O caso da vaquinha na Águas de Joinville – Companhia retifica informação

O caso da vaquinha para um ex-diretor da Companhia Águas de Joinville (SC) pagar uma multa determinada pelo TCE/SC, denunciada pelo vereador Odir Nunes (PSDB) na tribuna da Câmara de Vereadores em 15 de junho passado e noticiada aqui no Palavra Livre (link aqui), tem uma reviravolta na informação repassada pela assessoria de imprensa da empresa naquele momento. Uma retificação foi enviada à redação do Palavra Livre pela assessoria na tarde desta quarta-feira (15).

No mês passado, da tribuna do legislativo, o vereador Odir criticava que “é muito fácil fazer festa com recursos públicos, essa despesa está sendo cobrada nas tarifas”, disse Odir Nunes durante a sua fala. Segundo ele, o ex-Presidente Roberto Luiz Carneiro responde a um processo no Tribunal de Contas do Estado (15/00543273) que lhe rendeu uma multa de aproximadamente R$ 32.000,00 que se refere à uma confraternização paga com recursos públicos, o que foi considerado irregular pelo TCE.

Em resposta ao Palavra Livre à época a Águas de Joinville – via assessoria de imprensa – afirmou que a ação da funcionária tinha sido “uma atitude individual, sem autorização da diretoria”. Dizia também que “que assim que soube da denúncia a diretoria teria orientado a funcionária a encerrar o envio das mensagens”, e que “a empresa não sabia por quanto tempo o pedido vinha sendo feito, já que reitera, a atitude foi individual da funcionária citada”.

Na verdade, literalmente lavaram as mãos. Agora, na retificação enviada à redação, a empresa diz que a diretoria sabia da vaquinha para ajudar o ex-presidente, e que orientou somente para que não se utilizassem dos canais oficiais de comunicação da Companhia. Uma atitude no mínimo estranha esta de afirmar que a atitude da funcionária era individual, que não sabiam por quanto tempo a vaquinha estava em andamento, e mais, que a diretoria atual não havia “autorizado” a ação de ajuda, e agora após a funcionária reagir ao fato e quase um mês após a notícia, retificar a informação assumindo que sabiam…

Porque omitir a informação e deixar uma ameaça velada no ar sobre possíveis processos administrativos contra a funcionária? Por que não assumir de início o conhecimento da vaquinha? O Palavra Livre questionou a assessoria sobre isso, a resposta foi: “é o que tá na nota ali”.

Segue abaixo a íntegra da nota da Águas de Joinville solicitando uma “retificação” sobre o que havia informado há um mês, confira e tire suas conclusões:

Retificação
Diferentemente do que foi informado ao blog Palavra Livre, por meio de nota, em 16 de junho de 2020, as mensagens em grupos de uma rede social, enviadas pela colaboradora Adriana Loth para funcionários da Companhia Águas de Joinville, eram de conhecimento da diretoria. A orientação da diretoria foi pela não utilização dos canais oficiais de comunicação da Companhia”
, finaliza.

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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