Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações e lutar para que sejam colocados em prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da educação de um país. O que temos feito em nossa cidade para que este significado seja presente, forte, impregnado no tecido social?
Viagens milionários dos nobres edis? Projetos ridículos e que afrontam a Constituição? Adiamentos de licitações por “falta de tempo”? Escolas sendo fechadas por desleixo e pura falta de vontade política? Atirando pedras em políticos condenados, mas ao mesmo tempo bebendo ao dirigir, usando vagas para pessoas idosas ou com deficiência? Esse é o nosso modelo de cidadania?
Prefiro crer em pessoas como os líderes do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Joinville (SC), que lutam permanentemente por direitos que são negados há muitos anos por várias administrações. E que resolveram denunciar e brigar contra uma lei que rebaixa totalmente as calçadas em frente aos comércios. Lutar contra o capitalismo selvagem, e a favor de uma cidade mais humana, preparada e verdadeiramente desenvolvida. Isso é cidadania!
Na ultima quinta-feira (21/11) eles conseguiram reunir um grupo de deficientes visuais, cadeirantes e apoiadores em frente ao legislativo municipal que aprovou a lei que contraria a Lei da Acessibilidade, tanto federal quanto municipal, e que promove a legalização da ilegalidade já existente em calçadas por toda a cidade. Acorrentados uns aos outros, buscaram e conseguiram os olhares da opinião pública para essa luta, que é de todos, não só deles!
Mas o nosso modelo de cidadania, esse que só olha o próprio umbigo, é difícil de sensibilizar. Enquanto continuarmos a votar sem saber quem nosso candidato representa de fato. Enquanto não formos aos legislativos e executivos cobrar as promessas, fiscalizar as ações, projetos e atitudes dos nossos representantes, como fazem poucos abnegados como os cidadãos do Comde, seremos acorrentados a interesses de poucos, de gente que não aparece, mas financia tais absurdos, em Joinville e em todo o país!
Que tal todos nós nos acorrentarmos à cidadania plena a que temos direito na democracia? E assim, acorrentados aos nossos deveres e direitos, promovermos a verdadeira revolução social que precisamos, deixando de sermos passivos votantes, gente que fecha os olhos para as atrocidades, para os projetos aprovados ao arrepio da lei e do interesse público e coletivo! Vamos começar?
Por Salvador Neto