Nosso corpo é como uma imensa rede que trabalha em sintonia. Coração bombeando sangue para oxigenar todos os órgãos, pulmões renovando a reserva de oxigênio no organismo e os rins, órgãos geralmente esquecidos, também com papel indispensável para a manutenção da saúde. São os filtros naturais das impurezas do nosso corpo. Tudo o que ingerimos passa por eles, órgãos com alta capacidade de renovação.
Segundo o urologista Luciano Luzes, temos no sangue cerca de 8% do nosso peso corporal total, portanto, uma pessoa com 60 kg tem mais ou menos 5 litros de sangue. E o rim é responsável por filtrar aproximadamente 100 ml por hora, reabsorvendo nutrientes e minerais, e eliminando em torno de 1,5 litro de impurezas através da urina.
No entanto, há pessoas que, por problemas de dieta ou por genética, produzem muitos cristais neste 1,5 litro. “Esses cristais juntam-se e agregam-se formando um microcálculo que pode vir a tornar-se um grande cálculo: é a pedra nos rins”, completa Luzes.
Para quem tem a tendência de produzir estes sais cristalizados, o mais importante, de acordo com o especialista, é ter cuidados especiais. “Se a pessoa já tem essa tendência, o que aconselhamos é aumentar o consumo de líquidos para diluir esses cristais, diminuindo as chances deles agregarem-se”, explica.
Ainda de acordo com o urologista, além da ingestão de muita água, é importante estar atento à uma boa alimentação. “Há pessoas que têm muitos cálculos nos rins porque comem muita carne, muita proteína. Esse hábito aumenta a chance de formação de ácido úrico no sangue, que leva à formação das pedras. Excesso de cálcio, às vezes por reposição oral, também provoca a formação dos cristais”, afirma Luzes.
Alimentação. Dieta boa para os rins é a mesma que é fundamental para a saúde. “Primeiramente ter diversas cores na alimentação. Também, comer frutas, verduras e legumes, além da proteína. O problema é que as pessoas comem muita proteína animal, como carne, leite e clara de ovo. Quando comemos fibras, o intestino trabalha mais rápido e absorvemos menos toxinas. E, comendo frutas e legumes, ingerimos mais líquidos”, frisa Luciano Luzes.
Mitos e verdades. Os antigos, com seus ditados e conhecimentos caseiros, diziam que o consumo de semente de tomate provocava pedras nos rins. Mitos que o urologista desmente. “Para uma pessoa ter pedras por excesso de oxalato de cálcio é preciso comer tomate demais, muito mais do que o consumo habitual da população. Sem contar que o vermelho do tomate é licopeno, um antioxidante protetor até de câncer de próstata. Por isso, as pessoas não devem excluir o tomate da alimentação”, conclui o urologista.
Fonte site: JornalManhã