à marca de 196 milhões de habitantes.

Do total a ser investido nesse período, cerca de 70% devem ir para a coleta e o tratamento de esgotos. Com isso, se evitaria a poluição das fontes de abastecimento de água, mas os recursos não seriam suficientes para universalizar o acesso da população brasileira ao esgoto, alerta o documento.

Sindicato dos Mêcanicos

Mundo árabe enfrenta agravamento de crise da água

O mundo árabe, uma das regiões mais secas do planeta, enfrentará uma grave escassez de água já a partir de 2015, prevê um relatório divulgado na quinta-feira.

A partir de então, os árabes terão de sobreviver com menos de 500 metros cúbicos de água por ano, abaixo de um décimo da média mundial de mais de 6 mil metros cúbicos per capita, informou o relatório produzido pelo Fórum Árabe para Ambiente e Desenvolvimento (Afed, na sigla em inglês).

“O mundo árabe já vive uma crise de água que apenas vai se agravar com a inação,” diz o relatório, acrescentando que o abastecimento per capita caiu para apenas um quarto dos níveis de 1960.

O rápido crescimento da população pressionará ainda mais os recursos de água. De acordo com projeções da ONU (Organização das Nações Unidas), os árabes, que agora somam quase 360 milhões, vão se multiplicar para quase 600 milhões até 2050.

A mudança climática agravará a questão. Até o fim deste século, os países árabes poderão vivenciar uma queda de 25% nas chuvas e uma aumento de 25% nas taxas de evaporação, de acordo com modelos de mudança climática citados no relatório.
“Como resultado, a agricultura abastecida pela chuva ficará ameaçada, com a estimativa que as colheitas médias sofram um declínio de 20%”, diz o documento.

Treze países árabes estão entre as 19 nações com mais escassez de água do mundo. As pessoas de oito países árabes já têm de sobreviver com menos de 200 metros cúbicos por ano.
“Sem mudanças fundamentais nas políticas e nas práticas, a situação vai se agravar, com ramificações sociais, políticas e econômicas drásticas”, diz o relatório.

As condições variam pela região, mas dentro de apenas cinco anos o Iraque e o Sudão passarão pelo teste da escassez de água, definido como mais de mil metros cúbicos anuais per capita, assumindo que o abastecimento vindo da Turquia e da Etiópia continue nos níveis atuais.
A agricultura consome 85% do uso de água árabe, em comparação com a média mundial de 70%. A eficiência da irrigação é de apenas 30%, contra a média mundial de 45%.

Folha Uol