A saúde vem se transformando em um produto altamente rentável para um segmento do mercado que atua nesse fabuloso mundo da fantasia em que vivemos.
Os produtos alimentícios, a indústria dos suplementos alimentares, a moda das roupas e calçados esportivos, o comércio das plásticas e das lipoaspirações faturam muito alto.
Massagens e drenagens empregando a última descoberta da técnica milenar do Butão prometem reduzir dezenas de centímetros em apenas alguns minutos.
Academias promovem aulas milagrosas para queimar todas as calorias que você recupera em apenas um dos três pedaços de pizza do jantar. A indústria de medicamentos aumentou em 20% suas vendas em 2010, a dos planos de saúde voa em céu de brigadeiro.
Essa propaganda enganosa disfarça a realidade sedentária e doentia da população.
É absurdamente elevado o custo para a saúde provocado, entre outras coisas, pela violência do trânsito, pelas doenças coronarianas e decorrentes da hipertensão, da obesidade e do sedentarismo, pelas doenças tropicais, entre elas a dengue, e pela dependência química.
Disfarça também os problemas estruturais da saúde pública obrigada a ser eficiente com um orçamento que chega a apenas 30% do que seria necessário.
Assim, o que se vê é que o brasileiro trabalha cada vez mais e muito além do que seria razoável para a nossa saúde, com o único objetivo de poder consumir cada vez mais uma variedade de produtos absolutamente desnecessários e supérfluos, entre os quais aquele plano de saúde.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente