Isolamento parcial é ineficiente para Coronavírus, mostra estudo da Udesc Joinville
Um artigo científico sobre a evolução do Covid-19 em quatro continentes foi produzido na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Joinville. O trabalho é de autoria do professor Cesar Manchein, doutor em Física, com pós-doutorado em Ciências Exatas e da Terra, pela Universidade de Insubria, na Itália. Com colaboração do aluno de doutorado Eduardo L. Brugnago, dos professores Rafael M. da Silva e Marcus W. Beims, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); e Carlos F.O. Mendes, da Universidade do Estado do Amazonas (Ufam); o estudo mostra que medidas de isolamento social parcial são ineficientes no combate ao coronavírus. O artigo encontra-se submetido para avaliação, mas pode ser acessado em um banco de dados científicos (https://arxiv.org/pdf/2004.00044.pdf) da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.
O trabalho mostra que o crescimento do número total de infectados pelo Covid-19 obedece a uma Lei de Potência nos países do Brasil, China, França, Alemanha, Itália, Japão, Coreia do Sul, Espanha e Estados Unidos. Embora a diferença entre a Lei de Potência e a Lei Exponencial não pareça relevante, o fato de o crescimento de infectados obedecer a uma Lei de Potência significa que o crescimento diário do número de infectados é menor do que o crescimento exponencial.
“Achatar curvas”
Segundo Manchein, o objetivo continua sendo achatar as curvas do número de infectados, isto é, passar de leis de crescimento exponencias para leis de crescimento menores, que atualmente são curvas do tipo Lei de Potência. “Mostramos que as curvas de crescimento são fortemente correlacionadas entre si, o que sugere que podemos aplicar estratégias genéricas (universais) de achatamento das curvas, independentemente do país ou continente. Além disso, usamos um modelo que, baseado nos dados que obtivemos até 27 de março de 2020, pode simular predições e indicar o efeito de possíveis estratégias governamentais para achatar as curvas.”
Meio-termo
O estudo conclui que, dos diversos cenários de estratégias estudados, o mais eficiente para achatar as curvas é um certo nível de redução na interação social combinada com a urgente detecção e isolamento total em massa dos infectados.
Paralelamente ao trabalho, o vice-reitor eleito da Udesc, Luiz Coelho e o professor Cesar Manchein, estão em contato com Secretaria de Saúde de Joinville e a Defesa Civil de Santa Catarina, para fornecer dados de todas as análises realizadas sobre a evolução do número de infectados na cidade de Joinville e no Estado de Santa Catarina.
- com informações da Ascom Udesc
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