Dilma conquista uma vitória maiúscula, a maior da história política do país

Ela aguentou e venceu a tortura nos anos de chumbo que o Brasil ainda tenta esquecer. Assumiu cargos importantes na gestão pública na área de energia, e venceu todos os obstáculos.

Com sua participação política, ajudou Lula a vencer em 2002 e foi sua ministra de Minas e Energia, depois da Casa Civil. A “Coração Valente” teve mais uma pedra no caminho: o câncer. Encarou, e também venceu.

Escolhida por Lula para ser sua candidata à Presidente em 2010, ela venceu o conservador tucano José Serra, ex-ministro, ex-prefeito e governador de SP.

Diante de ataques sistemáticos da oposição, gente que viveu por longos anos das benesses do período da ditadura militar e que hoje se abrigam em partidos tidos como defensores da democracia, e também da grande mídia que desde sempre defende candidatos do capital financeiro internacional, Dilma Rousseff acaba de protagonizar a maior vitória eleitoral e política da história contemporânea brasileira. Não há, na história recente do Brasil, alguém que tenha derrotado tantos de uma só vez.

Ela derrotou no primeiro turno a candidata Marina Silva, ex-PT, ex-PV, ex-Sustentabilidade, e possivelmente ex-PSB. Derrotou também os candidatos ultraconservadores Pastor Everaldo, Levi Fidelix, Eymael.

Derrotou Eduardo Jorge do PV. Derrotou Luciana Genro, ex-PT e da extrema esquerda do Psol. Derrotou também o tucano Aécio Neves, que superou Marina na corrida para estar no segundo turno.

Dilma, apesar dos resultados excepcionais do seu governo e do antecessor, Lula, não conseguiu ganhar em primeiro turno porque a grande mídia apoiou o discurso oposicionista de corrupção na Petrobras. A última tacada foi a “reportagem” da revista Veja, que inclusive antecipou sua circulação, tudo para tentar derrotar a candidatura petista.

A Presidenta entrou no segundo turno em desvantagem política e numérica nas pesquisas. Exceto Luciana Genro, todos os demais candidatos, Marina Silva, Pastor Everaldo, Eduardo Jorge, Levi Fidelix, Eymael abraçaram a candidatura tucana de Aécio Neves.

As pesquisas a colocaram em segundo lugar, a poucos pontos de Aécio, mas atrás na corrida pelo Planalto. Dilma não esmoreceu diante do franco golpe midiático que passou a sofrer com as criminosas publicações de boatos e vazamentos de possíveis depoimentos de delatores no caso Petrobras.

Além desses nomes todos, Dilma venceu toda a tucanada reunida, as aves mais emplumadas do PSDB que são FHC, Geraldo Alckmin e José Serra que, eleitos, caíram de cabeça na campanha de Aécio.

Dilma enfrentou todos esses entraves, e a maior bagagem política e de retórica de Aécio Neves. Muito técnica, com estilo eminentemente gerencial, ela se superou também neste quesito, buscando ao máximo melhorar. E indiscutivelmente venceu a todos, como nunca antes em outras eleições do país após a democratização.

O ódio e a raiva disseminados durante esta campanha eleitoral, a intolerância que chegou ao limite da decência, tendo até resvalado para atos de vandalismo, devem encerrar agora, porque a vitória de Dilma é inconteste. Cabe agora à oposição ter a grandeza de se reinventar, e de se colocar como a população a colocou: como fiscalizadora do governo federal.

A todos os brasileiros e brasileiras, cabe o compromisso de cobrar de Dilma as propostas e promessas da campanha eleitoral, fiscalizando e acompanhando a ação do Governo. E desejar a ela, a primeira mulher a ser eleita, e agora reeleita, Presidenta da República, muito sucesso.

Porque da ação positiva e competente do seu novo governo dependerá também o sucesso do Brasil. Que ela possa encampar definitivamente a transformação do país, para valer, com a reforma política que acabe com a orgia política atual, institua eleições gerais de seis em seis anos, fim das coligações, financiamento público, voto distrital.

Que ela regulamente imediatamente o capitulo das comunicações no país, acabando com a farra de poucas famílias com concessões de TV e rádio país afora, democratizando o segmento para que todos possam saber mais sobre suas culturas e noticias, e não só o que os poderosos querem, e também que amplie exponencialmente a entrada de jovens nas universidades, faculdades, cursos técnicos, investindo muito na educação em todos os níveis, e também na cultura.

Assim, teremos um dia um país em paz, sem violência, e sem as ainda persistentes desigualdades sociais que há séculos perduram. Parabéns Dilma Rousseff, coração valente, a maior vencedora da história política do Brasil. E viva a nossa democracia e a liberdade!

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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