Nossa cidade já foi conhecida como a cidade das bicicletas em tempos idos. Era uma avalanche de “magrelas” nas ruas de Joinville, com trabalhadores e trabalhadoras invadindo espaços para ir ao trabalho na Tupy, Cipla, Tigre, Schulz, e muitas outras empresas. Era bonito, e era também saudável. A cidade cresceu e perdeu sua magia com um dos meios de locomoção mais antigos do mundo. E perdeu sua identidade. Era comum vermos pessoas mostrando a sua bicicleta ao outro, como fazem hoje com os seus carrões.
Meu pai tinha uma antiga Prosdócimo, que ele cuidava como ninguém. E não deixava ninguém pegar para sair sem a sua permissão. Uma relíquia pela qual ofereceram alguns cruzeiros – moeda da época. Agora, passados muitos anos, o tema bicicleta volta a acender paixões na cidade. Temos o único museu da América Latina sobre a bicicleta – o nosso Museu da Bicicleta – que infelizmente está fechado atualmente devido a reformas na estação de cargas da antiga Estação Ferroviária, atual Estação da Memória. Com tantos carros nas ruas, tanta obesidade, doenças da circulação sanguínea, poluição, a sociedade se volta a uma forma de vida mais inteligente.
Para garantir que a memória da bicicleta se perpetue em nossa cidade, estado e país, o coordenador do Museu da Bicicleta de Joinville, Valter Bustos, dono do acervo e de tantos outros acervos culturais a serem descobertos, resolveu criar uma associação, a ABAJO, que quer dizer Associação de Bicicletas Antigas de Joinville. Essa associação sem fins lucrativos e com enorme vontade de lutar pela cultura, terá o meu apoio, e mais que isso, a minha participação como diretor de relações públicas. Esse convite muito me honrou – valeu Valter! – e vou me esforçar para dar o melhor pela ABAJO em favor da cidade. Agora, só falta comprar uma bicicleta….