BNDES: Busscar tem que mudar – Coluna de Claudio Loetz em A Notícia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pede, em ofício, mudanças efetivas na gestão do Grupo Busscar, sob comando de Cláudio Nielson. O documento foi protocolado na 5ª Vara Cível de Joinville, responsável pelo processo de recuperação judicial da fabricante de carrocerias, na segunda-feira. Além de afirmar que não concorda com a exclusão de juros e correção monetária anteriores à assembleia dos credores, o banco alega que o pagamento de juros de 4% ao ano, que seria aplicado sobre o valor da dívida após a aprovação do plano de recuperação, são “significativamente inferiores” aos estabelecidos em contrato vigente, de 8% ao ano.

Amortização
O BNDES ainda discorda da proposta apresentada pela Busscar, que prevê o pagamento da dívida em oito anos, com carência de quatro anos. “Ou seja, tal amortização dar-se-á, de fato, em 12 anos”, escreve o banco no documento. O terceiro e decisivo ponto reclamado é que “não há previsão da retirada dos atuais controladores da gestão da empresa”. Na prática, significa que quer a saída de Cláudio Nielson do comando da Busscar. A dívida da empresa com o banco é de R$ 57,3 milhões. A Busscar continua produzindo carrocerias sob encomenda de clientes.

No site
Quem entrar no site do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região (www.sindmecanicos.org.br) encontrará mensagens recorrentes sobre a crise da empresa. Grande parte delas fala em falência da companhia. É um evidente exagero. Há assembleia de credores, em data a ser marcada pela Justiça, que vai definir o futuro da companhia.

Assembleia
Ainda no site, o Sindmecânicos convida os trabalhadores para uma assembleia geral no dia 15, um domingo, às 9 horas. O evento será no centro esportivo do sindicato, na rua Rui Barbosa, 495, bairro Costa e Silva. O objetivo é decidir a posição de voto dos trabalhadores na futura assembleia geral dos credores, que por ora está prevista para maio.

Coluna de Claudio Loetz, publicada hoje no jornal A Notícia

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Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, cofundador da Associação das Letras com sede no Brasil (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 35 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, assessoria de imprensa, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011), Gente Nossa (2014) e Tinha um AVC no Meio do Caminho (2024). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.