Prêmio Camões 2022 é do Brasil!

O escritor brasileiro Silviano Santiago é o vencedor do Prémio Camões 2022, anunciou, no dia 24 de outubro de 2022, o Ministro português da Cultura, Pedro Adão e Silva.

O júri da 34.ª edição do Prémio Camões, citado pelo comunicado do Ministério português da Cultura, considerou que “Silviano Santiago, além de escritor com uma obra literária com vários prémios nacionais e internacionais (como Jabuti ou Oceanos), é um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância, com um contributo notável para a projeção da língua portuguesa como língua do pensamento crítico, no Brasil e fora dele (nos países ibero-americanos, africanos, nos Estados Unidos e na Europa)”.

Ensaísta, romancista e contista, Silviano Santiago nasceu em 1936, em Formiga, Minas Gerais, Brasil. Doutorado em Letras Francesas pela Universidade de Sorbonne, de Paris, em 1968, com uma tese sobre “Os Moedeiros Falsos”, de André Gide, a biografia divulgada pelo Prémio Camões identifica-o igualmente como bacharel em Letras Neolatinas pela Universidade Federal de Minas Gerais (1959), com especialização em Literatura Francesa, como bolseiro do Centre d`Études Supérieures de Français, no Rio de Janeiro, entre 1960 e 1961.

Silviano Santiago inovou ao ancorar as suas análises sobre a literatura brasileira nas teorias dos estudos pós-coloniais e escreveu cerca de 30 livros, entre os quais se destacam romances como “Em liberdade”, “Stella Manhattan”, “Machado” e “Mil rosas roubadas”. Recebeu, entre outros prémios, o Jabuti 2017, o Prémio Oceanos em 2015, com o romance “Mil Rosas Roubadas”, e o segundo lugar do Prémio Oceanos, em 2017, com “Machado”, sobre Machado de Assis.

Numa primeira reação à atribuição do prémio, o escritor declarou ao Jornal “Estado de São Paulo” que este “prémio chega num momento difícil para o mundo e para o Brasil”. “Não deixa de ser, para mim, em particular, um momento de alegria – um reconhecimento do meu longo trabalho em literatura”, acrescentou.

O júri da 34.ª edição do Prémio Camões foi constituído pelos professores universitários portugueses Abel Barros Baptista e Ana Maria Martinho, da Universidade Nova de Lisboa, a são-tomense Inocência Mata, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, os brasileiros Jorge Alves de Lima, membro da Academia Paulista de História e da Academia Campinense de Letras, e membro do Conselho Científico do Centro de Memória da Unicamp, que presidiu o júri, Raúl Cesar Gouveia Fernandes, do Departamento de Ciências Sociais e Jurídicas do Centro Universitário FEI, em São Bernardo do Campo, e a moçambicana Teresa Manjate, docente e investigadora na Universidade Eduardo Mondlane.

No ano passado, o Prémio Camões foi atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane, autora de “Balada de Amor ao Vento” e “Ventos do Apocalipse”.

O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil, com o objetivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.

O que é o Prémio Camões (português europeu) ou Prêmio Camões (português brasileiro)

O Prémio Camões (português europeu) ou Prêmio Camões (português brasileiro) é um prémio literário instituído pelos Governos de Portugal e do Brasil em 1988 com vista a estreitar os laços culturais entre os vários países lusófonos e enriquecer o património literário e cultural da Língua Portuguesa.

Com informações da Agência Lusa

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Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, cofundador da Associação das Letras com sede no Brasil (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 35 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, assessoria de imprensa, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011), Gente Nossa (2014) e Tinha um AVC no Meio do Caminho (2024). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.