Fontes do Blog garantem: o projeto Guatemala em que a encarroçadora Busscar Ônibus apostava todas as fichas para tentar aprovar sua recuperação judicial na futura assembleia geral dos credores, em maio, morreu. Não existe mais, e até a Mercedes já está dando outro fim para os chassis que estavam a espera do milagre. Entre várias justificativas para o fim, as mudanças de projetos, de modelos, e até a política do país da América Central. É o fim de mais um sonho da empresa catarinense, afundada em dívidas que beiram R$ 1,6 bi para bancos, trabalhadores, fornecedores e ex-sócios. E as fontes são fortes, fortíssimas. Se confirmado o fim do projeto, vai ser um Deus nos acuda pelos lados do norte de Joinville (SC).
É uma notícia muito ruim para um momento que é péssimo para a Busscar, a poucos dias de ver o seu plano de recuperação judicial ser colocado à prova em votação. Se aprovado, ganha mais um tempinho de sobrevida. Se reprovado, hipótese muito provável pelas atuais circunstâncias, e falta de credibilidade lógico, a falência pode ser decretada imediatamente. Sem o projeto Guatemala, o plano que já era ruim fica ainda mais fraco e inconsistente. Impossível de ser acreditado por bancos, fornecedores, e agora mais ainda pelos trabalhadores, que completam 24 meses sem ver a cor de salários na próxima semana.
Antes era o crédito do IPI que a empresa acenava como existente, possível, cerca de R$ 600 milhões que tinha para receber do Governo Federal. Ideia sepultada por decisão final do STJ. Depois vieram promessas de venda de ativos, nunca operacionalizadas. Em seguida a saída possível antes do início dos leilões dos bens do Grupo Busscar, em decisão da Justiça do Trabalho, com o pedido da recuperação judicial por meio de um escritório de advocacia do Mato Grosso. A base de convencimento era o projeto Guatemala, agora morto. O que faltará para a Justiça enfim decretar o fim dessa agonia da empresa, trabalhadores, bancos, fornecedores e a sociedade? Ninguém aguenta mais essa novela mexicana, de muito mau gosto.