Moro cai, Bolsonaro se blinda
O ministro Sergio Moro, da Justiça, acaba de cair. Após a exoneração do diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, na manhã desta sexta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, Moro não tinha mais como se manter no cargo. Desprestigiado mês após mês pelo Presidente, o ex-juiz tinha engolido inúmeros sapos e encarado total falta de respaldo de Bolsonaro em inúmeras ações. Na verdade, o Brasil é governado por ele e seus filhos mimados. Ou seja, desgovernado.
Com a saída de Moro, Bolsonaro avança mais um peão no sentido de se blindar contra as inúmeras investigações em curso, seja na Polícia Federal, no STF, Justiça Federal, todas que estão muito próximas do Presidente e seus filhos. No Congresso Nacional já chegam a quase 20 pedidos de impeachment contra Bolsonaro devido às suas atitudes inconsequentes de instigar a população a circular livremente em meio a pandemia do Coronavírus.
Bolsonaro age contra a democracia, não gosta de gente que brilhe mais que ele – apesar disso não ser difícil, até simples demais – e não está nem aí para a saúde, emprego ou vida dos brasileiros. Ele deseja mais que nunca ter o poder total e absoluto, sem os três poderes, mas apenas o dele, o rei nú. Moro agora se soma a outros que foram usados e deixados pelo caminho como Mandetta, e o Guedes da economia, o próximo a ser executado pelo esquema presidencial de expurgo de quem ousa contrariar o reizinho.
Nunca é demais relembrar que Bolsonaro só chegou a Presidência graças a atuação parcial e decisiva de Moro na perseguição política ao ex-presidente Lula. As famosas e competentes reportagens do site The Intercept Brasil com Gleen Greenwald à frente, mostrou as conversas e ações nada republicanas dos procuradores da Operação Lava Jato, com participação de Moro, nos acordos ilegais com os EUA. A escuta e divulgação – grampos – não autorizada de advogados, etc. Este racha entre o grupo que chegou ao poder vai dar o que falar daqui para a frente.
A partir de agora Sergio Moro começa a trilhar um rumo político para 2022, assim como já faz Mandetta, Dória, Witzel, todos de perfil direitista e conservador. Bolsonaro sabe disso, sente a água chegar ao seu nariz, e tenta se agarrar nas bóias que tem para a sobrevivência política. Enquanto isso os brasileiros comuns tentam sobreviver a um desgoverno em meio a maior crise de saúde pública mundial em 100 anos. Segurem-se e orem, o avião Brasil está desgovernado e sem pilotos.
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