TSE reabre ação eleitoral contra campanha de Dilma e Temer

A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu ontem (6) reabrir ação de investigação eleitoral em que o PSDB pleiteia a cassação dos mandatos da presidenta Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer.

Os ministros não entraram no mérito da questão para analisar se houve irregularidades na campanha. A corte analisou apenas o prosseguimento da ação.

Com a abertura do processo, a Justiça Eleitoral procederá à investigação das questões levantadas pelo partido e, após a análise das alegações da acusação e da defesa, o caso será julgado no mérito pelo plenário da corte.

O placar da votação ficou em 5 votos a 2 pela reabertura da ação. Em fevereiro, a ministra Maria Thereza de Assis Moura arquivou o processo, por entender que não havia provas suficientes para o prosseguimento da ação.

No entanto, o TSE voltou a julgar o caso, devido a um recurso protocolado pela Coligação Muda Brasil, do candidato derrotado à Presidência da República Aécio Neves, do PSDB. A legenda alegou que há irregularidades fiscais na campanha relacionadas a doações de empresas investigadas na Operação Lava Jato.

O julgamento foi interrompido no dia 25 de agosto, após pedido de vista da ministra Luciana Lossio, e foi retomado hoje com o voto da ministra e do presidente da corte, Dias Toffoli, que acompanhou a maioria.

Em seu voto, a ministra rejeitou a reabertura da ação, por entender que o partido não apresentou provas concretas sobre as suspeitas levantadas contra a campanha presidencial. Além disso, Luciana defendeu a estabilidade do resultado das eleições.

“É preciso garantir a viabilidade do exercício do cargo, evitando que administração do país seja perturbada por uma infinidade de demandas que não guardam relação com o exercício do mandato”, disse.

Antes da retomada do julgamento, os ministros Gilmar Mendes, João Otávio de Noronha, Luiz Fux e Henrique Neves haviam votado a favor do prosseguimento da ação.

No processo, o PT sustenta que todas as doações que o partido recebeu foram feitas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral.

As contas eleitorais da presidenta foram aprovadas pelo plenário do TSE em dezembro do ano passado por unanimidade.

Com informações da Ag. Brasil

Opinião: Ou mudamos, ou seremos mudados – Por Salvador Neto

Como a correria é grande no dia a dia, às vezes não consigo escrever em todos as mídias nas quais tenho participação. Por isso desta vez replico aqui o texto que publiquei hoje no Chuva Ácida (www.chuvaacida.info), aliás, onde escrevo de 15 em 15 dias todas as sextas-feiras. Proponho aos amigos do Palavra Livre a leitura, reflexão, e espero as críticas, compartilhamentos e curtidas, valeu? Aí vai:

“Você já conhece esta frase. Já ouviu em algum lugar. Nos últimos dias cansou de ver políticos a repeti-la como mantra. E cá está este jornalista a utilizar a frase novamente, que saco!

Ulysses Guimarães, famoso político brasileiro que sumiu do mapa sem que o tenham encontrado até hoje, tem um livro publicado com este título (1991). Talvez ele não tenha mudado, e alguém o mudou por conta e risco em um acidente aéreo em 1992. Políticos costumam utilizar tais frases de efeito para seduzir o eleitor. Fazer com que pensemos que a mudança que eles bradam é a mesma que nós queremos e desejamos. Pura ilusão nossa.

Vejamos a eleição municipal de 2012 em Joinville (SC). A mudança para algo diferente, novo, era o mote. Mas os candidatos, os mesmos de sempre. O atual Prefeito se elegeu com o discurso da gestão, da qual ele era o grande conhecedor. Pura quimera. Ele também já era figura conhecidíssima, nãos dos pleitos eleitorais, mas de bastidores. Para não deixar no poder quem nunca quiseram, o uso da “mudança” foi maciço. Deu certo. Mudamos? Que nada, fomos mudados para votar no que a elite local desejava. Olhem a cidade e a gestão… paramos ou até regredimos.

Mais um case? Vamos para algo novo, a eleição das mesas diretoras do Senado e Câmara dos Deputados. Notem que fomos nós, brasileiros, que elegemos e reelegemos os ocupantes daquelas confortáveis cadeiras, gabinetes com altos privilégios. No Senado, o ex-governador catarinense Luiz Henrique, ex-pupilo de Ulysses, utilizou a frase famosa do seu eterno líder ao tentar apear Renan Calheiros da presidência. O que mudaria? Apenas os nomes, pois a prática é a mesma, afinal, ambos e grande parte daquela casa não muda faz tempo. Lá estão a manipular os destinos da nação em nome dos Estados.

Eduardo Cunha, veterano na Câmara dos Deputados, também fez uso da máxima ao propor a independência daquele poder. Derrotou o candidato de Dilma, o candidato de Aécio e PSDB, com sobras. Agora manda prá valer, e é o terceiro na linha sucessória do país. Mudou alguma coisa cara pálida? Alguma prática vai mudar? Os grandes temas nacionais que sonhamos ver valendo serão efetivamente votados? Ou mudamos, ou seremos mudados. Pois é. Eles continuam mudando tudo para nada mudar, e nós apenas a observar.

O Congresso Nacional saiu muito mais conservador das últimas eleições. A mudança para a qual milhões foram às ruas em 2013 vai ficar para mais alguns anos à frente. Duvidam? A não ser que ocorram terremotos nas ruas, anotem: serão enterradas a união civil de pessoas do mesmo sexo, a regulação da mídia eletrônica, o imposto sobre fortunas, a reforma política com financiamento público de campanhas, e qualquer outro projeto progressista. E que se cuidem os trabalhadores e trabalhadoras, pois ficarão mais 20 anos nas gavetas do Congresso temas como a redução da jornada de trabalho. E direitos trabalhistas, estes sim, poderão ser “flexibilizados”.

Ulysses Guimarães tem mais uma frase importante que compartilho aqui. “Quando as elites políticas pensam apenas na sobrevivência do poder oligárquico, colocam em risco a soberania nacional. A governabilidade está no social. A fome, a miséria, a ignorância, a doença inassistida são ingovernáveis. O estado de direito, consectário da igualdade, não pode conviver com o estado de miséria. Mais miserável do que os miseráveis é a sociedade que não acaba com a miséria.”

Ainda não superamos a miséria e as desigualdades sociais, e continuamos a nos superar na miséria intelectual, e na participação política. Os movimentos sociais estão preguiçosos, longe das lutas e das ruas. Não entenderam o seu papel nos governos petistas, e estão inertes. Não reagem, perdem a luta midiática. Os partidos são meros balcões de negócios. E assim perdemos todos.

Olhem para os cenários políticos em todos os níveis. Vejam o que temos como lideranças para escolher nos próximos pleitos. Queremos que algo mude, de fato? Se sim, mudemos nossa ação, analisando e participando ativamente. Se não, deixemos que nos mudem para o último lugar na história.

* Salvador Neto é editor do Blog Palavra Livre, escreve para o site Chuva Ácida nas sextas-feiras quinzenalmente, é jornalista e consultor em comunicação.

Terceiro Turno: Janot dá parecer contrário ao pedido do PSDB de auditoria das eleições

O procurador-geral Eleitoral, Rodrigo Janot, enviou ontem (3) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) parecer contrário ao pedido do PSDB para auditar o resultado das eleições presidenciais. Segundo o procurador, o  partido “visa promover gravíssimo procedimento de auditoria sem que exista qualquer elemento concreto que o justifique”.

No entendimento de Janot, o pedido do PSDB é baseado em especulações de usuários das redes sociais, sem nenhum indício de fraude. ”Não se pode justificar postura de um partido político do tamanho e da representatividade do requerente de, em baseando-se unicamente em comentários formulados em redes sociais, em boatos muitas vezes camuflados pelo anonimato, pretender a instauração de um procedimento que, a par de não previsto em lei, pode comprometer a credibilidade do sistema eleitoral deste país. Tal medida é de uma imprudência a toda prova, dada a real possibilidade de criar uma situação de instabilidade social e institucional”, diz.

O procurador-geral também ressalta no parecer que medidas de fiscalização, públicas a todos os partidos, foram disponibilizadas ao PSDB, como cópias dos boletins de urna, de arquivos eletrônicos, além de acesso aos programas de totalização dos votos.

“Vê-se, pois, a partir de tais exemplos, que o sistema eleitoral brasileiro, ao qual o partido requerente empresta tão pouca credibilidade, por conta de boatos postados em redes sociais, pode ser amplamente acompanhado e fiscalizado, em suas mais diversas fases, pelos partidos políticos, circunstância que, aliada á ausência de indícios mínimos de irregularidade apontados pelo requerente impõem o indeferimento do pleito”, entende Janot.

No pedido de auditoria, protocolado na semana passada, o PSDB   diz ter “absoluta confiança” de que o tribunal garantiu a segurança do pleito, mas pretende tranquilizar eleitores que levantaram, por meio das redes sociais, dúvidas em relação à lisura da apuração dos votos.

O partido solicitou que o TSE crie uma comissão formada por integrantes dos partidos políticos para fiscalizar todo o processo eleitoral, desde a captação até a totalização dos votos. O partido não pede a recontagem dos votos. O pedido deve ser julgado pelo plenário do TSE esta semana.

Com informações do Congresso em Foco

Reforma Política: Pressão popular é fundamental, avaliam analistas

Mais importante reforma do próximo mandato de Dilma Rousseff, segundo a própria presidenta em discurso de vitória na noite de domingo, a reforma política apresenta um leque tão variado de propostas que talvez seja este o maior empecilho para ela ir adiante. Analistas concordam, no entanto, que a pressão popular será fundamental para que o parlamento brasileiro perceba a urgência da implementação da reforma.

Atualmente, há em curso um Projeto de Lei de iniciativa popular de uma coalizão que reúne 104 entidades da sociedade civil e que vêm discutindo alguns dos pontos da reforma. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é uma das entidades à frente do movimento e está contemplando quatro questões fundamentais, “partindo da constatação da crise de representação ligada ao nosso sistema eleitoral”, segundo o secretário da Comissão Especial de Mobilização de Reforma Política do Conselho Federal da OAB, Aldo Arantes.

“Nossos principais pontos dizem respeito ao financiamento democrático de campanha, ao voto proporcional em dois turnos (no primeiro turno, seria voto no partido), o estímulo à partipação da mulher na política e a democracia direta por meio de plebiscitos em que questões relevantes sejam submetidas à população”, enumera Arantes, frisando que a reforma dependerá da participação da sociedade no debate nacional: “Queremos coletar 1,5 milhão de assinaturas, isso pode assegurar que o Congresso seja sensibilizado”.

Para o cientista político Murillo de Aragão, da Arko Advice, apesar da dependência do Congresso para aprovar a reforma, a presidenta Dilma deve assumir o papel que ela reivindicou para si, no sentido de liderar o movimento. “Para encaminhar a reforma, ela precisa convocar os três poderes e assumir a liderança. Ninguém queria aprovar a Lei da Ficha Limpa, mas terminou aprovando por pressão da sociedade civil, da imprensa e de diversos setores”, compara Aragão.

Outro ponto de dissenso e que provoca receios entre parlamentares desde quando se iniciou o debate sobre a reforma diz respeito ao momento em que cada tópico será colocado em prática no sistema partidário e eleitoral. Por isso, Aragão afirma que o maior empecilho à aprovação da reforma não é o que será contemplado.

“O maior problema é o tempo de entrada da reforma. Por isso, deve haver um cronograma que permita a implementação em etapas. O ideal é saber onde existe consenso, para aprovar com rapidez. Onde houver dissenso, (teremos) mais tempo para discutir”, defende Aragão, adiantando que mudanças no financiamento de campanha tendem a provocar menos discordâncias, enquanto o número de deputados por estado na Câmara deve ser discutido por um prazo maior.

Diante das dificuldades que possam surgir com o novo Congresso, que ganhou mais representantes conservadores, Rafael Kritski, líder do Levante Popular da Juventude, que conduziu, junto com outras entidades e movimentos sociais, o plebiscito popular pela reforma política, defende que os beneficiários do sistema atual não deveriam participar da elaboração da reforma.

“Propomos um processo diferente, por exemplo, da Constituinte de 1988, em que, por imposição do presidente José Sarney, representante colocado pela ditadura, a assembleia foi conduzida por aqueles que já estavam submissos às regras do sistema político”, argumenta Kritski.

Posição ainda mais progressista é a defendida pelo cientista político Júlio Aurélio Vianna Lopes, da Fundação Casa de Rui Barbosa. Junto de um grupo de acadêmicos, ele pretende apresentar ao Congresso e à presidenta Dilma a proposta de plebiscito que delegue à população o poder de responder sim ou não a aproximadamente oito questões sobre os sistemas partidário e eleitoral e sobre as configurações institucionais.

“Apesar da boa intenção das entidades que estão envolvidas na proposta da reforma, elas complicam politicamente, porque têm o projeto com vários pontos definidos e buscam tornar esse projeto norma constitucional através de consultas à população. Eles chamam de plebiscito, mas a rigor a proposta é fechada. Estou propondo que o consenso surja da consulta. O melhor sistema é aquele ao qual a população aderir. Se escolher mal, que escolha. Esse risco é intrínseco ao aprendizado democrático”, afirma o pesquisador.

Vianna espera vencer o receio do Congresso, de que ele estaria alijado do processo decisório. “Não é uma destituição do Congresso. Só ele poderá conformar as normas votadas pela população”.

Do Brasil Econômico

Dilma conquista uma vitória maiúscula, a maior da história política do país

Ela aguentou e venceu a tortura nos anos de chumbo que o Brasil ainda tenta esquecer. Assumiu cargos importantes na gestão pública na área de energia, e venceu todos os obstáculos.

Com sua participação política, ajudou Lula a vencer em 2002 e foi sua ministra de Minas e Energia, depois da Casa Civil. A “Coração Valente” teve mais uma pedra no caminho: o câncer. Encarou, e também venceu.

Escolhida por Lula para ser sua candidata à Presidente em 2010, ela venceu o conservador tucano José Serra, ex-ministro, ex-prefeito e governador de SP.

Diante de ataques sistemáticos da oposição, gente que viveu por longos anos das benesses do período da ditadura militar e que hoje se abrigam em partidos tidos como defensores da democracia, e também da grande mídia que desde sempre defende candidatos do capital financeiro internacional, Dilma Rousseff acaba de protagonizar a maior vitória eleitoral e política da história contemporânea brasileira. Não há, na história recente do Brasil, alguém que tenha derrotado tantos de uma só vez.

Ela derrotou no primeiro turno a candidata Marina Silva, ex-PT, ex-PV, ex-Sustentabilidade, e possivelmente ex-PSB. Derrotou também os candidatos ultraconservadores Pastor Everaldo, Levi Fidelix, Eymael.

Derrotou Eduardo Jorge do PV. Derrotou Luciana Genro, ex-PT e da extrema esquerda do Psol. Derrotou também o tucano Aécio Neves, que superou Marina na corrida para estar no segundo turno.

Dilma, apesar dos resultados excepcionais do seu governo e do antecessor, Lula, não conseguiu ganhar em primeiro turno porque a grande mídia apoiou o discurso oposicionista de corrupção na Petrobras. A última tacada foi a “reportagem” da revista Veja, que inclusive antecipou sua circulação, tudo para tentar derrotar a candidatura petista.

A Presidenta entrou no segundo turno em desvantagem política e numérica nas pesquisas. Exceto Luciana Genro, todos os demais candidatos, Marina Silva, Pastor Everaldo, Eduardo Jorge, Levi Fidelix, Eymael abraçaram a candidatura tucana de Aécio Neves.

As pesquisas a colocaram em segundo lugar, a poucos pontos de Aécio, mas atrás na corrida pelo Planalto. Dilma não esmoreceu diante do franco golpe midiático que passou a sofrer com as criminosas publicações de boatos e vazamentos de possíveis depoimentos de delatores no caso Petrobras.

Além desses nomes todos, Dilma venceu toda a tucanada reunida, as aves mais emplumadas do PSDB que são FHC, Geraldo Alckmin e José Serra que, eleitos, caíram de cabeça na campanha de Aécio.

Dilma enfrentou todos esses entraves, e a maior bagagem política e de retórica de Aécio Neves. Muito técnica, com estilo eminentemente gerencial, ela se superou também neste quesito, buscando ao máximo melhorar. E indiscutivelmente venceu a todos, como nunca antes em outras eleições do país após a democratização.

O ódio e a raiva disseminados durante esta campanha eleitoral, a intolerância que chegou ao limite da decência, tendo até resvalado para atos de vandalismo, devem encerrar agora, porque a vitória de Dilma é inconteste. Cabe agora à oposição ter a grandeza de se reinventar, e de se colocar como a população a colocou: como fiscalizadora do governo federal.

A todos os brasileiros e brasileiras, cabe o compromisso de cobrar de Dilma as propostas e promessas da campanha eleitoral, fiscalizando e acompanhando a ação do Governo. E desejar a ela, a primeira mulher a ser eleita, e agora reeleita, Presidenta da República, muito sucesso.

Porque da ação positiva e competente do seu novo governo dependerá também o sucesso do Brasil. Que ela possa encampar definitivamente a transformação do país, para valer, com a reforma política que acabe com a orgia política atual, institua eleições gerais de seis em seis anos, fim das coligações, financiamento público, voto distrital.

Que ela regulamente imediatamente o capitulo das comunicações no país, acabando com a farra de poucas famílias com concessões de TV e rádio país afora, democratizando o segmento para que todos possam saber mais sobre suas culturas e noticias, e não só o que os poderosos querem, e também que amplie exponencialmente a entrada de jovens nas universidades, faculdades, cursos técnicos, investindo muito na educação em todos os níveis, e também na cultura.

Assim, teremos um dia um país em paz, sem violência, e sem as ainda persistentes desigualdades sociais que há séculos perduram. Parabéns Dilma Rousseff, coração valente, a maior vencedora da história política do Brasil. E viva a nossa democracia e a liberdade!

Datafolha: Dilma tem 46% e Aécio, 43% das intenções de voto

Pesquisa Datafolha divulgada ontem (20) mostra a candidata do PT, Dilma Rousseff, com 46% das intenções de votos. Aécio Neves, do PSDB, tem 43%. Dada a margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, os dois seguem empatados tecnicamente. Esta é, no entanto, a primeira vez, no segundo turno, que Dilma aparece numericamente à frente de Aécio no levantamento.

Na pesquisa anterior, Dilma tinha 43% e Aécio, 45%. Votos brancos e nulos somam 5%. Não souberam ou não responderam, 6%. Considerados os votos válidos, excluindo-se os votos brancos, nulos e indecisos, mesmo procedimento utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial, Dilma tem 52% e Aécio, 48%.

Quanto à avaliação do governo de Dilma, 42% julgaram a administração boa ou ótima, 37% consideraram regular e 20% ruim ou péssimo. O Datafolha ouviu 4.389 eleitores nesta segunda-feira, em 257 municípios. O nível de confiança é 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01140/2014.

No primeiro turno, Dilma Rousseff obteve 41,59% dos votos válidos e Aécio Neves, recebeu 33,55%. A votação será no dia 26 deste mês.

Da EBC

Opinião – Eleição Presidencial 2014: Deixemos de hipocrisia!

Corrupção é o ato ou efeito de se corromper, oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra. É tirar vantagem do poder atribuído.

“Corrupção” vem do latim corruptus, que significa “quebrado em pedaços”. O verbo “corromper” significa “tornar-se podre”. Estamos aqui falando de algo extremamente humano, o ato de corromper, a intenção e vontade de se corromper, existente em nossa vida desde que o mundo é mundo.

Nesta eleição presidencial a oposição colocou na pauta, como aríete, como sua arma maior o tema corrupção. Aécio Neves aposta tudo no carimbo idealizado para marcar a testa de Dilma Rousseff como, no mínimo, suscetível à corrupção.

Ocorre que a corrupção é como um câncer, uma metástase que acomete o tecido social, as células que formam nosso corpo Brasil, e como tal, é de difícil diagnóstico, tratamento e solução que não agrida nosso organismo. Por vezes não há como vencer tal doença, porque não a percebemos antes. E esse câncer nos vence.

Digo isso porque chegamos ao século 21 com bases muito baixas na discussão do futuro do país. Pautar um debate que envolve o coletivo apenas em corrupção é apostar também que somos todos anencefálicos, ou no mínimo, não pensamos e sequer percebemos onde vivemos, o que vivemos e, principalmente, como vivemos.

Como já disse, a corrupção é como um câncer que se espalha rapidamente sem hora marcada. E ele está presente em nosso organismo social. Isso é inegável. Não defendo a corrupção, quero é ver o país olhando a outros horizontes, mais produtivos.

Se há corrupção, é claro que existem corruptores, e aí, corrompidos. Porque as causas da corrupção jamais são debeladas? Por que o poder está em 50% mais um nas mãos dos corruptores, gente endinheirada e gananciosa por mais fonte de dinheiro.

De outro lado, os corruptos, gente que por obra do destino, ou das mãos de gente – quem não conhece o ditado, jabuti em árvore, ou foi enchente, ou mão de gente – está em posições estratégicas do Estado (Governo Federal, Estadual, Prefeituras, Judiciário, Legislativos), ou até em empresas, porque não?

Proponho este debate por entender que pautar o tema corrupção a cada eleição é criar cortina de fumaça, é jogar o foco do debate para um lado nebuloso, ardiloso, uma terra movediça em que o eleitor, sempre ele, tem de decidir entre o mais ou o menos corrupto.

E vamos respeitar a nossa inteligência leitores: nem sempre há corruptos de lado a lado, nem do lado dos candidatos, tampouco dos eleitores. Mas todos, sim, todos, podem ter abraçado a corrupção em algum momento da vida. A depender do ponto de vista, não se enxerga corrupção, não é mesmo?

Pedir um jeitinho, furar a fila no transito, nos postos de saúde, não parar na faixa para pedestres, estacionar em lugar de idosos, cadeirantes, colar na prova, enganar a esposa ou esposo com outro ou outra, é muito diferente de pedir, ou dar, 10 ou 15% de uma licitação ou concorrência pública? É diferente de fazer obras próximas a propriedades de amigos para valorizar terras?

Não, claro que não! Nós fazemos de conta que ao não terem os mesmos valores ($$) os delitos, a corrupção, ela não existe! Isso se chama hipocrisia, um falsear da realidade de acordo com o nosso desejo. Precisamos definitivamente fugir disso, e ter a superior decisão de compreender, e vigiar, para que não caiamos na mesma armadilha: o câncer da corrupção.

Quando os candidatos Aécio e Dilma entram na discussão “projetos de país”, aí sim vejo um caminho lúcido para que o eleitor possa avaliar os futuros rumos.

Analisar o que cada grupo representa, de onde vem, o que já fez. Com base em projetos deste nível que mostre quem defende o quê, fica muito mais interessante e altivo o debate. Afinal, temos de saber se A ou B defendem o capital especulativo ou desenvolvimentista. Se apoiam a igualdade social ou a separação entre quem tem mais ou menos, prega o mesmo credo ou não, se creem que é preciso apoiar quem tem menos para que encontrem um caminho ou se o Estado deve servir apenas ao mercado e capital.

Podemos ter mais claro qual projeto defende que todos têm os mesmos direitos, ou que, por exemplo, gays não tem o direito de constituir família, casar. Podemos ver quem é mais conservador, mais liberal. Enfim, quando o debate vai para algo mais concreto, visível, o eleitor, o povo que costuma não querer saber de política, se interessa sim, e com isso ganha a democracia, a cidadania, e todo o país.

O Brasil tem de crescer, e não regredir a cada eleição. Nestas de 2014 o que se viu, e se vê ainda no segundo turno presidencial e em alguns estados, é o atraso intelectual, político e de propostas.

Causas importantes como o meio ambiente, a inclusão social de pessoas antes abandonadas e sem futuro, os direitos dos GLBTs ao casamento e constituição de família, a busca por novas fontes de energia para sustentar a vida em sociedade – vejam a falta de água em SP, caso gravíssimo de falta de planejamento e sustentabilidade –, o investimento maciço em educação para a vida, e para a vida profissional, a moradia, o saneamento, e até a segurança, algo que só se resolverá com a diminuição das desigualdades sociais, e não com mais polícia e repressão.

Esses são os temas que devem estar na agenda nacional, das lideranças politicas, partidárias, empresariais, sociais, religiosas, movimentos sociais.

Mas não. O que se vê é o empobrecimento do debate, o não ataque às fontes da corrupção como uma ampla reforma politica que acabe com a farra de partidinhos de aluguel, eleições gerais de seis em seis anos, fim de coligações, financiamento público de campanha, voto distrital puro o misto, democratização da comunicação acabando com oligopólios midiáticos que colocam todo o seu peso para negociar (ou seria corromper?) com grupos políticos e do capital, em desfavor da sociedade. Esse empobrecimento interessa ao status quo.

Se queremos uma sociedade mais justa, com menos corrupção (acabar é impossível, seria como acabar com a humanidade…), mais desenvolvida intelectual e socialmente falando, precisamos elevar o debate.

Precisamos de novas lideranças que tenham os corações cheios de olhar social, de paz, voltados ao desenvolvimento humano, e não do crescimento puramente econômico, que por si só é excludente.

Essas lideranças, que hoje não tem espaço nos partidos tradicionais, mas estão envolvidas em empreendimentos sociais de fato, não de fachada, estão com muita energia para doar à sociedade. Se parte deles estiverem na politica em um novo momento, teremos chance de ver algo novo, uma sociedade melhor nascendo.

Por isso, ao se dirigir às urnas no próximo domingo, dia 26 de outubro, vá com a missão de escolher seu candidato para um país voltado à cultura da paz, socialmente mais justo e solidário.

Vá votar sem os cabrestos que partidos, líderes partidários, televisões e jornais, impõem no dia a dia. Faça a sua escolha após refletir muito sobre o que já viveu, o que já viu. Para quem já viveu tempos amargos e duros, isso é ainda mais importante. Os mais jovens, busquem informações em todos os lugares, comparando tudo para decidir.

Votar, em que pese milhões entenderem ser uma bobagem a ponto de anular votos, ou votar em branco, ou ainda pior, não votar, é um exercício de inteligência, de amor ao convívio em sociedade.

Vamos deixar de hipocrisia. Vamos pensar. Vamos analisar. Comparar. Perceber. Se envolver. E votar conscientemente pelo melhor candidato ou candidata. Mas não para por aí não. Depois é acompanhar a todos de perto, cobrar, fiscalizar. Depois, participe de algum projeto social, vá viver a experiência de se doar ao coletivo. Exercer a cidadania é isso. O resto é ignorância e pura hipocrisia e palavras ao vento! Bom voto a todos e todas!

* Escrito por Salvador Neto, jornalista e editor do Palavra Livre

Eleições 2014: No debate da Band, Aécio não explica nepotismo, desvios e publicidade milionária

O candidato tucano Aécio Neves saiu do debate na TV Bandeirantes, na madrugada desta quarta-feira, com assuntos pendentes junto à opinião pública.

Acusado de nepotismo e de promover uma onda de censura à imprensa em Minas Gerais, Estado que governou ao longo de oito anos, AécioNeves também não respondeu à denúncia da adversária petista, Dilma Rousseff, de desvios na área da Saúde, que somam R$ 7,6 bilhões, e transferências milionárias de recursos públicos para rádios da família Neves.

Sobre a questão do nepotismo, Neves saiu-se com uma evasiva, sem admitir, como já havia feito anteriormente, ter sido contratado para trabalhar na Câmara dos Deputados, que fica em Brasília, mesmo enquanto ainda morava no Rio de Janeiro, em 1980. Na época, tinha 19 anos.

Em nota recente, o tucano disse que cuidava da agenda do deputado Aécio Ferreira da Cunha – seu pai – que exercia mandato no Partido Democrático Nacional (PDS), sigla sucessora da Arena, legenda criada pela ditadura militar.

De acordo com a nota emitida pela assessoria de imprensa de Aécio, não havia qualquer irregularidade no fato de ele estudar no Rio e trabalhar para o gabinete do papai. Os ocupantes de cargos na Câmara só passaram a ter que atuar em Brasília a partir de 2010, segundo o texto.

A questão do nepotismo, porém, pareceu inexpressiva para o atual candidato à Presidência da República. Em sua biografia oficial, porém, Aécio Neves omite o período em que trabalhou remotamente para o mandato paterno.

Rádios milionárias
No debate, Dilma pediu que o adversário esclarecesse quanto pagou, em dinheiro público, aos meios de comunicação que sua família controla do Estado de Minas Gerais.

Nem ele, nem o atual governo mineiro, no entanto, divulgam informações precisas sobre despesas que o então governador realizou na veiculação de publicidade oficial em três rádios e um jornal de seus parente, entre 2003 a 2010, período em que esteve à frente da máquina pública.

Em relatório, divulgado no início da semana, o atual governo reconhece que as empresas da família Neves receberam repasses milionários, em publicidade, no período em que ocupava o Palácio da Liberdade. Mas recusa-se a dizer, exatamente, quanto pagou.

A família do presidenciável tucano controla a Rádio Arco Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte, e as rádios São João e Colonial, de São João del Rei, além do semanário Gazeta de São João del Rei.

Aécio é sócio da Arco Íris com a irmã mais velha, Andrea, e a mãe, Inês Maria Neves Faria. Quando o irmão era governador, Andrea Neves era coordenadora do grupo de assessoramento do governo que tinha como atribuições “estabelecer diretrizes para a política de comunicação” e “manifestar-se previamente sobre a relação de despesas com publicidade”, de acordo com o decreto que o regulamentou.

Em 2011, a pedido do PT, o Ministério Público de Minas Gerais apurou, junto ao governo, que a rádio Arco Íris recebera R$ 210.693 no ano anterior e aguardava um levantamento detalhado sobre os gastos desde 2003, mas esses dados, até agora, permanecem sigilosos.

Procurada, a assessoria da campanha do candidato tucano preferiu não se manifestar. Na véspera, o candidato do PSDB à Presidência já havia tangenciado a questão e afirmou a jornalistas que “não tem ciência” dos números sobre o quanto o governo de Minas Gerais transferiu, em forma de publicidade, às rádios e ao jornal da família.

Neves mostrou-se irritado com as perguntas dos repórteres e disse apenas que a pergunta devia ser feita ao governador de Minas – Alberto Pinto Coelho, do PP, seu aliado.

– Não tenho ciência destes números, mas estimulo o governo que os dê. Tem que perguntar ao governador de Minas. Não sou governador – disse Neves, de forma ríspida, em rápida coletiva na capital paulista.

A propriedade da rádio por Aécio, a irmã Andrea Neves e a mãe, Inês Maria Neves Faria, veio a público em abril de 2011, quando o senador teve a carteira de habilitação apreendida durante uma blitz da Lei Seca no Rio. Ele dirigia um Land Rover, comprado no ano anterior em nome da emissora.

Aécio tornou-se sócio da Arco Íris em dezembro de 2010 quando já tinha deixado o governo. No período em que Aécio era governador, Andrea Neves já integrava o Núcleo de Comunicação Social do Governo – que tratava da publicidade do Executivo.

Irmã poderosa
A jornalista Andrea Neves chegou a receber a alcunha de “primeira irmã da república das Gerais”. Ela, segundo a Wikipedia “fez parte do Grupo Técnico de Comunicação do Governo de Minas Gerais.

Trata-se de um núcleo de trabalho que reúne os responsáveis pelas áreas de comunicação dos órgãos da administração direta e empresas públicas, entre outros, para estabelecer as diretrizes e a execução das políticas de prestação de contas do governo estadual à população. O grupo atua de forma colegiada e tem caráter consultivo e de assessoramento”.

“À frente do Grupo Técnico de Comunicação do Governo, Andrea despertou som e fúria, dependendo do gosto e do partido do freguês. Aos olhos da situação, ela teve papel fundamental na construção da imagem de Aécio como gestor competente que saneou as finanças do Estado”, acrescenta o jornalista Luiz Carlos Azenha, em seu blog.

Ainda segundo reportagem publicada no blog do Azenha, a principal tarefa da irmã de Aécio Neves era servir como um “tentáculo do irmão esticado em direção à mídia, que se valeu dos mais variados instrumentos para afagar ou sufocar veículos de comunicação.

Durante o governo de Aécio Neves, Andrea foi acusada de manejar as verbas de publicidade do Estado de acordo com os interesses políticos de Aécio e de influir na imprensa mineira, a ponto, inclusive, de provocar a queda de jornalistas pouco simpáticos ao governo.

Deputados da oposição chegaram a apresentar denúncias formais contra Andrea, imputando a ela e ao irmão desvio de recursos da área de comunicação do governo”.

O vídeo intitulado Liberdade, essa palavra, foi veiculado com depoimentos de comunicadores censurados:

Liberdade, essa palavra – Parte 1.

Liberdade, essa palavra – Parte 2.

Citada no vídeo, Heloísa Neves – mencionada por Marco Nascimento (na Parte 1) era assessora do governador, subordinada a Andrea Neves. Trata-se da ex-mulher do jornalista e publicitário Eduardo Guedes, que por sua vez assessora Aécio Neves – e é um dos réus do mensalão tucano, acusado de desviar R$ 3,5 milhões para a empresa de Marcos Valério.

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Andrea Neves é a responsável por comandar a comunicação da campanha do tucano à Presidência.

Do Correio do Brasil

Dilma e Aécio continuam empatados tecnicamente, segundo o Vox Populi

Pesquisa feita pelo instituto de consultoria Vox Populi, a pedido do grupo Record, mostra empate técnico entre o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, e a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT). Segundo o levantamento, Dilma é a preferida de 45% dos eleitores consultados e Aécio, de 44%.

Os entrevistados que responderam que votarão em branco e os que anularão os votos correspondem, respectivamente, a 5% do total. É o mesmo percentual dos que disseram estar indecisos.

Descontados os brancos, nulos e indecisos, o percentual de votos em Dilma sobe para 51% e em Aécio, para 49%. Como a margem de erro é 2 pontos, os resultados significam, na prática, empate técnico. Dilma Rousseff se sai melhor entre os eleitores da Região Nordeste. Aécio lidera no Sul e no Sudeste e os dois empatam nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Dois mil eleitores de 147 cidades de todas as regiões do país foram ouvidos no sábado (11) e no domingo (12). O empate técnico já havia sido apontado em pesquisas divulgadas peloDatafolha e pelo Ibope, na sexta-feira (9).

Da EBC

Pesquisas eleitorais do segundo turno mostram empate técnico entre Aécio e Dilma

Na primeira pesquisa do segundo turno das eleições presidenciais feita pelo Ibope, o candidato do PSDB, Aécio Neves, apareceu na frente da candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff. Aécio tem 46% das intenções de voto e Dilma, 44%. Considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, os dois candidatos estão em empate técnico.

Datafolha: Aécio tem 46% e Dilma 44% das intenções de voto no segundo turno

Votos brancos, nulos ou indecisos somam 6%. Já os eleitores que responderam que ainda não sabem em quem votar são 4%. Se considerados apenas os votos válidos, a disputa fica ainda mais apertada. Nesse caso, Aécio tem 51% das intenções de voto e Dilma, 49%.

O Ibope ouviu  3.010 pessoas entre os dias 7 e 8 de outubro para fazer a pesquisa, encomendada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01071/014.

No primeiro turno, Dilma Rousseff obteve 41,59% dos votos válidos e Aécio Neves, 33,55%. Enquanto a candidata do PT ganhou em 15 estados, o candidato do PSDB foi vencedor em dez.

Da Ag. Brasil