China finge reflorestamento com tinta verde

Um município do sul da China tomou uma decisão quase surrealista: para economizar o dinheiro e o esforço de reflorestar uma de suas montanhas, decidiu pintá-la de verde em vez de plantar árvores, denunciaram nesta quarta-feira (14) vários jornais do país.

O incidente ocorreu na localidade de Fumin, onde funcionou durante sete anos uma pedreira que arrasou mil metros quadrados da encosta da montanha Laoshou.

Os moradores que vivem ao pé da montanha se queixavam do barulho e do pó que a pedreira produzia, por isso esta foi fechada no ano passado. Em julho de 2006, algumas pessoas foram ao local e pintaram o monte de verde metálico em 45 dias de trabalho.

O fato só veio à tona nesta semana, em que fotos da montanha foram divulgadas por jornais de Yunnan, Hong Kong e Pequim, nos quais as casas parecem ter ao fundo, em vez de uma montanha, um cenário gigantesco de cinema de baixo custo.

Moradores da localidade consultados se mostraram reticentes a opinar sobre a iniciativa municipal. Um deles chegou a dizer que a paisagem agora é “muito linda”.

Na imprensa da província, no entanto, a opinião é de que a idéia é “inútil e feia”.

Um jornalista calculou que a tinta necessária para pintar o monte custou cerca de 470 mil iuanes (US$ 48 mil), quantia que, segundo os moradores de Fumin, daria para ter plantado árvores na montanha.

A obra foi uma decisão do Escritório de Agricultura e Florestas de Fumin, e aparentemente a cor verde foi escolhida seguindo as regras do feng shui – sabedoria popular milenar que diz como têm que estar dispostos os objetos e a luz em um ambiente.

Do G1.

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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