A poesia de Castro Alves – As duas flores
Antônio Frederico de Castro Alves foi um poeta brasileiro. Nascido em Curralinho em 14 de março de 1847, morreu aos 24 anos em Salvador no dia 6 de julho de 1871. Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas (42 km) da vila de Nossa Senhora da Conceição de “Curralinho”, hoje Castro Alves, no estado da Bahia.
Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão com Navio Negreiro sendo seu trabalho mais importante, motivo pelo qual é conhecido como “Poeta dos Escravos”. Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro. Esse poema não é dessa fase, mas mostra todo o talento de Castro Alves.
As duas flores
São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bom como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar…
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas… Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rodas da vida,
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
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