A poesia do dia: Os amantes sem dinheiro, de Eugenio de Andrade

momentos_poesia1 A poesia do dia: Os amantes sem dinheiro, de Eugenio de AndradeJá que os tempos são de desespero financeiro, principalmente para quem tem dinheiro para se deseperar, pesquisamos algumas poesias sobre o dinheiro e a falta dele. Encontramos essa de um autor popular. Para curtir e refletir.

Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro.
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.

Mas a cada gesto
que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.”

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