Crise da Busscar já é caso de polícia

casos_de_policia-300x229 Crise da Busscar já é caso de políciaTenho recebido comentários nada simpáticos no twitter por conta da divulgação, neste blog, da situação falimentar da Busscar. Alguns funcionários ligados, e muito, à diretoria da empresa perderam a compostura apenas porque mostramos aqui a vergonha que é a atual situação de quase três mil trabalhadores e trabalhadores que não vêem seus salários a quatro meses, isso sem contar ainda o décimo-terceiro salário de 2009, o não depósito de FGTS há anos, não pagamento do INSS, enfim, dívidas e mais dívidas com quem deu tudo de sí para que a empresa mantivesse seu status, e seus acionistas uma vida bem acima da média.

Quem pode ser a favor de tal situação? Quem pode defender os acionistas, a empresa, alguns diretores e equipe de staff da atual diretoria? Afinal, os trabalhadores passando necessidades duras, corte de água, luz, falta de alimentos para por na mesa dos filhos porque o empregador não consegue gerir seu negócio a contento, e pior, não aceita as alternativas que se põe à mesa para uma saída que mantenha a marca, a produção e os empregos! Defender essa intransigência é, sim, uma falta de bom senso, para dizer o mínimo.

Agora a Justiça aguarda que a empresa cumpra o que prometeu ao se defender de ação do Sindicato dos Trabalhadores: com o terreno que estava bloqueado, faria financiamento junto a um banco, e com parte desse dinheiro mais outro valor a que tem direito e que está em poder da Justiça Federal, pagaria pelo menos dois salários atrasados – abril e maio – mais o décimo de 2009. Até o momento não há sinais de que irão pagar e cumprir sentença judicial. Será que mais uma vez tentarão empurrar com a barriga, tentarão enganar até os juízes do trabalho?

Esse blog divulga temas interessantes e essenciais para um entendimento do que se passa no mundo, ou tenta fazer isso humildemente. Esse é um caso que já chega a ser de polícia, tamanho o descaso desse empregador para com seus funcionários. Joinville inteira espera pelo ato superior dos acionistas em vender sua participação a outros investidores, para que uma nova gestão se estabeleça, e a Busscar volte a produzir, mantendo empregos, renda e fazendo a economia rodar na maior cidade catarinense. Agora, defender quem deixa milhares sem seus salários, passando situação de fome, é inadmissível. E o Blog espera que a Justiça seja feita aos trabalhadores, para o bem de todos. Inclusive para quem tenta intimidar e confundir as pessoas com histórias sem pé nem cabeça.

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Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, cofundador da Associação das Letras com sede no Brasil (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 35 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, assessoria de imprensa, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011), Gente Nossa (2014) e Tinha um AVC no Meio do Caminho (2024). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

2 comments

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Salvador Neto

Pois é Anderson, mas pelo jeito os gestores atuais não concordam e não aceitam que tenham errado, e que continuem errando na condução da empresa em meio a essa crise, que parece terminal. Você é conhecedor do ramo, seu comentário mostra isso, o que valoriza ainda mais a participação aqui no Blog, obrigado!

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Anderson Fontes Calado

O que pode ter provocado essa crise toda deve ter sido uma série de fatores errados tais como:negligência da viúva do Harold Nielson em colocar o Cláudio Nielson ao invés de respeitar a posse do sr. Valdir Nielson na presidência da companhia,colocar um homem sem experiência na companhia,com a aventura de abrir uma filial em Cuba,e depois dar prejuízos enormes,um superfaturamento na linha rodoviária lançada em 2001(nisso a Marcopolo tem um enorme cuidado,os faróis da geração 6,lançada em fins do ano 2000 custaram U$$ 1 milhão),mudanças constantes na linha rodoviária-El Buss e Jum Buss foram lançados em 1990,sofreram mudanças em dez/92,dez/93-jan/94,jul/96,set/98 e mai/01-datas aproximadas,enquanto sua concorrente a Marcopolo só faz mudanças na linha de rodoviários a cada oito ou nove anos(para comparação,Marcopolo III-final de 1974/início de 1975,Marcopolo Viaggio e Paradiso GIV-final de 1983/início de 1984,Marcopolo Viaggio e Paradiso GV,final de 1992/início de 1993,Marcopolo Viaggio e Paradiso G6,final de 2000/início de 2001,Marcopolo Viaggio e Paradiso G7,meados de 2009 em diante.)! Além de outros fatores mais que contribuíram com a situação que a Busscar se encontra hoje.