O choro do Brasil no enterro das vítimas do massacre no Rio

Comoção e dor marcaram o enterro de vítimas da tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. No Cemitério do Murundu, em Padre Miguel, também na zona oeste, centenas de pessoas chegaram cedo para acompanhar o velório e enterro de Larissa Silva Martins, de 13 anos; Mariana Rocha de Souza, de 12 anos; e de Géssica Guedes Pereira. O corpo desta última foi enterrado no Cemitério de Ricardo de Albuquerque.

Os corpos de Bianca Rocha Tavares, de 13 anos; e de Milena dos Santos Nascimento, de 14 anos, foram liberados do Instituto Médico Legal no final da manhã, e também foram levados para o velório e enterro no Cemitério do Murundu.

Em meio ao choro e desmaios de parentes, um helicóptero da Polícia Civil jogou pétalas de rosa no momento dos enterros, que foram acompanhados também pelo secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, e pela chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha.

Beltrame lamentou a morte das crianças, mas afirmou que essas questões de segurança nas escolas são pequenas diante da monstruosidade do episódio. “Mesmo com a segurança interna, dificilmente iria se prevenir isso. A gente sabe que foi um ato insano de uma pessoa totalmente fora de suas faculdades mentais pra cometer uma barbaridade dessa natureza”, lamentou.

O secretário defendeu as campanhas de desarmamento que tenham o objetivo de instruir as pessoas a respeito do uso de armas letais, mas admitiu que “é leviano afirmar que atos como este não vão mais acontecer”.

Chorando muito, a estudante Isabela da Silva Cavalheiro, relatou o episódio que testemunhou e disse que nunca mais volta para escola Tasso da Silveira. “Quero voltar a estudar sim, quero ser aeromoça, mas para essa escola não volto nunca mais.”

Lucas Matheus de Carvalho, de 13 anos, também estava na sala no momento em que o atirador entrou. Ele disse que o homem só mataria meninas e que pouparia os rapazes. “Senti a dor do pai e de uma mãe, que levam os filhos para a escola felizes e duas horas depois descobrem que não têm mais seus filhos.”

Uma equipe de assistentes sociais da prefeitura do Rio acompanhou os enterros e na tenda montada no cemitério do Murundu prestaram atendimento a pelo menos 60 pessoas que tiveram crise nervosa. Oito delas precisaram ser removidas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Padre Miguel.

No Cemitério Jardim da Saudade, na Sulacap, também na zona oeste, o clima de comoção era o mesmo no velório e enterro de Rafael Pereira da Silva, de 14 anos; Karine Lorraine Chagas de Oliveira, de 14 anos; Larissa dos Santos Atanázio, de 13 anos; e Luiza Paula da Silveira Machado, de 14 anos. Os corpos de mais três vítimas da tragédia aguardam liberação do Instituto Médico Legal.

Da Ag. Brasil

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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