Defesa a torturadores causa indignação

tortura Defesa a torturadores causa indignaçãoO conjunto dos movimentos sociais e entidades mostraram-se indignados ao receber a notícia de que torturadores do regime militar possam ser beneficiados com a Lei da Anistia. A Advocacia Geral da União (AGU) assumiu a defesa dos coronéis da reserva, Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir dos Santos Maciel, alvos de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), pela tortura de presos políticos e a morte de pelo menos 64 deles entre 1970 e 1976, período em que comandaram o Destacamento de Operações de Informações de Defesa Interna (DOI/Codi) do Exército.

Frente a isso, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, ajuizou na última terça-feira (21) no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF n° 153) visando à punição de quem torturou e matou durante o regime militar. “É uma ação que a OAB impetra com o propósito de que a história deste país seja escrita de forma transparente”, afirmou.

Em atividade realizada, na quarta-feira (22), “A Criminalização da Pobreza, das Lutas e Organizações dos Trabalhadores”, ele pediu a adesão dos movimentos sociais, sindicatos e entidades como amicus curiae (amigos da causa). O relator da ação no Supremo Tribunal Federal é o ministro Eros Grau. “Essa notícia causa indignação para quem viveu o período do regime militar e sofreu com ele. Até hoje, nenhum torturador foi punido e muitos já morreram de velhice. Essa situação de impunidade não pode perdurar. Todo apoio à ação da OAB. Temos a obrigação de divulgá-la para aumentar a adesão à causa”, enfatiza o dirigente cutista, Antonio Carlos Spis, que também foi penalizado com a ditadura.

Fonte: Sindicato do ABC

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Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, cofundador da Associação das Letras com sede no Brasil (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 35 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, assessoria de imprensa, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011), Gente Nossa (2014) e Tinha um AVC no Meio do Caminho (2024). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.